quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

As Horas em Lesbos

As Horas (The Hours, em Inglês) é um filme de longa-metragem anglo - americano de 2002, do gênero drama, dirigido por Stephen Daldry, baseado no livro As Horas, de Michael Cunningham.

Da Wiki
Em três períodos diferentes vivem três mulheres ligadas ao livro Mrs. Dalloway. Em 1923 vive Virginia Woolf (Nicole Kidman), autora do livro, que enfrenta uma crise de depressão e idéias de suicídio. Em 1951 vive Laura Brown (Julianne Moore), uma dona de casa grávida que mora em Los Angeles, planeja uma festa de aniversário para o marido e não consegue parar de ler o livro. Nos dias atuais vive Clarissa Vaughn (Meryl Streep), uma editora de livros que vive em Nova York e dá uma festa para Richard (Ed Harris), escritor que fora seu amante no passado e hoje está com AIDS e morrendo.
Elenco
  • Nicole Kidman (australiana)
  • Julianne Moore
  • Meryl Streep
  • Eileen Atkins
  • Toni Collette (australiana)
  • Allison Janney
  • Stephen Dillane
O filme, As Horas, baseia-se no livro de Michael Cunningham, que, por sua vez, se inspirou no romance “Mrs. Dalloway” de Virginia Woolf. O enredo trata da história de três mulheres que carregam em suas vidas muitos sentimentos em comum, como a insatisfação e o fracasso.
São retratos de vidas em épocas diferentes, que se entrelaçam através de um livro, “Mrs. Dalloway”. É um filme de alma feminina, onde, nos artifícios da trama, outras mulheres se reconhecem no drama existencial de cada uma das personagens, humanizando assim o lado da ficção. Uma mulher que gostaria de ser uma personagem de um romance, uma que o escreve (a própria Virgínia Woolf), outra que o vive.
Stephen foi muito bondoso com Virginia usando Nicole Kidman...
Acompanhamos, dessa forma, um dia na vida dessas três mulheres. São três histórias em espaços temporais distintos, mas intercaladas na narrativa.
Virginia Woolf é a escritora do livro, que afastada da vida agitada de Londres por seu marido, a conselho médico, percebe-se a cada dia, mais infeliz e amargurada. A mesma, é retratada na altura em que escreve o livro em questão, onde seus conflitos internos são repassados para a obra, inclusive o suicídio.
A segunda mulher é Laura, dona de casa, esposa e mãe. Laura encontra-se desesperada dentro de um casamento onde os sentimentos são artificiais, pois embora viva num ambiente de tranqüilidade e aparente felicidade, se sente vazia e cogita a morte para escapar da realidade da sua vida medíocre; ela está a ler o livro de Virgínia Woolf, o qual reforça sua idéia de evasão e suicídio.
A terceira é Clarissa, uma bem sucedida editora, mulher cosmopolita do século XXI, vive um relacionamento lésbico de longa data e se identifica paradoxalmente com Mrs. Dalloway. Tudo o que Clarissa deseja no momento é que sua festa em comemoração a atribuição de um importante prêmio à obra poética de Richard, seu melhor amigo e ex-amante, dê certo. Richard encontra-se debilitado pela AIDS e vive fechado em um apartamento frio e sujo. No meio dos preparativos, Clarissa pressente o vazio daquela arrumação fútil e o peso das horas. 
Vidas em sincronia, sem passado nem presente,
os quais realmente não existem (não, não sou
doido, é só uma teoria...). "Dona Dallonay diz que
compraria as flores... ela mesma". "Dona Dallonay
diz que compraria as flores ela mesma". "Sally,
acho que vou comprar as flores eu mesma".
Uma das cenas iniciais do filme mostra as três mulheres se levantando ao amanhecer, concomitantemente, quando Virgínia escreve, Laura lê e Clarissa fala a mesma frase: “acho que eu mesma vou comprar as flores”, e uma outra cena onde vemos o suicídio de Virgínia, retratado de forma simbólica, mas muito forte. Com isso, percebemos que “cria-se logo no início da narrativa de Wollf, um paralelismo entre celebração e desencanto, festa e morte” (Azeredo, 2004, p. 30).
O desespero das três mulheres vai crescendo com o passar das horas, horas sempre iguais, horas sem nenhuma esperança de mudança, sem nenhuma ansiedade, só a ansiedade provocada pelo nada. Solidão, infelicidade, doença, identidade e realização sexual (nas três tramas as personagens beijam outra mulher na boca), e principalmente a morte.
As lutas e sofrimentos vivenciados pelas três mulheres são universais. As horas... os momentos... as decisões que tomamos. Talvez nos encontremos nas situações extremas de cada uma das personagens; cada uma delas lutando para dar um sentido à suas existências de ser simplesmente feliz. Três mulheres presas no tempo e no espaço, nos seus próprios espaços, nas suas vidas. Ao ser levantado o tema da morte, das escolhas, da sexualidade, das decisões, vemos que as personagens descobrem que nem sempre a vida é aquela que esperamos, nem sempre as horas são diferentes. O que são essas horas até perceberem que as perderam para sempre?
A emoção limite, que nos leva a tomar decisões e fazer escolhas que modificam a nossa vida para sempre.
http://pt.wikipedia.org/wiki/As_Horas_(filme)

Minha Crítica Audaciosa

Bem, esta foi a descrição dada em Português na página da Wiki.

