sábado, 6 de fevereiro de 2016

Aloha

No filme Aloha, 2015, de Cameron Crowe, enquanto em missão na ilha de Oahu, participando de um programa espacial em Honolulu, Havaí, um célebre empreiteiro militar Brian Gilcrest (Bradley Cooper), ao retornar ao local de seus maiores triunfos na carreira, se reconecta com sua antiga paixão Tracy Woodside (Rachel McAdams), agora casada com um recruta da Força Aérea (John Krasinski) e com um casal de filhos. Ele também passa o tempo com Allison Ng (Emma Stone), uma pilota de caça da Força Aérea durona, sua designada escort, que observa cada movimento que ele faz. Ao viajarem por todo um terreno exuberante em natureza e história aborígine, Brian se apaixona por sua guia resoluta, enquanto suas conversas com Tracy podem fornecer uma revelação chocante de seu passado na guerra do Afeganistão. Ele não era nenhuma flor de honestidade.

Ménage a tróis, se fossem ao mesmo tempo,
Rachel, Bradley e 
Emma. 
Também deve ser mencionado que Brian é um perito hacker, um estrategista e um ex-soldado que perdeu seu rumo na guerra do Afeganistão. Ele é manco e tem um monte de marcas negativas em sua ficha, que são todas relembradas enquanto ele lida com um general (Alec Baldwin) e um bilionário psicótico e nefasto (Bill Murray) com ideias nucleares.

Este filme apareceu como sugestão para eu assistir após terminar de assistir a outro filme, e resolvi "to give it a go" (tentar) porque dá tanto trabalho escolher outro no Netflix, e para minha agradável surpresa, apesar de ser catalogado como filme romântico que provavelmente não me apeteceria, gostei de alguns lances que achei até sui-gêneris e extraordinários.

A Conversa Silenciosa

O principal deles foi a incrível conversa entre dois homens (Bradley Cooper como Brian Gilcrest e John Krasinski como Jonh "Woody" Woodside) sem soltarem uma palavra sequer, um papo silencioso porque um deles é um recruta da Força Aérea norte-americana bem sisudo que mal fala, e o outro, também lacônico, não se faz de rogado, o aceita desse jeito, e o entende até mais do que se ele falasse, o que atrapalharia. Não é preciso falar mesmo, porque homens de certo nível se entendem pelo olhar, pela expressão, pelo toque.

O grandão que não expressa sentimentos falando, só tocando,
conversando com o curto de palavras. Nesta cena, ele diz, sou
maior do que você, você não é uma ameaça à minha mulher,
portanto, fique na sua.
Procurei muito na internet alguma menção a esta incrível cena e só consegui estes dois parágrafos sofríveis: 

"Gilcrest é um mercenário ferido que teve seus sonhos inocentes de viagens espaciais patrocinados pelo governo esmagados em cada turno. Ele então volta-se para dentro de si, mantendo todas as conversas com 5 palavras ou menos enquanto late para sua treinadora da Força Aérea. "Bem... super bem...", ele murmura sem convencer em resposta a quaisquer perguntas sobre como vai.

"Em qualquer filme comum, um homem deste tipo, comicamente anti-social, seria o personagem mais inarticulado, mas Cameron Crowe acha pouco e também nos oferece Woody, pior ainda, cuja característica principal é a sua natureza monossilábica. A pobre Rachel McAdams é forçada a dizer em cerca de dez maneiras diferentes durante o filme - 'Woody nunca fala'.

"E ela não é uma esposa irritante reclamando sobre falta de comunicação, imagine. Como Gilcrest vem a descobrir quando visita a casa de Woodside na base militar, as cordas vocais de Woody podem muito bem terem sido atrofiadas. Todo o seu léxico é composto de acenos, encolhida de ombros, sorrisos, e firmes apalpadelas nos ombros. O filme faz uma grande piada do fato de que Brian compreende esta postura de macho - em primeiro lugar por ter feito Brian traduzir um diálogo mudo para uma Tracy completamente obnubilada, e em seguida, no confronto catártico do final do filme entre os dois homens, por ter toda a conversa silenciosa representada através de legendas (uma mordaça barata que foi um grande erro)."

Extraído deste post em Inglês, crítica escrita por Charles Gustine:


Procurei até nos scripts ou nas transcriptions dos diálogos, mas esta conversa silenciosa não estava lá, por óbvias razões de que não tinha falas. Era preciso obter o narração teatral com a descrição dos cenários, mas fui parando por aí. Descrevo eu mesmo.

Bem, que me desculpe mas não concordo com Charles, não achei piada nenhuma, e muito menos um grande erro ou mordaça, ele parece escrever como uma feminista que não entende nada de homens. 

Achei simplesmente o momento mais brilhante e sublime do filme, a tal da conversa silenciosa entre os dois machos. Uma prova de que todos podemos nos entender apenas por gestos, identificação e empatia, mesmo que o assunto seja apimentado como uma única mulher presente e amada pelos dois, sendo um pai da primeira filha do atual marido, tudo civilizado, diplomático, afável e sem sôcos nem murros, pois afinal todos se amam num círculo de amor que envolve pais, mãe e filhos. O diálogo deu-se assim:

O diálogo silencioso desprezado pelos esquadões anti-gays contra
homens expressando seus sentimentos uns com os outros
Woody vê Brian na cozinha quando adentra a casa vindo do trabalho e pára, olha pra ele e caminha. Ao chegar perto dele, aperta-lhe o ombro com sua mão enorme, o que deixa o outro na defensiva. É um gesto amigo. Através do olhar e do manear de sua cabeça, ele diz silenciosamente:
  • Eu sei que é o pai dela
  • Que bom que sabe
Woody dá um abraço em Brian, meio desajeitado mas bastante caloroso.
  • Não levo jeito pra abraços; quero minha família de volta
Brian o afasta, põe sua mão no ombro do outro por sua vez, e diz-lhe:
  • Sempre foi sua família, Woody; são apaixonados por você
Woody meneia a cabeça aceitando, e olha-lhe bem no fundo dos olhos com expressão inquisitória:
  • Dormiu com minha mulher?
  • Dormi com a Ng
Woody dá-lhe outro abraço com ainda mais força e olha para o céu como que agradecendo não ter sido feito de corno... ambos saem abraçados e vão dar com Raquel na cozinha que os vê espantada, pois para todos os efeitos Woody havia deixado a casa, separando-se, mas num esforço sobre-humano, lhe escrevera uma carta da caserna, expondo seus sentimentos pela primeira vez na vida daquele jeito. Foi quando ele voltou pra casa e encontrou o outro lá, aquele que ele sabia ter sido o primeiro amor de sua mulher, e ambos se respeitaram.

Você pode dizer muito sem falar nada.
As expressões dos dois não são nenhuma obra prima, mas representam muito bem o jeitão masculino militar de se comunicar, e nada mais é preciso do que abraços, toques, olhares e leves expressões quase imperceptíveis para o olho leigo.

O resto da trama não é tão importante quanto repassar a cultura indígena havaiana como um tributo ao mundo, o outro ponto forte do filme, com mais profundidade do que um curso para turistas.

Enquanto o ponto de interesse principal deveria ser a tentativa da iniciativa privada tomar a corrida ao espaço das mãos da NASA por interesses financeiros e bilionários, o que vai por água abaixo por causa de outros interesses mais sinistros que são descobertos por estes técnicos desprezados, a trama se concentra mais nos comezinhos das relações românticas impossíveis. Primeiro um cara desleixado deixa escapar o amor da vida dele por não lhe dar importância e não querer se prender a ninguém, para depois retonar e descobrir que ainda tem interesse nele, mas a garota agora está casada com outro e é mãe de dois filhos, sendo que a primeira filha foi fruto de sua transa com o cara, mas teoricamente ninguém sabia disso até ele reaparecer. Há uma química entre pai e filha que, no final do filme, é entendida também por observação das expressões de cada um e sem palavras, quando pai olha filha através do vidro de uma escola de balé onde ela aprende a dançar o hula-hula havaiano, e ambos se entendem pela bela expressão. É a terceira conversa muda do filme.

A inicialmente arrogante e posteriormente doce e sexy Ng
O outro amor impossível é a simpatia por uma soldada com jeitão típico das arrogantes feministas, mas que ao longo do filme acaba se mostrando como uma verdadeira mulher na ascepção da palavra, com direito a todo o romantismo e até assédio ao ícone masculino. Ela é decidida, é guerreira, mas também sabe ser muito sexy, até demais da conta, que acaba roubando a cena do filme principalmente por ser loura e apregoar ser um quarto havaiana, um quarto chinesa, e metade sueca por descendência, sabendo praticamente tudo sobre as tradições e comportamentos das comunidades indígenas. E esta é uma grande lição para o mundo.

As críticas revelam que o que menos o protagonista faz é trabalhar no seu ofício. Mas, como eu disse, o filme pagou-se apenas pelos diálogos silenciosos dos dois homens principais da trama. Quer dizer, principais não, pois quase ninguém fala no tal marido silencioso da segunda estrela doméstica do filme, atrás da soldada e agente de inteligência super-preparada.

Pra variar, vejo coisas que ninguém vê ou dá valor nos filmes que assisto. Acho que tenho algum parafuso fora de lugar na cachola...

E finalmente a terceira cena especial quando a pilota Ng dança no salão de festas uma dança extraordinariamente sensual e provocante, inacreditável, principalmente para uma militar. Não consegui vídeo no Youtube sobre esta cena, mas bem que gostaria de revê-la inúmeras vezes.

No final do filme, o protagonista se arrepende ao descobrir os planos macabros do milionário, e dá um jeito de boicotá-los. De traidor destruido ele passa a herói em 5 minutos, ao ser comprovada a intenção do lançador do satélite que serviria para permitir acesso ao Facebook pelas populações mundiais sem internet. Irado.

Aula de dança Hula
De Robin Write @WriteoutofLA, extraí esta descrição da cena final, e acrescentei o que aconteceu.

Na cena final do distante filme Aloha, Crowe executa uma centa tão comovente que transcende o filme inteiro e se torna uma maravilhosa referência do cinema por si só. Em meio a uma aula de dança hula para garotas, o relacionamento entre pai e filha acontece pela primeira vez, emocionalmente conduzida pela saudosa super capacidade de Crowe para contar histórias, através da versão de Cyril Pahinui da música gloriosa "Ipo Lei Manu" e pela perfórmance extraordinária de Danielle Rose Russell. Eles compreendem o que significa ser pai e filha pelos olhares e tênues expressões faciais através do vidro da vitrine da sala de aula. Lágrimas rolam do nada, ela sai, dá-lhe um abraço, e volta para sua aula. Isso é como se deve terminar um filme.

Também não consegui cenas de Emma Stone e Bill Murray dançando no último corte.

Desta página da net, consegui mais isso, Todas as Músicas de "Aloha", de Cameron Crowe, incluindo David Bowie, Rolling Stones, Fleetwood Mac, Beck, & Mais:


Tudo bem, você já teve seus 100% de indignação sobre a linhagem ¼ havaiana da personagem de Emma Stone, loura de olhos azuis, você não aceitou direito o pedido de desculpas de Cameron Crowe por causa disso, e você ainda está aquecido sobre quão ruim o seu filme "Aloha" tem sido considerado. O filme e sua "bizarrice racial" pode ser mal recomendado, mas provavelmente todos havemos de concordar que Cameron Crowe, pelo menos, sabe como montar um mixtape decente (Mixtape é uma compilação de fabricação caseira reunindo músicas - canções tipicamente protegidas por direitos autorais retiradas de outras fontes - registradas em uma ordem específica, tradicionalmente em uma fita cassete de áudio, apesar de que os formatos de reprodução CD ou MP3 agora serem mais comuns). Enquanto a trilha sonora de "Aloha" tem 19 músicas, incluindo uma nova faixa escrita por Sigur Rós' Jónsi e Alex Somers, o filme completo contém cerca de 60 canções.

Então, em cima de partes de Fleetwood Mac, Beck, Kurt Vile, David Crosby e outros, "Aloha", o filme, também apresenta músicas de The Who, The Rolling Stones, Mogwai, Bob Dylan, David Bowie, The Gap Band, Tears For Fears e Daryl Hall & John Oates - Emma Stone e Bill Murray dançando no último corte bem poderia ser o melhor momento do filme.

Nativo Havaí Sagrado
Ativista soberano nativo havaiano Dennis "Bumpy" Kanahele, à
esquerda, com Bradley Cooper e Emma Stone em uma cena de
"Aloha", que foi filmado no complexo Waimanalo do Kanahele.

Tal como a ilha da Nova Zelândia no Pacífico Sul, vizinha da Austrália, com quem compartilha grande parte da cultura inglesa e que aparenta tratar melhor seus povos indígenas do que nós, australianos, por exemplo, a ilha do Havaí, no centro do Pacífico, nem parece ser um estado norte-americano, sob este ponto de vista. Pelo que assistimos aqui e ouvimos falar, a Nova Zelândia integrou seus aborígines na cultura da ilha, e pode-se ver a influência deles em toda parte, diferente da Austrália onde aborígines são confinados em guetos como o bairro degradado de Red Fern em Sydney. O Havaí também parece preservar suas tradições, pelo menos entre os próprios indígenas, mas não sem a eterna luta dos indígenas mundialmente pela restauração de seus direitos, principalmente os espirituais. O fato de um jogo político e militar tensionar passar a perna nos indígenas em troca de suas aprovações espirituais para estabelecimento de bases militares e lançamentos de foguetes com satélites ao negociar entrega de terras para os nativos, as quais a eles já pertenceriam de direito, neste filme, passa ao largo, pois trata-se de um filme mais sentimental do que conspiratório.

Hula masculino
Do Honolulu Star-Advertiser extraí (quase todo) artigo sobre o tratamento dado por Cameron Crowe às origens do Havaí.

O diretor-escritor do filme "Aloha", Cameron Crowe, fez uma aparição surpresa na pré-estréia de seu novo filme em Los Angeles, chamando-o de sua "carta de amor ao Havaí."

A comédia romântica estrelada por Bradley Cooper, Emma Stone e Rachel McAdams, e com o ativista havaiano nativo soberano Dennis "Bumpy" Kanahele, arrumou uma considerável controvérsia antes mesmo de seu lançamento. Alguns nativos havaianos, incluindo o Comissário de Cinema do Estado Havaiano Donne Dawson, censurou o filme por seu título, dizendo que "aloha" tem um profundo significado espiritual e o uso no título do filme perpertua as deturpações sobre a cultura havaiana. Além disso, a Media Action Network reclamou sobre a falta de asiáticos e nativos das ilhas do Pacífico na história que envolve um contratante militar célebre que volta para o Havaí e se reconecta com um antigo amor, enquanto inesperadamente cai pela sua escort da Força Aérea, todos brancos norte-americanos.

"Desde então muita coisa tem sido ouvida de pessoas que nunca viram o filme", ​​disse ele.

O estúdio, Sony Pictures Entertainment, divulgou um comunicado dizendo que "Aloha" "respeitosamente mostra o espírito da cultura do povo havaiano".

Crowe "passou anos pesquisando esse projeto e muitos meses no Havaí cultivando relacionamentos com as principais vozes locais", disse o estúdio. "Ele ganhou a confiança de muitos líderes comunitários havaianos, incluindo Dennis 'Bumpy' Kanahele, que desempenha um papel fundamental no filme."

Hula hoop de macho (bambolê), pneu de trator. Este Hula não tem
nada a ver com a dança Hula Hula havaiana. O bambolê foi criado
na América Latina pelos nativos cuja dança Hoop lhe foi legada pelo
espírito de Manitou, da natureza.

Enquanto a maioria do filme "Aloha" é rodado em Joint Base Pearl Harbor-Hickam, Crowe filmou um luau no complexo de 45 acres de Kanahele em Waimanalo. Kanahele, que serviu como conselheiro cultural no filme e interpreta uma versão de si mesmo, disse ao Honolulu Star-Advertiser que a imagem de Crowe "merece o nome 'Aloha'." Ele e outros nativos havaianos que trabalharam com os cineastas disseram que suas interações com o elenco e a equipe foram calorosas e respeitosas e que o diretor foi genuíno quanto ao fornecimento de uma imagem autêntica do Havaí.

Curiosa paisagem do planalto Mana a oeste de Kauai (Mana Plain
West Kauai)
Kanahele disse em uma entrevista por telefone que ele aparece na tela em cerca de seis cenas mais ou menos, incluindo uma em que ele está plantando taro (mangará ou taioba) com Cooper perto do complexo heiau. Como personagem local mais proeminente no filme, o diálogo de Kanahele inclui menções sobre a derrubada do reino havaiano em 1893 e comentários críticos sobre a presença militar dos EUA nas ilhas. Ele também usa uma T-shirt que proclama, "Havaiano por nascimento, americano pela imposição."

No filme, a vila de Pu'uhonua o Waimanalo de Kanahele é introduzido como um lugar místico, enevoado que, como diz Ng, tem um monte de "mana". O personagem de Cooper, Brian Gilcrest e Ng são em primeiro lugar recebidos friamente pelos havaianos, mas quando Kanahele aparece, os recebe calorosamente, batendo punhos com Gilcrest, com quem compartilha claramente um passado.

Gilcrest e Ng estão lá para pedir Kanahele e seu grupo para promoverem uma bênção no portão de um novo projeto. O líder havaiano então negocia terras - e serviço de telefonia celular - em troca.

Durante o encontro, músico Ledward Kaapana toca guitarra slack-key (guitarra havaiana) e Ng se junta a ele em uma versão de Liko Martin de "Waimanalo Blues", que lamenta o superdesenvolvimento. (Junto com sucessos do rock, a banda sonora de "Aloha" inclui muitas canções havaianas)

Outra fonte de controvérsia é provável que seja a de que Kanahele é identificado na tela como sendo descendente da linhagem real Kamehameha e é repetidamente chamado de "rei", em referência a ser o chefe de um movimento para restaurar o Reino do Havaí. (Kanahele disse que, embora ele alegue pertencer à linhagem Kamehameha, ninguém se refere a ele como "rei" fora da tela.)

© 2015 Honolulu Star-Advertiser


Tradicional Halau Hula havaiano
Hula

Quando pensamos em Havaí, duas coisas muitas vezes vêm à mente: o espírito de Aloha e o Hula. Ambos nasceram a um longo tempo passado, quando deuses, deusas e seres humanos legendários caminhavam sobre a Terra.

As origens do hula estão abertas à interpretação. Alguns acreditam que veio da antiga civilização Mu (um dos continentes que submergiram junto com o conhecido Atlântida, este no oceano Atlântico, e aquele no meio do Pacífico, de onde o Havaí seria uma sobra que restou junto com as ilhas da Polinésia), alguns afirmam que nasceu no Havaí, enquanto outros o remotam para o Taiti ou algum outro país estrangeiro. Para ambos antigos e modernos havaianos, o hula é a essência da própria vida. Ele os liga com o universo e os torna uma unidade com toda a criação.

Stitch, de Lilo e Stitch, Disney, dançando hula
A questão de saber se os dançarinos de hula originais eram apenas homens, como alguns havaianos afirmam hoje em dia, também está aberta ao debate. Há, no entanto, muitos registros e lendas que falam de homens e mulheres dançando a hula. O que se sabe com certeza é que as mulheres dançavam quando Captain Cook e sua tripulação chegaram pela primeira vez nas ilhas em 1778, o mesmo a quem se credita ter descoberto e circundado a Austrália.

O uso da palavra hula para descrever a dança é específico dos havaianos, e não é usado em nenhuma outra cultura polinésia. Os samoanos dançam a Sasa, fa'ataupati ou Lapalapa, com a sua palavra principal para designar dança sendo siva. Os Maoris da Nova Zelândia cantam e dançam o haka ou waiatuhaka. O corpo principal da dança dos tonganeses é chamado faiva, com a dança principal sendo o lakalaka. Os taitianos têm a Aparima ou Otea. Os nativos da ilha de Páscoa têm meia dúzia de palavras diferentes para a dança, algumas das quais são emprestadas de Samoa e do Tahiti. Curiosamente, os havaianos têm uma palavra mais antiga para a dança, o ha'a, que é muito semelhante ao Maori haka e o fa'a samoano. Pelo menos uma fonte, o dicionário havaiano por Pukui e Elbert, diz que a palavra hula não estava em uso geral até depois de meados de 1800.

Hula Hula, dança muscular masculina havaiana, 5 minutos

Enquanto os filmes de Elvis Presley podem ter trazido o hula para uma maior sensibilização da opinião pública, as danças vistas nestes tipos de filmes, embora divertidas, têm pouca semelhança com a profundidade do espírito, a graça, a elegância, ou a sacralização que personifica esta antiga arte.

Extraído de Hula: The Soul of Hawaii (Hula: A Alma do Havaí, por Tracey Lakainapali, nesta página da net:


Gosto muito de dança, luta ou as duas juntas, portanto nada como descobrir estas danças estritamente masculinas herdadas dos nossos ancestrais seres humanos que habitaram o planeta nos continentes perdidos. Aqui está outro exemplo da dança hula havaiana.

Dançarinos masculinos de Hula havaiano em show de palco, 3 min

Veja aqui a parte inicial do filme Aloha com 7:41 minutos onde, no minuto 4:40 a dança Hula masculina é majestosamente apresentada por nativos havaianos. Não consegui mais informação sobre estes dançarinos nem a cena exclusiva da dança na net.

No minuto 4:40 a tradicional dança havaiana Hula Hula masculina 
(Na Kamalei ou antiga Hula Kahiko) é apresentada na chegada de 
Brian a Honolulu.

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