Estudantes escracham desembargador que quer pegar Lula antes das eleições de 2018:
https://blogdoliberato.blogspot.com.au/2017/11/estudantes-de-direito-escracham.html
Pra não dizer que não falei das flores... |
Não que eu faça parte deste meio, porque nem sou jornalista nem tenho tempo para blogar como gostaria por trabalhar "full-time" ("tempo integral" e não "intermitentemente"), apenas porque descobri gente com pensamento parecido com o deste eu, que se considerou alienígena durante a maior parte de sua vida por não encontrar espelho em nenhum lugar, nem mesmo na Austrália.
Mas por falar neste tema, eu diria que o empobrecimento dos operários e trabalhadores tem ocorrido em escala planetária, e não só no Brasil do golpe. Como na Austrália dificilmente se permitiria tomar-se tal medida de modificação das leis trabalhistas, aqui a coisa é mais sutil, mais hipócrita e menos perceptível.
Além de já não existir coisas como 13º salário nem carteira de trabalho e a aposentadoria ser aplicada financeiramente, o que tem deixado muito velhinho à míngua quando os bancos quebram, e muitos empregos terem sido perdidos nos últimos anos por empresas deixando a Austrália para países com mão-de-obra mais barata, cujos últimos casos mais escandalosos foram os da Ford, GM (aqui denominada Holden) e Toyota que deixaram definitivamente o país este ano, de uns anos para cá os plenos empregos têm sido trocados por "part-time", aqueles em que a pessoa trabalha cerca da metade do tempo em que trabalhavam no "full-time", o que também pode ser entendido como "trabalho intermitente" que depende de um telefonema. Mas como a coisa é mais bem feita, passa imperceptível principalmente para brasileiros "babacas" que se consideram vivendo no tal paraíso.
Pobre, mas com classe. More nas mais novas mini-casas-móveis como esta da Tumbleweed,Tiny-House Company norte-americana (como exemplo) que talvez você ainda possa comprar, a preço pouco mais caro do que uma 4x4 zero quilômetro. Na Austrália também tem destas novas moradias. |
A crise na Austrália se agrava a cada ano, como mais pessoas sem-teto nas ruas, sem emprego, mais dependência dos benefícios sociais que têm sido cortados e dificultados cada vez mais também, pessoas que, quando conseguem, moram de qualquer jeito, nos fundos das casas dos pais, se amontoando em comunidades dividindo casas e apartamentos com estranhos em beliches, ou até senhoras respeitáveis morando em carros ou caravans estacionadas no meio da rua. Tudo isso pode ser lido no Sydney Morning Herald, tido como o melhor jornal de Sydney em seu web site, não vou nem me dar ao trabalho de procurar para colocar os links aqui desta vez. O link do jornal está aí do lado.
Postando Pouco
Gostaria de dizer que tenho postado pouco porque meu tempo disponível agora vai mais para ler a mídia alternativa com avidez, em busca da verdade sobre o Brasil, cujos links também estão aí do lado, do que para produzir minhas abobrinhas e "opiniões" (em outras palavras, "inúteis"), conforme meus detratores. Parte do meu tempo também tem sido gasto em atualizar, modificar, re-arranjar, organizar estes tais links aí do lado, colocando-os em grupos compatíveis. E tenho uma porção de posts "in progress" (em andamento), aguardando ilustração com imagens "repartidas" da internet.
Minhas opiniões, diga-se de passagem, seriam levadas a sério se eu tivesse um título qualquer, uma condecoração a exibir, ou fosse pelo menos um jornalista de verdade, se bem que hoje em dia nem diploma é mais necessário para isso no Brasil.
Mas o que me desgraça é minha associação com o Espiritismo.
Aliás, sobre este fator, de uns tempos para cá multiplicaram-se os dissidentes do Espiritismo a lhe criticarem e tentarem atualizá-lo diante dos dias e das mentalidades contemporâneas, de modo que o principal objetivo do meu blog tornou-se mínimo agora: já tem gente muito mais competente fazendo o que me propus. Então, bloguinho querido, bye, bye. Links para os detratores e desafiadores do Espiritismo também estão aí do lado, para seu deleite. Toda crítica é saudável, afinal. Crítica civilizada e sem baixaria...
Insignificância
Bem, não pretendo abandonar esta lata de despejo das minhas ideias polêmicas, mas sinceramente, diante de tanta gente competente hoje em dia, à qual tenho tido acesso até porque inventei de levar este blog adiante, eu me calo e me recolho à minha insignificância.
Enche-me de orgulho que exista tanta gente indignada com o andamento do mundo e tentando fazer alguma coisa para contrapor o avanço da insanidade. Deste grupo faço parte.