Minha versão é diferente e, digamos, mais realista e sem censura.

Então vamos ver do começo.

Comecei a ver o filme na TV porque o título era curioso, parecia coisa séria, passando no canal SBS do governo da Austrália, o que mais gosto, o mais multi-cultural, o que mais ousa também na área de "diversidade". Sim, antes que peguem no meu pé, era coisa séria mesmo.

Não sabia eu que se tratava de um filme feminino, caso contrário, haveria de ter mudado de canal. Não é por preconceito nem anti-feminismo, é simplesmente porque não me identifico e geralmente acho entediante. Algo assim como brincar de bonecas, desculpem, nasci assim...

Porém, aquelas mulheres não eram mulheres, eram homens, se bem que homens sem ação. 

Sue (Caitlin Lee Reid) e Jerry (Jax Jackson) procuram o amor na peça
Lésbicas Adoram o Octógono (foto de KL Thomas), NY
Eu sei, é complicado, mas acho que finalmente estou chegando a alguma conclusão sobre esse assunto "diversidade" no aspecto feminino.

Minha conclusão final de hoje é a de que finalmente descobri porque Deus me mandou para a Austrália: foi para eu entender o lesbianismo! Bem, não tenho culpa, foi isso o que veio na minha cabeça enquanto eu tomava banho depois de ter assistido este filme todinho sem mudar de canal. As vozes, sabem? 

Afinal, sei tudo sobre gays, mas até então não sabia nada sobre lesbianismo, e já cheguei a proferir várias vezes que este seria meu próximo passo em direção a destrinchar as complexidades dos "diversifidados". Como já disse aqui, tenho que ter cuidado com meus desejos, pois Deus costuma atender e sai da frente que atrás vem gente.

Alô, quero ganhar na loteria também!... joque, meu filho, jogue.

Um aparte aqui: é claro que este não deve ter sido o único motivo de eu ter vindo parar na Austrália. Um outro motivo foi clarificar minhas idéias quando aos orientais e asiáticos, um mundo que praticamente não é considerando como existente no Brasil, exceto pelos nisseis. Aliás, foi durante estes governos do PT que até a TV Globo se diversificou para mostrar como é a vida na Índia, o que foi contestado por indianos que trabalham comigo os quais disseram que aquela visão da novela é ultrapassada e já não existe mais, é coisa do passado. Namastê.

As Horas
O filme "As Horas" trata na realidade da história do lesbianismo camuflada, em 3 gerações, se nos despojarmos de tudo e encararmos realisticamente, sem hipocrisias nem panos quentes.

Me interessei pelo filme também porque parecia haver uma ligação espiritual entre as 3 mulheres em 3 gerações, mas isso foi só para enganar. Na realidade, a ligação resumiu-se a apenas um livro, o qual por algum motivo impressionou as leitoras, talvez justamente por causa do aspecto lésbico embutido na história de cada uma. Uma escreveu, as outras leram.

Na geração 20, Virgínia Wolf, famosa escritora, era lésbica mas casada e insatisfeita com o marido, é claro. Para piorar, contrai doença, dá uma de doida, diz-se ouvindo vozes, coisa que todos os personagens principais dizem também, ou seja, outro aspecto espírita enganoso da trama. O marido a muda para o interior e funda uma gráfica para sua querida, mas nada a satisfaz, porque simplesmente ela não gosta de homem e é obrigada a viver casada com um. Ele, por sua vez, é incapaz de entender sua mulher e desconfiar que ela está com ele mas não quer nada com ele.

Já vou, querido, pra cama. Olha como estou alegre, mal posso
esperar...
Os homens deste filme são todos uns idiotas, justamente como as mulheres australianas acham que eles são, confirmando o conceito e o preconceito. Então aí entra outra coincidência. Duas das artistas do filme são australianas então pensei que o filme era australiano, principalmente depois de confirmar que havia o espectro do lesbianismo na história, bem como o aspecto homens burros que não sacam nada, assuntos absolutamente australianos de carteirinha.

A trama é filmada de forma incrivelmente discreta, ao ponto de não chocar um espectador como eu, que consegui ir até o fim tentando ter certeza do que eu estava pensando, e no fim era aquilo mesmo, para a minha decepção porque preferia que fosse espiritual. Mas o engano valeu, aprendi algo.

Querido! Já vou pra cama, deixa eu terminar esta página aqui, espera
3 horas, estou louca pra fazer aquilo, esqueço até a doença, olha a
minha cara de alegria, por você sou capaz de me matar, sem
brincadeira, estou falando sério, amoreco...
As 3 protagonistas do filme dão beijos na boca de outra mulher. Virgínia Wolf dá um beijo numa irmã duas vezes, a mãe dos anos 40 dá um beijo numa amiga, e a mãe de 2001 dá um beijo na filha. Ou seja, uma incestuosa, uma lésbica e uma pedófila. Tudo na maior discreção pudica. 

