quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Conceito & Preconceito

Neste momento em que o sul do Brasil finalmente está para se tornar independente, e finalmente todo mundo sabe porque, adotando o portentoso e tradicional nome de Brasemanha Ferkel Holz Republik, é com profundo respeito que divulgo aqui um vídeo que reúne a essência do brasileiro que ainda resta no resto do país, um vídeo sobre os últimos estertores dos verdadeiros "homens de bem" em extinção mas ainda em luta por um híbrido de sapo e polvo escorreguento, trancafiado e estofado de dinheiro enterrado com jóias em algum lugar do planeta que ninguém jamais achará.

Mas antes, vamos ressaltar onde estamos e como nos colocamos nestes tempos bizarros em que família briga com família em nome da família, e as duas figuras mais proeminentes que nos representam de cada lado do espectro psiquiátrico da nossa sociedade atual são o representante de um criminoso preso na cadeia e um um outro que é para você já ir se acostumando.

Se adiantasse pudesse, eu apelaria para quem passar por aqui que se dê ao trabalho de assistir a este vídeo corporativo de uma das maiores empresas mundiais no campo de consultoria empresarial e terceirização de serviços estratégicos e essenciais de tecnologia da informação, presente também no Brasil. O vídeo chama-se Inclusion Starts With I (Inclusão Começa Comigo mesmo, meu sinhô) e tem sido divulgado através do globo nesta empresa originalmente norte-americana mas planetária e globalizada. Trata-se de um vídeo mudo, sem palavras, por isso traduzi os letreiros para vocês, meus eleitores, digo, leitores. Este vídeo veio muito a calhar com este momento brasileiro-alemão crucial de definição das raças:


É o embaraço de entrar numa reunião onde ninguém se parece comigo...
... e o embaraço de ser julgado por sair mais cedo para pegar minhas crianças na escola.
É a frustração quando minha opinião não é perguntada ou levada a sério nas reuniões...
... e a frustração de impor minha opinião só para ser taxado de agressivo e raivoso.
É o aborrecimento quando as pessoas presumem que tenho menos compromisso com a vida da minha família só porque sou homem...
... e o aborrecimento quando as pessoas presumem que tenho menos compromisso com o trabalho só porque sou mãe.
É a pressão de ser um super-homem e não falar sobre o que realmente sinto aqui dentro...
... e a pressão para se encaixar de todo jeito.
É a ansiedade de partilhar da minha vida privada no meio da maioria que é heterossexual...
... e a ansiedade de como os outros reagem à minha incapacidade física.
É a chateação de ser trocado por alguém só porque somos da mesma etnia...
... e a chateação quando os clientes assumem que meu colega é meu chefe porque é branco.
É o stress de sentir que esperam mais de mim simplesmente porque não tenho filhos...
... e o stress quando as discussões não são na minha língua nativa.
É exasperador ser rotulado responsável quando mal sei gerenciar...
... e é exasperador quando as pessoas assumem que não tenho mais capacidade nem ambição.
É a indignação de sentir que minha promoção não é tão festejada quanto a dos outros...
... e a indignação quando pensam que fui promovida só porque sou mulher.
Trara-se do nosso dia-a-dia, gente. De coisas grandes e pequenas.
Trata-se do fato de...
... que a cada a 100 reais que uma mulher ganha, um homem ganha 258...
... que as negras ocupam apenas 3 por cento dos cargos importantes...
... que cada 7 entre 10 pais gostariam muito de terem mais flexibilidade no trabalho...
... que as pessoas desabilitadas são mais vítimas de tratamento injusto em potencial no trabalho do que as não desabilitadas...
... que os transexuais são duas vezes mais vítimas de desemprego e quatro vezes mais prováveis de viverem embaixo da ponte...
... que 1 em cada 4 de nós sofrerá de uma desestabilidade mental por ano...
... que a perfórmance da equipe melhora 50% quando todo munto se sente incluído.
Inclusão e diversidade só não bastam... trata-se também de gênero, etnia, orientação sexual, incapacidade física, cultura, idade e saúde mental.
Trata-se de você. Trata-se de mim. Trata-se de todos nós.
Somos todos humanos.
Somos todos únicos.
E todos nós só queremos uma chance.
A chance de sentirmo-nos valorizados e respeitados pelo que somos.
... e para que nossas diferenças sejam aceitas como provas da nossa capacidade de sobrepujá-las.
A inclusão promove o senso de se pertencer, o sentido de ser e o bem estar.
A diversidade inflama a criatividade, a capacidade de resolver problemas e de inovar.
Trata-se do tipo de mundo em que queremos viver e das escolhas que fazemos todos os dias.
Trata-se da visão de um mundo melhor para nossas crianças.
E tudo o que é preciso é apenas uma coisa.
Alguém que se preocupe com isso. Com um compromisso de entrar em ação.
Seja esta pessoa.
Venha para a discussão. 
#InclusionStartsWithI (#InclusãoComeçaComigo) Accenture
Você já esteve no sul do Brasil? Você não notou nada diferente? Pois eu notei.

