quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

De Olho no Brasil

O Festival Cultural da Austrália tem por objetivo aprofundar os laços com o Brasil. Fonte AAP, 31/12/2015

http://www.sbs.com.au/news/article/2015/12/31/australian-cultural-festival-aims-deepen-ties-brazil

Australiano de Adelaide, Mark Bromilow, diretor da Companhia
Teatral Telhado de Ninguém em São Paulo
A Austrália vai ao palco no próximo ano em um grande festival cultural no Brasil pela primeira vez, que visa promover as ligações entre as nações antes dos Jogos Olímpicos .

Mark Bromilow diz que precisa ser forte dos nervos, como ele define, para tocar pra frente a construção de uma ponte cultural entre a Austrália e o Brasil .

Bromilow é o produtor executivo do mais recente festival 'Austrália Agora', que se realizará no próximo ano (1016) no Brasil pela primeira vez.

À frente de Jogos Olímpicos do próximo ano no Rio de Janeiro, a Austrália tem como alvo o Brasil para o grande festival cultural destinado a promover ligações e colaboração entre as duas maiores nações e economias do hemisfério sul.

Aí é onde entra Bromilow.

Nascido em Adelaide, a auto-proclamado produtor independente, diretor, escritor, tradutor , professor e não tão bom ator tem a tarefa de produzir um festival que lance uma luz incandescente sobre a cultura australiana para os brasileiros.

Bromilow, que trabalhou extensivamente na Austrália, Ásia, Europa e América do Norte e do Sul, tem se baseado em São Paulo nos últimos cinco anos, falando Português e entendendo a cultura brasileira e as formas de se fazer negócio como não poderia deixar de ser.

"Aqui as coisas são diferentes, então se prepare para esperar o inesperado", disse ele à AAP.

"Tudo no Brasil acontece no último minuto. Você tem que ter um bocado de controle dos nervos para lidar com esta forma de fazer as coisas no Brasil.

"Lembro-me que o cônsul-geral (astraliano) anterior em São Paulo, Greg (Willis), me disse uma vez "São Paulo não é para principiantes". E de um modo geral, o Brasil não é país para principiantes mesmo.

"Nós gringos... gostamos de ter as coisas organizadas com antecedência. Mas você tem que, tipo, re-aprender como deve operar quando está por aqui.

"Você ainda tem que ter o mesmo rigor... mas, ao mesmo tempo, você precisa ter uma certa tolerância para a flexibilidade, caso contrário, você fica louco."

Telhado de Ninguém: estória de duas pessoas que se abrigam no 
telhado de uma casa depois de uma catástrofe, algo bem comum 
na Austrália
Bromilow está finalizando o programa Austrália Agora para um festival intinerante nos próximos meses de abril e maio, com os anúncios a serem divulgados no Ano Novo.

Haverá shows e eventos em diversas cidades brasileiras, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Florianópolis, Belo Horizonte, do sul e do nordeste do Brasil e da Amazônia.

A tarefa de Bromilow é apresentar os brasileiros à cultura australiana em todos os sentidos da palavra.

A iniciativa do Departamento de Relações Exteriores e Comércio, gerido pela Embaixada da Austrália em Brasília, não é apenas um festival de artes.

"No período que antecede às Olimpíadas, a diplomacia esportiva é importante", disse Bromilow.

"Teremos também artistas trabalhando em zonas desfavorecidas, deixando legados na comunidade. Haverá moda, gastronomia, ciência e educação também.

Dançarinos das Ilhas do Estreito de Torres, Austrália
"É a cultura australiana no sentido mais amplo e a finalidade da nossa perspectiva é mostrar a Austrália como uma empresa inovadora, com visão de futuro, uma sociedade aberta, includente - que é um grande destino para turismo, investimento, educação e negócios, e também para intercâmbio cultural."

Além das sinergias óbvias do sol e do surf, Bromilow disse os brasileiros são intrigados com a cultura australiana.

"Eles são realmente interessados ​​em saber mais sobre a Austrália e estamos muito orgulhosos que a Austrália tenha escolhido focalizar o Brasil, é bem inovador, uma abertura para o projeto como um todo", disse ele.

"Se você disser à média brasileira: 'O que você sabe sobre a Austrália?', eles vão dizer, cangurus, praias e surf, e também arte aborígine.

"Eles conhecem Nicole Kidman, Hugh Jackman, Tim Cahill, AC / DC e Men at Work - mas só isso.

"Os brasileiros têm uma visão geral positiva, mesmo que limitada, uma visão do que é a Austrália. O objetivo do 'Austrália Agora' é ampliar e aprofundar essa imagem."

Arte aborígine na Austrália
Bromilow está confiante de que sabe que aspectos da cultura australiana "falam" aos brasileiros.

"Um deles são expressões da cultura aborígene e de Torres Strait Islander. Isso é algo que os brasileiros são fascinados, mas eles sabem muito pouco", disse ele.
"Esta vai ser uma característica do festival.

"Ao reconhecer a importância da cultura aborígene e de Torres Strait Islander através do festival, também estou esperando, de alguma maneira, incentivar os brasileiros a se tornarem mais abertos para os povos indígenas do Brasil.

"Música será mais um elemento-chave.

"A música é uma forma que é muito fácil de colaborar porque os músicos têm sua própria língua e, independentemente da linguagem verbal, eles conseguem se comunicar", disse ele.

"Assim, a música vai ter uma importância muito grande."

Gold Coast, Costa Dourada, isso é o que brasileiro quer conhecer
Circo, dança contemporânea, atividades interativas para crianças, comida, moda, excursões virtuais de arquitetura australiana, um cinema ao ar livre, esportistas - todos foram reservados para o festival.

