Jeitinho Brasileiro Importado

O homem dos 7 instrumenotos

Quando eu vivia no Brasil era o homem dos 7 instrumentos, tinha o costume de consertar tudo dentro de casa, como grande parte dos brasileiros. Para isso eu tinha uma galeria de ferramentas e recolhia tudo o que podia ser útil para guardar em compartimentos, tipo parafusos, porcas, arames, ou pequenas peças que um dia poderiam ser úteis, como realmente foram. Ganhava eu, que podia ser homem e resolver meus problemas sem seguro.

Aqui na Austrália você pode achar quase qualquer coisa destas que precise nas tais lojas de material de construção, que abrangem tudo desde jardinagem até artesanato, ferramentas, apetrechos, passando por pintura e tudo de madeira incluindo portas, janelas, cercas, portões, etc. Tais lojas são o paraíso do macho australiano, para deixar a casa de suas maravilhosas mulheres um brinco. Mas tem coisas que você não pode fazer. Ganha as cadeias de lojas de material de contrução, lógico. 

Isso é capitalismo.

Eu resolvia tudo com meu "jeitinho brasileiro" onde não tínhamos cultura de seguros e ainda resolvo aqui na Austrália, embora com mais dificuldades, onde eles conseguiram substituir o jeitinho de todo mundo por procedimentos estanques como o seguinte. 

Ute (caminhonete) e trailer

Você não pode consertar seu soquete de lâmpada, tem que contratar um eletricista que custa os olhos da cara para fazer um serviço ridículo só porque, se você não fizer direito e a casa pegar fogo por causa de um curto circuito, seu seguro não vai pagar os danos e você vai se tornar um sem-teto vivendo às expensas do governo e do dinheiro dos táxi pêia ("tax payers", pagadores de impostos). Para facilitar a casa pegar fogo, ela é feita quase totalmente de madeira (certamente esta não é a razão, mas ela se adapta direitinho). 

O eletricista tem que ser registrado, ter diploma, geralmente tem um carro caro puxando uma carrocinha cheia de ferramentas ou tem uma van, e cobra um valor padrão de todos os serviçais visitantes, $300 reais por hora. Geralmente eles tem a agenda cheia e fazem você sair do trabalho e ir para a casa a fim de recebê-los. Eles também podem mandar a conta depois, a ser paga pelo telefone, e ai de você se não pagar. A polícia assume daí pra frente pois com dinheiro aqui não se brinca. Por isso tanta gente escolhe ser eletricista, encanador ou jardineiro porque não exige muito da cabeça, eles podem ter seus próprios negócios e vivem quase tão bem quanto um engenheiro. Ganha a companhia de seguros e os eletricistas, claro. 

Isso é capitalismo.

Portanto, o "jeitinho brasileiro" na Austrália tem que se adaptar às leis, senão você sai perdendo e eles também. Ou seja, seu "jeitinho" tem que ser discutido, adaptado e aceito, tem que ser "comunitário". Isso é comunidade no capitalismo, você ser obrigado a aceitar se submeter tornando o ambiente seguro para todo mundo. O problema aqui é que nem todo mundo está de acordo, tornando o ambiente inseguro para todo mundo...

Isso não é algo que faça parte do jeito brasileiro de ser, o fato de discutir suas idéias mirabolantes em público. Talvez porque o brasileiro não dá valor a si próprio, nem às suas próprias idéias, preferindo copiar. Copiar significa que a responsabilidade não é sua, mas de quem você está copiando, e este costuma ser outro defeito dos brasileiros, eles tendem a ser irresponsáveis. Aliás, minto. O brasileiro copiava até 15 anos atrás, porque agora ele cria e até alunos de escolas secundárias ganham prêmios internacionais de criatividade e ciência. Porque agora ele pode criar que sua criação não vai mais pra gaveta.

Você tem notado isso?

Se os grilhões forem afrouxados pelos poderosos, é isso o que
vai acontecer, em outras palavras, as direitas não podem deixar
as esquerdas diminuirem as diferenças sociais pois elas não 
querem perder ou repartir os privilégios

Por causa dos governos do passado, o brasileiro tende a detestar e desrespeitar autoridades. Ele não conseguiu se adaptar às autoridades atuais que foram eleitas por ele. 15 anos não dá pra mudar uma cultura de 500 anos de exploração e mau exemplo. 