Pude conhecer o interior do Estado de Santa Catarina, o pior melhor de todos os estados em termos de imigração nazista européia. Suas belas casinholas de beira de estrada são feitas de pau pra danar na cabeça de neguinho atrevido madeira sobre estrados, tão delicadas quanto a arquitetura do dito primeiro mundo em que uma ventania carrega tudo, se assemelhando à casa de palitos dos 3 porquinhos. Casas com cortininhas estampadas nas janelas de vidro como nenhuma casa nordestina jamais poderia ter por falta de fundos, e ainda por cima, ou por baixo, canteiros de flores coloridas, parecendo o paraíso do Shangrilá. Isso tudo montado num imenso gramado verde bordejado de árvores que são só metade porque só têm folhas nas copas, chamadas araucárias.

Na cidade de Blumenau, um rio marrom serpenteando no meio de arquitetura alemã, em que o prédio da prefeitura parece transplantado de navio da Alemanha nazista para o interior do sul maravilha onde dizem que tem se escondido Hitler até hoje. Pois não é que parece que os caras têm razão? Olha ele aí... 

Vejam o mapa do novo país a ser desmembrado por estes dias ou nunca mais. Daí você vai ter que escolher morar na república do Paraná, Santa Catarina ou Rio Grande do Sul que vão mudar de nome de braço caudaloso de rio com ilhas no meio para Mächtig Flus com capital Ritzel Merde, de uma santa para Katharina Sankt com capital Polizisten Blume e de um rio maior ainda para GroßFluss Süden cuja capital será Hafen Gay. A este país agregar-se-á a área mais rica do país de hoje, obviamente, que mudará do nome de um santo para Herr Heilig Paul com capital Heil Hitler, com uma bandeira que jamais será (apenas) vermelha.

Aquele novo país será o melhor da América do Sul, superando o Chile que jurará vingança, e reunirá só gente branca de cabelos loiros e olhos claros que podem ser azuis ou azuis. Quem não se enquadrar na nova casta será deportado, enjaulado ou acorrentado. Se você tem olhos azuis mas fala obráico, vai pastar em outras pradarias ou ser mandado para o paraíso dos céus depois de um regime de dieta. Se ninguém consegue ver você de noite, vai ser açoitado no poste eleito, e se você insiste em usar chapéus de penas coloridas vai ser cozinhado para churrasco porque não serve para nada, nem para procriar.

