sábado, 6 de agosto de 2016

Mini Ex-Gay II e Mais 42

Mata o pau e mostra a cobra... tentativa não-oficial de récord para
o Guinness de 2020.
20 dias depois que postei sobre o amigo do amigo que tinha um filho de 6 anos que queria usar saia e ele me deu a chance de instruir o pai sobre o assunto, no dia 30 de junho, ele já me manda um zap (WhatsApp) internacional dizendo assim: "Graças a você, temos observado mudanças substanciais no comportamento do menino". Como a notícia veio através de zap, foi lacônica bem ao gosto dos smartphonaltas de hoje que passam mensagem rápida, válida mas curta e sem detalhes.

Suponho que isso seja um record mundial para o Guinness World of Records, o ex-gay mais rápido do mundo. Mas é óbvio que só saberemos daqui a mais uma pá de anos, quando a onça for beber água ou a vaca for pro brejo.

Se funcionar, descrobrimos a fórmula de reverter o processo doloroso da pessoa não se ajustar ao seu gênero justo quando o diabo começa a cutucar com vara curta, aos 6 anos de idade, com a mesma facilidade com que se curam doenças com a medicina natural do índios. Medicina essa proscrita pela sociedade de consumo e pela labofarma representada por todos os médicos alopáticos formados nas universidades controladas do mundo, os quais zombam das ervas, não tocam no assunto, ou simplesmente ignoram porque não podem dar opinião sob pena de perderem suas credenciais, do mesmo jeito que os profissionais da área do comportamento também não podem promover ex-gays porque também são descredenciados por suas associações oficiais.

Esta criança me desespera... Mãe? Sim, ela não vai se abrir para
a modernidade!
E assim prosseguimos na vida sendo controlados, se não somos inteligentes para sairmos pela tangente.

Esta semana li nas minhas revistas conspiratórias que o medo nos impede de desenvolvemos contato espiritual ou nossa espiritualidade de um modo geral. Nada vem mais a calhar então do que esta onda de terrorismo inventada por alguns seres que se julgam inteligentes ao ponto de substituirem Deus na luta para "despovoar" o mundo, utilizando a mídia para espalhar o terror.

Ontem assisti a um filme Espírita chamado 42, um dos filmes mais lindos ultimamente, achado por acaso na TV.

O quê? 42 é um filme Espírita? Aqui, ó!

Espírita sim. 

Não.

Sim.

Não.

Sim, sim, sim, ora.

Mas que irritante, prove!

Okay, é um filme sobre igualdade humana.

Ora, muitas filosofias apregoam igualdade também.

Pois bem, então o filme é de todas estas filosofias também, Espiritismo incluido.

Kkkkkkk!!! Não ria, quase todos os brasileiros são raciados com
negros africanos, e o KKK (klu-klux-klan) é coisa de extrema 

direita, famoso por dizimar mais negros do que a polícia
norte-americana...
Foi engraçado ouvir quando o diretor Ben Chapman de time diz para Herb Pennock, gerente do time Phillie de baseball de Cincinnatti, "Deve ter sido algum judeu que escreveu isso"... sobre um artigo que defendia a igualdade racial nos Estados Unidos da década de 40 depois da guerra mundial, um imenso tabu, e dizia assim: "Há uma grande multidão de linchadores entre nós; eles não usam capuzes nem carregam cordas. Eles são vocês, não eu. Devemos lembrar que nem todos os inimigos do país estão além das fronteiras da nossa terra natal."

Não se esqueçam de que costuma-se dizer que por trás de todos os movimentos de direitos humanos estão os judeus. Mas que judeus são estes? Os mesmos que dizimam os palestinos? Que controvérsia mais miserável é esta? Segundo o editor da revista Unsensored, existem dois tipos de judeus. Isso é o que complica. Mas não consigo achar o artigo que li a um tempo atrás.

E o que tem os judeus a ver com o Espiritismo ou este filme 42? Bem, eu apenas vivo elocubrando se tanto o Espiritismo quanto a Homeopatia tem a ver com os judeus emigrados de Portugal durante a Inquisição, mas não consigo remontar a história de maneira verossímil. Claro, a história é feita pelos ganhadores das guerras, então é impossível montar a história não contada dos considerados "perdedores" para seus algozes. Os rastros são apagados, os livros queimados...