Esta ojeriza (aversão) a autoridades vem dos povos Celtas. 

E o que temos a ver com os Celtas?

Se formos comparar as culturas brasileira com a australiana (lembro sempre que cultura australiana significa anglo), iremos descobrir que todos tem "jeitinhos" que são aplicados diferentemente. Aqui na Austrália o que não falta é gente irresponsável do mesmo jeito, então isso não é defeito do brasileiro apenas. É defeito de criação, educação, e provavelmente existe em todo o planeta.

Cultura australiana

O pior "jeitinho australiano" é o de extrair dinheiro dos benefícios sociais, um "jeitinho" clássico importado da Inglaterra e da Europa em geral para a Austrália. É basicamente o que o brasileiro classe média tradicional gosta de dizer sobre o que eles imaginam ser os beneficiários do Bolsa Família, ou Minha Casa, Minha Vida, que ganham dinheiro do governo pra não trabalhar. Claro que existem os exploradores, mas no caso do Brasil, a maioria tem merecido mesmo. E aqui na Austrália, qual é a desculpa, se todo mundo é obrigado a ter curso secundário e é considerado classe média? Ignorância não é desculpa.

Apesar das igualdades, existem diferenças culturais entre todas as regiões do mundo. Todas as culturas são melhores numas coisas, piores noutras. Mas o importante seria que o brasileiro se orgulhasse do Brasil e de ser brasileiro, porque depois de 15 anos vivendo na cultura inglêsa, hoje eu sei que temos muita coisa a ensinar a este mundo.

Chato sou eu de falar sobre os governo atuais do Brasil,
contra a opinião de todo mundo

O povo brasileiro devia dar graças a Deus ter tido estes últimos dois governos que colocaram o país no cenário mundial onde hoje ele não só é respeitado como muitas de suas soluções têm sido copiadas por outros países. Finalmente o brasileiro está exportando sua criatividade. Meus colegas indianos me dizem como a Índia está muito melhor hoje em dia depois que implantou políticas aprendidas no Brasil através de suas comissões enviadas anos atrás com esta intenção. Mas o brasileiro comum das ruas, as tais classes médias tradicionais, não consegue enxergar nada do que acontece no exterior, ignorando inclusive as influências da crise estrangeira na política e economia brasileira. 

E principalmente ele não enxerga porque só enxerga o que a festiva e colorida mídia brasileira diz, a qual tem sido utilizada para desestabilizar o futuro brilhante deste país abençoado por Deus para ele não competir com os poderosos de hoje, pois é talvez a maior ameaça ao poderio estabilizado mundialmente. O Brasil criou brios e hoje ele se impõe no cenário mundial.

Mas você pode destruir isso, se quiser. 

Os Celtas

Afinal, o que diabos os brasileiros têm a ver com os Celtas?

Quanto mais baixo o nível da pessoa na Austrália, mais arrogante ela se mostra, e mais submissão às autoridades, mais intransigência em respeitar as leis, como se isso fosse prova de educação. No Brasil é ao contrário, quanto mais alto o nível, mais arrogante é a pessoa que se acha justamente acima da lei. Isso regula todo o processo social em nossos países e é difícil a adaptação do brasileiro à uma sociedade de ponta-cabeça. Aquele que apregoa que se adaptou simplesmente deixou de ser ele mesmo para bajular os "superiores", ou seja, entrou no esquema. Quanto aos estrangeiros se adaptarem ao Brasil é fácil pois é só relaxar.

Comércio ambulante informal, impossível na Austrália. Sem teto não
tem como se virar...

Nem 8 nem 80. O brasileiro não respeita autoridade porque suas autoridades historicamente tem sido de gente que se impôs pela violência e que tem promovido a injustiça social. O australiano confia em suas autoridades porque elas lhes impõem pesadas multas nos seus bolsos com uma rede policial eficiente. A filosofia é punir onde a pessoa mais sente, no seu bolso, e ser eficiente em fazê-la pagar, enquanto que justiça social vem de todo mundo trabalhar e ganhar bem (algo que está se deteriorando) para manter de pé o sistema capitalista, sem o que ele não funcionaria (vide comércio informal).