Ora, porque todas as mulheres do filme são insatisfeitas com os homens? Verdade que homens como aqueles, melhor não tê-los, mas convenhamos, existiriam outras opções, mesmo na Inglaterra e nos Estados Unidos ou Canadá (com as artistas australianas acostumadas com lesbianismo na cultura delas, o que deve ser comum também nos países citados, mas não vivo lá pra saber; isso é coisa que só se saca depois de vários anos vivendo num país de cultura diferente da nossa, por mais parecida que ela seja).

A primeira protagonista dos anos 20 não pode assumir seu lesbianismo e acaba se suicidando, não interessando o que o marido faça para fazê-la feliz. Tudo por causa da vergonha e do preconceito social.

A segunda protagonista dos anos 40 abandona a família nos Estados Unidos e vai viver sozinha no Canadá, onde arruma um emprego, e p... que o pariu para os filhos, já que o marido era mesmo um estranho que só enxergava o que era uma figura modelo de esposa que ele projetara como felicidade.

O tempo de se esconder já acabou. O tempo de se arrepender
terminou. O tempo de viver é agora.
A terceira protagonista é a sortuda, segundo a segunda protagonista que a visita em 2001 já velhinha, porque pode escolher ser mãe solteira sem sequer ter que conhecer o pai da sua filha conforme confidenciado, a qual cresceu muito ligada à mãe e que não tinha sequer um namorado, apesar de não ser mais novinha. O tempo de viver é agora.

A mãe de 2001 teve uma transa com um escritor gay. Este escritor era traumatizado porque sua mãe desnaturada que ele tanto amava havia lhe abandonado quando criança, mudando-se para o Canadá sem dizer pra ele sobre como encontrá-la. Todos estes dramas por causa da vergonha e do preconceito social, por causa dos outros.

O tema do filme é uma festa organizada pela mãe de 2001 em comemoração a um prêmio que o escritor ex-amante ganhou, porém ele está com AIDs e vivendo muito mal, à beira da morte. É quando ele resolve se matar, porém sua amiga mãe de 2001 chega na hora de presenciar ele se jogar de seu apartamento embaixo. Isso é porque ele disse que a amava, imagina se não amasse. Fazê-la passar por um drama destes, para mim não é amor, sinto muito, é egoísmo. 

Todos foram muito egoístas, isso sim, achando que os "normais" não sofrem nem os amam.

Toque me, por favor, me de um abraço de urso, me agarre, me jogue
na parede, me chame de lagartixa... minha vida é regada a muitos
abraços da família, já que nos australianos não podemos tocar 

enquanto que suas reações são bastante "diversificadas" e curiosas.
Não Me Toque

Ah, e por falar sobre algo que não me convence, a tal mãe de 2001 em dado momento profere a famosa frase "don't touch me" (não me toque, a tara do povo de cultura inglêsa), o que demonstra a fonte de todos os seus problemas afetivos e destas sociedades, que são enormes por causa desta falta de toque humano. Conheço esta tara de perto pois já fui assim um dia, mas me curei dessa doença feia, a doença do "não me toque".

Diversidade

Todos os traumas dos "diversos" animam este filme, enquanto os "normais" não esboçam o mínimo de compreensão, sabedoria ou sentimentos reais declarados para com eles. Total falta de comunicação profunda, de saber realmente como cada um é por dentro, resulta neles todos pensando em se matarem ou, no mínimo, sendo infelizes. Mesmo a mãe de 2001 acaba confirmando que sua vida é vazia e sem sentido, apesar de viver com sua filha, sua amiga, seu esboço de amante, sabe-se lá como aquela menina foi criada, e ter feito o que quis na vida como mãe solteira liberada.

Não gosto de homem, seu bolha, pergunte primeiro
Ah, Virgínia Wolf nunca teve filhos. Na hora em que os maridos esperavam tais mulheres na cama, era como se elas fossem para o cadafalso. Como é que um homem não nota isso? Que espécie de homem é esse, porque se fosse eu, não funcionaria, e ia saber que o problema não era meu. Tive provas disso na vida. Sou um homem que entende melhor as mulheres, digamos assim. Mas, será que sou tão diferente assim dos outros?

O marido de Virgínia a amava tanto que se mudava de cidade apenas para satisfazer-lhe e cuidar de sua esposa até o fim, resignado. Podia ser também porque senão ficaria desempregado, mas pularam esta parte. Que amor é esse que não entende o que vai por dentro da mulher?

Veja aqui uma pequena crítica aos homens todos iguais, mas prestem atenção que o Lucas Lucco faz a ressalva, são iguais enquanto não encontram a mulher de suas vidas. 

Homem é Tudo Igual (álbum Tá Diferente)

O marido da mãe de 1940 era veterano de guerra que sonhava com um lar do jeito que tinha conseguido, com aquela mulher recatada que ele tanto havia desejado, com os filhos daquele jeito, quer dizer, uma imagem de fantasia e não algo real. Esse não podia mesmo notar que sua esposa ia para o cadafalso de sua cama. Ele a executava e ainda sorria e fumava um cigarro. Naquela época, todo mundo fumava dentro de casa.