Calado como quem ouve uma sinfonia de silêncio e de luz...
Também me surpreende cada vez mais quando, por exemplo, um evangélico me envia pelo WhatsApp do Brasil um vídeo com a palavra de um... Espírita! Ora, a minha opinião sempre desprezada acaba prevalecendo, e tenho um orgulho muito grande quando tal coisa acontece, que não é a primeira vez. Trata-se do reconhecimento da verdade acima de qualquer crença. Recebi apenas a metade final deste vídeo, e consegui achar o autor e o vídeo integral na internet, cujo link adicionei imediatamente aí do lado e reproduzo o vídeo abaixo.
Se Colá
O tema do vídeo é "Se Colá", digo, "Jeitinho Brasileiro", e o que mais nos impressionou, eu e a minha esposa, foi pela primeira vez ouvir alguém falar a mesma linguagem que nós sobre a vida no exterior, fora do Brasil. Linguagem crítica e desencantada, realista pé no chão.
Quer dizer, realmente e pensando bem, ultimamente minha esposa tem encontrado brasileiras que têm dito a mesma coisa, para nossa surpresa, pois no passado até recentemente, a grande maioria insistia em dizer que a Austrália era o paraíso, o mesmo servindo para todos os países afluentes, principalmente a América, muito mais corrupta do que a Austrália. A auto-crítica nacional afinal está despontando.
Devo ter citado aqui este caso, mas citarei mais uma vez: uma conhecida de um parente, quando leu o blog da minha esposa, enviou mensagem perguntando "onde é que morávamos, pois no lugar onde ela morava era o paraíso" em Sydney. Pra que esta mulher foi falar isso, meu cumpadre? Depois que ela falou, o tal lugarzinho onde ela mora nos chamou a atenção, e o que é pior, é um dos mais citados nas notícias como vítima de crimes, acidentes, e o diabo a quatro, tudo o que não caracteriza um tal paraíso. Ela não deve ler jornal ou ver noticiário de TV.
Mas não lhe provocamos, deixa ela continuar pensando como pensa pois não é fácil mudar a consciência das classes médias brasileiras, senão impossível.
Rossandro Cresce
O palestrante chama-se Rossandro Klinjey, mas com este nome ele é paraibano com um dos nossos mais maravilhosos e carinhosos sotaques. Veja como este sujeito se refere ao golpe e tudo o que está acontecendo na sociedade brasileira de forma surpreendente e única. Depois caia pra trás.
E para finalizar, registremos nosso regozijo por ter estado testemunhando o pega-pra-capar entre as elites brasileiras, atualmente se engalfinhando.
Aproveito para reproduzir um emocionante e regozijante protesto em Paris cantando a música de Chico Buarque, Apesar de Você, interpretada pela Orquestra Debout no dia 4 de junho de 2016 na praça da República em Paris, contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff do Brasil que ocorreu naquele ano longínquo. Não saberíamos todos nós que o golpe iria perdurar por tanto tempo e destruir completamente o país em 14 anos de crescimento mundial, na nossa ausência, em apenas um ano e meio, uma vingança record:
Na página do vídeo na internet tem o seguinte comentário:
No Brasil, um Golpe do Estado parlamentar afastou do governo Dilma Rousseff, presidente eleita democraticamente, beneficiando um governo interino conduzido por uma direita ultraconservadora e massivamente corrompida. Na França, um governo em total contradição com o programa eleitoral que o colocou no poder impõe com mão de ferro um programa de reformas liberais, bloqueando o debate parlamentar para evitar ficar em minoria. O rolo compressor neoliberal, em todo o lugar, controla a mídia, impõe seu credo e oprime as aspirações dos povos. Em ambos os lados do Atlântico, diante desse assalto à democracia, mulheres e homens se organizam, de pé, para tomar nas mãos o debate político, em praça pública, longe dos holofotes ilusórios da mídia. Em ambos os lados do Atlântico esse combate também passa pela música.
Bella Ciao
Agora o mais incrível: quando contei para um colega turco que o Brasil havia sofrido um golpe de estado nazista, bem diferente do golpe na Venezuela e na Turquia onde o povo reagiu e não permitiu, ele me perguntou se o povo brasileiro não estava nas ruas pelo menos cantando Bella Ciao. Respondi-lhe, "que diabos é isso"? Ele disse, "mas você não conhece a música Bella Ciao?" Falei que não tinha a menor ideia. Ele então me respondeu que eu precisava conhecer.
Ao localizar este vídeo acima na internet, nas sugestões laterais apareceu a mesma orquestra tocando Bella Ciao, e também um outro vídeo cantando-a em várias línguas europeias, incluindo a língua turca do meu colega. Resolvi dar uma chance para conhecê-la. E para minha surpresa, entendi porque ela não é cantada no Brasil e falei para minha mulher, de novo, da diferença entre nós, brasileiros, e o resto do mundo dito afluente.
