domingo, 28 de junho de 2015

Jeitinho Brasileiro Exportação

Para quem não sabe, o "jeitinho brasileiro" é muito respeitado pelo mundo afora. É só o brasileiro mesmo quem goza com ele porque muitos não dão valor ao que têm e possuem complexo de inferioridade. 

Este complexo de inferioridade parece ser algo herdado dos portugueses. Concluimos isso depois de ter convivido com portugueses aqui na Austrália que também têm mania de falar mal do adorável país deles.

Contudo, nós, brasileiros, somos conhecidos profissionalmente no exterior por resolvermos qualquer problema, justamente por causa do nosso "jeitinho brasileiro", coisa que os estrangeiros não se atrevem a fazer por morrerem de medo dos chefes, de suas censuras e rataliações, e principalmente do julgamento e críticas das mulheres, enquanto resolver problemas e entregar resultados é o que interessa para todos eles, no frigir dos ovos.


Foi escrevendo este blog que descobri como o Português 
é rico em expressões. Esta conversa aí é coisa de doido,
de acordo com o jovem aprendiz.
Vocês já ouviram falar que o "jeitinho brasileiro" tem sido um forte produto de exportação nacional? Claro que não, ninguém conta, ninguém se orgulha, ninguém sabe, ninguém viu.

Vocês estão lendo os escritos de alguém que é o "jeitinho brasileiro" personificado, um profissional que tem sido capaz de provar que tal jeitinho dá resultados extraordinários quando miscigenado com os "métodos, processos e procedimentos" anglo-saxões, ou seja, respectivo respeito mútuo.

Porém o "meu" jeitinho brasileiro não compromete o senso de moral, honestidade e sinceridade. Ele serve para ajudar na criatividade de encontrar soluções, identificar falhas e resolvê-las.

Ao contrário de ser um defeito, o "jeitinho brasileiro" é uma vantagem quando não é usado para burlar as leis de um país anfitrião, ou do nosso próprio país. Estou falando grego?

Mas vamos dar valor a quem tem. Com menos "jeitinho brasileiro" é possível montar-se uma sociedade mais organizada como essa daqui, o que não a isenta de corrupção. Com mais "jeitinho brasileiro", tal sociedade pode ser mais amigável e confortável de se viver, como a brasileira, o que não lhe isenta de criminalidade.

Aqui você vive com medo e pisa em ovos. No Brasil você pode se soltar, se divertir, ser expontâneo, que tudo tem jeito. Ou pelo menos tinha antes do povo começar a querer ser igual ao estrangeiro. Ultimamente o povo brasileiro anda amordaçado por leis exageradas, copiadas cegamente do estrangeiro sem adaptá-las à cultura brasileira.

Que cultura é melhor? 

Não sei, todo dia me pergunto isso. Não posso comparar minha vida na Austrália com minha pré-vida no Brasil porque, quando eu estava lá, pensava do mesmo jeito que estas classes médias selvagens e obtusas. Eu também não enxergava as coisas boas, só os defeitos e problemas, e reclamava de tudo o tempo inteiro. A grande diferença é que eu vivia embaixo de governos militares e de direita, ou seja, minhas reclamações não eram inventadas.

Aqui vivi por um tempo deslumbrado, até quando finalmente acordei para a realidade, e ela não parece nada bonita.

O jeito foi usar o "jeitinho brasileiro" para me adaptar sem deixar de valorizar o que temos de bom, adaptando nosso "jeitinho brasileiro" ao "jeitinho australiano", misturando os dois, pois defendo a ideia de que a melhor forma de viver é misturando as duas culturas e tirando o melhor que ambas têm a oferecer. Sem falar no melhor das outras culturas também.

O famoso jeitinho masculino
Só tenho a acrescentar que, porque sempre fui Espírita mesmo quando não queria ser, meu "jeitinho brasileiro" esteve subjugado à estrita moral cristã, ou seja, quando o jeitinho exigia enganar, mentir e passar por cima dos outros, eu parava por aí. Por isso não foi muito difícil acostumar-me com uma sociedade mais restrita e menos tolerante a jeitinhos. Meu "jeitinho brasileiro" então se transformou numa capacidade mais aguçada de observação e livre pensamento para bolar soluções não ortodóxas, ou seja, "out of the box" (fora do comum).

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Gostosas

Peguei você de novo, né? As gostosas aqui são as comidas, mas do tipo alimentação orgânica mesmo.

O Silver Fox ia passeando pelas calçadas, desta vez virtuais pela internet, quando deparou-se com a foto de um prato que dificilmente se pensaria ter sido feito no Nordeste do Brasil, particularmente em Maceió, estado de Alagoas. De fato, o prato era de um restaurante sofisticado a nível internacional chamado Sur (Hemisfério Sul em Espanhol).