O triste filho da mãe infeliz dos anos 40. Você largaria seu filho
assim?
O drama do menino filho da mãe de 1940 e do pai veterano ocupado no trabalho é cortante, coitado. Afastado de um pai ausente, ligadíssimo à mãe, percebe quando ela decide se matar e sofre. Ela então decide não se matar e volta pra casa, mas não convence o menino de que é feliz. Quando ela o abandona, o menino cresce perdido e torna-se gay, obviamente. Um gay que acaba sozinho e doente, não propriamente nessa ordem, acredito, se não fosse por sua transa esporádica com a mãe de 2001 cuja vida é preenchida em cuidar dele, enquanto vive de organizar festas cheias de flores por qualquer motivo. Se ele era o pai da filha dela, isso ela não disse. Será que é para a gente adivinhar?

Chrysler Imperial 1950, similar aos carros do filme na década
intermediária
Que me desculpem, mas o que mais gostei do filme foi... dos carros de época. Então a vida das famílias maravilhosas dos anos 40 nos Estados Unidos continuou sendo retratada como perfeita, com casinhas lindas de gramado verdejante na frente e principalmente carros enormes, como no filme O Show de Truman (Truman Show) ou Mulheres Perfeitas (The Stepford Wives). coloridos e reluzentes de me dar água na boca. Muitos anos depois eu andaria naqueles carrões de 1940 em pé, entre o banco traseiro e o dianteiro, com o vidro aberto, sentindo a brisa no meu rosto, me segurando pra não cair nas curvas. Para mim eles pareciam uma sala enorme de visitas com vista.

Versão em Inglês na Wiki: http://en.wikipedia.org/wiki/The_Hours_(film)

Infelizmente o relato da Wiki em Português exagera nos "para sempre" como se a morte acabasse tudo e as horas fossem realmente perdidas. Horas não são perdidas, são "adiadas". O que se deixa de fazer hoje fatalmente se fará amanhã, tudo é apenas uma questão de "procrastinação". Quem não viveu hoje, viverá amanhã, apenas demorará mais a evoluir. Esta é a visão Espírita da vida, muito mais positiva e cheia de esperanças.

Retrato da Sociedade Inglêsa

Este é o retrato da sociedade australiana, pensei. Este filme é australiano. 

Não, não é. Trata-se de um filme britânico/norte-americano, ou seja, uma prova de que a cultura dos 5 olhos é a mesma (Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia), e de que não estou errado quando emito o meu diagnóstico sobre esta sociedade daqui, bastante diferente da nossa no Brasil, principalmente para as mulheres.

Confirmei com minha mulher, que não assistiu ao filme mas contei-lhe o resumo, se era assim tão comum haver lances de lesbianismo entre as mulheres. Ela disse que com ela não aconteceu, minha filha disse que nem amigas mulheres tinha, mas o que o filme denota é que, o que nós, homens, acreditamos ser vantagem das mulheres poderem se consolarem, se abraçarem, se beijarem, ficarem de mãos dadas, serem confidentes, algo que os homens se ressentem de não poderem fazer o mesmo uns com os outros, vez por outra vem regado a lesbianismo, com lances lésbicos. Não, não é assim no seio brasileiro, exceto atualmente, talvez, mas parece ser bem normal e difundido nas sociedades inglêsas desde o passado longínquo. Ou será que estou errado? Ah a vida nos guetos...

A gloriosa Toni Colletti, que faz papel de tudo, a maior
representante australiana. "Querida amiga, perdoe o que aconteceu
(o beijo na boca)." "O que você disse? Não sei do que você está
falando, tchau, vou pra minha cirurgia, não sofra."
Bem, nada de errado com isso exceto que "problemas" desse tipo tem suas raízes na criação dos pais. Tais problemas não são mais nem considerados problemas, agora eles são parte da normalidade. Tudo bem, nada contra. Afinal, é melhor que as pessoas se resolvam e consigam de uma forma qualquer serem mais felizes do que terem que se obrigar a relações para elas "anormais" e serem infelizes, com medo de reprimendas. Se a pessoa é assim, ponto final.

A Treinadora

Lance engraçado se deu hoje. Minha mulher foi para a ginástica e existe uma nova treinadora contratada a qual é um homem escritinho. Ela se veste como homem, age como homem, parece com um homem. Ela ou ele então ensinou alguns exercícios a minha mulher, e quando ela estava conversando com outra treinadora, falou assim: "ele" me ensinou tais exercícios.

Toni Colletti como Carla, no filme Connie e Carla, daria uma
excelente drag queen (à direita)
Depois minha esposa se tocou que havia chamado a treinadora de "ele" e ficou meio constrangida. Eu então lhe disse que não tinha problema porque "ela" gostaria muito que fosse chamada de "ele". Então, fica sempre essa dificuldade no ar quando temos que lidar com os "diversificados", como se dirigir a eles ou elas? 

O interessante dessa estória foi que minha mulher se sentiu tão confortável de considerar a treinadora como homem que automaticamente se referiu a ela como "ele" sem pensar, o que é o mais correto. Mas muitos dos "diversificados" não deixam claro o que eles realmente são, daí a dificuldade.

No outro dia a coisa piorou. Uma velha amiga do(a) treinador(a) entrou chamando-o(a) por um outro nome de homem. Minha mulher ficou cabreira imaginando se o(a) treinador(a) havia sido homem e hoje era mulher, se havia sido mulher e hoje era homem, ou se havia sido homem, virado mulher, e desistido, tornando-se homem de novo, pois seu nome atual é ambíguo, destes nomes que tanto servem pra mulher quanto pra homem, como Jamie (fictício).

