Bond Street (rua do bonde, quer dizer, rua da Relação), em Londres |
1902 foi o ano em que um dos maiores admiradores da empresa, o rei Alberto da Bélgica, presenteou a boutique com o título de Real Tabacaria ("Royal Tobacco"). Em meados dos anos noventa houve um processo de re-branding - projeto novo, fresco, de caixa dura. Em uma versão "premium" de 2006, foi lançado o "Bond Street Special". Esta marca de cigarro não está disponível no Reino Unido (fonte Wikipedia).
Já a Morland fabricava cigarros especialmente para o gentleman espião Jaime Tá Ligado, digo, James Bond, usando uma mistura de tabacos da Turquia e dos Balcãs para ele fumar apenas na Inglaterra...
Bond Street em Sydney |
Como parte da mini-pesquisa, segundo minha mulher, atualizada pelos jornais nacionais brasileiros diários, houve uma grande queda no consumo de cigarros no Brasil que perdura até hoje.
Fumar muito na Austrália é um contracenso tão grande quanto o número de mães solteiras jovens que parecem nunca ter ouvido falar em sexo seguro, principalmente quando me lembro que o que mais me chocava na TV australiana era justamente as propagandas do governo contra a tabaquice do tabagismo. As propagandas são chocantes, totalmente inadequadas para crianças, mas passam em qualquer horário. Cá pra nós, tem propagandas na Austrália que passam longe do bom-gosto, assemelhando-se mais a um "freak" show (show de horrores). Tem gente que acha que sátira é grosseria e baixa o sarrafo.
A mais recente propaganda que passa hoje em dia mostra uma ex-modelo loura e bonita que tornou-se um caco na vida real e topou fazer a propaganda por alguns trocados a fim de divulgar o mal que o cigarro pode fazer a outras pessoas. Ela fala com voz grossa através de um aparelho instalado na garganta e tem o rosto todo deformado.
Na propaganda ela dá um exemplo de como se apronta para sair todo dia: bota dentadura, bota peruca, bota o aparelho de falar, e está pronta para sair.
Uma imagem chocante, mas que, devido à vulgaridade da propaganda, acaba se tornando apenas mais uma pessoa "freak" (bizarra) no meio das outras, ou seja, a mensagem perde a força da indução pela banalidade das monstruosidades, tornando as pessoas insensíveis.
Este blog de uma francesa com 2 páginas acha fumar muito charmoso: http://www.prazerdefumar.com/ |
Nem as empresas ficaram satisfeitas, nem nenhuma das fantásticas e inteligentes campanhas boladas por este povo super-esperto tem demovido as pessoas de fumarem. Ao contrário, o "trend" (negócio) tem aumentado. Não adiantou se proibir as empresas de fazerem aquelas legendárias propagandas da Holywood que divulgava os esportes extremos mais recentes com tremendo bom gosto, tentando associar saúde com cigarro. Hoje as embalagens são tão iguais que não se sabe mais nem que marca está-se fumando.
Propaganda norte-americana que passa na TV australiana com
frequência e aprovada pelos órgãos de saúde, dica de uma
ex-fumante, em Inglês; se você é de menor, não assista, senão vai
ter pesadelos:
ter pesadelos:
Se você é de maior e gosta de filmes de terror e de shows realidade,
esteja avisado, este vídeo tétrico não é para os "fainted hearted"
(de coração fraco, impressionáveis), embora elas passem na TV
comercial australiana, o mesmo vídeo acima pode ser appreciado
nesta segunda série de quatro vídeos mostrando as 40 piores
propagandas mundiais contra o fumo (em Inglês):
https://www.youtube.com/watch?v=ZyO-2JQR7Fo
esteja avisado, este vídeo tétrico não é para os "fainted hearted"
(de coração fraco, impressionáveis), embora elas passem na TV
comercial australiana, o mesmo vídeo acima pode ser appreciado
nesta segunda série de quatro vídeos mostrando as 40 piores
propagandas mundiais contra o fumo (em Inglês):
https://www.youtube.com/watch?v=ZyO-2JQR7Fo
Na realidade, não sei como é que se compra cigarros aqui (o único local que conheço é em balcões externos nos super-mercados dentro dos shoppings e trancados em estantes de vidro), nem que raios de marcas ou tipos existem, porque parece mais uma atividade proibida e clandestina. Mas as pessoas continuam fumando, principalmente os jovens. Hoje fuma-se como uma atitude ativista e revolucionária. Antigamente fumava-se para imitar os artistas de Holywood. Para fumar-se hoje, é preciso passar-se por cima da campanha acirrada de informação que lhe solapa, uma campanha milionária mas totalmente inútil, apenas mais um jeito de se ganhar dinheiro, promover o mau gosto, e ainda dar uma de bonzinho.
Aterrorizantes embalagens obrigatórias de cigarros na Austrália desde 2012. Veja as medidas tomadas neste país ao longo do tempo contra o tabagismo aqui, em Inglês: http://www.abc.net.au/news/2014-01-10/ timeline3a-smoking-report-marks-50th-anniversary/5192838 |
É tanto que programas como "Border Security" (Segurança nas Fronteiras, pela Seven Network) ou "Border Protection" (Proteção das Fronteiras), que mostram como a alfândega funciona em países como Austrália, Reino Unido e Canadá, mostram a quantidade de gente tentando contrabandear cigarros em viagens internacionais, fingindo-se de inocente e como se fosse para uso próprio.