Achei esta arte gay de Wes Hempel interessante... seria o
fim da inocência?
Mas este é um assunto muito complicado, então voltemos ao 42.

O que me impressionou no filme 42: o esporte baseball. 

Blah, estou zoando. Não sou o tipo esportista, embora tenha uma verdadeira atração por atletas (não sexual), e talvez tivesse sido um se as oportunidades esportivas não tivessem escapado por entre meus dedos traumatizados. O esporte pode ser muito bem usado para a paz mundial como nas Olimpíadas do Rio daqui a alguns dias, cuja impressionantemente linda propaganda vemos aqui na TV australiana quase todos os dias, mas cujos dominadores do mundo já conseguiram barrar um país importantíssimo dos jogos deste ano, a Rússia. Também, não sei como os russos foram deixar esta porta aberta para serem defamados de novo. Ainda bem que o bom senso imperou e a triagem vai ser feita atleta por atleta russo.

Não sou fã de esportes, muito menos sequer entendo as regras básicas do baseball, mas o que interessa neste filme é por trás das cenas deste esporte. Harrison Ford subiu 90 pontos em sua escala de minha admiração depois deste filme de 2013 por dois motivos. Por protagonizar um proprietário de clube apaixonado pelo esporte que vê resgatada sua paixão depois que ele resolve lutar para acabar com o preconceito racial nos Estados Unidos a partir de 1946. Trata-se de uma história real, o que me atrai muito mais, mas também porque Harrison se apresenta como ele é hoje em dia, um septuagenário que está sabendo envelhecer com dignidade.

Billy Bean pro aposentado do beisebol nomeado primeiro embaixador
 da inclusão pela Liga Principal de Beisebol apoiando a campanha
NOH8 contra homofobia. NOH8 significa "No Hate" (Não ao Ódio)
O Google trás:

"Em 1946, Branch Rickey (Harrison Ford), gerente lendário do Brooklyn Dodgers, desafia a barreira de cor da notória Liga Principal de Beisebol através da contratação de Jackie Robinson (Chadwick Boseman) para a equipe. 

O ato heróico coloca tanto Rickey quanto Robinson na linha de fogo do público, da imprensa e dos outros jogadores. 

Enfrentando o racismo declarado de todos os lados, Robinson demonstra verdadeira coragem e contenção admirável por não reagir de nenhuma forma e deixa seu inegável talento silenciar seus críticos."

Site oficial do filme da Warner Bros:

http://www.warnerbros.com/42

Página da Wikipedia em Inglês e Português sobre o filme:

https://en.wikipedia.org/wiki/42_(film)
https://pt.wikipedia.org/wiki/42_(filme) 

Trailer do filme no Youtube em Inglês:

https://www.youtube.com/watch?v=I9RHqdZDCF0

A história real em comparação com o filme, em Inglês, com fotos comparativas:

http://www.historyvshollywood.com/reelfaces/42-movie-jackie-robinson.php

Na capa do DVD diz "Herói é uma palavra que se ouve frequentemente no esporte, mas heroísmo não se trata apenas dos resultados de um jogo em campo. "42" nos conta a estória de dois homens - o notável jogador Jackie Robinson e o gerente Branch Rickey do time líder Brooklyn Dodgers - cuja bravura se opôs ao preconceito e mudou para sempre o mundo ao atuarem no jogo de beisebol".

Robbie Ross, lançador do time Texas Rangers da Liga Principal de
Jogadores de Beisebol apoiando a campanha NOH8, uma
organização de caridade cuja missão é promover o casamento e a
igualdade de gênero humano através da educação, advocacia,
mídia social, e protesto visual.
Bem, se na década de 40 vivia-se sob tal grau de preconceito e discriminação racial e hoje estamos desse jeito, com vários heróis negros apesar de ainda haver discriminação racial, porém mais velada, é porque evoluímos espiritualmente. E quem está por trás disso são os judeus?