Certo dia minha mulher falou, oi, como é que permitem um treinador se a academia é exclusivamente feminina? Respondi, o sabidinho furou o bloqueio e está vivendo no paraíso...

Sandra, chinesa, lésbica assumida
Trabalho com uma lésbica declarada que se veste de mulher, e o único aspecto masculino é ser motoqueira, no resto ela é mulher completa, inclusive na tagarelice e nas fofocas. Como vou me dirigir a ela como "meu senhor"? 

Ela provavelmente não gostaria disso, então continuo me referindo a "ela", principalmente quando "ela" põe seus sapatos altíssimos e sai desfilando de mini-saia como uma top-model no meio do escritório. Deve ser para seduzir as outras, porque em meio a casais de lésbicas sempre existe um homem e uma mulher, muito mais do que em meio a casais de gays onde geralmente ambos parecem mulheres ou ambos parecem homens. É muito complicada esta coisa, não só para eles, mas para nós também que logo seremos discriminados como anormais. Mas eu nasci assim...

Antes de assumir qualquer coisa, tente o método doido chamado
"perguntar" primeiro, tá?
Casando com uma Australiana

No dia que você, macho alfa, visitar a Austrália e se engraçar de uma australiana, mesmo que ela seja chinesa nascida na Austrália, primeiro pergunte se ela gosta de homem pra evitar quebrar a cara. 

Quebrar literalmente, porque algumas são tão "machas" que podem muito bem lhe dar um famoso "king hit" australiano que mata na hora ("sôco de rei" na cara). 

Aliás, é melhor não abordar mulher nenhuma porque aqui elas preferem tomar a iniciativa, e seu papel é apenas aceitar, aceitar sempre, porque homem está sempre pronto para qualquer mulher a qualquer hora, não é? Tudo o que você tem a fazer é existir, até mesmo porque se você tentar seduzí-las, elas vão lhe desprezar como machista arrogante de meia-tigela e denunciá-lo por assédio sexual, ainda mais se forem lésbicas quando o ódio é medonho. As não-lésbicas (existe isso?) gostam do homem cordeirinho, o qual não precisa ser nem macho na cama, podendo usar aparelhos comprados na "sex shop" (loja de sexo) que dá no mesmo.

Ninguém sabe que sou lésbica...
Para finalizar, esta semana descobri mais duas coisas novas, apesar da minha idade avançada de quem pensava que já sabia tudo na vida sobre sexo. Qual o quê? Vem minha filha dizer que um amigo lhe contou que outro amigo que havia se juntado a uma menina na realidade é bissexual, e sua mulher é assexuada. Ou melhor, ela é "demissexual", primeira palavra nova da semana. Este novo tipo de ser não sente atração por ninguém. Segundo definições na internet, possivelmente só se houver um lance emocional, não importa com o quê. Pode ser com uma porta...

O "bi" então vive uma relação estranhíssima com a "demi" (será que Demi Moore tem a ver?). Ele se satisfaz utilizando "fleshlight", a segunda palavra que conheci esta semana, embora já soubesse que tal aparelhinho existia para homens. Aparelhos que substituem a mão ou o lugar próprio onde deve-se colocar aquela coisa que todo mundo gosta. Enquanto ele se satisfaz, ela também...

Mas me diga se este mundo não está de cabeça para baixo? Cadê o papai-e-mamãe? Agora é pecado. Baixe um aplicativo aqui ou aplique na baixinha alí...

E aí, aprendi alguma coisa sobre lesbianismo? Com certeza. Agora vou explorar este conhecimento, me aguardem.

Diversidade de pintos (!)
Sob a Luz do Espiritismo

O que o Espiritismo tem a dizer sobre os "diversificados"?

Nunca me convenceu. Mas vá lá, vamos dar o braço a torcer e tentar de novo.

Ele diz que todo espírito é assexuado. Já começamos a torcer a cara por aí. Afinal, quem quer ser assexuado quando o sexo é a melhor droga do mundo, é natural e geralmente de graça?

Bem, é preciso abstrair-se, é preciso elevar-se, é preciso meditar, acalmar-se, escutar música clássica, ou ficar muito bêbado para sequer admitir-se um mundo sem sexo. Depois que você admite isso, então pode respirar fundo e perguntar, "o quê, quando?".

Diversidade de pererecas... das venenosas (!)
Pois bem, mas antes de se atingir o nirvana de ser-se assexuado, ou seja, sem "problemas" desse tipo, como uma criancinha que ama as borboletas, é preciso ter sido homem e mulher. Oi, lá vem de novo a polêmica? Quem raios quer ser mulher, diz o macho alfa? Peraí, quem raios quer ser homem, diz a patricinha?

Pois é, meus filhos, se você é homem, aprende umas coisas, se é mulher aprende outras, então você estará preparado para o reino dos céus quando souber ambas as séries de coisas dos dois sexos. E dos outros sexos? Não existem outros sexo, meu.