Bela Maceió tropical que estrangeiro só sonha que existe
Minha atenção foi chamada mais pelo fato de ser em Maceió do que por qualquer outra coisa. Fui ver se o restaurante já era do filho de um primo meu. Ainda não era.

Então resolvi homenagear meu primo junto com seu filho, um dos únicos chefes que conheço naquela região, divulgando sua cidade paradisíaca. 

A estas alturas não sei se seu filho já abriu seu restaurante, que por coincidência, seria baseado na comida peruana também, conforme citado mais adiante neste artigo que acabei transcrevendo para o Português. Se não abriu, vamos torcer para que abra e seja feliz com seu empreendimento. Afinal nunca se abriu tantos pequenos negócios no Brasil como na era PT, e ao contrário de antigamente que tanto abriam quanto fechavam, hoje eles estão indo de vento em pôpa.

Acho que isso é o tipo da coisa que podemos e devemos nos orgulhar, comida regional produzida em formato idolatrado por certas estrangeiras, loucas para gastar dinheiro com novidades exóticas. O regional embalado para viagem internacional estilo exportação.

Basta ver as fotos do queijo coalho e da tapioca aí embaixo pra vocês terem uma idéia sobre o que estou falando, ou seja, parecem com tudo menos isso. 

Aproveitem e assistam ao filme de animação de Disney chamado Ratatouille, um dos meus favoritos, todo sobre cozinha... e ratos. Claro, ele se dá em Paris, a capital dos ratos.

Ratatouille, o filme e não o prato
Devo dizer que não sou fã de restaurantes por isso esse post não faz o menor sentido, exceto por causa da homenagem e do visual. Sou fissurado em visual de qualquer coisa que seja bonita. 

Odeio ir para um restaurante e pedir um prato que não vou gostar, e depender de indicações toda vez que resolver comer fora também tem se provado que nem sempre as indicações satisfazem meu gosto. Além disso, tenho alergia a determinado tipo de condimento que vez por outra aparece em pratos sofisticados, o que me dá receio de sequer cogitar em comer fora e náuseas de ter que submeter os garçons à arguição minuciosa sobre todos os ingredientes de cada prato, se não vier escrito em linguagem inteligível no menu.

Garçons australianos tapa-buracos e não se atreva a reclamar... 
apesar de cliente, você jamais terá razão.
Mais paranóia contra restaurantes consegui na Austrália onde os garçons guardam quilômetros de distância daqueles a que estamos acostumados no Brasil, amigáveis, corteses, e sempre a postos a nos servirem, bem diferentes dos australianos arrogantes, arrebitados, que estão alí lhe fazendo um favor, esperando que você lhes bajule e lhes caia aos pés implorando para ser atendido, além de tratá-lo como um colega da boca de fumo, principalmente as famosas mulheres australianas como garçonetes, muito mais arrogantes do que os rapazes. 

Diga-se de passagem que garçon na Austrália não é profissão, é passatempo de estudante australiano, já que estrangeiro tem problema com a linguagem. Coitados, eles nem tem culpa. Minha filha só passou duas semanas dando uma de garçonete num café porque não aguentava tanto cliente mal educado e grosseiro, não era serviço para ela. Grosseria com grosseria se paga.

Carne rendang, frango satay, scallops de curry e frango com curry
da Malásia, na falta de comida brasileira
Se bem que, vivendo na Austrália, fui praticamente obrigado a saber o que é sushi, curry, rendang, satay, etc. Não se pode dizer que não aprendi aqui.

Além disso tenho o azar de que, quando descubro um restaurante que me agrada, ele logo fecha as portas ou muda de gerência e administração, quando não muda de cozinheiros, modificando o gosto do prato e consequentemente perdendo o cliente. 

Portanto, minhas experiências com restaurantes em geral e como prática cotidiana tem sido tão desagradáveis ao ponto de eu haver desistido faz tempo. No Brasil, os restaurantes tipo self-service são meu sonho onde posso escolher o que quiser, na quantidade que quiser, misturar do jeito que eu quiser, sem ter ninguém que me diga que tal coisa não combina com outra, e ainda pagar um preço geralmente justo além de comer pra me satisfazer e não ficar com fome, mas na Austrália isso é muito difícil. 

Junior Sous, Chef no transatlântico Disney Cruises
Mas, convenhamos, a cozinha é uma arte, mesmo que não seja necessário decorar os pratos com pinturas de mestres. O fato de cozinhar-se já é o bastante para diferenciar uma pessoa. 

