segunda-feira, 15 de novembro de 2021

Presidente Lula em Conferência no Parlamento Europeu

Nesta segunda-feira (15/11/2021), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou da Conferência de Alto Nível da América Latina, promovida pelo bloco social democrata no Parlamento Europeu, em Bruxelas. O evento, intitulado Juntos Durante a Crise para uma Nova Agenda Progressista, reuniu líderes da Europa e da América Latina para discutir maneiras de o mundo sair mais forte da pandemia a partir de uma agenda progressista. Lula fez a palestra principal do evento, ao final da qual foi aplaudido de pé.

A reunião também contou com a participação de José Luis Rodríguez Zapatero, ex-Primeiro Ministro da Espanha (2004-2011) e Claudia Nayibe López Hernández, prefeita de Bogotá, Colômbia, entre outras figuras políticas de destaque internacional.

Confira na íntegra o discurso de Lula em conferência no Parlamento Europeu

Eu quero começar falando não da América Latina, nem da União Europeia, nem de algum país, continente ou bloco econômico em particular, e sim do vasto mundo em que vivemos todos nós – latino-americanos, europeus, africanos, asiáticos, seres humanos das mais diferentes origens.

https://www.youtube.com/watch?v=vuOj9TlJJy4&t=2s

Vivemos em um planeta que tenta a todo momento nos alertar de que precisamos de novas atitudes e de uns dos outros para sobreviver. Que sozinhos estamos vulneráveis às tragédias ambientais, sanitárias e econômicas. Mas que juntos somos capazes de construir um mundo melhor para todos nós.

No entanto, ignoramos esses alertas. Insistimos em não aprender com os erros do passado.

O resultado da nossa falta de compreensão está à vista de todos: pandemia, desigualdade, fome, emergências climáticas que no futuro próximo poderão comprometer a sobrevivência da espécie humana na Terra.

Apesar de tudo isso, quero reiterar aqui minha crença inabalável na humanidade.

Não nasci otimista – aprendi a ser. Porque vi em vários momentos da minha vida o quanto um ser humano é capaz de realizar, e o quanto um povo é capaz de construir, quando existe força de vontade e geração de oportunidades.

Quem vive hoje no Brasil, ou acompanha o noticiário sobre o país, tem todos os motivos para estar pessimista. Mas aonde quer que eu vá, faço questão de dizer: o Brasil tem jeito – apesar do projeto de destruição colocado em prática por um bando de extremistas de direita sem a menor noção do que seja cuidar de um país e de seu povo.

O Brasil tem jeito, apesar dos 19 milhões de brasileiros que passam fome. Apesar dos 19 milhões de desempregados e desalentados, que já desistiram de procurar um novo emprego. Apesar dos ataques constantes contra a população negra e indígena. Apesar do avanço da destruição do meio ambiente, inclusive na Amazônia.

E apesar, sobretudo, das mortes de mais de 610 mil brasileiros, muitas delas evitáveis – caso houvesse por parte do atual governo o interesse em combater com seriedade o coronavírus.

Apesar de tudo, digo com total convicção: o Brasil tem jeito. Sei disso porque num passado muito recente nós fomos capazes de reconstruir e transformar o país, e temos plena capacidade de reconstrui-lo outra vez.

Da mesma forma que acredito que o Brasil tem jeito, acredito também que o mundo tem jeito. Apesar dos 750 milhões de pessoas que passam fome, apesar dos 5 milhões de mortos pela Covid-19, apesar da desigualdade que não para de crescer, apesar dos conflitos étnicos, religiosos e geopolíticos que não raro alimentam as guerras.

Como disse no início desta fala, meu otimismo não nasce do acaso, mas da experiência. Acredito que a humanidade tem jeito porque estou aqui hoje, neste Parlamento Europeu, reunido com representantes de países que em meados do século 20 eram inimigos ferozes no campo de batalha, numa das maiores  carnificinas da história.

60 milhões de pessoas morreram na Segunda Guerra Mundial. É bem provável que os antepassados de vocês tenham lutado em lados opostos. Que tenham matado, morrido e sofrido na pele as atrocidades da guerra.

Vocês e seus países teriam, portanto, razões para se odiarem uns aos outros. No entanto, são protagonistas de uma das mais extraordinárias experiências da história moderna, que foi a construção da União Europeia.

