Seu ar era de profunda preocupação, mas como aconteceu de outra vez que ela nos havia enviado outros links com vídeos sobre as passeatas anteriores, me diverti um bocado e dei boas risadas.
Bobo-da-corte (jester), logo por djray1985, DeviantArt |
Bem, cada um pode pensar o que quiser, quem pode controlar a mente dos outros, só os norte-americanos, mas também só quem eles têm interesse em controlar. Pensando bem, muitos governos ou instituições bem que tentaram controlar a mente do povo, e até conseguiram, mas daí inventaram essa tal de democracia que permite qualquer um dizer o que quiser, então vamos aproveitar.
Trata-se de uma vitória da lógica e do bom senso, pois se você não sabe o que os outros estão pensando porque é proibido eles dizerem, você também não sabe escolher o que é certo e o que é errado, é incapaz de comparar as ideias e decidir-se.
Não pude deixar de dar risadas gostosas porque é demais, passou dos limites. Querem dar risada? Vejam o link para o vídeo mais adiante. Mas vai depender do que você tem na cabeça. Se você tem titica-de-galinha na cabeça, vai se juntar aos seguidores do ódio ao invés de se divertir.
1976 Chevrolet Caprice Custom Coupe importado zerinho |
Jamais me esquecerei que, quando eu era adolescente, a certa altura eu andava com 3 amigos. Na realidade, dois dos amigos eram herdados do meu amigo único, com quem eu andava só por causa dele, ou seja, os outros não tinham "cacife" pra serem meus amigos, mas eu respeitava a lealdade do meu amigo para com eles. Um dos nossos amigos era bem rico e abastado, um cara que podia ter tudo o que quisesse, inclusive dirigir o carro do pai, um Chevrolet Caprice norte-americano da década de 70, dourado, imenso, um sonho de estravagância. Ele também podia investigar a lua e o espaço sideral com seu telescópio caseiro plantado no terraço do topo do seu quarto, na casa de seu pai.
Certa vez fomos todos ao cinema, e era um filme de terror em 3-D. Quanto mais nos arrepiávamos de medo com os bofes arrancados por uma lança e pendurados na nossa cara balançando, mais esse cara ria. Ele dava boas e gostosas gargalhadas, e nós ficávamos olhando um para a cara do outro sem entender onde é que ele estava vendo a graça quando todos nós estávamos arrepiados de medo e morrendo de vergonha do resto da platéia, com certeza indignada com o cara quebrando o clima de terror. Nós pensávamos que ele tinha um parafuso a menos na cachola.
Levou muitos anos até eu chegar ao estágio daquele amigo rico. Só depois de muito tempo é que fui compreender que ele já estava anos à nossa frente em termos de ironia e sarcasmo. O que ele via era o absurdo das cenas que eram tão medonhas quanto ridículas, daí ele dava altas gargalhadas com a capacidade do cineasta e também da audiência que se deixava impressionar por cenas tão absurdas para ele.
Hoje eu acho que nós é que não tínhamos "cacife" para sermos seus amigos, mas éramos mesmo assim porque uma pessoa destas, tão avançada, sofre muito de solidão, e para ele era preferível lidar com a nossa ignorância do que ficar sozinho no meio dos seus milhões.
É exatamente assim que estou me sentindo ao assistir a estes vídeos sobre as passeatas de protesto no Brasil. Todo mundo preocupado, aterrorizado, e eu dando largas gargalhadas por conseguir ver muito mais além do que nos é mostrado por estas pessoas.
A insanidade é tão medonha que só mesmo rindo.
Para fazer juz à memória daqueles amigos, o que eu mais gostava sobre as nossas saídas adolescentes pelas ruas da cidade à procura de diversão era quando chegávamos na casa desse cara de madrugada e assaltávamos a geladeira imensa e farta. Que posso fazer, essa era mais uma travessura do nosso amigo em comum que adorava este tipo de diatribe. O jeito era curtir, já que não fazíamos mal a ninguém.
Para fazer juz às minhas risadas com as cenas das passeatas, basta lembrar-me do que sobrinhos e filhos de amigos contam de suas estadias no exterior pelo Projeto Sem Fronteiras em que tudo saiu-se impecavelmente, ou saber das pessoas que foram muito bem atentidas nas unidades médicas locais, notícias em primeira mão e não através da mídia que filtra, mente e distorce tudo.