Então, você já brincou de bonecas? É bom, é só trocar de cabeça e valores. Alguma coisa você haverá de achar de bom em fingir tomar cházinho com suas amigas ao redor de uma mesinha de brinquedo, é tão lindo que é hipnotizante. Sua mãe há de lhe ensinar na próxima encarnação, a lavagem cerebral vai ser tão boa que você não vai notar, e de repente, pumba, lá tá você de maria-chiquinha tropeçando nos saltos altos e cheia de batom, revirando os olhinhos. Estou falando de mulher, cara.

À procura da outra metade
E aí, garota "Tom boy" (masculina), tem nada melhor do que jogar uma bolinha e ficar toda suja de terra, e depois tomar um banho frio e se enxugar pela metade, jogando qualquer short no corpo e ficar sentindo a água dos cabelos ainda escorrendo pelas costas?

Sim, sexo é melhor. Para ambos os sexos. Então, como é que o céu espera que eu vá abrir mão de sexo, meus amigos?

É que você vai evoluir, meu filho. Você vai cansar disso. Ah, tá certo, eu acredito. Eu vou cansar disso!

Os mais evoluídos... (http://www.forumassexual.org/)
Pois acredite. Se você acha sua cara metade, já deixa de ser promíscuo, começa por aí, deixa sem sentir, naturalmente. Quanto mais amor você vai adquirindo na vida, menos o sexo vai significando, e mais as horas de estar junto ganham siginificação. É só extrapolar este raciocínio que você acaba aceitando sua sina assexuada. De qualquer modo, se você chegar a envelhecer, vai ter que encarar a falta de sexo, meu caro... será?

Diversidade infantilanjinhos ingênuos
Que lindas não são as crianças, os anjinhos, todos assexuados? Os bichinhos, o arco-íris, as folhas das plantinhas, nada disso tem sexo no meio. Por isso você não acha graça, não é? É que você é uma pessoa primitiva, das cavernas, um macaco. Quando você evoluir vai fazer poesia, vai aprender a ser cortês, educado, respeitador, criar leis de proteção contra homofobia, contra bullying, você vai acabar sendo um ativista pelos direitos humanos, e enquanto você está entretido trabalhando, não tem nem tempo pra sexo. Ou melhor, tem pouco tempo, o bastante para ser normal.

Então, primeira condição para evoluir espiritualmente é deixar de fazer sexo. Ah, sempre detestei esta idéia, e por isso me afastei do Espiritismo, onde já se viu? Não quero evoluir coisa nenhuma, prefiro meus ahs e ohs...

A Tentação de Cristo, 1854, Ary Scheffer.
Esta obra diz que nudez é coisa do diabo.
Não é bem assim, quer dizer que santo é assexuado,
e quem é sexualizado então não é santo. Nada
disso, sexualizados são os encarnados nesse corpo
material, por pura obra e graça da procriação.
Então, quem faz sexo sem pensar em procriar é
ainda mais endemoniado. Não obrigatoriamente,
já que todos os encarnados são diabólicos, doentes,
"pecadores" e em processo de evolução vivendo
neste hospital chamado Terra. É preciso entender
o contexto e as interpretações, mudar os conceitos,
ao invés de só condenar e condenar, alimentando
preconceitos. Então, no fim, somos todos tão
pecadores quanto os "diversificados" e engula
essa. E enquanto somos encarnados, não somos
azuis...
Porque não é assim não, estão lhe ensinando errado. 

O Espiritismo tem sido traduzido para você por pessoas, e pessoas tem preconceitos, tem medo, receio, vergonha, são o retrato da cultura de uma época, e ainda mais no fim do século 17 quando o Espiritismo apareceu. 

Não se tocava no assunto sexo, e não tem havido uma recliclagem, uma atualização, não que eu saiba. Quem souber, por favor, me diga

Você não tem que esquecer que existe sexo, você acabará esquecendo diante de outras coisas melhores que o completarão mais, e a coisa principal é o... amor! 

Então tudo vem naturalmente, você não tem que ser forçar a nada, tudo vem a seu tempo.

Ah, mas amor é sexo, não é não? 

Ih, não senhor, muito diferente. Amor pode ter sexo, e sexo pode ter amor, mas cada um é cada um. Pode-se ter cada um sem o outro também. Sexo sem amor quase todo mundo tem. Amor sem sexo é bem raro, mas existe. Muita gente ama seu bichinho de estimação e não faz sexo com ele (acho, porque homem é muito safado...). E amor com sexo, ou vice-e-versa, beira o tal nirvana. Já provou? Não morra sem experimentar... okay, sei que isso não se compra no shopping center...

Diversidade musical: Plan B, Amor e Sexo, regaton porto-riquenho, em Espanhól, com legendas.

Há quem diga que os espíritos são bonitos. Há quem represente os santos nus ou apenas com paninhos diáfanos pra enganar. Eu tenho a impressão de que lá em cima é todo mundo nu, pois afinal, se o nosso corpo humano é um templo e devemos cuidar dele com carinho, e além disso, quando morremos ainda temos que passar por fases de cura do nosso corpo astral que é apenas outra camada do nosso corpo material, diluído, menos denso, perispírito ou seja lá o que for que ainda é um corpo com aparência, e se é verdade que lá em cima a gente pode se apresentar para os outros do jeito que a gente quer, e obviamente no meu caso eu me apresentaria como James Dean (ou eu mesmo com 20 anos), como é que sexo não interessa e nem a aparência humana também não? Se o corpo humano é tido como a obra mais perfeita de Deus, como é que não se deve admirá-lo e desejá-lo? Não faz o menor sentido, está faltando falar alguma coisa a mais.

Diversidade espiritual: seres avançados, formas humanas musculares
Quando eu era criança, não sabia o que era sexo, e não tinha sexo, pelo menos não antes dos 4 anos. Me lembro que eu me deslumbrava com o rosto das pessoas, com o corpo delas, mas não as desejava sexualmente porque o negócio não trabalhava ainda. Então, podemos admirar as pessoas sem desejá-las sexualmente. Assim mesmo são os homens para com os outros, eles se deslumbram com a beleza do amigo, mas não fazem sexo com ele. E as mulheres entre si também... bem, era pra ser assim, mas entrou areia.

O que vai na cabeça de cada um, exceto que todos os
"diversificados" pensam igual aos homens, são cegos por sexo.
Tou mentindo, Terta? Não generalize, querido...
O que falta falar é que o céu é uma praia de nudismo em que todo mundo é malhado. Isso é o céu! 

Diz minha mulher que sou superficial, que dou valor demasiado à aparência, mas pois então se não sou homem? Homem é assim. Devo eu não querer ser homem para evoluir? Então vou ser o que? 

O lance é que a praia de nudismo do céu não pode ser divulgada, senão todo mundo ia se suicidar pra ir pra lá. Quando chegassem lá, iam quebrar a cara porque é um nudismo sem sexo. Não existe a tal sensação física, então você tenta e tenta, e nada. Você acaba louco se não evoluir de vez.

Você torna-se um réptil insatisfeito
Em meus treinamentos espirituais através de sonhos (pasmem), me deram demonstrações de como é o "pecado da gula", por exemplo. Foram só sonhos, mas eu gosto de inventar que tem algo mais, minha paranóia.

Você vê pratos deliciosos, e come, come, come e não se sacia, pois aquilo não é verdade, é da sua cabeça, é do seu vício que você tinha na terra quando era vivo. Você fica louco e cada vez quer mais até atingir o desepero e pedir que "Deus" lhe ajude a livrar-se daquele vício maldito, porque você anseia por paz. 

Pior é que, enquanto você está sonhando, você ainda está vivo, então continua com fome, mas a fome é de verdade. Muita gente levanta e vai na geladeira no meio da noite. Eu não vou... vai ver esse pessoal anda sendo treinado também. Ah, o treinamento que eu gosto mais é de voar. Você já voôu nos seus sonhos? Daqueles vôos em que você é o controlador de seu próprio vôo?

Escala Kinsey de homograu. Em cada encarnação você nasce
de uma cor...
Aqui representada com os graus de orientação sexual
e a porcentagem deles na sociedade americana (em que ano?).
 

Troca de Sexo

Bem, aí entra em jogo o lance de trocar de sexo. Você então vai migrando devagarzinho para o outro sexo, e nesse meio tempo, você nasce travesti. Entre as encarnações, você nasce meio macho, ou meio mulher, depende do grau em que você está na escalada da mudança.

Bem, digamos que esta "teoria" faça sentido. Então os gays estão no meio do caminho da evolução, já aprenderam tudo o que tinham que aprender com um sexo e estão na direção do outro. Então eles são mais evoluídos do que os héteros? Era só o que eles estavam esperando pra saber, agora sai de baixo...

Mas nada impede que os héterossexuais não já tenham passado pelos dois lados. Sim, impede. Se eles já viveram como homens e mulheres, haverão de serem remanejados para outra prisão, outro planeta... ou então alçados para outro nível mais elevado de evolução espiritual.

Guy Pearce como a travesti Felícia, à direita, no filme 
australiano Priscila, a Rainha do Deserto, um dos retratos mais 
perfeitos da sociedade australiana. O australiano Guy Pearce é 
um dos meus atores favoritos, mas os outros dois, diga-se de 
passagem, são "masters": Hugo Weaving como a drag qeen à
esquerda e Terence Stamp como o transexual operado 
tomando no centro.
Isso faz mais sentido, uma vez que, mudando de sexo, você evolui. Ah, disso eu tenho certeza. Como tive um período de "confusão" de identidade na minha vida, "resolvi" (pois não sei se é verdade) acreditar no fato de que, se eu não tivesse tido aquela confusão, hoje seria um macho insuportável, nazista, racista e ganancioso, querendo mandar em todo mundo, em briga pelo poder. Pois estas são "qualidades" masculinas, não são? 

Mas, ao contrário, dou valor a mulher, aprendi a respeitá-las, a levá-las em consideração seriamente, aprendi a ser paciente, tolerante, e a ser menos agressivo. Então isso foi uma evolução. Tenho conhecidos que não acham e até minha filha botou um destes "amigos" alfas pegadores e defensores da primazia masculina pra correr. Ele sumiu que nunca mais apareceu...  

E agora estou aprendendo a... perdoar. 

Ih, isso é difícil, cara, acho que devo ter ancestrais inglêses porque até pouco tempo eu era daqueles que jamais esquecia uma injúria para me vingar. Livrei-me disso e hoje perdôo o coitado. Por incrível que pareça o povo australiano também sabe perdoar, principalmente quando em grupos.

Bem, entre os homens também existe amor incondicional, amor sem sexo, e eu diria que entre as mulheres também. Mas durante a tal "transição", é uma confusão muito grande, ninguém respeita ninguém e ao invés de procurar ganhar dinheiro, as pessoas procuram ganhar dinheiro pra comprar as outras e levá-las pra cama numa sequência sexual infernal que não acaba mais e nunca satisfaz. Aí é onde o sexo toma conta da sua vida, da sua cabeça, então como é que isso pode ser evolução? É demoníaco. Tá faltando coisas que não foram ditas.

O conceito que os homens tem de mulher só na aparência é um 
conceito equivocado.
Por isso tenho minhas dúvidas sobre esta tal "fase intermediária". Aceito que é parte da evolução aprender o que cada sexo faz, adquirir as qualidades dos dois sexos, até admito que cada encarnação podemos nascer de sexo diferente, e por isso nasceremos com "tendências" que hoje em dia se diz que é porque "nasci assim" (born this way) e não discuta.

Portanto, verdade que para o espírito evoluido, o sexo é muito pequeno e não existe. Precisa ser muito evoluído mesmo. Aqueles que são viciados em sexo, ou em qualquer outro vício, haverão de dispender muito tempo nos hospícios, nos sanatórios do purgatório a fim de se recuperarem, algo assim como deixar as drogas, deixar de fumar, deixar de beber, aquelas sessões de horrores, a fim da pessoa, ou melhor, do espírito voltar ao "normal".

Nosso Lar versão em Inglês, divulgada pela
escola de Arte e Cinema da Universidade do
Sul da Califórnia
http://cinema.usc.edu/events/event.cfm?id=12439
Tá curioso? Assista ao filme Nosso Lar.

Normalidade

Mas o que "normal", pelo amor de Deus? Bem, não se faça de engraçadinho, você sabe muito bem, todo mundo sabe, normal é tudo o que não trás estresse, é tudo que pode continuar por anos a fio sem incomodar, sem lhe levar ao desespero, ao suicídio ou às fugas e aos excessos, isso é ser normal. Anormal é tudo ao contrário, portanto, se você gosta de esportes extremos, você é anormal...


Ah, esse conceito é difícil de se estabelecer, portanto não vamos ter preconceitos contra os "anormais" porque tudo é normal quando sabemos a razão do porque cada um é do jeito que é. E sabendo disso, fica fácil perdoar. Como disse Jesus Cristo, perdôe-os, eles não sabem o que fazem.

Então, se você bebe muito, você sabe que bebe muito, e você sabe que o que você provoca não é bom pra ninguém, então você sabe que não é "normal" e sabe que tem que "voltar ao normal", que é voltar a ser sóbrio pra pensar direitinho. Portanto, todo mundo sabe o que é normal, me poupem.

E no sexo, o que é normal? Papai-e-mamãe, é claro... e só pra procriar. Faz-se uma vez só, que já se engravida, e depois que a criança nascer, faz-se outra vez pra outra criança nascer, e assim por diante. Uma vez por ano, no máximo 5 vezes, dependendo da Lua e durante 20 anos, 20 filhos, o mesmo homem com a mesma mulher, claro. Qualquer coisa além disso é "anormal". Fazer sexo sem dar a luz é "anormal". Somos todos anormais. Menos os demissexuais...

Então no céu é assim. Você fica maravilhado com todo mundo, mas não tem atração sexual. Assim como amamos as crianças, abraçamos, beijamos, dormimos juntos, mas não tem sexo... pelo menos era assim antigamente...

Professor primário australiano, propaganda
É quando a terra está se tornando o inferno. Numa nova propaganda do estado de Nova Gales do Sul, na Austrália (New South Wales, capital Sydney) sobre o valor dos professores nas escolas públicas, uma mãe está na porta da escola com um menino que vai lá pela primeira vez, choroso. Chega um novo professor bonitão, se abaixa, e pergunta, e aí, como vai você? É sua primeira vez na escola? Xim. É minha primeira vez também, com uma voz sedutora e calma, e olha para a mãe que dá um sorriso condescendente. Vamos entrar você e eu? O menino olha pra mãe, ela olha pra ele consentindo, e o menino dá um sorriso sem graça, morrendo de medo do estranho sedutor. A propaganda acaba aí, mas deveria continuar mostrando o rapaz pegando na mão do garoto e o levando para dentro, ou talvez o levando no braço, e a sedução é só na aparência saudável. Era assim quando eu era pequeno no Brasil e nunca sofri ataque sexual, se bem que não existia professor do sexo masculino. Olha aí, ser mulher significa evoluir-se pois pode-se ser professora primária no Brasil... nossas crianças tiveram sorte te ainda terem professores masculinos na Austrália...

Veja o vídeo aqui de divulgação da necessidade de professores primários masculinos na Austrália, em Inglês:

http://bcove.me/ffuelvgm

Se você Google "male teacher advertising Australia" vai ver a procura frenética por professores primários masculinos que são espécie em extinção na Austrália. Quem quer ser professor, se não pode nem tocar nas crianças? Pra sair com fama de pedófilo? Não, obrigado, azar das crianças australianas. É preciso urgente confiar mais nas pessoas, olho-no-olho, tocá-las não apenas na hora do sexo...

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