O fim da hipocrisia
30/07/2017
http://www.contextolivre.com.br/2017/07/o-fim-da-hipocrisia.html
A hipocrisia acabou, basta ver as pessoas se xingando diariamente nas redes sociais, se ofendendo por serem ou pensarem de modos diferentes. Isso é ruim, ou é bom, afinal? Em que rumo estamos caminhando, a que tudo isso vai nos levar?
O que é melhor, a hostilidade sincera ou a dissimulada? Num dos vários locais onde já trabalhei, cheguei a desejar que as pessoas fossem hipócritas, pois num ambiente de ofensas abertas ficava difícil se concentrar. Lembro que pensei na época, “agora entendi para que serve a hipocrisia”, pois se as pessoas falassem pelas costas, ao invés de ofender pela frente, haveria menos tumultos explícitos e constantes.
A hipocrisia é necessária ao funcionamento social, mas dificulta a evolução civilizatória, já que mascara os problemas, como se eles não existissem. O preconceito velado é o pior tipo de racismo, de homofobia, de sexismo, e de qualquer forma de preconceito sócio-econômico ou cultural, como por exemplo o choque entre a cultura sulista e a nordestina, no Brasil.
Numa sociedade sem um mínimo de hipocrisia, as pessoas poderiam se matar nas ruas, para resolver as suas diferenças, desprovidas de quaisquer máscaras de socialização e convivência entre opostos. Numa sociedade sem um mínimo de sinceridade, inclusive para nossos pensamentos maldosos e preconceituosos, nunca iriamos debater nada mais profundamente, fazendo de conta que tudo estaria bem.
Teoricamente, tanto a hipocrisia quanto as brigas sinceras são necessárias, porque cada uma tem uma função própria no processo civilizatório. Naquele lugar onde cheguei a desejar a hipocrisia, a consequência após as brigas extrapolarem os limites foi a transferência de pessoas para outros locais, pelo insuportável da convivência que impedia o trabalho. O resultado final foi surpreendente, pois após alguns anos as pessoas voltaram a conviver mas num outro patamar de relacionamento. Todos já haviam firmado sua identidade profissional e não havia mais porque brigar, se passou para a etapa de reconhecimento das diferenças.
Desagradáveis e até perigosos, quando a hostilidade foge ao controle, os conflitos são essenciais à evolução. Quando Donald Trump foi recebido por Angela Merkel e citou muros no seu discurso, a chanceler alemã falou em construir pontes ao invés de muros. Os alemães tiveram de exorcizar os próprios fantasmas do nazismo e sabem reconhecer os germes dele no discurso do Trump. Os americanos que ainda não tiveram seu Hitler ou Stalin tem agora seu líder mais belicoso e que está dividindo o país, com sua mania de superioridade explícita, o que já foi mais implícito na cultura americana. Seja no Brasil ou nos Estados Unidos, os piores debates são necessários para um aprendizado coletivo, para uma evolução cultural.
Montserrat Martins é médico e bacharel em ciências jurídicas e sociais.
No Sul21: https://www.sul21.com.br/jornal/o-fim-da-hipocrisia/
Transparência Obrigatória
O Inferno (ou purgatório), da Divina Comédia de Dante Alighieri (1265–1321), repleto de ilustrações de Gustave Doré |
Jamais me esqueço do que gravei sobre o que seria o "purgatório", ou seja, aquele "lugar" para onde iríamos quando morremos, uma espécie de "umbral" ou mundo intermediário entre a "salvação" e o "inferno". Jamais esqueço das imagens de corpos chafurdando na lama, deformados, tal como é o caráter de cada um, onde os indivíduos, as almas dos mortos, não podem mais esconder o que pensam e tudo fica estampado em sua imagem, fazendo com que toda a "feiura" seja bem vista, transparente. As redes sociais estão ajudando nesse processo.
Seria parte do processo de "purificação" para a evolução. Eu diria que, ao ser obrigado a viver em tal ambiente, o indivíduo não aguenta muito e chega a um ponto em que ele pede arrego, pede que lhe salvem. Seria nesta hora em que os "anjos" guardiães, os trabalhadores do amor vão buscá-lo, aos cacos, para levá-lo à enfermaria, onde começa seu processo de cura e reabilitação, tão demorado quanto mais profundo o sujeito chegou em suas vidas acumuladas. Tudo pode ser visto no filme espírita "Nosso Lar".
Eu tou vindo te pegar, huahuahua... |
No Brasil, agora sabemos quem tem competência, quem sabe o que fala, quem tem personalidade, coragem, arrojo, quem não se deixa contaminar. No Brasil descobrimos onde estas pessoas estavam escondidas, mas não sabemos através da mídia bilionária. Cabe a você saber com quem você anda, que te direi quem és.
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