Mulher peluda que come ração...
Se você por acaso se atreve a não gostar da ideia, vai ter que ralar nas ostras pra conseguir reverter este processo medonho. Mas se avexe não, meu sinhô, que parece que Deus é mesmo brasileiro e está olhando por nós. Ele está tocando trompete de surpresa através de instrumentistas iluminados e com a coragem de Jó para fazer as pessoas felizes de novo, ele está juntando a rapaziada vestida com a cor do sangue sagrado do seu filho mais ilustre, ele está causando uma festa recheada de música e assinaturas espalhadas pelo mundo inteiro, a fim de manter o Brasil unido sobre paus e pedras, pois parece que só um golpe Dele mesmo para isso funcionar. A gente acha que Ele não quer que ninguém vire churrasco soltando as penas por aí, ele os prefere passeando no planalto, na beira do lago Paranoá que não vai mudar de nome, a não ser que o outro lado do lago queira muito. Afinal não ia ficar bem a capital da Brasemanha se chamar Brasemanilha e ia ser difícil carregá-la lá pra baixo de caminhão, tem que ficar alí mesmo, no centro do umbigo da porra toda.

Para aqueles que não saem em trios elétricos gritando contra mulheres peludas que comem ração, desculpem o palavrão chulo da porra toda porque eu sou é home, menino eu sou é home...

domingo, 16 de setembro de 2018

Pagão

Igor Fuser, no blog Esquerda Caviar, escreve "Aos que hesitam em apoiar a candidatura de Haddad/13 com base na previsão de que as forças conservadoras farão de tudo para tornar seu mandato ingovernável, minha resposta é a seguinte: Sem dúvida, um (cada vez mais) possível mandato presidencial de Haddad será marcado pelo conflito, pois as mesmas forças que impulsionaram o golpe de Estado em 2015/2016 farão de tudo para inviabilizar o novo governo a partir de 2019."

O que É Viver Senão Lutar:

https://caviaresquerda.blogspot.com/2018/09/o-que-e-viver-senao-lutar.html

Eu acrescento que tais forças sempre existiram e fizeram de tudo para impedir Lula de governar, ser eleito, porém... minha impressão (pois não tenho provas) é a de que permitiram Lula governar por dois mandados mais 1 mandato de Dilma até que o país enriqueceu. Depois derrubaram Dilma facilmente.

A diferença é que pela primeira vez na história estas forças estão expostas para quem quiser ver na internet, através da mídia real que hoje a denominam de "alternativa" para diminuí-la.

Primeira coisa, Lula pagou a imensa e recordista dívida externa assim chamada. Desde pequeno que escuto esta expressão como algo perene, para sempre parte da vida (ou dos ouvidos) do brasileiro. De acordo com minha brilhante impressão, Lula pagou a tal dídiva absurda e impagável com dinheiro que... não roubou nem desviou. Caso contrário, como pagaria? 

Depois do golpe a gente vê hoje para onde o dinheiro vai, tal como antigamente, na era pre-PT. Mas ladrão não gosta de ser chamado de ladrão, ele chama de ladrão quem o chama de ladrão. Entenderam? Claro que não, só quem entende é quem não é ladrão, então perdoe, se você é ladrão...

É que o país tem dinheiro, o país gera dinheiro, muito dinheiro, nosso país é muito rico. Ao ponto de Lula passar a emprestar ao FMI ao invés de pedir emprestado. Lembram-se disso? Claro que não. Mas eu lembro. Para mim foi algo impossível que Lula fez, e que tanto se vangloriou para paredes frias das classes médias e ditas elites moucas que só escutam o que querem escutar.

Ao invés de apagão, Lula foi pagão, bicho-papão do cagão (desculpem a palavra chula).

Vejam agora, o que acontece? Brasil e Argentina de novo sob o tacão da dívida externa. Aliás, o Brasil ainda não caiu como a Argentina porque, além de ter pago a tal dívida impagável, Lula ainda encheu o cofre das reservas internacionais (Lula sempre como sinônimo de PT e Dilma). E este dinheiro até hoje é o responsável por este Brasil destroçado do golpe ainda se manter fora da dívida atroz, mas já estão passando a mão nela, de olho nela ou armando para se apropriarem dela.

Afinal, dinheiro para o golpe só serve para ir para o bolso dos políticos, das oligarquias jurídicas, ou das tais elites e seus conchavados amiguinhos. O governo do golpe "tem descaradamente defendido seus próprios interesses econômicos e os de seus comparsas nas políticas governamentais." Esta frase entre aspas vem o manifesto que pede a criação de uma Internacional Progressista, um dos mais importantes documentos políticos das últimas décadas lançado por Bernie Sanders, político mais popular dos Estados Unidos e senador que assinou documento contra a prisão política de Lula. 