Agora o mais incrível: quando contei para um colega turco que o Brasil havia sofrido um golpe de estado nazista, bem diferente do golpe na Venezuela e na Turquia onde o povo reagiu e não permitiu, ele me perguntou se o povo brasileiro não estava nas ruas pelo menos cantando Bella Ciao. Respondi-lhe, "que diabos é isso"? Ele disse, "mas você não conhece a música Bella Ciao?" Falei que não tinha a menor ideia. Ele então me respondeu que eu precisava conhecer.
Tema do discurso pronunciado em defesa da república pelo partido comunista italiano, que pode ser traduzido em sincronia com a música "Vai Passar" de Chico Buarque como "os nazistas vão passar" |
Preste atenção à minha conclusão e analogia "brilhante", a "opinião" de alguém que não suspeita, mas vive numa cultura que é cópia da Inglaterra (na Austrália colonizada por britânicos e irlandêses convictos). Agora junte esta pitada de conhecimento com o que o Rossandro falou no vídeo mais acima, misture tudo e abocanhe este bolo mundial gostoso para aumentar o seu prazer e orgulho de ser brasileiro. Isso se você não desenvolveu o complexo de vira-lata muito forte e ainda tem salvação.
A música Bella Ciao (Tchau Querida... ora essa...) é símbolo daqueles que lutam pela liberdade e contra os direitistas nazistas, segundo meu amigo, conhecida na Europa inteira e até no Oriente Médio, mas desconhecida no Brasil, para sua surpresa, já que ele disse que é conhecida em toda a América Latina espanhola. Por ter sido criada na Itália numa época em que os camponeses eram explorados tais como no Brasil até hoje, quem lutava por eles eram os Partisans comunistas de "esquerda" que livraram a Itália do julgo nazista. Foi ao lado desta milícia não oficial que o Brasil lutou na Segunda Guerra mundial e vai ver é por isso que se sabe pouco sobre este episódio da nossa história. Quem luta pelo povo e para o povo é defamado como "comunista" pelas direitas nazistas, riscado da história, então isso quer dizer que trata-se de uma música comunista. Mas não seria por isso que ela é desconhecida no Brasil.
Falei pra ele que finalmente entendi porque a música não é conhecida no Brasil. É porque temos nossas substituições bem melhores, como esta música "Apesar de Você" de Chico Buarque.
A música Bella Ciao (Tchau Querida... ora essa...) é símbolo daqueles que lutam pela liberdade e contra os direitistas nazistas, segundo meu amigo, conhecida na Europa inteira e até no Oriente Médio, mas desconhecida no Brasil, para sua surpresa, já que ele disse que é conhecida em toda a América Latina espanhola. Por ter sido criada na Itália numa época em que os camponeses eram explorados tais como no Brasil até hoje, quem lutava por eles eram os Partisans comunistas de "esquerda" que livraram a Itália do julgo nazista. Foi ao lado desta milícia não oficial que o Brasil lutou na Segunda Guerra mundial e vai ver é por isso que se sabe pouco sobre este episódio da nossa história. Quem luta pelo povo e para o povo é defamado como "comunista" pelas direitas nazistas, riscado da história, então isso quer dizer que trata-se de uma música comunista. Mas não seria por isso que ela é desconhecida no Brasil.
Falei pra ele que finalmente entendi porque a música não é conhecida no Brasil. É porque temos nossas substituições bem melhores, como esta música "Apesar de Você" de Chico Buarque.
Acorda Amor, chame o ladrão que é mais honesto, você já ouviu este disco? Música de Chico Buarque. Acorda, babaca. |
A música Bella Ciao conta a estória de um sujeito que, quando se acorda de manhã, vê seu país tomado de assalto, invadido. Ao proteger-se nos Partisans, na luta, ele diz que, se o pegarem e o matarem, que o enterrem na monhanha sob uma flor. Quem ver a flor se lembrará que ele morreu pela liberdade.
Agora veja a profunda diferença desta música cultuada por um povo belicoso e pessimista como o europeu e os brasileiros pacíficos, amantes da diversidade (antes da patologia nazista), carnavalescos e otimistas. Na música de Chico Buarque se promete recuperar-se assim que o usurpador cair, e ele vai cair, e o povo vai dançar e cantar novamente, apesar do sujeito.
Que música tem mais força?
Por quê o brasileiro não assume sua força e sua importância tão clara no mundo? Falta o quê, minha gente? ... falta sermos mais iguais...
Acorda, babaca!
Música Bella Ciao em 9 línguas (Português tá fora):
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