Vocês estão hoje aqui, neste Parlamento Europeu, em clima de paz, buscando juntos soluções para a construção de uma Europa melhor.

Conhecemos o imenso poder de destruir que o ser humano tem em suas mãos, e que ele tantas vezes não hesitou em usar. Mas não podemos jamais esquecer que a humanidade tem também uma extraordinária capacidade de construir e reconstruir.

A União Europeia, o Parlamento Europeu e vocês, senhoras e senhores eurodeputados, são portanto exemplos dessa virtude humana. A União Europeia não é perfeita, como nada é, mas é um patrimônio da humanidade, como exemplo de cooperação e construção da paz entre os povos.

Senhores deputados e senhoras deputadas

Somos 7 bilhões e seiscentos milhões de seres humanos habitando este planeta. Homens, mulheres, crianças e velhos, ricos e pobres, pretos, brancos, gente de todas as cores.

Cada um de nós carrega dentro de si o seu universo particular. Somos diferentes uns dos outros, cada qual com sua individualidade, mas unidos todos por uma certeza ancestral: o ser humano não nasceu para ser sozinho.

O que me faz lembrar do pequeno trecho de uma das grandes obras primas da Bossa Nova, esse gênero musical brasileiro que conquistou o mundo. Um verso que diz o seguinte: “É impossível ser feliz sozinho.”

A verdade é que não é possível sermos felizes enquanto milhões de crianças ao redor do mundo vão dormir esta noite com fome, e acordarão amanhã sem saber se terão o que comer. 

Não é possível sermos felizes em meio a tamanha desigualdade, que cresceu de forma inaceitável em plena pandemia. Os ricos ficaram muito mais ricos e os pobres, ainda mais pobres.

A desigualdade entre ricos e pobres manifesta-se até mesmo nos esforços para a redução das mudanças climáticas.  O 1 por cento mais rico da população do planeta vai ultrapassar em 30 vezes o limite necessário para evitar que um aumento da temperatura global ultrapasse a meta de 1,5 grau centígrado até 2030.

O 1 por cento mais rico, que corresponde a uma população menor que a da Alemanha, está a caminho de emitir 70 toneladas de gás carbônico per capita por ano.

Enquanto isso, os 50 por cento mais pobres do mundo emitirão, em média, apenas uma tonelada per capta por ano, segundo estudo produzido pela ONG Oxfam e apresentado recentemente na COP 26.

A luta pela preservação do meio ambiente para mim é indissociável da luta contra a pobreza e por um mundo menos desigual e mais justo.

É preciso deixar bem claro que o otimismo, a esperança e a fé não podem ser jamais sinônimos de resignação. Por conta disso, eu me considero um otimista indignado.

Em 2009, os países ricos se comprometeram em aumentar para 100 bilhões de dólares ao ano, a partir de 2020, a contrapartida para os países em desenvolvimento preservarem a natureza e enfrentarem as mudanças climáticas. Esse compromisso não foi cumprido, e agora está sendo postergado para mais dois anos, ou seja, a partir de 2023, a transferência de 100 bilhões ao ano para enfrentar a emergência climática.

Iniciativa louvável, que merece ser celebrada. Mas não podemos esquecer que na crise de  2008, os Estados Unidos destinaram 700 bilhões de dólares para salvar da falência bancos que de forma irresponsável investiram em títulos imobiliários podres.

Na mesma época, o G-20 destinou mais 1,1 trilhão de dólares aos países emergentes e ao comércio mundial, para combater os efeitos da crise.

É preciso lembrar também que os Estados Unidos gastaram 8 trilhões de dólares nas guerras pós-11 de setembro. Quantia suficiente para eliminar a fome no mundo e preparar o planeta para lidar melhor com as mudanças climáticas. E que no entanto foi usada para causar a morte direta de mais de 900 mil pessoas em países como Iraque, Afeganistão, Síria, Iêmen e Paquistão. Sem contar as mortes provocadas pela perda de água, esgoto e infraestrutura relacionadas com a guerra.

Ou seja, não faltam recursos para salvar bancos e para causar a morte ou o deslocamento forçado de milhões de seres humanos. Mas na hora de salvar vidas humanas ou o próprio planeta em que vivemos, a solidariedade dos países ricos é dezenas de vezes menor. 

Uma das maiores alegrias que tive quando presidente do Brasil, e mesmo depois de deixar a Presidência, foi percorrer o mundo, a convite dos mais diferentes países, para falar dos nossos extraordinários avanços econômicos e sociais.