Ritual religioso de purificação na Tailândia estilo Bolsonaro, na cidade
paradisiaca de Phuket, um dos balneáreos prediletos dos australianos,
foto de Christophe Archambault
Se querem lamber as botas dos norte-americanos, que o façam pelas vias certas, meus coxinhas bolsomínios domésticos, quem fala aqui é um petralha internacional, petralha de petralhadora digital.

"O objetivo do documento é fazer frente a movimentos autoritários, como o de Donald Trump, nos Estados Unidos, mas também de Jair Bolsonaro, no Brasil, que semeiam o ódio e cultivam uma agenda econômica que beneficia poucos bilionários, que já controlam mais da metade da riqueza global", conforme divulgado no Brasil 247.

https://www.brasil247.com/pt/247/mundo/368907/Sanders-que-apoia-Lula-lan%C3%A7a-a-Internacional-Progressista.htm

Emir Sader, colunista do 247 escreve "A direita mostrou o que tem a oferecer ao Brasil: recessão, desemprego, o governo mais corrupto da nossa história, o pior congresso, o pior judiciário, desprestígio externo, miséria para o povo, vergonha de ser brasileiro. Esgotou sua agenda. Por isso seus candidatos não têm o que dizer e não têm chance de ganhar. A esquerda conquistou o direito de disputar de novo o governo do Brasil, apesar da brutal campanha midiática da direita e dos golpes judiciais contra o Lula e o PT. A esquerda se aproxima de ganhar de novo." Vem Aí o Brasil Pós-golpe, Profundamente Democrático:

https://www.brasil247.com/pt/blog/emirsader/368701/Vem-a%C3%AD-o-Brasil-p%C3%B3s-golpe-profundamente-democr%C3%A1tico.htm

Ao invés do golpe distribuir dinheiro com a população, ele tira de quem tinha pouco e agora já não tem mais nada, tal como antes dos governos do PT. Tudo como dantes no quartel de Abrantes.

Castelo de Abrantes, seria este o quartel também? A Terceira Dimensão
portugalfotografiaaerea.blogspot.com
Aliás, este tal quartel no Brasil sempre foi uma vergonha. Vou falar pra vocês, sempre odiei militares no Brasil. Afinal, cresci na ditadura militar, e passei pelo menos dois anos para me desintoxicar daquele Brasil de FHC nos anos 90 depois que fui residir na Austrália. Aqui neste blog vocês podem achar meu relato sobre a síndrome do pós-trauma que eu sofria sem saber, pois aqui neste país tem espaço para as pessoas considerarem isso como coisa séria. 

Em seguida, depois de uma década, fiz as pazes com a figura do militar. Os militares com quem convivi neste país me pareceram pessoas altamente simpáticas e incapazes de fazerem mal a uma formiga. Eu disse "parecem". As coisas vieram mudando, e tal como na pátria mãe da Austrália, que é os Estados Unidos, quase pátria mãe da Inglaterra também, que teima em ser independente, enquanto a Austrália não se decide quais botas lamber mas o povo ama sua rainha da Inglaterra (desista, você não vai entender mesmo), a Polícia passou a adotar práticas injustas sem reprimendas, me fazendo voltar a odiar militares. 

Hoje a polícia australiana mata qualquer um de tesão (com "taser") no meio da rua se assim o quiser e bem entender, tal como na América do Norte. Foi o que aconteceu com dois brasileiros, um em Sydney e outro em Londres nestes últimos anos. As brasileiras são mortas por namorados ou passantes mesmo. Cito as brasileiras apenas por nos tocar fundo, mas elas são parte das estatísticas que envolvem não só milhares de estrangeiras quanto australianas do mesmo jeito, com a escalada da violência doméstica neste país considerado um paraíso pelos brasileiros que teimam em migrar para aqui.