O valor do filme está na coragem do gerente do time em bancar o primeiro negro a ser introduzido na sociedade norte-americana como herói do esporte, indo de encontro a todo o preconceito absurdo e radical daquela época que era capaz de segregar populações inteiras de negros às portas de serviços, proibindo-os de andarem na frente dos ônibus e de usarem os mesmos toaletes dos brancos, como se fossem seres inferiores ou doentes contaminados. Alguma coisa assim como obrigar as empregadas domésticas e os serviçais, a maioria deles negros, a usarem o elevador de serviço e a não passarem da cozinha, prática "inocente" ainda em voga nas elites e classes médias do Brasil. Não é preciso segregar nos ônibus pois rico só anda de carro ou helicóptero.

Eles querem ver sua altivez, sua dignidade, porque daí eles
poderão enxergá-las em si mesmos
E o valor do jogador negro não esteve apenas na sua superioridade atlética, mas esteve na sua maior capacidade de controlar seu temperamento explosivo de revidar a fim de provar o seu valor humano em lugar do valor da força física e do ódio. Este foi o conselho básico recebido do gerente do time ao contratá-lo, condição sine-qua-non para que ele continuasse no time a fim de provar e obter o respeito da comunidade esportiva por seu valor de ganhar partidas independente de sua cor, o que ele cumpriu mas não sem suas explosões de ódio longe do público.

O filme não trata sobre negros e brancos, trata de preconceitos, de intolerância representada muito bem neste caso quando a virtude ganhou a parada e hoje o que vemos é quase mais jogadores negros do que brancos em todos os times, aceitos até no golfe, um esporte classicamente das elites aristocráticas.

O filme ressalta o relacionamento entre os homens, os bons e os ruins e destruidores, e mostra a coragem de alguns em tomarem pé nas situações de justiça, desafiando a sociedade como um todo. Quando o capitão do time, Pee Wee Reese, vê Jackie ser alvo de vaias e impropérios num jogo na sua casa, em Cincinnati, estado de Ó-Raio-que-o-Parta, digo, Ohio, em que toda a sua família está nas arquibancadas assistindo e xingando o negro, ele com muita coragem vai ao encontro de Jackie para defender sua dignidade e o abraça na frente de todo mundo, mantendo-se lá e fazendo sua família e o público engolirem seus preconceitos.

Você sabia? Dia de Jackie Robinson - Jackie Robinson é o único
jogador de beisebol a ter um dia dedicado só a ele, celebrado em
15 de abril cada ano, para honrar a data de seu debut na Liga
Principal em 1947.
Apesar do gerente do Dodgers, personagem de Harrison Ford, dizer que estava defendendo o negro porque só pensavam em ganhar o campeonato e a recompensa por isso, não era a verdade. Na verdade ele sofria por não ter defendido outro negro anteriormente e agora, ao fazê-lo, estava resgatando seu amor ao esporte, incondicionalmente. O negro devolveu-lhe o amor ao esporte e conseguentemente seu amor à vida.

Assista ao filme para ver os tipos de intolerância que estão atualmente sendo desenvolvidos de novo nas sociedades ocidentais por causa do retorno e ascenção das direitas ao poder e consequentemente a evolução do racismo, nazismo e dos preconceitos adormecidos, o que geralmente são as causas das guerras. 

Obviamente que tudo isso tem sido manipulado por mãos que ninguém enxerga, mas isso só é óbvio pra quem gosta de conspirações. Os outros pensam que as ideias racistas são suas mesmo, assim como os brasileiros foram incapazes de pensarem por si próprios quando removeram um governo autênticamente democrático para apoiarem um golpe de corruptos onde não houve heróismo nenhum e nem respeito ao relacionamento entre os homens, exceto entre os mesmos, e isso é algo interessante de se ver, como os homens podem se juntar em seus objetivos e interesses com tanta facilidade numa sociedade machista e patriarcal como a brasileira onde mulher não tem vez. Está na hora destas mulheres mostrarem seus valores, como realmente estão pelo menos tentando mostrar. Quem fala aqui é um feminista mangina cujos rótulos não importam quando a questão é de justiça.

Quero um jogador que tenha peito de não revidar
Os comentários finais do filme dizem tudo:

Branch Rickey (que contratou o primeiro jogador negro norte-americano de beisebal Jackie) foi eleito para o Hall of Fame (Corredor da Fama) em 1967.

