Todos nós somos iguais |
Porque o Espiritismo respeita as pessoas e nos ensina a tratar todo mundo igual, do mesmo jeito, não importando raça, cor, credo, cultura nem vestimenta. Me gabo de conseguir fazer isso sem esforço já faz muito tempo desde que deixei os cueiros e de achar que pobre era outra raça no Brasil, logo ao entrar na adolescência como um conservador branco, racista e reacionário (direitista) cheio de titica-de-galinha na cabeça e uma jactância de quem já se considerava adulto aos 14 anos.
Pois bem, aqui no exterior, e no meu trabalho, de vez em quando aparece um bicho papão anglo do cliente que todo mundo fala mal dele como intragável e intolerante.
Grumpy, o anão Zangado de Branca de Neve |
É quando chega o brasileiro "espiritualizado" com seu "jeitinho" à tira-cólo e entra em cena. Seu princípio de vida é o da transparência, ou seja, ele diz o que sabe e o que não sabe sem medo de represálias ou de falsas avaliações porque acredita na honestidade de princípios. É o preto-no-branco, ele é ele mesmo, autêntico, mata a cobra branca e mostra o pau preto (ou seria o contrário?).
Daí, este brasileiro vai descobrindo que o bicho papão, de animal selvagem, não tem nada, que ele não consegue se indispor com o apregoado antipático, e ao contrário, parece que sempre é muito bem recebido e merece boas e autênticas explicações, com direito a piadinhas e tudo, sobre seja o que forem suas indagações, vindas de um real especialista que conhece do negócio, sabe das coisas e sabe explicar também. O cara conhece o negócio dele e sabe como levantar... polêmicas.
Então, quando alguém relembra de novo a antipatia do sujeito numa reunião, o brasileiro diz, humildemente, ué, comigo ele nunca foi antipático, muito pelo contrário.
Olhos em brasa lhe fitam de cima abaixo a dizerem em silêncio, quem é este mexicano insolente, mal-educado, atrevido, prepotente, ensimesmado, arrogante, orgulhoso, indômito, emproado, túmido, empafiado, snob, ventoso, topetudo, desdenhoso, esnobe, rompante, ostensivo, metido, jupiteriano, inflado, prepotente, convencido, jactancioso, fátuo, entufado, amaneirado, nojento, pedante, presumido, assoberbado, sobranceiro, pretensioso, presunçoso que se atreve a nos desdizer em público, na frente de todo mundo?
Ora, ele sempre é legal comigo, desculpem, perdoem, clemência...
O barbudo velho Karl Marx |
Sem me alterar, porque para mim todo ser humano é sempre igual, é só esperar o efeito do ecstasy passar, depois que ele, bem enfezado, expôs o problema no quadro-negro-branco com seus riscos e arabescos irritados e do alto de seu porte gordo e imenso, ocupante de um grande espaço físico no meio daquela barba branca de Papai Noel, comecei a minha explicação humildemente, riscando aqui e ali, porém assertivamente alfa e sem titubeio, porque eu sabia do que estava falando.
Discussão vai, discussão vem, tendo suas várias tentativas de me derrubar nalfragado, e a fera vai amansando. Vai enxergando a razão das coisas, ligando os pontos com sensatez, enquanto, para todas as questões levantadas por ele em cima do seu mal humor, eu tinha uma resposta clara e lógica na ponta da língua para arrotar, de quem sabia das coisas... também.
Se atreva a provar que estou errado... |
E assim eu provo mais uma vez que não existe bicho papão no trabalho, apenas chefes que se irritam com as tentativas dos subordinados de enganarem eles achando que chefes não trabalham e não sabem de nada, aquela velha crença dos perdedores.
Mas é verdade, todo mundo que é sensato e tem fama de intragável, comigo amansa.
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