sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Fez-se a Luz

Pai nosso que estás no céu,

Obrigado por ter dado a chance de libertar o libertador dos pobres na noite de ontem,

Santificado pelo vosso nome,

Aquele cujo nome é o mais pronunciado nesta nação, de norte a sul, de leste a oeste,

Venha a nós o vosso reino,

O único capaz de elevar os miseráveis e os famintos às portas do vosso reino,

Seja feita a sua vontade,

Que tarda mas não falha em sua justiça divina e proteção aos que trabalham pela 
verdadeira caridade,

Assim na Terra como no céu,

Em seu estado como em todo o país irradiando para o resto da Terra em direção ao céu,

O pão nosso de cada dia nos dai hoje,

Aquele que significa o resgate da educação para nos prover o pão a nós mesmos hoje,

Perdoai-nos as nossas ofensas,

Recompensais aqueles que ofendem os ímpios que usam teu nome em vão,

Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, 

Louvai aqueles que perdoam os criminosos das ditaduras e protegem a liberdade de expressão,

Não nos deixeis cair em tentação, 

Protege-nos de não odiar nem cair na tentação do rentismo capitalista que tanta diferença nos trás,

Mas livrai-nos do Mal. 

Santificado sejas por nos fazer sobreviver ao mal sem deteriorarmos o amor entre os homens,

Amém

Obrigado

Lula Livre

O STF votou ontem, dia 07/11/2019, pela presunção de inocência e Lula foi solto hoje, 08/11/2019, depois de 580 dias de prisão sem crime e sem provas.


Comentário de um Amigo

Pessoal, não gosto dos personalismos, pois há exemplos na história de que o culto à personalidade gerou figuras tirânicas que fizeram muito mal à humanidade. No caso do Lula, eu avalio de forma diferente. Para mim, trata-se de um ser humano que está muito acima da média em todos os sentidos: pela inteligência, pela capacidade de interação sincera com o povo, além da visão de Brasil, aguçadíssima. Não é à toa que, naturalmente, foi uma das principais lideranças mundiais em seu período, dialogando com representantes de todo o espectro político.

A cada entrevista dada no cárcere, ele revelava valores humanos e políticos grandiosos, sem se colocar como o todo-poderoso. Deixava claro que suas ações visavam ao bem comum não só do Brasil, mas de outros povos. Mostrava o que o Brasil poderia ganhar com suas incursões em mercados antes inalcançados. Enfim, trata-se de uma liderança nata, forjada na dureza da vida, no seu diálogo com a fome que passou, na luta sindical e na luta política. Não perdeu de vista a importância da inclusão dos amplos setores mais desassistidos da sociedade, tornando-os visíveis para o Estado e transformando-os em cidadãos. Isso incomodou muito a elite e a classe média manipulada deste país. O ódio não é contra Lula. O ódio é de classe: o pobre tem que nascer e morrer no mesmo lugar. Lula escancarou, talvez sem ter a intenção, esse preconceito de classe, que era "guardado nos recônditos das mentes". É natural que haja divergências, considerando que essas ações foram reformistas e não rompiam com o sistema. Pelo contrário, reforçavam-no. Apesar das diferenças, podemos afirmar que as iniciativas implementadas durante o ciclo da esquerda no governo fizeram bem ao país e que é possível colocar o Estado a serviço de todos. Mesmo com o rentismo enchendo as burras!

Quero enfatizar, embora não precise, que o Lula é uma figura grande demais. Nesse um ano e meio de cárcere, várias vezes aqui fora, sobretudo depois da tragédia de 2018, nós ficávamos de baixo astral, achando que não havia mais luz no fim do túnel. Ele, do cárcere, nos enviava lições diárias de resistência, dizendo que não deveríamos nos curvar à dura realidade que o Brasil está atravessando e que deveríamos canalizar nossas energias para discutir e fazer política. 

Ele teve e tem paciência histórica. As informações veiculadas pelo The Intercept Brasil comprovaram o ele já vinha falando do cárcere político: que seus algozes estavam usando o aparato do judiciário brasileiro para fazer política e atender interesses outros que não os brasileiros. A esta altura da vida, depois de um ano e meio de prisão política, Lula poderia se recolher ao aconchego da família e aos braços do novo amor, jogando tudo para o alto. Mas não o fará porque ele tem a noção exata de que o Brasil está precisando, mais do que nunca, da sua liderança política para mobilizar a população, discutir alternativas para o país e criar as estratégias para minimizar os atuais desmandos.

Como não admirar e amar uma figura como essa? Mesmo com as diferenças políticas existentes, é importante continuarmos cerrando trincheira ao seu lado na luta por uma sociedade mais justa, fraterna, solidária e sem ódio.

Com o povo entrou, com o povo saiu.

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