Pee Wee Reese (que abraçou Jackie em campo) foi eleito para o Hall of Fame em 1984.

Bobby Bragan se aposentou no ano seguinte e tornou-se gerente das ligas menores do Dodger. Ele é creditado como tendo sido tutor de vários jogadores menores da liga afro-americana.

Wendell Smith (o correspondente do Pittsburgh Courier) tornou-se o primeiro repórter esportivo afro-americano a se juntar à Associação de Escritores de Beisebol em 1948.

Ben Chapman (do Phillies, Alabama, que xingava Jackie em campo) foi demitido em 1948 e nunca conseguiu trabalhar novamente.

O legendário ônibus Clipper Flxible motor coach 1947 do time
Dem Bums (está escrito certo, Flxible)
Eddie Stanky (que partiu pra cima de Ben Chapman pra calar seus xingamentos) passou a gerenciar o St. Louis Cardeais, o Chicago White Sox e os Texas Rangers.

Ralph Branca (que queria tomar banho com Jackie) vive e trabalha em Rye, Nova Iorque.

Dixie Walker (que brigou com Jackie na frente do ônibus) foi negociado na temporada seguinte para Pittsburgh.

Ed Charles (o garoto de 13 anos) cresceu para se tornar um jogador de beisebol profissional. Ele ganhou a World Series em 1969 com os Miracle Mets.

Rachel Robinson divide seu tempo entre Connecticut e Manhattan onde ela gerencia a Fundação Jackie Robinson.

No dia de Jackie Robinson, todos os quatro jogadores da defesa na 
área do diamante (infield) do Baltimore Orioles - assim como todos 
os outros jogadores e treinadores na MLB (Major League of 
Baseball) - usavam No. 42, criando dificuldades para se identificar os 
jogadores no placar (abril de 2014).
Jackie Robinson foi nomeado Major League Rookie do Ano em 1947. Ele ganhou a World Series em 1955 contra o New York Yankees, lavando a burra no Game One. Ele foi eleito para o Hall da Fama do Beisebol em 1962.

O filme termina com uma montagem do Dia de Jackie Robinson no tempo presente. Todos os anos em abril, todos os jogadores da MLB vestem a camisa número 42 como um lembrete das realizações de Jackie dentro e fora do campo.

O número 42 é o único número aposentado por todos do beisebol.

Vemos os 42s deixando seus bancos dos reservas, os 42s com os bastões, os 42s em campo, os 42s dando autógrafos, os 42s roubando bases e os 42s alinhados para o Hino Nacional.

Guia do Iniciante, Regras do Beisebol:

http://www.blogdobeisebol.com/guia-do-iniciante/guia-do-iniciante-regras-do-baseball/

Artigo do The Guardian

O filme 42 retrata a luta de Jackie Robinson como marco da integração (racial) da MLB, Major League of Baseball (Liga Principal de Beisebol)
  • Fazem 66 anos desde que Jackie Robinson quebrou o preconceito racial de cor no beisebol - e Hollywood fez um belo trabalho ao recontar sua história
  • Jackie Robinson e os Dodgers do Brooklyn - em fotos (em Inglês)
Olha a linha arrojada do Clipper Flxible lá para os  idos dos anos 40
Aos fãs de beisebol nunca será permitido esquecerem o que aconteceu em 15 de abril de 1947, o dia em que Jackie Robinson juntou-se ao Brooklyn Dodgers a fim de quebrar uma barreira racial de longa duração no esporte contra a sua cor negra. A Major League Baseball faz questão de lembrar, colocando todo o seu peso a fim de garantir que aquele momento seminal na história norte-americana não seja perdido com o tempo, aposentando seu número 42 totalmente da liga em 1997 e comprometendo-se em celebrar o dia de Jackie Robinson anualmente. Na segunda-feira 20 de abril de 2015, cada jogador irá vestir seus celebrados dígitos, 42, em homenagem a um jogador que se tornou um ícone.