Tive a honra de conduzir o Brasil ao posto de 6ª maior economia mundial. E de fazer do país um exemplo para o mundo de como é possível superar a extrema pobreza e a fome, com total respeito à democracia, em um curto espaço de tempo.

Vocês podem, portanto, imaginar o quanto dói participar de grandes eventos internacionais como este e ter que declarar o quanto o Brasil andou para trás desde o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma Rousseff e a chegada da extrema direita ao poder.

O Brasil vive hoje uma tragédia social, econômica, ambiental e sanitária sem precedentes. Temos 2,7 por cento da população mundial. No entanto respondemos por 12 por cento das mortes por Covid registradas no mundo.

Choramos a morte de mais de 610 mil brasileiros. Não chegamos a essa trágica estatística por alguma fatalidade, e sim pela atitude criminosa do atual governo.

O atual presidente ironizou a gravidade da doença. Zombou dos mortos. Atrasou o quanto pôde a compra das vacinas. Fez propaganda enganosa e distribuiu medicamentos comprovadamente ineficazes contra o vírus.

Deixou faltar oxigênio em hospitais. Incentivou e promoveu aglomerações. Induziu a população à desconfiança quanto à eficácia das máscaras. Ajudou a espalhar fake news contra as vacinas, chegando a dizer que elas podem levar as pessoas com HIV a desenvolverem AIDS.

Experiências com medicamentos ineficazes, usando seres humanos como cobaias involuntárias, chegaram a ser realizados no Brasil, reeditando os horrores do nazismo.

Além disso, cerca de 116 milhões de brasileiros, metade da nossa população, vive hoje em situação de insegurança alimentar, de moderada a muito grave. Desses, cerca de 19 milhões, quase duas vezes a população da Bélgica, chegam a passar um dia inteiro sem ter o que comer.

Isso está acontecendo no Brasil, que é o terceiro maior produtor mundial de alimentos.

E está acontecendo porque o Brasil, que em 2014 saiu do Mapa da Fome da ONU pela primeira vez na história, hoje copia o que o neoliberalismo trouxe de pior ao mundo: alta concentração de renda, baixa geração de empregos, destruição de direitos trabalhistas, desmonte das políticas sociais, ausência do Estado, abandono dos mais pobres à própria sorte.

O resultado dessa trágica equação não poderia ser outro: miséria, fome, desesperança.

Mas eu estou aqui para dizer outra vez a vocês e ao mundo: o Brasil tem jeito. Porque ele é muito maior do que qualquer um que tente destruí-lo.

O Brasil é o país que num passado muito recente encantou o mundo com as suas políticas inovadoras, que retiraram da extrema pobreza 36 milhões de pessoas – o equivalente à soma das populações inteiras de Portugal, Suécia, Dinamarca e Irlanda.

O Brasil é o país que assumiu voluntariamente diante do mundo o compromisso de reduzir em 75 por cento o desmatamento na Amazônia, como forma de conter a emissão de gases poluentes.

E cumprimos antecipadamente nossa promessa – entre 2004 e 2012, nós, de fato, reduzimos em 80 por cento o desmatamento da Amazônia, contribuindo para minimizar o avanço das mudanças climáticas.

Infelizmente, os países ricos, justamente os principais responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, não cumpriram a sua parte. Talvez porque os ricos acreditem que tenham como se proteger, e as mudanças climáticas afetarão com maior intensidade os mais pobres, o que é a triste realidade.

Mas o que eles esqueceram é que todos nós – ricos e pobres – precisamos do mesmo oxigênio para respirar, precisamos de água limpa para sobreviver, precisamos de um planeta saudável, onde nossos filhos possam viver com saúde e paz.

Felizmente, essa era de trevas que se abateu sobre o planeta, por conta da ascensão de governos de extrema direita pelo mundo afora, emite claros sinais de que está chegando ao fim.

Partidos e candidatos progressistas vêm conquistando importantes vitórias. Isso está acontecendo em vários países, e estou certo de que vai acontecer também no Brasil, a partir da eleição presidencial do ano que vem.

O Brasil voltará a ser uma força positiva no mundo. Voltaremos a ser criadores de políticas públicas capazes de mudar para melhor o nosso planeta.

