sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Selfie Muçulmano

Coque Samurai para homens
Por essa não esperávamos.

Sobre o rabo de cavalo estilo viking no alto da cabeça dos homens, o Top Knot ou coque samurai, pergunta uma mulher portuguesa, o que vem a ser aquela coisa minúscula, aquela caganita, aquele pechisbeque, aquele carrapito patético com que agora ornamentais a cabeça?!

Uma vassourinha minúscula, espetadinha e ouriçada, um pirolito, o pincel laçado do nosso verniz, uma coisa espetada no cérebro a olhar para nós, um pequerrucho puxo, A Gaffe de Carrapito:

http://agaffeeasavenidas.blogs.sapo.pt/a-gaffe-de-carrapito-388646

Nota: Não visitem este site Gaffe porque tem fotos não ortodoxas que podem lhe ofender. Se o fizerem, é por suas próprias contas e riscos, não me comprometam. Não sei nem se é de homem, mulher ou transexual. Para irem lá, precisam ser livres de cabeça...

Selfies estão ficando perigosos, Thiago Correa, fotógrafo, 27 anos,
no Cristo Redentor
Mark Simpson, que cunhou o termo metrossexual, explica agora o spornossexual: Um homem das selfies, obcecado social, mergulhado na sua aparência, no desporto e na pornografia. Rapazes-músculo que tornam o corpo o acessório final, moldando-o no ginásio, tonificando-o, perfumando-o e gravando cada ondulação em selfies que espalham no Facebook, fazendo do desenvolvimento dos abdominais quase uma prática masturbatória. Uma nova espécie de homens que usam e abusam de produtos, práticas e prazeres anteriormente apenas domínio das mulheres e dos gays, dando início a uma nova existência, um novo conceito de sexo e versão corpo-obcecado. A capacidade do mercado para vender uma imagem é surpreendente! Enquanto as mulheres tiveram de suportar esta comercialização durante anos, o fadário começa no masculino em 1990 com o aparecimento dos metrossexuais.

Selfie no maior arranha-céu do mundo, o Burj Khalifa em Dubai. Os
selfies aqui representados não são sexy exatamente...
O metrossexual deixou a adolescência e completou 20 anos. O jovem solteiro com um rendimento elevado, que vive ou trabalha na cidade (porque é na cidade que as melhores lojas se fixam) foi o mercado consumidor mais promissor da década, mas o futuro da masculinidade está já hidratado e apesar do metrossexual continuar a ser a menina dos olhos de rapina do consumismo, as revistas de fitness fazem brilhar peitorais e ondular abdominais, promovendo uma cultura de celebridade com a sua luta darwiniana para se ser notado.

Em defesa da metrossexualidade, existia o facto de, pelo menos, essa tendência se basear no refazer do corpo e do allure para se ser atraente para os outros. Havia de certa forma uma natureza e uma razão social. 

spornossexual, pelo contrário, está realmente interessado apenas nele, com o seu olhar de si e em si – é um narcisista quase patológico.

Não só não é certo, como é também perverso numa era de austeridade que exige uma maior consciência das armadilhas do consumismo e um maior espírito de envolvimento social, que se assista a uma celebração da cultura da celebridade com a sua luta darwiniana para se ser notado através de um visual, de uma marca, no mundo finalmente afastou os restos de Victorianismo (Mark Simpson). 

O narcisismo, sugere o autor, é o inimigo do puritanismo vitoriano, assumindo que Wilde teria apreciado um mundo em que os homens procuram ser parecidos com estrelas porno. A Gaffe e os Spornossexuais:

http://agaffeeasavenidas.blogs.sapo.pt/a-gaffe-e-os-spornossexuais-297879

Calça sarouel inspirada no islamismo. Se você soubesse, não usaria,
não é?
A onda muçulmana não chegou ao ocidente apenas montada no terrorismo. Ela está aos poucos sendo transformada em nossa amiga, sendo incoporada nos nossos hábitos. Se o capitalismo tem algo de bom, este é o seu lado bom, a capacidade de tirar dinheiro de tudo e transformar qualquer coisa num objeto desejado de mercado.

Foi assim que surgiu a moda das calças Saruel ou Sarouel, que é o nome de uma calça de origem norte africana, especialmente do Marrocos, que tem um gancho bem baixo. É quase uma "calça-saia". A calça saruel (ou sarouel) é uma derivação das calças johdpur e dhoti - modelos com amplo volume entre as pernas, muito utilizadas pelos povos da África e do Oriente Médio. Tem modelagem justa nas pernas, cavalo baixo. (Não se preocupem, não sou versado em moda, isso foi copiado da net)

Thobes ou kaftans árabes
Mas as pessoas não sabem propriamente disso, elas usam sem saber que estão incorporando inconscientemente outra cultura em suas vidas, e modificando suas próprias culturas, o que de quebra lhes traz mais tolerância e simpatia pelos opostos, por aqueles que os diretores do mundo desejam que sejam seus inimigos. O tiro sai pela culatra, ao invés de inimigos, eles passam a fazer parte da vida daqueles que deveriam estar amedrontados e enfurnados em suas casas, com medo de sair às ruas para não sofrerem atentados. As culturas se miscigenam no futuro global da humanidade.

Já as longas camisas que os artistas estão usando hoje em dia são traduções dos thobes muçulmanos. Enquanto uns brigam por suas ideias, outros se fundem inconscientemente através do capitalismo. Quem disse que capitalismo é ruim? O negócio é saber usá-lo.

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