Repórter Chileno na Manifestação de 16/08/2015 no Rio de Janeiro:
https://www.youtube.com/watch?t=90&v=Tnhc3l7k4AI
Por alguma razão estranhíssima os vídeos sobre as passeatas no Brasil não podem ser incluídos no meu blog por isso vocês têm que usar apenas o link divulgado, desculpem. Este vídeo também foi divulgado aqui:
http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/08/reporter-chileno-faz-o-melhor-resumo-das-manifestacoes-de-domingo.html
Nossa amiga também nos enviou esta página com alguns cartazes que falam por si próprios, dos quais eu pincei alguns e coloquei aqui:
http://sensacionalista.uol.com.br/2015/08/16/dez-cartazes-das-manifestacoes-anti-governo-em-que-voce-nao-vai-acreditar/
Dei muita risada com o bendito repórter chileno pedalando no meio da massa ignóbil. Vergonha ainda maior destes brasileiros diante de um país que compete com o Brasil em termos de preponderância na América Latina, ao permitirem divulgar-se o quanto o brasileiro é idiota. É a glória para os chilenos que se consideram superiores aos brasileiros na América Latina, e é assim que o mundo também os considera, tornando-os arrogantes, o que não é sem razão diante do quadro exposto com orgulho.
Cá pra nós, eu adorei este vídeo, é uma grande comédia. Perigosa, mas é comédia. E sempre a visão do estrangeiro é melhor e mais clara pois, afinal, eles estão de fora do condicionamento do panelaço.
Ópera bufa El Árbol de Diana, 230 anos |
Ódio gratuito. Quem quer ódio? $1 real.
Falei pra nossa amiga que adorei este vídeo também como os outros que ela havia me enviado de outra vez e que estão no meu blog aqui (Ópera Bufa III).
Mostrei pra ela o aspecto cômico de quem fez aqueles vídeos, porque só tratando desse jeito mesmo, como palhaçada, que foi pra diminuir o pavor que ela está sentindo diante destas denúncias e do nível dos brasileiros de sua classe social. É uma comédia tão absurda que só mesmo certas pessoas de certas "elites" (classes médias ignorantes) brasileiras são capazes de engolir e defender. Ainda bem que o povo do exterior não é assim tão imbecil de não ter capacidade pra raciocinar, quando eles analisam o comportamento social brasileiro, nem mesmo nossos vizinhos mais próximos e latino-americanos.
Não morreu ninguém naquela revolução em 64, foi um golpe pacífico. Com certeza também escrevo aqui um monte de asneiras, de acordo com meu nível intelectual, não sou melhor do que ninguém... |
Acho que o mesmo aconteceu na Alemanha nazista, pelo que andei lendo. O povo de bom senso também via o que estava acontecendo, as imbecilidades propagadas, e quem acreditou no que sentia, tratou de sair fora antes que fosse tarde. Eu não diria que era isso o que o brasileiro de bom senso deveria fazer, ao contrário, é preciso lutar contra a preponderância dos perdedores.
A Globo já passou pro outro lado porque já estava sendo demais, os próprios componentes da oposição ao governo e dos aliados também já estão reconhecendo o tamanho da insanidade. Tem que haver um limite de tolerância à inépcia, é preciso começar a fazer algo sério, e ainda bem que está começando a ser feito, aparentemente. Tem lógica não se destruir o que se ganhou até aqui, mas mesmo assim não se pode confiar na mídia brasileira. Notei que até os brasileiros contratados para falar do Brasil como no Forbes também reduziram as críticas. Deve ser coincidência, não é possível que eu tenha tanto poder assim de detectar estas coisas. Ou deve ser o que minha mente quer ver e engana meus olhos. Em outras palavras, alucinação.
É o desfile das pessoas sem pais nem espelhos em casa, o grito dos ignorantes.
Ópera Bufa
Para quem não sabe o que é uma ópera bufa, trata-se de um estilo de teatro italiano do século XVIII (anos 1700), o Século das Luzes, pois as ideias iluministas promovidas na Europa por filósofos se espalharam pelo mundo e inspiraram revoluções como a Revolução Francesa em 1789. Foi o último século da Idade Moderna e o primeiro da Idade Contemporânea.
Neste mesmo século houve a Revolução Industrial que se iniciou na Inglaterra e inovou os métodos de produção até então conhecidos.Os produtos começaram a ser produzidos em maior escala e menor tempo, e o mundo tornou-se uma linha de montagem, cheio de trabalhadores remunerados.
