quarta-feira, 28 de maio de 2014

Brincadeiras de Menino

Surfando na net descobri algumas coisas que me lembraram da minha infância.

Como era o nome desse brinquedo? Pau no carretel?
Esse brinquedo era muito engraçado e não custava um tostão. Trata-se de um carretel de linha, que antigamente vinha num rolinho de pau, em que a gente enfiava um elástico no meio, prendia de um lado e colocava um palito de fósforo do outro lado? Lempram de palitos de fósforos? No meio tinha um pedaço de vela. A gente torcia e torcia, e depois soltava. O bicho saia feito um doido pelo chão e a gente caia na risada. 

Descobri-o num blog da net pois se dependesse de mim, jamais me lembraria de coisa tão trivial e tão gostosa.

Como era o nome disso? Pau na roda?
Criança brinca com qualquer coisa, não interessa o valor ou a forma. Ela mesma se encarrega de fantasiar e criar uma forma maravilhosa para qualquer pedaço de pau ou pedra. 

E este outro brinquedo, tangendo um pneu velho de bicicleta com uma vara? Eu não brincava disso, mas via muito menino brincar. Eu tinha meus próprios carrinhos que eu ou meu pai construíamos ou adaptávamos da feira pra sair puxando.

Algodão doce, mas não era toxicamente colorido
Algodão doce não podia passar vendendo na rua que todas as crianças não saíssem de casa pra comprar. Não tinha problemas de contaminação e nem precisava de aprovação sanitária nenhuma. Também não nos tornamos diabéticos por causa daquilo.

Bate-bate
O sucesso dos parques de diversões com roda gigante e carrossel era esses carrinhos bate-bate. Apesar de eu preferir dirigí-los, tinha que aguentar os outros batendo no meu carrinho. Mas assim mesmo é na vida real, temos que nos livrar dos motoristas barbeiros que só não batem mais porque tem que pagar os estragos e pesa no bolso deles. Como dizem as pessoas no "primeiro mundo", a melhor forma de punir as pessoas é onde elas sentem mais, ou seja, nos bolsos. Então tome multas e taxas legais altíssimas. Mas isso não funciona para fazer crianças se comportarem.

Aviãozinho à bateria
Alguns amigos vizinhos da minha infância costumavam possuir brinquedos importados naquela época, como carrinhos de controle remoto. 

Um amigo meu de infância tinha um aviãozinho destes que acendia luzes e girava enquanto eu ficava deslumbrado. O pai dele possuia uma loja de brinquedos, e ele tinha centenas de brinquedos em casa. Eu achava que o menino vivia num paraíso e não era um amigo interesseiro porque o que eu mais gostava era de andar de velocípede com ele pelas calçadas, cada um no seu próprio. Não sabia o que era inveja, só o que era amizade.

Dulcora, balas embrulhadinhas. Os meninos maiores gozavam com
os outros quando estavam conversando com alguma garota
dizendo "tira o drops do bolso"...
Quando íamos ao cinema, ao invés da tradicional pipoca, preferíamos chocolates, chicletes de mentol ou os famosos drops. O mais caro e prestigioso deles era o drops Dulcora, cujas balinhas vinham cada uma embalada num celofane. 

Íamos ao cinema muitas vezes, toda semana, nas sessões matinais e matinées, assistir Tom e Jerry ou animações de Disney.

Massinha, ioiôs, futebol de botão, bolinhas de gude, revólver de espoleta, estilingue baleadeira, pre-Lego pinos mágicos, troca de figurinhas, pega varetas, chiclete PingPong, drops Dulcora, guaraná Antártica, sorvete Kibon, picolé Xaxá, telefone de cordão, pés de quenga ou pés de cavalo, pião, construir e empinar papagaio (pipa)...

Coleção de bolinhas de gude
Coleção de tampinhas de refrigerante e bonequinhos da Disney
de prêmio, que eram pintados com nossa tinta
Pirulito de tabuleiro que agarrava nos dentes
Comíamos pirutitos de tabuleiro de madeira, feitos em casa pelo vendedor de rua, e não morríamos contaminados. Comíamos "japonês", um doce muito doce e pegajoso, feito e vendido nas ruas também, de porta em porta, em tabuleiros surrados de metal. O vendedor passava uma pazinha, colhia um bocado e espichava num papelão grosso. Agarrava nos dentes e nunca pegamos doença por isso. Também comíamos cocadas e puxa-puxas, todos extremamente doces. 

Pés de quenga... ops!
Se um estrangeiro moderno visse uma coisa daquelas nas ruas, haveria de engolir as palavras que adora dizer sobre que eles comem coisas que caem no chão para "aumentar a resistência imunológica", uma desculpa para a falta de higiene deles.

Pés de quenga
Nossa vida era muito agitada, não tinha um minuto de descanso. Eram brincadeiras o dia inteiro, e no recreio da escola. Brincadeiras na rua, de correr, jogos como garrafão e cabra-cega, barra-bandeira, pega-pega. Não eram brincadeiras para mulheres. Pão com manteiga ou fruta, laranja baía ou manga, no final da tarde depois do banho, também na rua. Não haviam tantos carros assim nas ruas e podíamos brincar sem medo. Também não precisava gradear as ruas para nos protegerem...

De noite havia a TV preto-e-branca e chuviscada. A gente adivinhava mais as imagens do que via propriamente, mas nada que a imaginação de uma criança não pudesse complementar. Televisão era uma atividade muito parada, então costumava ser intermeada com outras atividades infantis como o desenho. 

Telefone de cordão
Brincadeira com menina era mais calma, pula corda, passa o anel, academia (amarelinha), tô quente, tô frio, esconde-esconde, geralmente meio chatinhas, só mulher mesmo pra aguentar...

Batalha naval, banco imobiliário, jogos de tabuleiro, damas, jogo da velha, brincadeira de roda com cantiguinhas quando era bem pequenino, e wrestling quando ficava mais velho, apostar corrida... 

Todos jogos de grupo. Do que vamos brincar, era a próxima pergunta. Então escolhíamos do repertório dependendo de quem estava disponível, ou saia-se de casa em casa chamando os outros pra bincar até formar uma turma maior. Raras vezes ficávamos sem ninguém.

Porém, ao procurar fotos de brincadeiras de criança para este post na net, só vi brincadeiras misturando meninos e meninas. Só se for hoje em dia, porque não era assim antigamente. Sou da época em que as escolas se tornaram mistas. Aqui na Austrália ainda existem escolas "seletivas" só para mulheres ou só para homens, uma coisa pré-histórica de Neanderthal. Que eu saiba não era uma boa coisa pelo que eu ouvia falar quando era criança, em termos de comportamento e obediência. Se separados é ruim, então vamos misturar, mas não muito...

Definitivamente estou ficando velho. Só velho se lembra do passado... mesmo que seja teclando no laptop...

Veja as fontes da minha inspiração aqui:

http://papjerimum.blogspot.com.au/2014/03/brincadeiras-do-meu-tempo-de-crianca.html
http://estela-guardadosachados.blogspot.com.au/2011/01/pirulito-que-bate-bate.html

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