Depois de um tempo vivendo na Austrália você descobre que o motivo das leis e da organização é simplesmente explorar os outros com qualquer desculpa que seja aceita. É tudo revestido com um verniz de distinção e dignidade, mas na essência, se você parar para pensar e examinar, infelizmente a coisa não é tão bonita assim.

Neste exato momento o governo do estado de NSW está propondo aumentar o imposto do GST, de 10% a mais no custo dos produtos para 15%, o qual era pra durar dois anos mas já leva mais de 15 anos, a fim de custear melhoras no sistema de saúde e educacional. Infelizmente esta é uma desculpa esfarrapada.

E os Celtas?

Celtas? O que diabos nós, brasileiros, temos a ver com os Celtas finalmente?

Metade dos ancestrais dos austrailanos é irlandêsa.

Bem, os celtas seriam antepassados dos irlandeses e escoceses, e estes povos são conhecidos por suas intolerâncias a autoridades. Tais povos imigraram para suas terras atuais do seio da Europa medieval, e junto com tais imigrantes alguns foram para o Brasil em formato do que se considera judeus perseguidos.

Justo Veríssimo, mais um personagem de Chico Anysio, hoje seria
pobrefóbico, mas pobre ainda não tem o mesmo prestígio de gay, 
então ele não estaria cometendo nenhum crime de preconceito

Mas esta história você não vai encontrar em lugar nenhum, ou pelo menos vai ser muito difícil ligar os pontos. Hoje em dia até Gilberto Freire é considerado anti-semita, ou seja, defamado por isso. Foi ele quem surgiu com a ideia de que os judeus emigrados da Península Ibérica para o nordeste trocaram seus sobrenomes para nomes de plantas.

Por um lado é até melhor dizer que ele estava mentindo mesmo pois, sem saber das raízes, ninguém vai reinvidicar nenhum direito de ser diferente, superior, melhor ou inferior, e também não será discriminado ou perseguido, e esta é outra grande qualidade do brasileiro, não ter preconceito contra nenhuma raça e considerar todo mundo igual.

Exceto quando se tem dinheiro ou não, aí a pessoa é diferente e discriminada...

Este é o único preconceito brasileiro, ser rico ou pobre, preconceito de classe social. Um tremendo preconceito. O preconceito contra negros vem simplesmente deste motivo, porque geralmente os negros no Brasil são pobres. Ou eram, antes dos últimos governos, já que, entre outras coisas, eles hoje tem cotas pra entrar nas universidades e sairem da pobreza...

Os Celtas eram os descendentes dos povos neolíticos que viviam a norte e a oeste da Península Ibérica. Se dedicavam ao gado e eram bons artistas do bronze e do ferro. 

Viviam em aldeias (castros), algumas ainda em ruínas. Os cantabrianos eram um dos vários povos celtas que vivia no norte da península, junto com os galegos e os ástures. 

Depois de um tempo eles se misturaram com os ibéricos, formando a cultura dos celtiberos. De modo que os brasileiros tem mais a ver com os Celtas do que imaginam...

Celtas versus Anglos

A melhor forma de entender as diferenças entre os Celtas e os anglos é observar a cultura australiana. A maioria dos australianos, cerca de 60%, ainda é descendente de ingleses... e irlandeses (Celtas). Para cá eram enviados os detentos da pátria-mãe, a Inglaterra, no início da colonização, parecida com a colonização do Brasil nesse ponto de enviar degredados, o que incluia principalmente os ladrões. Por isso roubar faz parte da cultura australiana, onde o "shop-lifting" é muito comum e difundido (roubar mercadorias em lojas). 

No Brasil você não tem que se submeter a um funcionário olhando dentro da sua bolsa quando você sai de um grande magazine, mas aqui você tem que engolir isso, a pressuposição de que você é ladrão. Algum brasileiro já lhe contou isso?

Um duende ou elfo leprechaun com sua cerveja irlandêsa

Irlandeses sempre foram a pedra no sapato dos ingleses que não conseguiram dominá-los por completo, como finalmente dominaram os escoceses (também Celtas). Então, para a Austrália também eram enviados detentos que não eram criminosos, mas apenas dissidentes políticos, ou seja, carradas de irlandeses capturados.