O respeitado Pee Wee branco calando a boca dos xingadores ao
abraçar o negro Robinson em público
Há, porém, um perigo de que o grande peso da história de Robinson possa ser perdido para aqueles que não cresceram em uma época, ou mais perto de uma era de segregação e racismo descarado. Uma coisa é ouvir histórias sobre as dificuldades de Jackie, sobre a hostilidade que as pessoas afro-americanas viveram neste país, ou assistir a imagens granuladas em preto e branco de Robinson no uniforme azul dos Dodgers (Dodger Blue). Outra coisa é a experiência totalmente diferente de vê-lo lutar através do processo de fazer história, diante de seus olhos, em cores vivas. Isso é tanto o legado quanto impacto imediato de 42, o filme biográfico que foi lançado na sexta-feira 12/04/2013, dias antes do 66º aniversário da primeira aparição de Robinson como um Dodger no campo de Ebbets.

Veja aqui os marcos de Jackie Robinson do Brooklyn Dodgers num mapa em Nova Iorque.

Há uma forte ligação que Robinson e seus famosos Rapazes do Verão (Boys of Summer - livro de Roger Kahn que conta a história do time até 1955) têm com aqueles que cresceram como fãs do Brooklyn Dodgers, e talvez nenhum grupo na história do beisebol seja envolto em tanta nostalgia quanto o Dem Bums, a equipe que sempre esperava o próximo ano até bater os Yankees em 1955, ganhando esse título indescritível na Série Mundial (World Series)

Dois anos mais tarde, ambos os Dodgers e Robinson tinham partido, e depois disso apenas os pais poderiam falar aos seus filhos sobre como era assistir Jackie jogar dentro do campo de Ebbets, a Ban the Box (campanha de direitos humanos contra discriminação) em Flatbush em que eles cresceram - a qual permanece até hoje. O filme 42 permite que os fãs de beisebol mais jovens dentro de um estádio em que só ouviram falar o nome, sejam levados a um momento que nunca conheceram, para assistirem a um jogador cuja presença em um campo de beisebol impulsionou uma nação retrógrada em direção à integração racial. O filme narra a história de Jackie Robinson desde o seu início em 1946 até os Dodgers conquistarem o campeonato em 1947, e serve como chave de ouro na releitura de sua história nos próximos anos.

Seleção brasileira de beisebol, 2013
Uma das realizações de 42 há de ser a sua capacidade de transcender a comunidade de beisebol e apelar para o espectador médio, abrindo uma porta de entrada para a história de Jackie a ser contada para as massas (que chegou ao climax na semana de estréia, ao angariar $27,3 milhões de dólares). Ainda assim é apenas mais um filme sobre beisebol, e no entanto, isso significa que ele tem que passar pelo teste dos fãs mais atentos que estão sempre à procura de qualquer coisa errada que não bata com a realidade, como uniformes, detalhes dos campos, luvas, nomes das equipes, e assim por diante. A abundância de filmes sobre beisebol tem oscilado e decaído neste departamento, mas 42 arrasou. Tudo está no lugar devido, e na verdade pode ser o filme de beisebol mais autêntico de todos os tempos. Os Piratas de 1947 foram retratados corretamente (eu verifiquei), os campos de Ebbets, Polo, Crosley e Forbes pareciam estar bem vivos graças ao trabalho soberbo da tela verde - mesmo os Giants da cidade de Jersey estavam impecáveis. Isto pode parecer coisas triviais para os fãs não desportivos, mas posso dizer-lhe que é doloroso quando se faz a coisa errada, ao mesmo tempo em que o sucesso neste departamento aumenta instantaneamente a credibilidade do beisebol no filme 42.

Os verdadeiros Martin Luther King e Jackie Robinson
Há um outro lado nisso tudo, e este é que 42 é um filme feito por Hollywood (dirigido por Brian Helgeland especificamente) - e não um documentário. Há inevitáveis liberdades ​​tomadas, tais como quando o gerente Leo Durocher do Dodgers, interpretado por um ardente Christopher Meloni, é suspenso devido à pressão da Organização da Juventude Católica, após um caso de adultério tornar-se público. Estou no cinema a pensar, "Eu não sabia disso." Isso porque realmente não aconteceu - ele foi suspenso depois que entrou numa richa com os oficiais do beisebol sobre um suposto jogo fraudado de dados, e foi aí que Burt Shotten foi trazido para gerenciar o primeiro ano de Jackie entre os maiorais.