Acreditamos num mundo multipolar. Voltaremos a ter uma política externa altiva e ativa. Vamos fortalecer o Mercosul, reconstruir a União de Nações Sul-Americanas, a Unasul, e ampliar nossas parcerias com a União Europeia. 

Vamos aperfeiçoar os termos do acordo Mercosul-União Europeia.Não queremos uma América Latina voltada exclusivamente para o agronegócio e a mineração. Temos total capacidade de sermos também países industrializados, tecnologicamente avançados.

O acordo hoje se encontra paralisado, por conta da desconfiança de países europeus quanto ao cumprimento dos compromissos ambientais assumidos pelo governo brasileiro.

Temos imensas extensões de terras agricultáveis, temos tecnologia, pesquisas agropecuárias avançadas. Nossa produção de alimentos não precisa desmatar a Amazônia para exportar soja ou criar gado. As atividades criminosas dos que destroem o meio ambiente devem ser punidas, e não podem prejudicar toda a economia brasileira.

Temos uma biodiversidade extraordinária, e os nossos biomas haverão de se regenerar após a extinção do atual governo, que estimula o desmatamento e as queimadas, o avanço do garimpo em áreas de proteção ambiental, os ataques aos povos indígenas.

O povo brasileiro não quer que essa destruição continue. Os brasileiros querem a Amazônia viva e de pé. E para isso, é necessário construir alternativas sociais e de desenvolvimento, com ciência, tecnologia e o protagonismo e respeito aos povos que vivem na floresta, seus saberes e sua cultura.

Meus amigos e minhas amigas,

Acreditamos num mundo cada vez mais plural, unido em torno de valores como solidariedade, cooperação, humanismo e justiça social. Acreditamos numa nova governança mundial, começando pela ampliação do Conselho de Segurança da  ONU, e vamos continuar lutando por ela.

Acreditamos que somos capazes de construir no mundo uma economia justa, movida a energia limpa, sem a destruição do meio ambiente e livre da exploração desumana da força de trabalho. 

Acreditamos que outro Brasil é possível, outra Europa é possível e outro mundo é possível – porque, num passado muito recente, fomos capazes de construí-lo.

Podemos ser felizes juntos. E seremos.

Muito obrigado a todos.

https://pt.org.br/leia-o-discurso-de-lula-no-parlamento-europeu/

domingo, 14 de março de 2021

O Encantado

O Brasil não é para amadores. Sua cultura é absolutamente complexa. Começa com este texto que navega pela cultura negra brasileira, que apesar dos esforços dos militantes raciais ao longo de décadas, a começar pelos artistas negros, ainda não consegue dominar o país como cultura principal dado o percentual altíssimo de negros na população do Brasil.

A cultura do Brasil, infelizmente, possui muitos vícios terríveis ao ponto de desgraçarem o país, como está acontecendo agora. Não interessa a classe social do brasileiro, não interessa onde está morando, se dentro do país ou no exterior, não interessa o nível educacional, se superior, PHD ou analfabeto, todos, absolutamente todos, compartilham destes mesmos vícios horripilantes que chocam certos estrangeiros mais eruditos.

Este vídeo do canal Meteoro, com 3:45 minutos, explica mais ou menos o que significa o complexo de vira-latas que todo brasileiro carrega durante sua vida.

Trata-se de um país transbordante de tradições culturais e riquíssimo em todas as áreas que você nomear, tão rico que esta mentalidade de destruição ainda não conseguiu sequer riscá-la, quanto mais ameaçá-la, e por isso os competidores internacionais vivem de olho neste país e se apavoram com sua possível ascensão mundial, como estava acontecendo nos anos em que o partido dos trabalhadores, o PT, esteve no poder por quatro mandatos populares consecutivos, em liderança na América Latina para a qual serviu de exemplo, e agora acontece ao contrário, a América Latina dá lições muito sérias ao Brasil. Não se trata do ciclo político que se reveza entre a esquerda e a direita, trata-se de imbecilidade mesmo, de suas classes dominantes, principalmente.

Eu não recomendo que você venha aqui, querido estrangeiro, a não ser que você esteja odiando seu país de origem e queira ver como seria de outro jeito, pra voltar correndo para lá, porque o Brasil não é para amadores. São muitos os lances, as excessões, as culturas entranhadas, que não dá para dominar com facilidade sem ter-se nascido no seio desta população calejada de tanta indignidade, perseguição e desprezo.