A cultura australiana então desenvolveu-se sobre estas duas tradições raciais que falam a mesma língua. Eles são antagônicos mas na Austrália eles convivem e suas origens muito se misturaram. Por isso na Austrália tem Católicos, por causa dos irlandeses, quando a maioria se diz atéia e faz goga de Deus e Cristo, mas para todos os efeitos, a Austrália é um país cristão. Por isso a Austrália tem cultura de pubs e bêbados batendo nas pessoas, porque os irlandeses adoram festividades até cair, e bater nas pessoas é apenas um agregado oportunista. Por isso a fama da Austrália ser "laid-back" (relaxada), depreciativamente com relação aos britânicos intransigentes, mal-humorados e donos do mundo, pela influência dos irlandeses. Tenta-se associar esta fama ao clima, às praias, mas ela se reporta mesmo aos descontraídos irlandêses.

Ilustração de camisa para presente masculino na Austrália,
Ned Kelly, 1854-1880, Tal É a Vida, Legendário Fora-da-Lei
http://www.mensgiftspot.com.au/ned-kelly-such-is-life-singlet.html

Ned Kelly

A Austrália teve seu próprio Robin Hood, chamado Ned Kelly. Ele era um irlandês que roubava dos ricos para sustentar os pobres, que também eram irlandeses, os desprezados sociais históricos que ainda hoje sofrem discriminação e menosprezo. Ned Kelly era uma espécie de Lampião do sertão brasileiro na Austrália, heróis fora da lei cujas histórias se tenta apagar diminuindo-lhes o impacto e a importância social, pois não se deve incentivar comportamentos dissidentes que podem destruir o capitalismo e consequentemente a riqueza dos poderosos que substituiram os reis europeus da idade média, esta é a crença.

Carnaval

Pois bem, o brasileiro adora Carnaval que é uma festa pagã, ou seja, pré-cristã, mesmo que tente-se associá-la ao cristianismo. Carnaval se parece mais com as festas Celtas ou ciganas... como não vou pesquisar sobre isso agora, fica a dica para quem quiser ter este trabalho. Já que estou mencionando isso, pesquisar é difícil se você não tem uma linha de raciocínio lógico a lhe guiar, devido à quantidade muito maior de mentiras propagadas pela história oficial que, se você seguir, vai dar em lugar nenhum e continuar com interrogações. Lembre-se da regra geral que diz que a história oficial é escrita pelos ganhadores da guerra, ou seja, não dá pra se confiar. Lembre-se também que, antes do Youtube e da internet, ninguém podia publicar nada que não fosse aprovado pelas editoras ou gravadoras. Daí a revolução da internet...

"Sou irlandês. Apenas aparento ser doce e inocente...", crítica da

oposição.

Duende

Leprechaun, ou seja, duende, é um tipo de elfo no folclore irlandês. É geralmente representado como um velhinho, vestindo um casaco e um chapéu, que gosta de tomar parte em trelas que carrega um trevo de quatro folhas (raridade), símbolo da sorte. 

Eles são criaturas solitárias que gastam o tempo consertando sapatos e são donos do pote de ouro escondido no fim do arco-íris. Se capturado por um ser humano, o leprechaun tem o poder mágico de conceder três desejos em troca de sua liberdade. Como outras fadas irlandêsas, leprechauns podem ser derivados do Tuatha de Danann. Leprechaun e criaturas semelhantes raramente aparecem na mitologia irlandesa e só se tornou proeminente no folclore mais tarde. Representações modernas de leprechauns são em grande parte baseadas em caricaturas e estereótipos depreciativos do século 19 sobre o povo irlandês. Não existe leprechaun feminino como elfos e a estória do arco-íris foi inventada para torná-lo simpático às criancinhas.

Emblema irlandês, claramente oriental

Tradicionalmente, o Leprechaun é conhecido como amante de seu cachimbo, do pub (bar), de dinheiro e surpreendentemente da dança também. Ele fala com sotaque carregado do sul da Irlanda. Amantes de dinheiro são tradicionalmente os judeus, não por vontade própria, mas como única alternativa de vida para um povo sem terra.

Diz-se que duendes são como os elfos, mini-homens que ajudam Papai Noel a construir seus brinquedos, ou seja, mais uma ligação folclórica entre povos afastados geograficamente hoje em dia. Enquanto elfos são considerados como crianças endiabradas, Papai Noel é uma lenda originada na Holanda com nome derivado de um bispo grego e a partir do deus invernal pagão Odin dos povos germânicos que viviam na Escandinávia, e não propriamente do Pólo Norte, que é associado a cura, morte, direitos, força, conhecimento, batalha, magia, poesia, frenesi, e alfabeto rúnico (dos germânicos antigos), origem das línguas germânicas. 