Coxinhas sonegadores: 43% dos brasileiros que compraram imóvel em
Miami não declararam ao Fisco, da série ficção Brasileiros no Paraíso
Os Mais Recentes Brasileiros no Paraíso

Aliás, como adoro sair do tema e introduzir partes que não tem nada a ver com o objetivo principal, apenas para não esquecer e registrar, minha mulher continua se assustando com os tipos de brasileiros que agora ela vê em Sydney. Se for para ter vergonha de ser brasileiro, não falta motivo depois do golpe.

O número de brasileiros na Austrália (como em Portugal e, claro, Estados Unidos, onde atiram suas crianças numa jaula) aumentou tanto que Português está substituindo as outras línguas ao redor de nós onde quer que vamos. Só que, se antes os brasileiros se apresentavam chiques e bem vestidos, agora eles arrastam chinelos e só faltam fumar maconha em público. Chega a dar medo e é de arrepiar, se esconde, se esconde!

Maurice, o lavador de pára-brisa mais famoso de Sydney
Photography by Joel Glover
Mas tem um detalhe: de alguns anos pra cá passamos a recusar "neguinho" querendo lavar nosso pára-brisa nos semáforos de Sydney. Estes "neguinhos", que na realidade são brancos, surgiram como parte da minha predição de que a Austrália estava se abrasileirando ano a ano, mas até agora nenhum brasileiro assumiu este tipo de "emprego". As garotas foi que assumiram o emprego de pirulitos ("lollypops"), que é aquele em que você se posta numa rua com uma plaquinha redonda enfiada num pau que parece um pirulito e vira amarela "Siga" ou vermelha "PT", digo, "Pare" nos locais de construção.

Uma coisa nos deixa totalmente pasmos: com tanto cuidado que as "fronteiras" têm em proteger esse país e barrar tanta gente tentando entrar ilegalmente por aeroportos como mostram as séries na TV, por exemplo, como é que estes tipos de brasileiros estão infestando a Austrália? Eles podem até entrar normalmente como turistas, mas muitos deles hoje em dia ultrapassam os limites de seus vistos tornando-se ilegais, uma prática muito comum. Tão ilegais que hoje em dia eles não falam mais uns com os outros como na época do governo de Lula do PT, em que os estudantes vinham legalmente através do programa Universidade Sem Fronteiras. 

Pirulito australiano ganha mais do que profissional de informática, desde
que filiado ao CFMEU (Construction, Forestry, Mining and Energy Union)
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Naquela época, quando eles ouviam que falávamos Português, ou vice-e-versa, nos reuníamos para sorrir e falar potoca, como é comum na nossa cultura. Hoje eles fingem que não vêem, falam duas palavras frias sem sequer os sorrisos fulminantes de antigamente, e a maioria passa ao largo. Resolvemos fazer o mesmo, e quando os escutamos, nos calamos e passamos de fininho. As últimas tentativas de dar uma de brasileiro e saldá-los deu em que eles trocaram duas palavras, gaguejaram, titubearam e foram embora descabreados. Como já devo ter mencionado aqui, funcionários da embaixada portuguêsa (e não brasileira, jamais) nos contaram que eles agem assim porque provavelmente estão ilegais.

Tem Limite a Cafajestice Brasileira?

No último ano o número de ocorrências suspeitas envolvendo brasileiros que encontramos na Austrália aumentou e chegou muito mais perto de nós, literalmente em nosso edifício, nossos consultórios médicos e nos prédios ao redor do complexo, onde os faxineiros, coitados, são gente boa mas aguentam este tipo de trabalho pesado a fim de pagarem seus estudos. Enquanto isso, através deles mesmos sabemos de absurdos sobre outros moradores da redondeza pois uma qualidade de ser brasileiro é prestar atenção nas outras pessoas abertamente, e não através de frestas de persiana como os australianos. São tantas as ocorrências que não cabem nem num post, e este não é o objetivo deste blog. Acabamos por nos tornar estranhos no ninho de novo, com relação à brasileirada. O golpe piorou muito a qualidade dos brasileiros no exterior, minha gente.