Mas no Brasil tem coisas boas, e pessoas boas, e uma delas é o ex-presidente Lula, hoje praticamente um herói mundial, que recentemente recebeu seus direitos políticos depois de libertado de uma prisão política que durou 580 dias por crimes que não existiram, e provas que não apareceram, por um sistema judiciário dos mais corruptos do mundo, que agora tenta se re-erguer das cinzas e devastação que provocou os vazamentos de conversas por um simples hacker que também foi preso por um período.

Mas vamos ao texto cultural mais leve que dá um panorama do que é parte da cultura brasileira, mas que às vezes parece uma cultura alienígena não-branca e descendente de européia, como tantos se jactam de se orgulhar. Este texto é inspirado no impacto mundial do discurso que o ex-presidente Lula proferiu no dia seguinte em que seus processos foram anulados pelo Ministro Juiz Edson Fachin do STF - Supremo Tribunal Federal - no dia da Mulher, 08/03/2021. Ao invés de exilar-se, Lula permitiu-se ser preso porque queria provar que era inocente e ver toda a artimanha da corrupção exposta, o que incluiu a imprensa livre hegemônica, e para isso nomeou um livro lançado a seu respeito como "Lula: A Verdade Vencerá". No momento Lula está em vias de conseguir esse reconhecimento nacional e internacional.

Lula, o Encantado

O Lula deve ser alguma espécie de entidade, um Exu! 

Um encantado como dizia Jorge Amado. Um Exu daqueles danado e desconcertante de pé, na encruzilhada da história. Carrega com ele a própria dualidade, ou se ama ou se odeia! 

Ao mesmo tempo que consegue sentar ao lado de intelectuais e debater os problemas da sociedade, daqui a pouco está varando os sertões nordestinos feito um Corisco. No palanque transforma-se num Uirapuru, todos fazem silêncio para ouví-lo! Feito as flexas de Oxóssi, suas palavras são certeiras e ferem a hipocrisia, por isso é odiado. 

Mas esse Lula também tem Oxum, consegue embalar os sonhos de muita gente na beira do Rio São Francisco. Sonhos sonhados desde o império! Trás ouro em forma de programas sociais que transformam uma lamparina em algo incandescente que ilumina os quintais, trás luz para todos. Trás de volta um João Cândido altivo, que reivindica mais uma vez as águas de Iemanjá. 

Esse Exu Lula é danado de mais! Ao invés de whisky prefere marafo! Ao invés de valsa prefere ouvir as músicas de seu conterrâneo lá de Exu de Pernambuco! Mas esse Lula, também como Ogum e Yansan, gosta de combate, foi assim nas greves do ABC, está sendo assim encarcerado. Ele também tem um jeito de Oxalá velho, anda devagar e tranquilo, ciente da sua própria história, não precisa impor a sua antiguidade. 

É respeitado pelo mundo inteiro. Esse Lula tem um pouco de Xangô, fez justiça para a própria justiça! Mas a balança da justiça, como sabemos, às vezes pende para o lado errado. Mas o Lula é um Exu, ele é o próprio movimento e atemporal! Ele está encarcerado e ao mesmo tempo não está! Está nos muros, nos cartazes e na boca do povo que acende uma fogueira num acampamento. 

Como um ebó, está assentado num tijolo das muitas universidades que mandou construir ou num caderno de uma criança que mandou para escola. Esse Exu barbudo que é o Lula está esperando baixar nesse imenso terreiro vermelho que vai se transformando o Brasil. Talvez por isso alguns estão amarelos de medo, medo da entidade Lula, medo do Exu Lula. Saravá velho caboclo, saravá Lula.

TEXTO DO OGAN FLÁVIO DE IYÉMÓNJÁ

Observação: Quando este texto foi escrito, Lula ainda estava preso politicamente na Polícia Federal de Curitiba, mas o texto não perdeu a essência e merece ser compartilhado. Lula continua mostrando, dia após dia, quem ele é, uma entidade, um Exu guerreiro, um encantado, um pássaro que todos se calam para ouví-lo e vê-lo voar, uma luz que enche a vida do povo de esperança. 

https://jornalggn.com.br/cronica/lula-o-encantado-por-ogan-flavio-de-iyemonja/

Agora vejam até que ponto chega a imbecilidade das vulgo mais inteligentes cabeças do Brasil enfronhadas no sistema mais importante que um país pode ter, o sistema jurídico, zelador da moral e que julga os crimes para erradicá-los. Em tempo, é bom lembrar que "Lava Jato" é o nome de uma operação da Polícia Federal inventada para erradicar a corrupção no meio político brasileiro, e que hoje se mostra como sendo o pior caso de corrupção do planeta, fonte de estudos internacionais por muitas décadas no porvir.