Operando uma bufa... |
Os protestos brasileiros seriam ópera bufa de verdade se fossem feitos em formato de crítica espirituosa e com sardonismo, mas não são. Eles mostram a realidade do que vai no interior de uma parte do povo brasileiro, e justamente aquela parte que deveria ter nível "superior", educada nas universidades. Não há a menor condição de se dialogar com uma pessoa destas.
A ópera bufa nasceu como uma versão econômica da verdadeira ópera para o consumo das pessoas mais simples. Inicialmente serviram para descontrair as pessoas antes das verdadeiras óperas, mas seu estilo foi se tornando fascinante o que a fez crescer aos olhos do público. A idéia era chocá-lo, justamente como as passeatas no Brasil.
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%93pera-bufa
Bobos da Corte
Bobo, boçal, estúpido, idiota, imbecil, tolo, besta quadrada, joão-bobo, estes personagens muitas vezes são mais inteligentes do que todo mundo. O que foi que você deixou de comer mesmo com a carestia dos alimentos? Não sei... mamãe! Disse uma brasileira gente fina entrevistada pelo repórter chileno. Ela foi pra passeata sem se preparar para ser entrevistada.
Principalmente nos séculos XIV e XV, o bobo fazia parte do grupo de artistas sustentados pelas cortes, junto com pintores, músicos e poetas. Quem melhor definiu sua posição junto aos poderosos foi o gênio do teatro inglês William Shakespeare (1564-1616), que destacou a figura dos bobos dando a eles papéis de grande importância em sua obra. "Em peças como Rei Lear e A Noite de Reis, o bobo é o mais esperto dos personagens. Ele tem licença para falar aquilo que ninguém mais ousa dizer", diz John Milton, professor de Literatura Inglesa da USP. A liberdade do personagem é tão grande que ele chega a criticar os próprios reis, com comentários ácidos e que divertem o público. "No teatro de Shakespeare, o público não ri dos bobos da corte, ri junto com eles", afirma Milton.
Justamente como o mundo avançou e o Brasil principalmente, os bobos da corte de hoje podem falar o que quiserem em público a fim de diverti-lo, denunciar ou reclamar da presidenta. E eles são bons comediantes pois não riem de suas piadas.
A Ópera do Absurdo
Livro de Manolis (Emmanuel Aligizakis), poeta greco-canadense (sem tradução para o Português), mas eu gostei muito da chamada e tentei traduzir aqui, embora esteja além do meu conhecimento médio.
Se a linguagem é a experiência primordial da humanidade, então o absurdo é a provocação que sempre nos surpreende como uma brilhante determinação de significado. Em seu novo livro, Opera Bufa, Manolis usa a lógica poética do absurdo como um dispositivo literário a fim de seduzir-nos com imagens das várias camadas que emanam dos limites de seus pensamentos. Por um lado, é perfeitamente possível se interpretar mal os redemoinhos do absurdo como uma invasão cruel na inteligência, ou um absurdo paradoxal ou até mesmo um capricho aleatório de seu ponto de vista consciente, o que seria de fato verdadeiro se o absurdo fosse considerado como um distúrbio sem nenhuma relação óbvia com o que realmente significa.
Mas, por outro lado, quando o absurdo é usado em congruência com as avaliações e apreciações que despertam a mente da letargia, então algo extraordinário acontece; o significado é realçado e consagrado no espectro estilístico que examina as suas origens. - Esticamos a cabeça fora d'água, para não nos afogarmos sufocados pela vida que é a nossa carga, os olhos no espelho dão forma e peso à nossa inércia, todos se fundindo a galopar como apóstrofos de volta ao grito solitário do espírito humano, rodopiando e nos transformando, cada vez que Manolis pega em sua caneta.
Com a atenção aos detalhes e o fascínio de um Fellini, ele emoldura a existência não como uma verdade cega ou um algoritmo, mas como uma variante que se localiza por trás da aparência das coisas, como a urdidura poderosa que a ambivalência da vida nos inspira. Podemos fazer melhor? É possível servir ao amor de uma maneira mais autêntica? Diante de Manolis, acho que a implicação desta asserção é um retumbante sim... e assemelha-se a sobressair-se das sombras das camadas mais baixas das oliveiras infinitas como um suspiro divino. Eu convido aqueles que amam a poesia para aprofundarem-se em sua vida interior, deixando para trás suas próprias traduções sobre o que significa ser humano, ao observar um mestre poeta no exercício de seu ofício.
Ilya Tourtidis (traduzido deste site):
http://www.libroslibertad.ca/book.php?id=43
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