Quanto aos que ficaram no Brasil, apesar do amor da família que está aí, mesmo assim ela também nos deixa atônitos, com um nó na garganta e um embrulho no estômago cada vez que chamam Lula de ladrão e agora se declaram abertamente eleitores de Bolsonaro, trocando até os ícones de WhatsApp e Facebook para representar isso claramente, sem vergonha na cara a estas alturas do campeonato. Até meses atrás, as pessoas ainda disfarçavam com vergonha, mas agora não. "Sou nazista sim senhor", vai encarar? Mato você, minha mãe! Mamãe, falei...

Direita-Esquerda

Voltando à vaca fria (como dizia um ex-colega mineiro-paulista), as direitas no mundo inteiro provavelmente "permitem" as esquerdas governarem porque sabem que elas enriquecem as nações e reduzem as tensões. Depois chega a hora da rapina e da dilapidação das conquistas em direção aos seus bolsos. E assim o mundo vai vivendo neste círculo, porém a culpa é de nós mesmos. Quer dizer, minha não...

É assim que explico a primeira eleição de Lula, "permitiram" ele se eleger.

É o próprio povo que dança demais conforme a música. O povo troca de casaca a cada eleição, elegendo esquerda e direita, quando não há golpe como no caso dos últimos anos no Brasil quando parecia que o povo andava mais consciente e menos traidor reclamão, mantendo-se elegendo o PT a cada eleição, quase que o brasileiro acertava, mas deram-lhe uma rasteira fora de sua compreensão. O povo ficou "o que aconteceu? Alguém anotou a placa do caminhão?"

Povo? Que povo? Os golpistas resolveram não "permitir" mais e acabou-se.

É que o mundo funciona de cabeça para baixo. Pagar dívidas, por exemplo, não é bom para quem emprestou. O devedor se liberta da escravidão, mermão! 

É que o dinheiro extra no mundo é tanto que, por exemplo, aqui na Austrália propriedades encareceram tanto que os donos de milhares delas ao mesmo tempo preferem mantê-las paradas se deteriorando do que alugá-las a preços mais baratos que o povo possa pagar. Para estes, dinheiro pode ficar "empatado" durante a eternidade, pois é dinheiro demais.

Então cada dia mais você encontra lojas fechadas porque os ex-ocupantes não podiam pagar mais e foram embora. Em Canberra, a capital da Austrália, shoppings de bairro estilo Asas de Brasília, acabam totalmente vazios e viram antro de sem-teto, destruídos e pixados ao estilo Detroit, Estados Unidos. Isso na cidade planejada e perfeita da Austrália.

A impossibilidade de continuar pagando aluguéis que subiam além da inflação aconteceu com vários estabelecimentos de brasileiros que conhecíamos e também com portugueses, chineses, vietnamitas, imigrantes do Laos (lauritas? Ah, laosianos, via Wikipedia), filipinos, uruguaios, libaneses e malasianos, todos conhecidos nossos de trocar informações, coisa rara na Austrália. Enquanto isso grandes redes de lojas de conveniência 24 horas em postos de gasolina 7-Eleven são denunciadas por explorarem mão-de-obra, pagando merrecas, exigindo longas horas, e sendo assaltadas praticamente todo mês durante a madrugada, cujos donos reclamam que têm que abrir 24 horas por força do contrato da franchise americana. 

É este o paraíso que os brasileiros chiques teimam em achar que vivem. Como previa assim que pus os pés neste país, a Austrália está se abrasileirando a cada dia.

O Paraíso É o Brasil

Isso é só para quem sonha em sair do país ter uma mínima noção de que não adianta, é melhor cuidar bem da casa de vocês, porque aí sim é que é o paraíso. Basta remover suas elites cachorras e cafajestes, pois até no meio das elites deve haver alguém decente e realmente "homem de bem" (e mulher também). Será? Que tal um desafio: identifique uma elite do bem e divulguemos seus nomes na mídia alternativa, pois chega de tanta ruindade. Nada que não possa ser desdito caso se descubra alguma falcatrua escondida que manche o nome de tal pessoa. Exponham, pois tem muita gente de bem que não aparece nem gosta de aparecer! Caso contrário, este povo "de bem" não apareceria nas pesquisas colocando Lula e agora Haddad lá em cima. Enquanto a internet permite...