Lava Jato Investiga Se Lula Roubou Cristo, vídeo de 11:08 minutos do canal Meteoro:

https://www.youtube.com/watch?v=KMFQKYhUZhI

Discurso antológico de Lula após poder tornar-se candidato de novo à presidência da república, se não forem inventadas outras estratégias políticas para tentar-se detê-lo como se tem conseguido com apoio de corruptores internacionais, 

Veja os melhores momentos do discurso do ex-presidente Lula em vídeo com 20:24 minutos pelo Brasil de Fato:

https://www.youtube.com/watch?v=JcLFNYO_kQ4

Ou veja o discurso de Lula completo em vídeo de 2:40:48 horas:

https://www.youtube.com/watch?v=S7mBgWMdBI0

O que o mundo está falando:

https://www.brasil247.com/midia/guardian-new-york-times-financial-times-imprensa-internacional-repercute-anulacao-dos-processos-contra-lula Guardian, New York Times, Financial Times, imprensa internacional repercute anulação dos processos contra Lula

https://www.brasil247.com/midia/the-economist-destaca-lula-pode-concorrer-novamente-em-2022-rhtbkky8 The Economist destaca Lula pode concorrer novamente em 2022

https://www.brasil247.com/tanostrends/personalidades-reagem-a-entrevista-de-lula-faz-discurso-de-estadista-e-de-candidato-que-vai-dar-trabalho Personalidades reagem a entrevista de Lula que faz discurso de estadista e de candidato que vai dar trabalho

https://www.theguardian.com/world/2021/mar/08/lula-convictions-annulled-by-brazil-judge-bolsonaro-election-2022 Brasil: Lula tem condenações anuladas, o que o deixa livre para desafiar Bolsonaro

https://www.nytimes.com/2021/03/08/world/americas/brazil-lula-supreme-court.html O ex-presidente Lula do Brasil pode concorrer a um cargo novamente uma vez que seus processos judiciais são arquivados

https://www.ft.com/content/84648ae0-9e19-442d-9c61-1a40f5067670 Lula da Silva’s return poses challenge to Bolsonaro in Brazil

https://www.ft.com/content/2b57edb8-1e4a-4a0a-b4e6-6b3ecfe0669b Brazil’s Lula da Silva returns to political fray with Bolsonaro attack

https://www.ft.com/content/90556eda-a658-4849-be51-fff7c0a99a23 The unhappy consequences of Lula’s return


The Guardian, Inglaterra
O ex-presidente trucida a resposta ‘cretina’ de Bolsonaro à Covid em sua primeira aparição na ‘volta’

Le Monde, França
Lula fustiga as "decisões tolas" tomadas por Jair Bolsonaro na Covid-19 

El País, Espanha
Lula volta à cena política contra Bolsonaro

Público, Portugal
"A verdade prevaleceu”, diz Lula sobre a anulação das suas condenações. | bit.ly/2N6hqgX | bit.ly/3rEDiiu

Diário de Notícias, Portugal
Lula da Silva. "Vou dedicar o resto da minha vida a este país"| bit.ly/3t9j14Z

Alexandre Bandeira, entrevista (RFI, França)
“Sergio Moro foi o principal derrotado com anulação da condenação de Lula” | bit.ly/3crThua

Le Monde, editorial (Le Monde, França)
“Os novos desafios de Lula no Brasil” | bit.ly/3qCZ8BV

Il Messaggero, Itália
Brasil, Lula agradece ao Papa Francisco pelo apoio: "por enquanto, não penso em candidatar-me" | bit.ly/3eGBmTh

Expresso, Portugal
“Não tenham medo de mim”: Lula falou ao Brasil | bit.ly/3qCZ8Sr

El Diário, Espanha
Lula volta com política nas veias e na mente nas eleições de 2022 | bit.ly/3l5BNaI

El Diário, Espanha
Lula: “Sei que fui vítima da maior mentira jurídica dos últimos 500 anos” bit.ly/3rEvvkH