Série de TV realidade Segurança das Fronteiras, Austrália |
Querem sentir o gostinho destes programas para machos que nos intervalos dos esportes? Só alguns exemplos aqui porque há mais sobre patrulhas de cães rastreadores, polícia ao vivo pegando carros na rua e na estrada (as séries americanas são as piores, muita baixaria), resgates médicos de helicóptero, polícia noturna no basfond de Kings Cross, Sydney, reduto boêmio e gay, e os consequentes atendimentos no hospital contíguo, e salva vidas nas praias australianas como "Bondi Rescue" ("Resgate em Bondi"), e outros, tudo em Inglês.
- Border Security (Segurança nas Fronteiras), https://www.youtube.com/watch?v=KMBoDvmqlgk Border Security 2011 - Channel Seven 2011
- Border Security, Australia, https://au.tv.yahoo.com/plus7/border-security/, https://www.youtube.com/watch?v=Udx_ueKck5c e https://www.youtube.com/watch?v=LEiMHdISTvE Border Security - Australia's Front Line - Customs & Immigrations Documentary (Linha de Frente Austrália, Documentário sobre Alfândega e Imigração)
- Customs, Ireland (Alfândega, Irlanda), RTE One Network, 2008, http://www.rte.ie/tv/customs/
- Border Security: Canada's Front Line, (Linha de Frente Canadá) National Geograpic Channel, http://www.natgeotv.com/ca/border-security
- Customs UK (Alfândega, Reino Unido), 2008, https://www.youtube.com/watch?v=5urNWAOz33Y, Customs UK - Series 1 Episode 1
- Border Security International, Channel Seven, https://au.tv.yahoo.com/plus7/border-security-international/
Filme Obrigado por Fumar |
Certo dia, meu filho exemplar me veio com este filme para eu assistir, dizendo que era extraordinário, "Thank you for Smoking" ("Obrigado por Fumar", 2006), sem título em Português. Olhei pra cara dele bem direitinho, e bastou isso pra ele sorrir e dizer que realmente o filme era sério e muito bom. Acreditei e resolvi assistir, para no final concordar com ele. Na essência, trata-se do amor de um pai solteiro por seu filho, sob sua guarda.
Não é um filme sobre fumantes, mas uma sátira elegante sobre a indústria do cigarro com Aaron Eckhart e Maria Bello como protagonistas. O filme conta a história do porta-voz de uma fábrica de cigarros que tenta ser um bom modelo para o filho adolescente, dirigido por Jason Reitman, filho de Ivan Reitman ("Ghostbusters", "Caçadores de Fantasmas"), com este emprego desgraçado.
Nick Naylor é o principal porta-voz da Academia de Estudos do Tabaco (Academy of Tobacco Studies), uma empresa que faz lobbies para a indústria do tabaco e promove os benefícios dos cigarros. Naylor utiliza eventos de mídia de grande destaque e uma retórica intencionalmente provocadora para salientar o que seus clientes vêem como uma cruzada injusta contra os produtos que utilizam tabaco e nicotina. O cara é muito inteligente.
Por incrível que pareça, no filme ninguém fuma, o supremo da sátira |
Muito charmoso, além do que um isqueiro é sempre útil, não é o que este blog acha: http://www.cafeinamagica.com/2015/05/cigarro-o- veneno-dos-idiotas.html |
Neste ponto, a trama se assemelha a outros romances satíricos de Buckley, como "Little Green Men" ("Pequenos Homens Verdes").
O filme baseado no romance foi lançado em 2005. Embora os personagens sejam essencialmente os mesmos, a trama tem algumas diferenças significativas. Entre estas diferenças, está a relação de Naylor com seu filho, que recebe um destaque maior, e a conspiração para sequestrá-lo tem menos importância. O final do filme também é diferente do final do livro, tanto nos eventos quanto no tom abordado.
Fonte https://pt.wikipedia.org/wiki/Thank_You_for_Smoking
Intimidade entre trabalhadores das docas de Londres por causa do cigarro... e haja subterfúgios... |
É como o assunto que mais advogo aqui, a união entre dois homens os torna inteligentes e invencíveis. E por isso ela é tão combatida pelos fracos vulgo poderosos ao ponto de causarem danos em mais da metade da população masculina mundial onde homens exploram homens ao invés de se irmanarem com eles, ou seja, se amarem como manda a lei divina. Quanto mais ela manda, mais os homens influenciados por uma cultura canhestra caçoam dela.
Versão inglêsa de botar o carro na frente dos bois (com eles são cavalos) |
Prestígio Aloprado
É incrível como o homem pode criar produtos vergonhosos e, através de maquiagem, embalagem e divulgação, torná-los símbolos de prestígio para os outros passivos que caem na esparrela para o tornarem rico. E este é o grande lance. Tem pessoas que reclamam porque os tais produtos continuam à venda, culpando os governos, e se esquecem que eles vendem porque elas compram.
É o carro adiante dos bois.
Um detalhe é que, em geral, as críticas de cinema falam sobre tudo, como neste caso, menos na relação pai-filho como esta (em Inglês):
http://www.rogerebert.com/reviews/thank-you-for-smoking-2006
Paul McCartney acende o fogo do bro Damon Albarn |
Por isso é óbvio que não fumo.
Quando eu era jovem, achava bonito dois caras iniciarem aproximação simplesmente por acenderam um o cigarro do outro, gentil e seriamente. Sei que este é um dos motivos do fumante tímido, fazer amizades, além do outro clássico de "ter onde colocar as mãos". Para fazer amizades, realmente, não é preciso subterfúgio, e me lembro quando superei este trauma de não saber onde colocar as mãos, simplesmente decidindo deixá-las penduradas e pronto como outras coisas... E depois, sempre existiram bolsos nas calças, e uns até com tamanho adequado para serem mais úteis...
A quem me tentava eu dizia que não era doido de enrolar dinheiro e queimar...
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