Há algumas críticas de que 42 só conta a "história oficial de Robinson", mas Helgeland abriu novos caminhos ao retratar um Robinson egoísta quando se tratava de seu relacionamento com Wendell Smith, o jornalista afro-americano que é trazido ao grupo por Branch Rickey, o gerente geral (GM) do Dodgers responsável pelo pontapé inicial da integração racial do beisebol, como uma espécie de contador / cronista. Robinson trata Smith mal, insatisfeito porque Ricky tem alguém cuidando dele enquanto o atormenta com perguntas. Só quando o frágil relacionamento entre eles chega a um cume é que Jackie vem a saber que eles têm muito mais em comum. Smith indaga a Robinson, pouco antes de sua estréia no Brooklyn:

Brancos na frente, negros atrás, nos ônibus
norte-americanos depois da Segunda Guerra
Mundial em que o racista era Hitler
"Você já se perguntou por que eu me sento atrás da terceira base com minha máquina de escrever nos joelhos, isso sequer já passou pela sua cabeça? É porque os repórteres negros não são permitidos na sala de imprensa. Então adivinhe? Você, Sr. Robinson, não é o único a ter um problema em jogo aqui."

A luta de Smith corre em paralelo com a de Jackie, mas é pouco conhecida (ele se tornou o primeiro afro-americano a se juntar à Associação Americana dos Escritores de Beisebol) - trazê-la à luz é mais uma das realizações do filme 42.

Assim é o retrato de Branch Rickey feito por Harrison Ford. Todos nós sabemos que Ford é o maior herói fanfarrão do mundo, mas em 42 ele trabalha num papel de apoio - para o espectador, há um perigo de ser capaz de esquecer quem ele está representando alí. Ford foi Ford por cerca de 10 cenas, e só depois é que ele caiu na real do Rickey, fornecendo uma versão convincente de uma vida dedicada ao beisebol, resgatando a sua própria auto-estima depois de não ter feito muito para ajudar um companheiro afro-americano de equipe a ter sucesso em sua juventude.

Nicole Beharie desempenha um grande papel como Rachel Robinson, apoiando seu marido enquanto ele passa pelas agruras do AAA Montreal até o grande clube no Brooklyn, enquanto Chadwick Boseman é convincente como Jackie, até mesmo assemelhando-se um pouco com ele - um "bônus", de acordo com Helgeland. Há uma abundância de cenas memoráveis ​​- a bronca de Durocher do Dodgers para assinarem uma petição contra terem que jogar com Robinson, a vil agressão verbal de Ben Chapmano gerente do Phillies, Pee Wee Reese colocando o braço nos ombros de Robinson para acalmar a multidão em fúria de Cincinnati - e até mesmo Ralph Branca pedindo a Jackie para tomar banho com ele (gerando um lote de risos no cinema).

Houve uma cena que, pelo menos para mim, marcou definitivamente. Mais tarde no filme, Robinson é mostrado no banco dos reservas quando as crianças estão dando suas bolas de beisebol por cima para ele autografar por baixo. É uma cena rápida dentro de uma montagem que é feita para mostrar o progresso na forma como ele estava sendo tratado pelos fãs - um momento do beisebol que é completamente normal, uma ocorrência que acontece em todos os estádios antes dos jogos até hoje. Só que nada disso era comum naquela época - foi preciso fazer história a fim de conserguir-se ser assim.

https://www.theguardian.com/sport/2013/apr/15/42-jackie-robinson-brooklyn-dodgers-mlb

Este artigo a seguir mostra que a história não foi bem assim unicamente. Ele mostra a conjuntura da época e os esforços de outras pessoas para mudarem a América, como o negro Martin Luther King. The Real Story of Baseballs Integration that You Won't See in 42 (A Estória Real do Basebol que Você Não Verá no Filme 42), em Inglês:

http://www.theatlantic.com/entertainment/archive/2013/04/the-real-story-of-baseballs-integration-that-you-wont-see-in-i-42-i/274886/

Aqui a cena do abraço, em Inglês:






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