El Diário, Espanha
Lula evita manifestar-se sobre suas aspirações presidenciais | bit.ly/3l4rnYM

La Vanguardia, Espanha
Lula entra em campanha sem confirmar se aparecerá nas eleições presidenciais | bit.ly/3esYSTr

Deutsche Welle-en, Alemanha
Lula do Brasil detona as políticas 'imbecis' de Bolsonaro para a Covid-19 | bit.ly/3qBWmN2

Euronews, Portugal
Lula não se compromete com 2022 | bit.ly/2OpSLod

Zeitonline, Alemanha
Supremo tribunal anula sentenças contra ex-chefe de Estado brasileiro | bit.ly/30xuWNR

The Independent, Inglaterra
Brasil 'Lula' critica duramente Bolsonaro, evita comentar sobre nova corrida presidencial | bit.ly/3bDH8TH

Morning Star, Reino Unido
O regime de direita do Brasil teme popularidade de Lula | bit.ly/3eo8Qpc

Le Figaro, França
Lula pronto para desafiar Bolsonaro em 2022 | bit.ly/3cl2291

RFI, França
"Não sigam nenhuma decisão imbecil deste presidente: tomem vacina", diz Lula | bit.ly/3t9j1lv

El Periódico, Espanha
Lula: “Sei que fui vítima da maior mentira jurídica dos últimos 500 anos” | bit.ly/3vhoYi4

El Periódico, Espanha
O árduo regresso de 'Lula' | bit.ly/3ldarPZ

Jornal de Notícias, Portugal
Lula da Silva: "A dor que sinto não é nada diante da dor de milhões" com a covid. | bit.ly/3v91ETT

El Mundo, Espanha; ABC, Espanha
Lula da Silva diz ter sido vítima de "mentira jurídica" | bit.ly/3qCZc4D | bit.ly/3bByghp

Financial Times, Inglaterra
Lula da Silva do Brasil retorna à luta política com ataque a Bolsonaro | on.ft.com/3l5FrBg

Les Echos, França
De volta à cena brasileira, Lula joga na polarização contra o Bolsonaro | bit.ly/3eu6VPO

Corriere della Sera, Itália
O retorno de Lula: "vítima de uma grande mentira, agora vamos nos unir contra o Bolsonaro" | bit.ly/3qCZdpd

Le Nouvel Observateur, França
Brasil: Lula faz campanha contra o Bolsonaro, mas ainda não é candidato | bit.ly/30uM1bg

The Times, Inglaterra
Lula, o herói da esquerda brasileira, está de volta para desafiar Bolsonaro | bit.ly/3qCZecL

Le Soir, Bélgica
Brasil: retorno inesperado de Lula à arena política | bit.ly/38uFeCB

The Irish Times, Irlanda
Lula retorna à luta política do Brasil com ataque Bolsonaro | bit.ly/38vx3pG

Tribune de Genève, Suíça
Lula, uma reviravolta sem precedentes e devastadora | bit.ly/2ONICSo

Spiegel International, Alemanha
Ex-presidente Lula chama a política de Bolsonaro contra a pandemia de "insana" | bit.ly/3ryn5eN

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2021

Depois do Cansaço

Minha nossa, o tempo passou e eu não vi, entretido com meu trabalho voluntário aqui no Brasil. Mas não seja por isso, é hora de se divertir. Então, vai aqui os dois vídeos do The Voice Austrália de 2020 que não assistimos. Achei estes vídeos para mostrar para uma amiga que não conhecia o programa versão australiana, a propósito de uma versão portuguêsa que ela havia postado, a qual achei similar à versão brasileira no exagero dos jurados. Falei pra ela que na Austrália os jurados são mais educados, discretos e têm classe, e então fiquei com saudades de lá. Será que é isso mesmo?

Então vamos lá, nos divertir... com classe. Melhores momentos de 2020 das audições às cegas, parte 1 e 2.

The Voice Australia 2020: Best Blind Auditions & Moments | PART 1, 22:09 Min

https://www.youtube.com/watch?v=Tq46EgnCM_o

The Voice Australia 2020: Best Blind Auditions & Moments | PART 2, 28:59 Min 

https://www.youtube.com/watch?v=8duk0TLw5rU

“Quando semeava, uma parte das sementes caiu à beira do caminho... outra entre as pedras... outra parte caiu no meio dos espinhos... outra caiu em terra boa e deu frutos”. Jesus Cristo