Bromilow, buscando mais apoio de patrocinadores corporativos e governamentais na Austrália e no Brasil, disse que o país sul-americano foi escolhido por causa de sua crescente importância como potência econômica.

"Este é um programa cultural destinado à construção de pontes, porque a cultura é uma fantástica maneira de aproximar pessoas e costumes, e na verdade, muitas vezes trazendo empresas e governos juntos.

"É muito emocionante para mim estar conduzindo esta conexão em um nível cultural.

"Nós temos uma produção cultural incrível na Austrália, nós socamos muito mais do que nosso peso num saco. Eu não tenho problemas para encontrar uma grande coisa para trazer para cá bem como grandes artistas com quem trabalhar."

Bromilow disse que se sentia privilegiado por ser capaz de mostrar a Austrália em seu novo país adotado.

Cultura! O quê? Uai? Isso é tão gay... Reais Machos Australianos
(Piada com o Time Olímpico de Natação)
"É emocionante facilitar algumas oportunidades que eu acredito que vão ter repercussões não só no nível cultural, mas também espero que contribua com a construção de uma maior compreensão de quem nós somos como povo."

Meus Comentários


Como vocês vêem, a Austrália está interessada no Brasil por causa de "sua crescente importância como potência econômica". 

Eu falei por causa de "sua crescente importância como potência econômica"?

Ah sim, eu falei por causa de "sua crescente importância como potência econômica".

Mas falei mesmo por causa de "sua crescente importância como potência econômica"?

O Mark pensa que brasileiro se interessa pela cultura de Torres Strait Islander. Não sei onde ele foi buscar isso. Brasileiro nem sonha que existe tal coisa, e se ele souber como são discriminados os aborígenes de qualquer região australiana na Austrália, ele provavelmente vai pensar que tratamos de nossos índios muito melhor.

Festival ao ar livre em Canberra, Austrália
Sobre a Austrália ter excesso de cultura pra esbanjar, o lance é que praticamente todo mundo, todo morador, todo jovem, sonha em entrar para o showbiz. Quando a criança não dá pra nada na escola primária ou ensino básico, ela opta por "artes" ou esportes. Se por um acaso do raio que o parta ela pretende fazer universidade, vai tirar diploma de "artes". Porque arte é fácil, qualquer porcaria que você fizer vai ser diferente de todo mundo e vai ser bem embalada e festejada.

Não vou deixar de elogiar que aqui também se produz o estado-da-arte nos efeitos especiais do cinema internacional e atores ganhadores de Oscars, vamos ser justos.

Mas em termos de comida então, o Brasil dá uma surra cósmica, uma vez que a Austrália não tem tradição nesta área, apesar dos milhões gastos com dezenas de programas de TV sobre cozinheiros e cozinheiras feministas. Os pratos na Austrália costumam ter sempre o mesmo gosto insôsso e apimentado. Eles acham que pimenta é o que se conhece como "taste" (gosto).

Para quem não curte futebol, Tim Cahill é um jogador da seleção de 
futebol australiana, nascido em Sydney, trabalhando em Xangai e 
ganhando 3,5 milhões de dólares por ano, descendente de inglês de 
ascendência irlandêsa com samoana.
Já a arquitetura australiana é bastante bizarra. Provavelmente eles também tem muito mais a aprender com o Brasil do que vice-e-versa. Esta aproximação, caso ela realmente ocorra a partir desta programação, vai ser melhor para a Austrália do que o Brasil. O Brasil tem muito, mas muito mais coisas a mostrar, apresentar, ensinar aos australianos do que vice-e-versa. Trata-se do brasileiro se conscientizar disso, e aí é onde mora o lance. Brasileiro tem baixa auto-estima, se acha coitadinho, que não sabe nada, só pensa em depreciar o que tem e por isso vive babando estrangeiro.

Olha aqui outra prova de alguém de fora acreditando mais no Brasil do que os brasileiros que estão a fim de jogá-lo na lata do lixo, Nissan Começa a Fazer Novo Carro no Meio da Crise que Atinge o Brasil:


https://au.news.yahoo.com/a/30488617/nissan-to-start-making-new-car-in-crisis-hit-brazil/ 

Olha que carro!
A Nissan está para começar a fazer um carro novo no Brasil em plena crise. 5 de janeiro de 2016, Rio de Janeiro (AFP).

A fabricante de automóveis japonesa Nissan anunciou segunda-feira que vai investir $185.000.000 para produzir um novo modelo de carro 4x4 urbano no Brasil, apesar da crise econômica do país. 

"A Nissan vai construir um novo carro, o Nissan Kicks" em sua fábrica em Resende, a oeste do Rio de Janeiro, disse o chefe-executivo do grupo Carlos Ghosn. "É um produto local da fábrica de Resende e serão exportados a nível mundial a partir do Brasil", disse ele em entrevista coletiva no Rio. Ele disse que a empresa vai investir 750 milhões de reais ao longo de três anos na produção do novo modelo. 

É o Nissan Kicks exclusivamente brasileiro. Estamos voltando ao
tempo em que o Brasil produzia automóveis exclusivos. Mas que
crise, hein?
Ele prevê que o investimento criará 600 postos de trabalho na fábrica de Resende, que foi inaugurada em 2014. O Brasil está em uma recessão e uma crise política. Ghosn disse que o mercado de automóveis encolheu por um trimestre do ano passado. Disse que 2015 não foi um ano bom para o Brasil, mas a Nissan tinha, no entanto, ampliado sua participação no mercado, mesmo com as vendas mais baixas. 

"O Brasil ainda é parte fundamental da estratégia da Nissan e temos grande fé no potencial do mercado brasileiro."

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