Verde, amarelo ou vermelho, coração, foto shutterstock |
Descansa, é tempo de jogar xadrez
Não existem só 3 cores neste arco-íris
Não se resume a verde, amarelo ou vermelho meu coração
Não se faz política sem discussão
Não se sai pra rua sem organização
Reunião, debate
De quarteirão em quarteirão
Representante de bairro, sabe?
Acho que nossos avós sabiam
Nossos pais talvez se lembrem
Ditadura dureza que massacrou nossa classe
Destruiu nossas cozinhas que eram o público da casa
Os espaços de conversa
Agora com TVs ligadas, iPhones tomadas
Faces twitadas, ninguém proseia mais nada
E a mídia nadando de braçada
Determinando caminhos, abrindo estrada
Como quem não quer nada
Presidindo o país sem presidente
O país estado ausente
Que é pau mandado do exterior
E a Vale do Rio Doce, e a Samarco, e a lama?
E a Monsanto com a sua microcefalia programada?
E a Zika social instaurada?
Isso não vale panelada?
Se a estrela vermelha fosse a sombra era mais fácil
Difícil é expulsar multinacionais, capitais internacionais
Impostos, dívidas ilegais
Rediscutir a bancada, explodir a Esplanada
Tocar fogo nesta engrenagem emperrada
Onde trabalho é vendido à baciada
E preta e pobre é estuprada
E favela é turismo de bacana
Difícil é ter tempo para conversar
Construir, organizar outro mundo possível
Que tenha de fato cores, que tenha de fato amores
Que expulse estes tumores, que pare de tremer nestes rumores
Que fortaleça o que é ser público
Abandonando o indivíduo, ego bandido
Esse sim, roubando nosso espaço
Rompendo laço, impedindo abraço
E mais amor, com menos polícia
É uma vida sem medo, sem tanto brinquedo acessório
Onde o ser humano aprende a lavar sua roupa
Bancar sua vida e cozinhar seu alimento
E pra isso tem que ter tempo
O que nos cabe talvez seja roubar de volta o nosso tempo
Pra ter tempo de jogar conversa fora
Desligar os televisores, falar de nossas dores
De tantos dinheiros, tarjas pretas
Indústria farmacêutica, hospitais da morte programada
Quem paga o pato no Brasil? O pato se encarrega ele próprio. |
Sem tantas bandeiras levantadas
E deixa eles pra lá
Deixa Dilma lá
Isso é golpe de gente sacana
É machista, imperialista, coisa de bacana
Que quer que o Brasil perca tempo pra continuar cobaia
Pra continuar mão-de-obra barata
Pra continuar matéria-prima de graça
Pra continuar exportando soja, cana, gado
Pra continuar comendo enlatado
Isso não se faz
Da minha boca em movimento
Tem mais cores e menos lamento
Sigo vivendo
Atriz Leandra Leal, filha de Ângela Leal (ambas atrizes desde a legendária novela Pantanal da Rede Manchete de Televisão) e neta do produtor cultural Américo Leal.
Errata - Revisão em 24/01/2017: Leitor anônimo chama atenção para o fato de que esta poesia é na realidade de Natália Siufi da Companhia Parlendas, confirmado aqui. Veja sua declamação adicionada no final deste post.
https://twitter.com/leandraleal?lang=en
https://twitter.com/angleal
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leandra_Leal
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%82ngela_Leal
Estrela do significativo filme Estamos Juntos de Toni Venturi, com meu outro candidato a ídolo, Cauã Reymond, trailer aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=tO-nsW1yHUw&list=PLXnqfD60Lm2trTeaQ6SOSwr0bIDbmUNBK&index=3
https://www.youtube.com/watch?v=EAQ0TmB6lIo
https://www.youtube.com/watch?v=jcIwb_eJyjk
https://www.youtube.com/watch?v=RSM0pVkQafs
Revisão em 24/01/2017: O vídeo acima foi tirado do ar, então substitui pelo abaixo:
Sinopse: Carmem (Leandra Leal) é uma jovem e talentosa médica, que veio da pequena cidade de Penedo para viver sozinha em São Paulo. Seu melhor amigo é Murilo (Cauã Reymond), que a conhece desde quando era pequena. Murilo é homossexual e trabalha como DJ. Um dia ele conhece Juan (Nazareno Casero), um músico argentino por quem se apaixona. Quando ele é expulso de casa pela namorada, Murilo não perde tempo e o chama para morar consigo. Entretanto, Juan é heterossexual convicto e passa a se interessar por Carmem. Ela retribui o interesse, mesmo temendo a reação de Murilo ao saber do fato. Até que uma situação inesperada muda os rumos do triângulo amoroso e da própria vida de Carmem.
Poesia declamada pela autora Natalia Siufi:
Agora compare as vozes de Natalia Siufi com esta outra voz que parece da Leandra Leal, vai ver que este é o motivo da confusão:
Esse poema, bem como a voz de quem declama não é de Leandra Leal. A autoria é de Natalia Siufi, atriz da compania parlendas.
ResponderExcluirObrigado pela informação. Adicionei uma Errata.
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