A Volta da Esquerda Geradora de Riquezas

Pois bem, o país já está arrasado, quem sabe a volta do PT será tolerada pelas elites golpistas bilionárias a fim de que ele recupere toda a riqueza nacional de novo, a fim de continuar o ciclo. Já está todo mundo "forrado", empanturrado com o último saque, com os pobres já contidos e neutralizados até agora, então dá pra liberar o cargo para os recuperadores do país de novo encherem o prato. 

Para quem não sabe e não é obrigado a saber, os
mínions são bonequinhos antas, fiéis ao Meu Malvado
Favorito (Despicable Me), animação da Universal.
O que pode atrapalhar é justamente este povo medíocre que não entende nada, os burros boçais nacionais bem como alguns candidatos boçais que distorcem as coisas e ainda conseguem influenciar gente boçal imbecil. Tá na hora de votar no PT de novo, minha gente. Chega de tanta burrice bolsonal. Tudo bem, eu sei que quando os militares subirem ao poder em 2019, meu blog será proscrito (se é que o Brasil tem poder sobre cidadãos australianos), portanto, aproveitem enquanto podem.

E existência de Lula empodera o povo brasileiro, apesar dos paus e pedras do caminho. Isso não é pouco e talvez seja único no mundo, um verdadeiro momento histórico em que vivemos no país mais enigmático do mundo. Para que Deus nos possa ajudar, temos que fazer a nossa parte. Por isso ontem coloquei um comentário que até me assustei de ter saído de dentro de mim num artigo sobre os dissidentes militantes do PT com relação às decisões do líder deles, Lula, o qual transponho aqui afim de dar-lhe mais exposição (se bem que ninguém lê meu blog mesmo). Aqui vai no "Não Há o que Comemorar na Chapa Substituta":

http://www.contextolivre.com.br/2018/09/nao-ha-o-que-comemorar-chapa-substituta.html

"Um dia eu achei que o mundo era muito cafajeste para mim, cheguei a pensar em desistir dele, porém resolvi dançar conforme a música, ouvindo a oposição àquele ato, enfrentando o mundo, me cadidatei e fui eleito pai de filhos adultos exemplares vivendo num país avançado uma vez que, nos anos 90, não esperava jamais que Lula ganhasse uma eleição de tal magnitude depois que aceitei ser recrutado por outra nação. 

Pé no chão...
Quero dizer que de radicalismo não se vive, é preciso adaptar-se, negociar e mudar de estratégia em direção ao objetivo mais nobre que, no caso do PT, é dar e devolver a dignidade a milhões de brasileiros. Moya está corretíssima bem como os radicais de esquerda, correta demais eu diria, porque é preciso se flexibilizar, adaptar-se à realidade, enxergar-se a vida como ela é e não apenas como devia ser, e preferencialmente sob o ponto de vista de um político que provou dominar a arte da política, da negociação, e que não por acaso criou este partido, porque este tipo de discurso divide ao invés de unir as forças necessárias para combater as injustiças. 

A cada dia é preciso aceitar-se o novo e adaptar-se, reformulando nossas metas e decisões, sempre voltadas ao objetivo mais nobre possível e dentro da realidade, porém o mais importante é respeitar seu líder e acreditar nas escolhas que ele faz, em muito melhor posição do que qualquer militante. 

Que se enxerguem, enxerguem suas limitações e não se atrevam a duvidar de Lula, além de ajudá-lo a fazer muito mais pelo país e por vocês próprios, militantes, através do seu altamente capacitado representante, porque a perfeição dos recursos que vocês querem só existe no além."

Que transformemos Tristeza Pé no Chão em Brazil Feliz De Novo: