terça-feira, 29 de abril de 2014

Revolução Azeda III

A Resposta de Washington – Os Protestos

Parte 3 of 6 
Por Gearóid Ó Colmáin / 2 de agosto de 2013

Estas são algumas das razões por que Washington e seus aliados estão a tentar levar a cabo uma vasta, coordenada e dissimulada estratégia de mudança de regime no Brasil, em conivência com as ultra-reacionárias elites compradoras do Brasil, que detestam a orientação centro-esquerda do governo brasileiro e são alucinadas por um retorno aos bons e velhos dias de ditadura fascista de 1964 a 1985.

A classe de pessoas que perderão mais neste jogo são justamente as pessoas que protestam, a nova pequena burguesia, uma classe em que a bolha de crédito é fundamental em suas dívidas, assim caindo de novo no proletariado desocupado da classe chamada lúmpem-proletariado por Marx (os pobres que não têm consciência de classe). 


Como já foi dito, há muitos problemas econômicos e sociais reais no Brasil. O país tem uma das maiores desigualdades do mundo. Mas essas são as conseqüências do capitalismo. Por que, então, os manifestantes não estão a marchar pelo socialismo ou melhores direitos de negociação coletiva dos trabalhadores? Por que razão o fóco da fúria é contra os políticos corruptos e não as corruptas multinacionais? Por que razão é que os meios de comunicação de massa deram tal cobertura e suporte aos protestos? Agências de notícias como a Globo são de propriedade das dinastias de mega-ricos que sempre satanizaram os movimentos populares. A Globo foi uma defensora do regime fascista que governou até 1985. Por que razão o estabelecimento de imprensa de direita que promove a economia neoliberal, a privatização e o Consenso de Washington, de repente se tornou uma simpatizante das pessoas que protestam pelos “serviços públicos”?

Protesto moderno e chique, começou com as invasdes de festinhas
Por que razão é que estrelas de cinema e ídolos pop da nova era, que não têm história de simpatia para com a causa do trabalho, manifestaram o seu apoio aos manifestantes publicamente? Como é que o governador da Califórnia, Arnold Schwartznegger, que lançou um grande programa de privatização que inclui auto-estradas, pensões públicas e água, resultando no empobrecimento de centenas de milhares de cidadãos, é o tipo de homem a apoiar protestos populares pelos serviços públicos no Brasil?A maior parte do movimento de protesto é composta da pequena burguesia emergente; esta é uma classe cujos universitários estão utilizando mídias sociais para organizarem e protestarem contra questões que são ditas que transcendem o espectro político de esquerda e direita, como, por exemplo, o fim da corrupção, mais gastos públicos etc.

Protesto príncipe charming para as gatinhas verem nas revistas
A pequena burguesia é composta de cerca de 40 milhões de pessoas, que saíram da pobreza graças ao boom econômico que permitiu um aumento do mercado consumidor interno através do taxas de juros mais baixas patrocinadas pelo estado. No entanto, o boom do crédito resultou em uma iminente crise na dívida das famílias, uma vez que muitas famílias da classe média baixa lutam para pagar suas dívidas, enquanto a inflação, devido a uma guerra financeira global, colocou mais pressão sobre a economia.Os protestos brasileiros foram desencadeados em São Paulo quando Fernando Haddad, figura importante do Partido dos Trabalhadores, e o governador de direita Geraldo Alcmin decidiram elevar as tarifas de metrô e ônibus em 10 por cento. Os protestos foram organizados por um movimento chamado Movimento Passe-Livre – um movimento pelas passagems de transporte gratuitas, uma agitação anarquista coletiva visando o transporte gratuito. A base de suporte do movimento tende a vir da pequena burguesia das universidades. Apesar de seu muito nobre desejo de transporte gratuito, o movimento tem pouco apoio entre a classe trabalhadora.

Movimento passe-livre em São Paulo... mas onde, meu senhor,
é que existe passe livre no mundo?
O Brasil tem uma longa e orgulhosa história do anarcho-ativismo sindical, tendo organizado algumas das maiores revoltas sociais do país, como a greve insurrecional libertária de 1917 em São Paulo. A tradição anarquista no Brasil veio da história da escravidão brasileira. Escravos fugitivos formaram “quilombos”, comunidades anarquistas como em Palmares onde 20.000 escravos fugitivos formaram uma comunidade igualitária que durou de 1602 a 1695.
As Universidades de São Paulo e Brasília têm oferecido regularmente cursos sobre a história do anarquismo Brasileiro. Em seu ensaio “A História do Movimento Anarquista no Brasil”, Edgar Rodrigues observa que cursos de teoria Anarquista são regularmente ensinados em São Paulo na ELSP, Escola Livre de Sociologia e Política, escola pública de Sociologia e Política de São Paulo. A escola foi criada em 1934 por um grupo de ricos empresários com o objetivo de formação de novos e competentes governantes de elite.

Uma vida sem catraias...
É de se estranhar que um departamento de uma universidade criada por ricos homens de negócios promova o anarquismo. Como Rodrigues admite:“Em 1964 a ditadura militar tomou o poder e, com ela, veio um fecundo período de grande atividade na publicação de obras libertárias. Em meio à repressão, escritores e editores levantaram-se contra a ditadura na década da maior repressão (1970-1980) e, em meio à avalanche de lixo autoritário, a pesquisa e a publicação de livros anarquistas continuou.”

O vídeo do Facebook com voz sensual digital de primeiro mundo é irresistível
A literatura Anarquista foi florescente em um período em que aqueles que eram suspeitos de serem comunistas foram presos, torturados e mortos. Não se trata de dizer que os anarquistas foram coniventes com o regime fascista. Em vez disso, é simplesmente para salientar que o anarquismo nunca foi visto como uma ameaça para o sistema capitalista. Os anarquistas nunca foram contra o modo de produção capitalista, nem foram capazes de converter pessoas suficientes para sua causa. Os comunistas, por outro lado, têm um programa político, como o exemplo da União Soviética e de Cuba, que provou que eles foram capazes de causar revolução social; é por isso que eles, e não os anarquistas, foram objeto dos esquadrões da morte treinados pela CIA durante a ditadura fascista.Não estamos afirmando aqui que o Movimento Passe Livre signifique deliberadamente colaborar com uma agenda imperialista para destruir o Brasil. Mas, como veremos, a anarquia é justamente aquilo que os capitalistas globais querem, ao passo que websites financiados pelo departamento de Estado dos EUA promovem abertamente o Passe de Circulação Livre. O símbolo do punho cerrado (http://en.wikipedia.org/wiki/Raised_fist) é o logotipo dos grupos juvenis fundados nos EUA que operam em muitos países ao redor do mundo. Este é também o símbolo favorito dos trotskistas e alguns grupos anarquistas, que são atraídos por esta isca do imperialismo como moscas para o mel.

O punho cerrado,
serve pra outras coisas tamb
ém

Sem Liderança, Deslocados, Revoltas Espontâneas

O sociólogo Zygmunt Baumann assinalou que o conflito essencial no mundo de hoje ocorre entre o poder e a política. A política, na antiga ordem burguesa, estava confinada a nível de parlamentos nacionais democráticos. No entanto, na era da oligarquia global, o poder está sendo tirado das pessoas por empresas transnacionais e seus organismos internacionais. Uma das características da globalização, segundo Baumann, é a sensação de que “ninguém é responsável”, que o poder foi concentrado nas mãos de uma elite transnacional irresponsável e anônima, enquanto a tradicional área de tomada de decisão democrática, isto é, a área política, tem sofrido erosão. Assim, um inexplicável poder financeiro tem destruído a política.

“Poder é a capacidade de ter as coisas feitas. Política é o poder de decidir quais coisas devem ser feitas. Ambas as habilidades, poder e política foram até recentemente unidos em um só lugar, e o lugar foi chamado de estado-nação. O governo do estado tem os dois, o poder de fazer as coisas e as instituições políticas para decidirem quais coisas devem ser feitas.”

Símbolo do anarquismo
Talvez mais do que qualquer outra figura no comércio internacional e financeiro, o bilionário George Soros tem sido identificado como um jogador-chave na substituição global da política pelo grande capital.

Pioneiro do Instituto da Sociedade Aberta (Open Society Institute, OSI), que promove a ’democracia’, os ‘direitos do homem’ e a ‘liberdade’, de acordo com o dicionário dos grandes negócios, Soros é considerado um dos mais valiosos bens do imperialismo norte-americano. A multiplicidade de organizações de ‘sociedade civil’ financiadas por este bilionário messiânico é espantosa.

O Instituto da Sociedade Aberta teve uma mão na queda da União Soviética com a criação de uma sucursal do seu Instituto em Moscou, em 1987. Depois da apreensão de Boris Ieltsin do poder por um golpe militar em 1993, o mercado livre e as políticas neoliberais promovidas pelo OSI mergulharam o povo russo em níveis de pobreza comparáveis ao século 19. Estima-se que a contra-revolução na Rússia e na Europa Oriental levou à morte mais de um milhão de pessoas.

Wladmir Putin...
Foi a chegada de Vladimir Putin ao poder, em 1994, que resgatou a Rússia do abismo. Putin restabeleceu a autoridade e a autonomia do estado, tendo expulsos e presos alguns dos piores criminosos do país, tais como Mikhail Khodorkovsky, um gangster tido no Ocidente como ‘herói’ e ‘vítima’ do ‘totalitarismo’ de Putin. Vladimir Putin descreveu o desmembramento da União Soviética como uma das maiores catástrofes do século XX. O nacionalismo burguês de Putin fez dele um inveterado inimigo do imperialismo ocidental com sua vasta infantaria de mudança de regime, as ONGS.

Assim é melhor
Como anti-comunistas virulentas, as organizações da sociedade civil apoiadas por Soros se especializam em causas ‘progressivas’, liberais e pequeno-burguêsas. O Open Society Institute de Soros desempenhou um papel significativo nas contra-revoluções ‘Veludo Vermelho’ (Velvet) na Europa Oriental após a queda do Muro de Berlim, que abriu aquelas sociedades capitalistas estatais aos abutres financiadores  capitalistas e especuladores.

Revolução laranja
A estratégia geopolítica das revoluções coloridas foi utilizada por Washington para provocar mudança de regime no espaço pró-russo e pós-soviético que viu mudar o regime em vários países da Europa Oriental, como a Revolução Laranja na Ucrânia em 2006 e a Revolução das Rosas na Geórgia em 2004, onde regimes nacionalistas-burgueses foram substituídos por agentes do capitalismo financeiro ocidental.

Protestos duplicados, mas foi só por acaso, é claro
A estratégia das revoluções coloridas foi implantada mais uma vez durante a infame ‘Primavera Árabe’ com o Centro de Ações e Estratégias Não Violentas (Center For Non Violent Actions and Strategies, CANVAS), a Movements.Org, a Dotação Nacional para a Democracia (National Endowment for Democracy), a Casa da Liberdade (Freedom House) e muitas outras ONGS ligadas ao governo norte-americano, tendo papel-chave na formação e mobilização de militantes pela internet na queda dos governos tunisino e egípcio, a fim de criar as bases para um novo Oriente Médio, de acordo com os objetivos imperiais dos USA.

O trabalho anti-comunista de um estudante do filósofo direitista Karl Popper, ‘A Sociedade Aberta e Seus Inimigos’ (The Open Society and Its Enemies), revela a base da filosofia de Soros, o bilionário que se concentra em apoiar causas que parecem ser de ‘esquerda’ na superfície, mas que realmente avançam os planos corporativos.


Soros tem importantes interesses no Brasil em termos de energia, agronegócio e comunicações. O bilionário detém uma grande participação na companhia de petróleo Petrobras, que recentemente descobriu um dos maiores campos de petróleo do mundo em 2007, em Tupi. Um artigo publicado pela revista brasileira Veja de direita revelou que a Petrobras tinha sido uma das financiadoras do Movimento Passe Livre, a organização anarquista que desencadeou os protestos em junho.

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Revolução Azeda II

O Ressurgimento da Burguesia Nacional

Parte 2 de 6
Por Gearóid Ó Colmáin / 29 de julho de 2013

Apesar de não ter conseguido livrar a economia do Brasil do controle da dívida pelo FMI, a liderança de Lula da Silva no Brasil também obteve êxitos importantes, em especial na política internacional. Estas políticas progressistas não deixaram de levantar as sobrancelhas em Washington. Lula reorientou a política externa brasileira ao abrir contatos com Cuba, condenando o embargo norte-americano àquele país e oferecendo empréstimos e investimentos significativos, para o desgosto de Washington; Lula recusou-se a classificar as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) como terroristas; o líder brasileiro tinha relações estreitas com Hugo Chavez da Venezuela; foi um grande defensor da integração latino-americana no âmbito do Mercosul, e iniciou laços econômicos bilaterais mais estreitos com a África e a Ásia.

FMI Fundo Monetário Internacional
Apesar de ter tido participação na ocupação ignóbil neo-colonial das Nações Unidas no Haiti, o Brasil desempenhou um papel cada vez mais independente na cena internacional, advogando diálogo ao invés de guerra no caso do Irã e denunciando a interferência externa na guerra da Síria.

A sucessora de Lula, Dilma Rousssef, tem dado continuação a esta postura independente. Ela se opõe às ações da NATO contra a Síria, denunciando a intervenção estrangeira e apoiando a posição da Rússia que defende o diálogo pacífico; esta posição anti-imperialista, pro-terceiro mundo do Brasil tem colocado o país fora da órbita dos queridos da Nova Ordem Mundial (New World Order) e na órbita da Elite Transatlântica de investidores.

Nova ordem mundial, "amador, eu tomo conta"...
Estes aspectos nacionalistas e multipolares da burguesia nacional ascendente do Brasil tem, como no passado, dado o sinal de que o país está pronto para uma mudança de regime objetivada pelos parasitas imperialistas do Hemisfério Norte, que não tolerararão uma América Latina capaz de prosseguir uma política externa independente.

Uma indicação de que a elite financeira mundial favoreceu uma mudança de regime no Brasil veio na forma de um artigo do Financial Times em 2010, que descreveu José Serra, o candidato ultra-direita de oposição a Dilma Rousseff na campanha para a eleição presidencial 2010, como “de longe o melhor candidato”.

José Serra
A Conferência de Durban em março de 2013 foi um marco nas finanças internacionais. Os governos brasileiro e chinês anunciaram que iriam usar suas moedas nacionais no comércio bilateral entre os países. Esta decisão constituiu uma ameaça direta ao futuro do dólar como moeda de reserva do mundo. A conferência de Durban também anunciou planos para a criação de um banco de desenvolvimento do BRIC para rivalizar com o FMI e o Banco Mundial. A ascendente burguesia nacional das economias emergentes está constantemente desafiando a hegemonia global da elite transatlântica no poder, que confiará em seus agentes entre a burguesia consumista das economias emergentes para fazerem suas licitações, a fim de restaurarem a ordem mundial dominada pelo velho Euro-Atlantic.

Os tostões furados chineses
Nas conversações do Doha (Development Agenda, DDA or Doha Round) do World Trade Organization (Organização Mundial do Comércio) em 2008, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, causou controvérsia quando protestou contra as tarifas e os subsídios utilizados pelos países ricos que impedem o desenvolvimento dos países do Terceiro Mundo, comparando a propaganda que eles utilizam para promover políticas como equivalente à dos nazistas.

Doha a quem doher, capital do vai te Qatar
US Today relatou:

“Os países mais pobres exigiram cortes nas tarifas e subsídios utilizados na exploração pelos países ricos, dizendo que eles dificultam o desenvolvimento do Terceiro Mundo. Em troca, os países ricos têm insistido em melhorar o acesso ao mercado dos países em desenvolvimento para os seus fabricantes e prestadores de serviços.

'Um melhor acesso ao mercado' para os investidores estrangeiros é justamente aquilo que os Estados Unidos esperam alcançar se eles puderem ajudar um governo consumista de direita a tomar o poder no Brasil nas eleições de 2014, ou melhor ainda, se puderem conduzir o país ao caos e à destruição.”

Em contraste com as políticas de mercado livre de Fernando Henrique Cardoso na década de 1990, a administração Lula utilizou o poder do estado para impedir a Vale de despedir trabalhadores. A revista The Economist tinha isto a dizer sobre as políticas do Brasil:

Fernando Henrique Cardoso, por Ziraldo
“Um revés para o capitalismo estatal, um dos principais privatizadores de empresas da década de 1990 agora está forçando sua maior empresa de mineração, a Vale, a manter trabalhadores de que não precisa, e obrigando um bando de pequenas empresas a embarcarem numa consolidação subsidiada.”

Vale
Aqui, mais uma vez, vemos o fenômeno da burguesia nacional, que só pode se manter por cooptação com o movimento trabalhista. Enquanto tal relação mantém o salário dos trabalhadores em servidão ao capitalismo, ela também pode ser usada como uma vantagem estratégica para o trabalhador, como no caso da Vale, em que o estado burguês que depende do apoio dos sindicatos para a sua legitimidade é forçado a exercer pressão sobre as empresas para não despedirem trabalhadores. Uma corporação multi-national operando em um estado pífio simplesmente mostraria a porta da rua para os trabalhadores ou teriam os líderes trabalhistas presos ou assassinados.

The Economist vai em frente ao descrever o novo modelo econômico adotado pelo governo brasileiro:

“O governo tem derramado recursos em um punhado de empresas campeãs estatais, em especial nas relacionadas a recursos naturais e de telecomunicações. Ele também produziu um novo modelo de política industrial: substituição da participação direta do governo pela indireta por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) e sua filial de investimento (BNDESPar); e substituindo a propriedade majoritária pela minoritária através da aquisição de ações de um amplo espectro de diferentes empresas. Sergio Lazzarini, do Insper, Instituto de Ensino e Pesquisa, e Aldo Musacchio, da Harvard Business School, batizaram este modelo de “Leviatã como acionista minoritário”.

Derramando recursos
Tal economia nas mãos de uma burguesia nacional ascendente seria capaz de competir com potências imperialistas por novos mercados. É por essa razão que Londres e Washington prefeririam ver um retorno à farra da privatização da década de 1990, a fim de que os investidores estrangeiros e as empresas multinacionais pudessem tomar o lugar do “Leviatã como acionista minoritário”.

Fernando Henrique Cardoso fez muito mais para o FMI e para a elite no poder ocidental do que qualquer outro líder na história brasileira. Em um artigo no New York Times em 1999, o economista americano Paul Krugman afirmou que Arminio Fraga Neto, um ex-gerente financiador a serviço do bilionário financista George Soros, passou informações confidenciais para este último, o que possibilitou ao especulador usar informações privilegiadas, quase mergulhando a economia brasileira no caos. Krugman posteriormente recuou de suas afirmações quando foi ameaçado por Fraga de processo por difamação.

George Soros (artlink)
Os partidos de oposição de direita estão se beneficiando claramente dos protestos no Brasil. Longe de serem “espontâneas”, as manifestações possuem todas as características de uma campanha coordenada por corporações multinacionas e elementos da burguesia consumidora de direita trabalhando através de várias ONGS, seguindo um padrão estabelecido no engendramento do golpe fascista de 1964.

A Guerra das Moedas

Embora as relações com Washington pareçam estáveis, profundas tensões apodrecem estas relações sob a superfície. A política fiscal de flexibilização quantitativa (introdução de dinheiro novo no suprimento de moeda por um banco central) realizada pelo Federal Reserve dos EUA e pelo Japão desde a crise financeira, provocou uma valorização do real brasileiro, afetando negativamente a competitividade das exportações de manufaturados do país e o aumento da inflação.

Guerra das moedas
O Ministro da Fazenda do país, Guido Mantega, provocou mais polêmica na cúpula do G20 (G20 Summit) em Seul, em 2010, quando descreveu a política fiscal americana como sendo equivalente à declaração de uma guerra monetária global. O governo brasileiro tem respondido à flexibilização quantitativa com o estabelecimento de tarifas de proteção sobre as importações americanas, o que causou indignação em Washington. Obama está forçando uma agenda de livre comércio na América Latina, a fim de elevar as exportações. O Japão, por sua vez, também se envolveu na flexibilização quantitativa, a fim de escorar suas dificuldades com as exportações. Esta política tem sido condenada pela China e pelo Brasil.

Guido Mantega (Mangaba Studios)
Em setembro de 2012 a Presidenta Rousseff desceu o sarrafo na política monetária norte-americana em seu discurso para as Nações Unidas, o que ela descreveu como proteccionismo “fraudulento”. As observações críticas de Mantega e Rousseff contrastam de forma acentuada com a atitude servil do ex-Presidente do Banco Central, Gustavo Franco, que disse que o mundo deveria estar torcendo pelo Banco Central porque é ele que tem a capacidade de reanimar a economia global.

É claro que os bancos de Wall Street e o estabelecimento de inteligência preferem ver o retorno aos bons e velhos dias do governo de Fernando Henrique Cardoso na década de 1990, onde tarifas protetoras seriam retiradas, o papel do estado na regulação da economia diminuiria e a elite ocidental não enfrentaria a humilhação de ter sua sagacidade questionada por imprevistos e indesejáveis novos poderosos do  Hemisfério Sul.

Rua da parede (Wall street)
O Nacionalismo dos Recursos

Em 18 de junho de 2013, o governo Brasileiro anunciou a intenção de aumentar os royalties do estado provenientes da indústria mineira de 2 para modestos 4 por cento. O ex-executivo-chefe da Vale SA, a maior exportadora de minério de ferro do mundo, condenou a decisão, dizendo que ela “bateu pesado nos mineiros”.
O Reuters relatou que:

“A legislação vai por à prova os esforços do governo para reduzir as tensões com os investidores, muitos dos quais têm criticado as políticas econômicas da Presidenta Dilma Rousseff como irregulares e sua atitude com relação aos negócios como de “mão pesada”.

A nova lei vai calcular os royalties com base no rendimento bruto ao invés de rendimento líquido, o que atualmente é o caso. O Congresso Nacional do Brasil está para debater e votar o projeto de lei ainda este ano, bem como a criação de uma nova agência reguladora dos vastos recursos de mineração de cobre, bauxita, ouro, níquel e manganês.O governo está também a ponderar a criação de um imposto sobre exploração mineira dos grandes projetos envolvendo minério de ferro, um movimento descrito como “negativo” pela Barclay's Capital.

O prato e a cuia do Congresso Nacional, Brasília
A Vale SA entrou em conflito com o Departamento de Mineração Nacional do Brasil sobre a questão dos royalties. O departamento alega que a empresa deve ao estado 3,12 mil milhões de dólares em royalties não pagos.

Mineweb relatou que a nova lei visa “aumentar sua parte num vasto conjunto de alterações dos regulamentos de mineração que visam aumentar o controle do estado sobre a indústria e o aumento das receitas do estado no boom mineiro.”

O The Economist escreveu que a lei visaria “atingir os lucros das empresas de mineração”, reclamando que a administração de Rousseff tem “tornado o investimento em muitos setores muito mais difícil.”

No entanto, como os protestos irromperam em todo o Brasil em 19 de junho, os receios do mercado foram dissipados quando o “imposto de participação especial” foi descartado, convenientemente.

A Vale SA também está contestando os novos impostos do maior estado minerador do Brasil, o estado de Minas Gerais.

O Brasil tem alguns dos recursos mais valiosos do mundo. Há anos, empresas multinacionais comandaram diretamente o Brasil através da ditadura militar. Agora, os investidores internacionais e os especuladores têm de lidar com um estado cada vez mais assertivo e uma burguesia nacional que pretende utilizar os recursos do país para o próprio desenvolvimento nacional. Não obstante o fato de que as receitas do estado provenientes da mineração são muito inferiores às dos países desenvolvidos, como a Austrália (12%), assim como a economia do Brasil cresce, também cresce a capacidade do estado em aumentar os impostos e regulamentar as empresas estrangeiras.

Apesar de o governo brasileiro inicialmente ter perseguido as políticas econômicas neo-liberais, de acordo com o que ditou o FMI, a política cada vez mais independente bem como as políticas fiscais adotadas pelo governo brasileiro têm enviado um forte sinal para Washington de que a soberania nacional do Brasil não está à venda.

A Perseguida, cachaça
Um relatório do Banco Mundial em 2011 revela que o Brasil é a economia mais fechada do mundo. Entretanto, a taxa de importação de bens e serviços foi de 13 % do PIB, o menor valor em uma lista de 179 países.

Rússia e China

“Por que razão é que os Estados Unidos comercializam com a Rússia e os seus satélites, mas insistem que o Brasil só comercialize com os Estados Unidos?”, perguntou Jânio Da Silva Quadros em 1961 antes de ser derrubado pelos Estados Unidos da América por suas heresias.

A economia do Brasil em crescimento e a qualidade de membro da aliança do BRICS trouxe o país para uma posição mais próxima à Rússia. A Presidenta Rousseff em fevereiro de 2013 deslocou-se a Moscou onde assinou extensivos novos contratos de defesa com a Federação da Rússia.

Moscou, Rússia
O Brasil adquiriu baterias anti-mísseis aeronáuticas sob a condição de que a tecnologia russa seria repassada para empresas de defesa brasileira. O Brasil tornou-se o primeiro país fora do território da Rússia a sediar uma estação de monitorização do sistema de posicionamento global Glonass, que irá rivalizar com a tecnologia de GPS norte-americana.

Moscou e Brasília também concordaram em aumentar o comércio bilateral de um volume de negócios anual de 6,5 bilhões de euros para 10 bilhões de euros, bem como aumentar a cooperação nos setores de energia nuclear e de hidrocarbonetos.

A Rússia colocou um impressionante pavilhão de armamento na LAAD Defense Show em abril deste ano, no Rio de Janeiro, onde o sistemas Kornet de mísseis teleguiados anti-tanque, aviões de guerra SU 35 da Sukhui, helicópteros de ataque Mi-35 e um enorme pavilhão espacial, permitiram aos russos fazerem sombra nos seus concorrentes europeus e americanos. O equipamento militar russo é considerado mais barato e de melhor qualidade.

LAAD Defense Show no Riocentro
Por conseguinte, a venda de armas da estatal russa Rosoboron são um recorde. Se o Brasil continuar a adquirir tecnologia militar russa, enquanto se beneficia dos acordos de transferência de tecnologia firmados com Moscou, ele poderá, eventualmente, ser capaz de defender-se a si próprio contra uma possível intervenção dos EUA.

As cada vez melhores relações do Brasil com a China são também uma fonte de profunda preocupação para Washington. Em 2006, a BBC publicou um relatório intitulado: “A Influência da China no Brasil Preocupa os Estados Unidos”, onde declarava:

Entardecer em Xangai, China, nossa!
“O espectro da existência de um usurpador como a China é agravado por uma seqüência de eleições que tem produzido líderes populistas de esquerda céticos com relação aos Estados Unidos. Durante a Guerra Fria, eles provavelmente jamais teriam sobrevivido na posição por muito tempo.”

Este desenrolar de coisas não passou despercebido em Washington. Em 2008, o governo norte-americano reativou a Fourth Fleet, uma frota da Marinha dos EUA na Flórida visando o Caribe e América Latina, funcionando sob o comando do US Southern Command, (USSOUTHCOM).  A manobra causou profunda preocupação sobre as intenções dos EUA no Brasil.

domingo, 27 de abril de 2014

Revolução Azeda I

No Brasil, a venda de vinagre tem aumentado muito, tornando o país mais "azedo".

O gosto azedo do brasileiro
Não é nada disso, he, he.

Navegando na net à procura de informação confiável sobre os inconcebíveis protestos no Brasil fui parar neste extraordinário relato sobre a atual preocupação do Brasil, os protestos de rua que respondeu-me a todas as minhas perguntas. Caiu-me os queixos ao constatar que o autor não é brasileiro mas sabe muito mais do que todos nós juntos e amontoados num belo monte de m... Um belo trabalho de pesquisa muito bem feita, para que todos aprendamos a fazê-la antes de abrirmos a boca pra falar tanto disparate vergonhoso.

Como é que um país amante do futebol, com vários títulos mundiais, em que praticamente todo mundo pratica o esporte em qualquer terreno baldio, pode se atrever a estar contrário à construção de estádios de futebol em todo o país para acomodarem uma Copa Mundial de Futebol? 

País bom companheiro do futebol, ninguém pode negar
Em que cabeça entra tal coisa, porque na minha não entra.

A fábrica de craques em qualquer terreno baldio, aqui em Oiapoque
Não vou nem lembrar aqui quantos empregos tem sido gerados, e quantos vão continuar sendo gerados no futuro por causa disso, não é preciso escancarar o óbvio, ninguém é tão burro assim que não possa enxergar, convenhamos. Também não vou lembrar que o Brasil é o único país a construir ou atualizar estádios em 12 cidades espalhadas não só para promover o turismo e divulgar a grandiosidade do país para o resto do mundo, mas para mais brasileiros poderem curtir a Copa mais de perto e carrear o desenvolvimento a várias regiões e não apenas no sul-maravilha.

12 cidades
Fiquei tão empolgado que traduzi o artigo para enviar para amigos que não sabem Inglês, e resolvi reproduzí-lo aqui para mais gente, mas não tenho o direito segundo constatei, pois para isso teria que pagar bem caro. Como não estou tendo lucro com isso, quem sabe possa ser tolerado, contudo, se quizerem retirar do ar, por favor, é só mandar-me uma linha que a humanidade e principalmente os brasileiros vão perder muito com isso, apenas tentei fazer minha parte para ajudar a esclarecer todo mundo. Terão que se contentar com a matéria em Inglês.

O conteúdo do artigo pode ser humanitário, mas quem publicou pode não ser bem assim. De outro jeito o brasileiro comum não ia ter acesso a esta informação porque, além de ter sido redigida em Inglês, e nem todo mundo conhece esta língua, está num site que dificilmente alguém vai descobrir. Assim, pelo menos os meus 2 amigos e os 3.5 amigos dos amigos brasileiros podem ter acesso.

O artigo é tão grande, quer dizer, é tão bom que é dividido em 6 partes. Esta é a primeira parte. Pretendo ir publicando as outras paulatinamente. Eu disse paulatinamente, e não pau latinamente!

Ops, aqui tem mais de 6 partes neste motor de
Corvette 
GM 6.2 Litros V8 Supercharged LS9...
É preciso urgente que o brasileiro acorde e recobre sua memória, pois a muito tempo se diz que brasileiro não tem memória. Claro que é tudo causado por uma tremenda manipulação e controle da mente feita através de muitos anos de mídia comprometida e educação controvertida até quando este mesmo povo conseguiu eleger Lula, não sei como. Eu pensava que ia morrer sem jamais ver tal coisa, uma das maiores provas de democracia mundial, um verdadeiro representante do povo sendo eleito como seu líder. Minha conclusão é que "deixaram" Lula se eleger para ele recuperar o país, então tomariam de volta para continuar assaltando. Parece que minhas suspeitas estão a se confimar em breve, no final deste ano, vamos ver.

Brasileiro é sempre tão criativo, porque não para o bem?
A revolução ora em andamento é conhecida como Revolução do Vinagre porque as pessoas portam garrafas ou lenços com vinagre para se protegerem de gás lacrimogêneo (é verdade? Não sei, não estou lá, e nem levaria minhas crianças, caso as tivesse, para o meio daqueles protestos a fim de serem televisionadas). É melhor do que ser conhecida por Revolução Molotov onde as pessoas carregam garrafas de um outro tipo de coquetel (isso eu ouvi falar).

Não é bem assim...
Tudo bem que este texto parece ser comunista demais para o meu caminhãozinho, mas não se pode negar a quantidade de informação útil.

Então vamos ao relato. Aproveitem enquanto está publicado aqui, ninguém sabe o dia de amanhã. Vamos ver quantos dias este post vai sobreviver.

Contaminação da Mídia Internacional

Aliás, antes permita-me dizer que, estando aqui fora, tenho tido a oportunidade de acessar muita informação da mídia internacional eletrônica, a qual não é "tão" filtrada ou manipulada como a mídia brasileira. Aumentaram tanto o número de artigos sobre o Brasil nos últimos anos que eu não conseguia mais traduzir para enviar para os amigos, então alguns deles me pediram para divulgar, já que eles não tem acesso, ou até mesmo por ser em Inglês, num blog porque eles não podem se livrar da manipulação, uma vez dentro do Brasil. 


Acontece que de uns meses para cá ou quase um ou dois anos, as coisas tem se modificado. Comecei a notar que o tom de muitos veículos havia mudado, e pesquisando mais um pouco, descobri que foi porque eles resolveram contratar brasileiros para escrever para eles, seja de dentro do Brasil ou de fora mesmo. Quando eles fizeram isso, os artigos tornaram-se imprestáveis e ficou mais difícil selecionar o que é verdade e o que é contaminado pela famosa percepção corrompida e manipulada do brasileiro, consciente ou inconscientemente, mas estou conseguindo ainda assim, aos trancos e barrancos. Às vezes até os portugueses de Portugal estão mais bem informados do que os brasileiros sobre as matérias do Brasil, estado irmão, como eles dizem.


Vale dizer que talvez a intenção destes veículos internacionais seja "reproduzir com mais clareza os fatos de um país visto por alguém que conhece a cultura a fundo", porém o que eles ainda não levaram em consideração foi a reputação deles ser ameaçada porque as pessoas da tal cultura não seguem os padrões isentos e imparciais da verdadeira imprensa honesta e decente justamente por causa da tal cultura corrompida e intrinsecamente pessimista, algo gerado por décadas de exploração e desmandos. Isso vale para o famoso Guardian, considerado um dos últimos redutos da mídia independente britânica, que também tem sido vítima desta estratégia controvertida, provavelmente insuspeitadamente, achando que estão fazendo a coisa certa. 

Diferentes culturas machistas dominadoras iguais
Ao longo da minha vida já tenho visto vários casos de quiprocós envolvendo funcionários "aculturados" ou não. Uma das coisas que observei foram gerências ocidentais transferidas para países asiáticos as quais causaram tantos problemas que as empresas tiveram que voltar atrás. Outras empresas se deram mal por contratarem gerências de outros países, ou empresas estrangeiras contratando gerentes locais. As diferenças culturais são muitas vezes sutis e difíceis de serem percebidas, as quais só se sobressaem depois de anos de "má" convivência e desentendimentos, depois dos problemas causados por tais decisões equivocadas. Alguns desses casos envolvem o retorno dos call-centers para os países de origem depois de enviados para a Índia e que prejudicaram as empresas porque os clientes não aguentavam mais a falta de fineza de trato e o sotaque que eles consideram insuportáveis.

Diferenças culturais
O assunto "diferenças culturais" é algo que me empolga. Aguardem textos sobre isso.

Agora vamos à Revolução Azeda.



Esquerdista em Formato, Direitista em Conteúdo

Parte 1 de 6
Por Gearóid Ó Colmáin / 26 de julho de 2013

O fascismo tem se apresentado como o anti-partido; tem aberto as suas portas a todos os interessados; com a sua promessa de impunidade tem permitido uma multitude amorfa a fim de acobertar a efusão selvagem das paixões, dos ódios e dos desejos com um verniz de vagos e nebulosos ideais políticos.
- Gramsci

Antonio Gramsci
A classe operária espontaneamente gravita ao redor do socialismo; no entanto, mais difundida (e contínua e diversamente revivida) é a ideologia burguesa que espontaneamente se impõe sobre a classe trabalhadora num grau ainda maior.
- Lênin

Lênin, impróprio para consumo humano
“Não se trata apenas de 20 centavos”. Esta foi a mensagem da estatura de Mark Zuckerberg, cabeça do Facebook na semana passada, uma mensagem que foi transmitida através de várias das principais cidades do Brasil. A mensagem tornou-se um dos slogans iniciais do que muitos agora estão chamando de “a Revolução do Vinagre” que foi alegadamente desencadeada por uma caminhada de protesto contra 20% no aumento das tarifas de ônibus na cidade de São Paulo em 20 de junho.

Não se trata só de 20 centavos, "#mudabrasil", portado por alguém
que provavelmente não pode pagar passagem de ônibus, não é?
A mera menção de Zuckerberg em conexão com manifestações de massa deve imediatamente soar uma campainha de alarme entre aqueles que têm seguido atentamente o Facebook e as “revoluções coloridas” fomentadas pelo Twitter que abalaram vários países orientadas para encobrirem alterações de regime pelo imperialismo norte-americano ao longo da última década. As revoluções coloridas são essencialmente falsas revoluções orquestrada pelas ONGS financiadas pelo governo dos EUA, que são organizadas em países dirigidos por governos que ameaçam serem um obstáculo para a prossecução dos interesses dos EUA.

Caricatura de Mark Zuckerberg, criador do Facebook
Zuckerberg é um associado íntimo do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e isso é do conhecimento geral em vista dos escândalos recentes da NSA (National Security Agency) de que o Facebook é uma parte fundamental da comunidade da inteligência norte-americana. Seu aval dos protestos deve, portanto, levar a nos questionarmos sobre as reais origens e motivações por trás de algumas das maiores manifestações vistas no Brasil em mais de 20 anos.

O jovem bilionário por trás dos protestos no Brasil
O ex-governador da Califórnia, Arnold Schwartznegger, bem como as pop stars Beyonce, Lady Gaga e Britney Spears e o crème de la crème das estrelas de novelas do Brasil, foram todos fotografados exibindo slogans apoiando os protestos brasileiros.

“Não é apenas cerca de 20 centavos. Trata-se de muito mais”, dizem os manifestantes; corrupção, aumento do custo de vida, má infra-estrutura pública, saúde e educação. Estas são causas da esquerda, e são as questões que lideram o descontentamento das cidades populosas do Brasil invadidas pela pobreza e desigualdade. Ninguém pode negar o caráter genuíno de tais queixas. Afinal, o Brasil é uma sociedade capitalista no mundo ‘em desenvolvimento’.

Bandeira mal utilizada
Desde a ascensão ao poder do Presidente Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores em 2002, a economia do Brasil atravessou um período de rápido crescimento. Agora está a ultrapassar a França e a Alemanha tornando-se a quinta maior economia do mundo. Mas a orientação política de esquerda de Lula uniu-se em grande medida com políticas econômicas que abriram o país para outros níveis de exploração por multinacionais estrangeiras. De fato, Lula foi tão bom com as multinacionais estrangeiras que conseguiu evitar a demonização pela elite ocidental no poder e foi tomado como uma alternativa adequada às políticas mais radicais de esquerda da Venezuela de Hugo Chávez.

Lula e seus três dedos
No entanto, apesar da cooperação de Lula com o FMI, a economia brasileira manteve-se sob controle nacional numa extensão significativa, porém o processo de desestabilização em curso contra o Brasil é parte de um empurrão final de Wall Street em direção à hegemonia num país que tem vindo a aproximar-se da Rússia e da China e cujas políticas fiscais têm lhe levado para longe de Wall Street e seus planos de ‘livre comércio’.

Não deveria se constituir numa surpresa que centenas de milhares de cidadãos protestassem contra a obscena desigualdade de um país que está investindo milhões construindo luxuosos complexos desportivos para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, enquanto milhões continuam a viver em favelas. No entanto, a revolta, a despeito de suas reivindicações pela prestação de serviços públicos, tem sido qualquer coisa, menos de orientação esquerdista. De fato, muitos daqueles liderando os protestos atacaram os comunistas e socialistas, cantando slogans contra Cuba e Venezuela. Partidos de oposição de direita e a mídia do Brasil sairam-se em apoio aos protestos.

Chile em 8 de agosto de 2012, que coincidência!
A Rede Globo, o grupo de mídia direitista que domina a mídia do Brasil, inicialmente acreditava que os protestos eram de esquerda, então os denunciou como terrorismo. Em seguida, pareceu perceber que os protestos eram de uma orientação inteiramente diferente, que eles eram um ataque ao governo do PT e à ideologia esquerdista em particular, então passou a encorajá-los.

Isto não pode ser Brasil...
Por isso, a questão que estamos colocando aqui é esta: são os protestos contra o capitalismo neo-liberal ou os males evidentes do capitalismo estão sendo veladamente aproveitados por forças externas para provocar a mudança geopolítica de um país que está se aproximando de uma aliança com a Rússia, a China, e inclinando para a esquerda os governos latino-americanos, contribuindo para a possível formação de um novo bloco das economias emergentes anti-imperialista?

Isto é Brasil!
A luta entre a burguesia nacional e a consumista

Lênin, em seu livro Imperialismo, o Mais Alto Estágio do Capitalismo, cita de um autor alemão que observa que a América do Sul “é tão dependente financeiramente de Londres que deve ser quase como uma colônia comercial britânica”.

Getúlio Vargas e o finado Cruzeiro velho
Interesses financeiros anglo-americanos que dominaram o Brasil até que a revolução de 1930 trouxeram Getúlio Vargas ao poder. Vargas, um personagem controvertido, que foi da esquerda liberal para a extrema direita e voltou, é geralmente creditado por ter nacionalizado setores-chaves da economia, a fim de industrializar e modernizar o Brasil. Vargas carreou um vasto apoio da pequena burguesia, mas teve a classe conservadora da elite fundiária centrada em São Paulo como oposição, a qual se levantou em rebelião contra ele em 1932.

É Dilma alí no meio?
Desde os anos de 1930, a política no Brasil tem sido caracterizada por uma luta entre a burguesia consumista, que é a favor do comércio livre e da especulação financeira, uma classe cujos interesses coincidem com os das empresas estrangeiras e dos centros de poder financeiro, tais como Wall Street e a Cidade de Londres (City of London), e a burguesia nacional emergente, cujos interesses requerem tarifas protetoras sobre as importações, investimento em infra-estrutura, e um forte estado intervencionista para regular e promover a indústria doméstica.

Este conflito tem sido muitas vezes ignorado em sucessivos governos brasileiros entre o Banco do Brasil ligado à primeira burguesia consumista e o Ministério das Finanças ligado à segunda burguesia emergente nacional. A burguesia consumista no Brasil tem sempre implementado políticas internas de acordo com interesses dos EUA enquanto a burguesia emergente nacional tende a favorecer uma maior independência política interna e externa.

Getúlio Vargas foi deposto em um golpe em 1954 por elementos da burguesia consumista apoiada por Washington. No mesmo ano ele escreveu uma carta ao povo brasileiro denunciando os “grupos financeiros internacionais” que foram unindo forças com “grupos nacionais” para derrubá-lo.1

Getúlio
Do mesmo modo, os últimos acontecimentos no Brasil devem ser vistos como uma tentativa de desestabilização política por parte da burguesia consumista composta por especuladores e abutres capitalistas trabalhando pelos interesses de Wall Street, os quais, por intermédio de ONGS financiadas por esta última, tem mobilizado a classe média baixa ou pequena burguesia contra as instituições que constituem a base de poder da burguesia emergente nacional, os quais são os órgãos legislativo e executivo do estado-nação.

Eles estão fazendo isso por um lado, através da manipulação do poder judiciário e, por outro lado, através da manipulação dos desejos e egos da nova classe média baixa ou pequena burguesia, que têm sido nutridas por uma dieta de consumismo, vídeo games e cultura pop. O principal ponto de tudo isso é o uso de manifestantes da classe média baixa como um aríete para destruir as instituições do estado, levando assim o país ao total controle de Washington.


Há também um outro pólo de desestabilisação funcionando no Brasil; isso envolve manipulação de comunidades indígenas e ambientalismo, financiados por interesses corporativos. O objetivo desta manipulação é para tomar o controle dos recursos naturais das mãos do estado federal brasileiro e entregá-lo ao controle internacional de entidades corporativas, como o Fundo para a Vida Selvagem Mundial (World Wildlife Fund).

Quando a Presidenta Rousseff sugeriu instituir um plebiscito para saber o que os manifestantes queriam mudar, a proposta foi altamente criticada por membros da oposição que apoiam os protestos. Ela propôs reformas que iriam melhorar muito o processo democrático no Brasil, no entanto, muitos dos oposicionistas nas ruas as tem rejeitado porque eles “vêem os políticos como sendo parte do problema, não como solução, e têm criticado tanto dos esforços da presidenta como os do congresso”.

Dilma Rousseff
Isso é porque os manifestantes não têm um programa político consciente nem coerente. A finalidade desta presente desestabilização imperialista é para quebrar o “patrimonialismo estatale”; isto quer dizer quebrar as tradicionais diretrizes das estruturas governamentais do Brasil que impedem uma desenfreada penetração de investidores estrangeiros, a qual enfraqueceria a soberania do estado federal brasileiro. Em seguida, isso prepararia o terreno para a tomada do poder pela direita através dos militares que re-orientariam a política interna e externa do Brasil em direção aos Estados Unidos, pondo, assim, um termo no eixo multi-polar do BRICS em favor do eixo unipolar da Nova Ordem Mundial (New World Order) dominada pelos anglo-americanos.


A fim de entender o mecanismo de poder dos EUA atualmente em funcionamento no Brasil, precisamos revisitar o golpe militar de 1964.

Organizando a 'Revolução' de 1964

A Agência Central de Inteligência (Central Intelligence Agency – CIA) organizou um golpe militar contra o protegido do ex-Presidente Vargas, João Goulart, em 1964. Como Lula e o Partido dos Trabalhadores, João Goulart era um anti-comunista liberal que tentou implementar modestas reformas sociais e no mercado de trabalho, as ‘reformas de base’ destinadas a modernizar o país. As reformas de Goulart tinham apoio entre a classe operária e a burguesia nacional e incluiam uma campanha de alfabetização em massa, a reforma agrária que permitiria ao governo assumir mais de 600 hectares de terra consideradas improdutivas, e a reforma eleitoral que extendia o direito de voto aos analfabetos.

Terrorismo militar
Como a atual administração brasileira, Goulart também tinha perseguido uma política externa mais independente de Washington. Ele relaxou a perseguição aos comunistas. Isso aborreceu Washington. Goulart favoreceu os oficiais militares nacionalistas em detrimento dos formados pelos Estados Unidos e começou a comprar equipamento militar de países do Bloco Oriental, como Polônia. Leis limitando a quantidade de lucros que as multinacionais poderiam retirar do país também foram promulgadas pela administração João Goulart. Esta intervenção do Estado no ‘livre mercado’ aborreceu a administração das empresas multinacionais, que imediatamente começaram a sonhar com um ‘governo de transição’.

Kennedy e Goulart
Goulart tinha sido o vice-presidente de Jânio da Silva Quadros, que foi deposto em 1961, por um golpe de estado apoiado pelos Estados Unidos depois que ele se recusou a apoiar os planos para a invasão de Cuba do Presidente Kennedy. No entanto, o golpe de Estado apoiado pelos EUA contra Jânio Quadros não conseguiu impedir a eleição de João Goulart em 1964. Goulart não era amigo das causas de esquerda. Ele apoiou Washington durante a crise dos mísseis em Cuba. Ele simplesmente procurou executar uma política diplomática normal com países que os EUA queriam destruir e implementou reformas necessárias para industrializar o país. Isso foi considerado uma anátema por Washington, que considerava o Brasil como sendo uma colônia dos Estados Unidos e, por conseguinte, sujeito às ordens diretas vindas de cima em matéria de política externa e interna.

Getúlio, Jânio, Goulart
A Agência Central de Inteligência caiu em campo. A Federação Americana do Trabalho, o Congresso das Organizações Industriais e a Agência para o Desenvolvimento Internacional foram utilizados como organizações de fachada pela CIA.

Manifestações de massa foram organizadas por agentes da CIA em todo o país. Mais de um milhão de pessoas saíram às ruas pedindo uma revolução nacional. A histeria anti-comunista foi estimulada pela Igreja Católica em conjunto com a CIA. O sacerdote católico irlandês Pe. Patrick Peyton, um agente da CIA, ajudou a organizar a famosa Marcha da Família Com Deus pela Liberdade. Financiamento para o dissimulado golpe do ‘poder popular’ veio de mais de trezentas empresas multinacionais.

Pré-golpe militar de 64, Marcha da Família Com Deus pela Liberdade
A fim de criar a impressão de que a ‘revolução’ era ‘popular’ e que tinha apoio entre os diversos setores da população, a CIA ajudou a numerosas organizações da ‘sociedade civil’. As feministas foram representadas pelo Campanha da Mulher Pela Democracia, que desdobrou-se numa miríade de agrupamentos em todo o país, tais como a Liga das Mulheres para a Democracia em Belo Horizonte, a gaúcha Ação Democrática no Rio Grande do Sul, o Movimento Civil do Ceará, a União Civil das Mulheres de São Paulo e a Cruzada da Mulher em Pernambuco. Estas organizações trabalharam nas favelas, a fim de manipular as comunidades da classe operária para aderirem aos protestos em apoio à classe dominante.

A Cruzada da Mulher
Como parte de sua estratégia ‘revolucionária’ de mudança de regime, o governo dos EUA ajudou a criar o Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais em 1961, no Rio de Janeiro. O instituto trabalhou pela coleta de dados sobre as tendências sociais e o comportamento da população brasileira, a fim de criar uma eficaz propaganda anti-comunista e anti-populista através de campanhas de publicidade, cinema e meios de comunicação de massa. Muitas palestras do instituto foram destinadas a donas de casa que foram alertadas para os perigos que o comunismo representava para os valores da família. O instituto também mirou os estudantes através documentários influenciáveis como “Deixem o Estudante Estudar”.

Existe um livro importante em Português escrito pela jornalista Denise Assis intitulado Propaganda e Cinema a Serviço do Golpe, o qual estuda o uso de programação premonitória pelo Cinema Brasileiro e pelos meios de comunicação de massa no período que antecedeu o golpe 1964.


O levante das massas de 1964 trouxe mais de um milhão de pessoas para as ruas, os slogans utilizados tendiam a ser ‘apolíticos’, simplesmente clamando por mais ‘liberdade’ e ‘democracia’.  Isso aconteceu com o fim de dissimular os seus planos de ultra-direita. O Mercopress escreve:

“Uma indicação da importância que os Estados Unidos atribuíram à sua operação foi que o oficial da Força Aérea com a tarefa de organizar alguns pontos de logística era Paulo Tibbits, que pilotou o avião que atirou a bomba atômica sobre Hiroshima.

Após o golpe, uma comunicação oficial da CIA enviou a seguinte mensagem a Washington:

A mudança de governo criará uma grande melhoria no clima para os investimentos estrangeiros.”

A operação Brother Sam foi divulgada como uma “revolução” pela grande imprensa e resultou no que William Blum descreveu como uma das piores ditaduras fascistas do século XX.

Blum descreve a “democratização” norte-americana no Brasil como se segue:

Castelo Branco
“Em poucos dias o General Castello Branco assumiu a presidência e ao longo dos próximos anos o seu regime instituiu todos os recursos da ditadura militar que a América Latina veio a conhecer e a amar: O Congresso foi fechado, a oposição política foi reduzida a uma virtual extinção, o habeas corpus para ‘crimes políticos’ foi suspenso, críticas ao presidente foram proibidas por lei, sindicatos de trabalhadores foram tomados por interventores do governo, protestos em ascenção passaram a enfrentar tiros da polícia contra a multidão, o uso sistemático de ‘desaparecimento’ como uma forma de repressão, tudo veio à baila na América Latina, casas de camponeses foram queimadas, sacerdotes foram brutalizados... o governo tinha um nome para o seu programa: ‘reabilitação moral’ do Brasil... então lá estava a tortura e os esquadrões da morte, ambos constituídos em grande parte pela polícia e pelos militares, ambos subscritos pelos Estados Unidos.2

A ênfase sobre a falta de “moralidade” do governo de esquerda é, como veremos, precisamente a característica dos recentes protestos em todo o Brasil.

Moralidade ao contrário
O regime militar foi formado por marionetes de empresas multinacionais as quais dirigiam o país em seus lugares, esmagando os sindicatos e os direitos de negociação coletiva e mantendo condições de escravatura em muitas partes do país. Uma assessora do Partido dos Trabalhadores, Maria Helena Moreia Alves, disse ao Monitor das Multinacionais (Multinational Monitor) em 1982 (época do General Figueiredo no poder):

Manipulação de marionete
“Todo o sistema brasileiro, todo o governo brasileiro existe para o benefício de corporações multinacionais. É um paraíso para as multinacionais: o governo criou um sistema de incentivos fiscais que é fenomenal.

As corporações também não têm os mesmos tipos de requisitos de segurança no Brasil que têm em seus países de origem. Um estudo foi realizado sobre a Ford e a Volkswagen em que se descobriu que as mesmas haviam desligado o equipamento de segurança nas linhas de montagem, em especial os relacionados às operações com tornos, o que resultou no Brasil possuir um dos mais altos índices de acidentes industriais em todo o mundo. Dedos foram decepados. Lula (o mais proeminente líder trabalhista do Brasil) não tem um de seus dedos por causa disso; isso é típico em operadores de tornos.

Quem diria...
Trabalhadores entraram em greve para obterem simples máscaras e luvas, apenas por uma questão de segurança – trata-se de equipamento de segurança absolutamente essencial pelos quais as pessoas têm que fazer greves por eles, e uma vez que greves são ilegais, eles enfrentam detenção e julgamento, apenas pelo direito de obterem simples equipamentos de segurança.”

A corporação Fiat deve o seu sucesso no Brasil às políticas financeiras criminosas da ditadura militar. Segundo Alves:

“A Fiat chegou ao Brasil em 1975 ou por volta disso, e estabeleceu-se em duas áreas, Rio de Janeiro e Minas Gerais. No Rio, a Fiat adquiriu uma fábrica brasileira já existente, a Fábrica Nacional de Motores (FNM), que empregava 6.000 trabalhadores e sempre funcionou muito bem.


A Fiat tinha um empréstimo subsidiado pelo governo brasileiro para a compra da fábrica. O empréstimo foi dinheiro obtido pelo governo brasileiro fora do Brasil – aumentando, assim, a dívida externa – emprestado à Fiat a uma taxa de juro subsidiada, e tudo para a aquisição de uma empresa brasileira que já existia no Brasil. Foi um negócio ridículo. A primeira coisa que a Fiat fez foi demitir 3.000 trabalhadores e automatizar a fábrica.

Em seguida, a Fiat também abriu uma nova fábrica em Minas Gerais. O negócio lá foi que eles operariam durante 10 anos sem pagar nenhum imposto, e mais empréstimos subsidiados durante um certo número de anos. Depois de tudo isso, eles recentemente fecharam a fábrica; decidiram que não estavam conseguindo empréstimos e benefícios suficientes do governo de Minas Gerais.”

O papel da Fiat, da General Motors e de outras corporações manufatureiras gigantes nos eventos atuais será investigado a seguir.

Durante a ditadura fascista, as progressivas leis do trabalho iniciadas em 1943 sob a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) foram eliminadas. A CLT tinha tornado difícil para as entidades patronais demitirem trabalhadores. Durante a ditadura novas leis foram aprovadas tornando muito mais fácil para os empregadores despedirem trabalhadores sem justa causa. Sob a Lei de Ajuste Salarial de 1965, o regime militar determinou o salário mínimo dos trabalhadores.

Getúlio e a CLT, Consolidação das Leis do Trabalho
A Constituição Brasileira de 1988 (sob o vice-presidente Tancredo Neves e José Sarney) melhorou muito os direitos de negociação coletiva dos trabalhadores; o número máximo de horas de trabalho dos trabalhadores foi reduzido de 48 para 44; o pagamento mínimo de hora extra aumentou de 20% a 50% dos salários dos trabalhadores, turnos de trabalho foram reduzidos de 8 para 6 horas por dia, uma gratificação de férias que consiste em um terço do salário dos trabalhadores foi introduzida e os custos de demissão pelos empregadores aumentaram em 30%.

Um relatório elaborado em conjunto com o Banco Mundial em 2000, intitulado “Brasil:  Os Pontos de Pressão na Legistlação Trabalista” (Brazil:  The Pressure Points in Labour Legislation), defende um retorno à legislação trabalhista do regime fascista, citando a ‘inclinação trabalhista’ da constituição do Brasil e as leis trabalhistas como sérias causas do ‘Custo Brasil’, os ‘altos custos anormais de se fazer negócios no Brasil”.
  1. Gerassi, John, The Great Fear in Latin America, p. 81.
  2. Blum, William, Killing Hope, US Military and CIA interventions since World War II, p. 171
Gearóid Ó Colmáin é um analista político baseado em Paris que contribui frequentemente para o Russia Today, a Radio Del Sur e o Inn World Report. Seu blog pode ser encontrado aqui: Metrogael (http://metrogael.blogspot.com.au/). Leia outros artigos de Gearóid. De seu perfil no blog: Escrevo artigos sobre globalização e geopolítica para Global Research, Dissident Voice, Information Clearning House, frequentemente  contribuo com o Russia Today e tenho aparecido na rede Al Jazira.