Se vocês forem atrás das razões de todas as lendas, vão descobrir coisas extraordinárias.

Papai Noel seria um mago espiritual e bonachão daqueles tipos assassinados na idade média, cuja fama perdurou em forma de lenda? Há sempre muitas semelhanças entre as estórias que são transformadas em lendas, ou seja, verdade transformada em fantasia.

Veja como o mundo deprecia os irlandêses: yoga irlandêsa.

A história mais correta é sempre aquela que reside nos habitantes mais antigos das comunidades indígenas ou afastadas da influência da vida social moderna das metrópoles, onde as origens do mundo se dissiparam sendo substituídas por crenças ligadas ao poderio econômico de modo a subjugar as pessoas aos valores impostos por eles.

É da cultura irlandêsa lutar pela justiça, pelo que é certo, "você não precisa ser irlandês para lutar pelos direitos humanos".

Veja quantas dicas históricas estão embutidas nestas estórias tornadas "lendas" pelos ganhadores da guerra! Que tal ligar os pontos às avessas a fim de descobrir a verdade e quebrar sua cara? Vai ter que brigar com todos os seus ex-professores de história, caso ainda tenha algum contato.

Que a sorte esteja com você

Os irlandêses costumam ser ridicularizados pelos anglos com os
mesmos tipos de piadas com que os brasileiros depreciam seus ancestrais portuguêses e eles próprios. 

O pessimismo e a minusvalia 
têm sido incrustrados nas nossas culturas latinas e nonchalant (indiferentes, relaxadas), rivais dos dominadores pela mídia controlada por eles em todos os tempos desde que esse extra poder foi descoberto.

A guerra do controle da mente não implica em engenhocas eletrônicas, mas simplesmente indução psicológica mesmo e existem muitos meios de se conseguir este intento a começar pelo paradigma científico e educacional ocidental baseado na filosofia aristotélica. Ih, de novo não dizendo coisa com coisa...

E então, o que os brasileiros têm a ver com os Celtas mesmo?

O jeito relaxado de ser o torna criativo. E criatividade leva a criar "jeitinhos" novos de sulucionar problemas. Embora o jeito organizado de ser possa criar civilizações mais estáveis, o convívio entre os dois tipos de cultura tem muita coisa a ensinar-se uma à outra. A rotina cria um ranço que deve ser quebrado de vez em quando a fim de que a vida possa florescer.

Capitalismo

Antes que me taxem de comunista, convenhamos, o capitalismo foi uma das maiores invenções da humanidade pois carreia o egoísmo e a ruindade de uns para promover o bem de todos. 

O único problema é a concentração de renda. Estou dizendo alguma novidade?

Macho Beach Australiana

Desculpe o trocadilho com Mulher Bitch Australiana...

Simon Baker é tido como o arquétipo do homem australiano, para quem se interessar pelo assunto. Louro, estilo beach boy, de pele queimada pelo sol do surf na praia, de uma elegância descontraída e personalidade fugidia, esboçando um misto de timidez com orgulho de quem tenta fingir ser o que não é, o tipo que pede desculpas por ser heterossexual ao responder perguntas em entrevistas.

Parece mas não é Heather Ledger, não é Hugh Jackman, não é
Paul Hogan, o Crocodile Dundee, não é Steve Irwin, o Crocodile
Dundee da vida real, todos parecidos mas é Simon Baker

Bem casado a 17 anos e com três filhos, ele ainda retorna à praia e a seus amigos de infância e juventude hoje em dia para surfar. Ator que se considera mediano, participou de duas séries de TV de longa duração, o Guardião e o Mentalista em que faz um ex-pilantra muito observador que tornou-se auxiliar de polícia, na linha de que é a inteligência que capta as coisas geralmente creditadas ao sexto-sentido, como forma de desbancar a espiritualidade das pessoas.

Simon Baker fez o papel de Patrick Jane em O Mentalista - The Mentalist, e mesmo antes, o de Nick Fallin em O Guardião - The Guardian, com base no que aprendeu na Austrália: os códigos de masculinidade que assimilou quando era criança de praia. O estereótipo nacional australiano aparece exatamnente como é alí na tela, em todo o silêncio pesado, em todo olhar indireto, em toda pequena centelha de emoção reprimida estilo macho Aussie. E agora ele assumiu de vez com seu primeiro longa-metragem como diretor e ator por tratar-se de uma história que diz respeito a rapazes e homens australianos, e também à própria praia onde tal cultura impera.

O Mentalista

Tendo crescido praticamente órfão de pai, quando os pais se separaram e ele ainda era uma criancinha de cólo, e também tendo o segundo casamento da mãe acabado, cujo padastro chegou a criá-lo por um período embora eles não se dessem bem, isso o fez sair de casa cedo uma vez que Simon realmente criou-se na praia, em Lennox Head, perto de Byron Bay. Simon só veio a ter contato com o pai de novo depois de adulto. Na praia, ele fazia parte de um círculo íntimo de amigos surfistas. Era no mar que ele pensava na vida e fugia da família desmantelada, como um verdadeiro clichê, de acordo com suas próprias palavras.

O Guardião

O modelo de masculinidade que ele aprendeu na praia soa como o clássico arquétipo do australiano: forte, de emoções reprimidas, extrema e obsessivamente auto-depreciativo. "Crescendo na Austrália, conheci muitos desses caras assim", disse ele certa vez. "Você assiste a um jogo de rugby e marca um excelente tento entre as barras mas não tem lugar para muita comemoração de seu feito. É mais ou menos assim: tudo bem, agora baixe a cabeça e tente reprimir até o leve sorriso de alegria. Ria de lado.

A roda de amigos do sexo masculino evitou dele imitar sua progenitora e tornar-se gay, pois masculinidade se aprende, não se nasce com ela e todo homem que se preze tem sempre outro homem para creditar sua salvação... pois ele podia ter se tornado um criminoso e tal...

Seu modelo masculino não precisa ser o seu pai, pode ser qualquer um... que sirva pra ser modelo... também não se trata de modelo de catwalk (passarela)... ih, deixa pra lá. O motivo deste post é justamente esse, porque ao dar uma vista d'olhos pela revista GoodWeekend to jornal The Sydney Morning Herald, li Simon falando sobre suas raízes de masculinidade. 

O surf sempre me atraiu, mas nunca foi minha praia. Ainda mais agora
que tem tubarão em toda parte comendo gente na Austrália quase
toda semana. Banda Beach Boys, que surgiu em 1961 na Califórnia.

Está cada dia mais difícil achar homens por aí, e ainda mais casado a mais de 15 anos, e pior ainda, um ator, então eu quis registrar mais esta possibilidade concreta de alguém que sabe onde aprendeu a ser este homem.

Costumo dizer que já levei sol de praia para o resto da minha vida quando vivia no Brasil. É verdade, não sinto mais falta de praia desde que emigrei para a Austrália. Este país que tem mais praias do que o Brasil por ser um continente/ilha infelizmente não tem praias como no Brasil, de águas mornas e bordejadas de sombras dos coqueiros repletos de água de côco fresquinha e natural. A cor do Oceano Pacífico é mais bonita, de um azul profundo, mas beleza não põe mesa. Todo mundo acha as praias da Austrália lindas, mas nós, que conhecemos as duas, as australianas e as brasileiras do nordeste, sabemos que existe uma grande diferença em termos de bem estar do usuário. 

Austrália e surf são quase sinônimos. Conheça (relembre) aqui uma das mais antigas bandas de rock americanas dos anos 60 e ligadas no surf, muito cultuada na Austrália, que ainda toca direto nas rádios FMs. Esta música suave e gostosa, Kokomo, é a preferida do meu filho, talvez por misturar surf australiano e faliforniano com Caribe (Bahamas, Jamaica), ou seja, América Latina. Veja a banda como está atualmente. Veja como é The Beach Boys em coreano: 비치 보이스

Um lugar chamado Kokomo, tema do filme Coktail com Tom Cruise e

Elisabeth Shue, misturando a banda hoje em dia com cenas do filme

https://www.youtube.com/watch?v=SbqLCMVRU8o

http://www.smh.com.au/good-weekend/beach-boy-simon-bakers-biggest-role-yet-20150703-ghn6ug.html#ixzz3fey8OWC9