Aprendi isso na Austrália, se bem que não aprendi a cozinhar, mas aqui os homens cozinham mais do que as mulheres. É um tal de seiscentos programas de cozinha em todas as televisões incluindo programas-realidade, concursos, competições, gente chorando pra cá, gente arrancando os cabelos pra lá, gente empertigada com cara de mafiosa provando comidinhas e proferindo vereditos implacáveis, gente do mundo inteiro que ninguém aguenta mais, e todos liderados por homens. Confesso que assistir alguém cozinhar é o mesmo que assistir alguém a pintar um quadro, nos deixa enebriados e hipnotizados, mas infelizmente, ao darmos tanto valor extra à alimentação, pecamos pelo excesso

A sociedade dos gordos no filme Wall-E, de Disney
É o tal "pecado" da gula, um pecado que pode nos tornar obesos com a maioria das populações do mundo desenvolvido atualmente. Na falta de outras compensações na vida, muita gente se entrega à gula, à satisfação de seus instintos alimentares mais básicos de uma forma exagerada.

Tais programas de TV parecem fazer parte do plano de dominação mundial do feminismo (e hajam conspirações). Elas querem repassar a tarefa da cozinha para os homens e a campanha é solapante. Sim, sou a favor de que todo mundo deve cozinhar, mas infelizmente não é apenas essa a intenção dos desmoralizadores da masculinidade. Embutido no meio das temíveis feministas não só tem homens feministas também (ou seja, os manginas contra os misógenos, he, he), como tem tudo quanto é gato e cachorro que tenha suas rusgas contra os homens através dos milênios. 

Homem duro
A gente dá um duro danado pra ficar duro, pra depois receber esta carga a mais nas costas, pois ser homem não é mole. Perdoem os trocadilhos. Sim, que posso fazer, pareço mais um misógeno do que o feminista que achava que era conforme educado pela minha mãe, o que me tornou uma espécie de bom marido que não cozinha.

A única vantagem que escutei falar sobre o fato dos homens cozinharem e estaram hoje na moda como chefs ao redor do mundo é que creditam a eles fazerem uma cozinha sempre muito rebuscada, como se produzissem máquinas ou móveis de marcenaria

É o Forbes falando do Nordeste do Brasil, aparentemente através de um não-brasileiro, o que leva mais crédito.

Sur: O Máximo da Culinária Vai Parar no Nordeste do Brasil

http://www.forbes.com/sites/johnoseid/2015/06/12/sur-a-top-culinary-stop-in-northeast-brazil/

Por John Oseid em 13/06/2015

É sempre uma emoção em viagens vir a tropeçar numa experiência que você mal pode esperar para se gabar, particularmente quando ela acontece longe de centros culturais e econômicos de um país. Não muito tempo atrás, um amigo me levou para um restaurante em Maceió, uma cidade no estado brasileiro de Alagoas que, apesar de ter um milhão de cidadãos, é em grande parte desconhecida para a maioria dos norte-americanos. Este mês, a Festa Junina anual do Brasil ocorre em celebração do nascimento de João Batista, e trata-se de uma grande festa lá pra cima, na região Nordeste do país.

O que me fez pensar no Sur (http://surartegastronomica.com.br/) que se localiza numa tranqüila rua lateral de Maceió operado pelos sócios proprietários chefs Felipe Lacet e Sérgio Jucá. Ambos garotos de Maceió e amigos de longa data, eles passaram vários anos aprimorando suas habilidades na Espanha, o primeiro em Barcelona, e o último em Bilbao. Sérgio (ou Serginho), por sua parte, cresceu com uma avó localmente famosa que era parte de uma dupla de restaurateurs conhecida como as Irmãs Rocha. Ele também fez uma temporada no célebre restaurante D.O.M. (http://domrestaurante.com.br/) de São Paulo.

Foto: Queijo coalho grelhado como um appetizer carpaccio. Cortesia 
do Instituto Brasileiro de Turismo / André Maceira para o site do
artigo.
Antes de você ser servido primeiro de vários aperitivos no menu de degustação do Sur, você percebe sua queda para as artes. No menu, Sur é escrito de uma forma gráfica brincalhona com pimentas avermelhadas. 

O próprio nome Sur é uma brincadeira com a palavra surreal. Então, pra variar, um relógio deformado Dalininano senta-se no parapeito da cozinha espetáculo. Uma sobremesa inspirada em Miró foi interpretada pelo artista de Maceió, Delson Uchôa: Rolos de tapioca preenchidos com creme de bacalhau e tintas comestíveis de pimentão vermelho e amarelo, azeitonas roxas, com aioli e azeite de ervas.

O queijo coalho que conheço. Não precisa nada, nada, nadinha.
Muitos dos pequenos estados brasileiros que compõem o Nordeste têm as suas próprias culturas e cozinha, mas compartilhar um amor por coisas como macaxeira ou mandioca, manteiga de garrafa, fios de manteiga transparente, além de, é claro, maracujá e coco, é algo incomum. Queijo de coalho, como aprendi em muitos buffets de pequenos-almoços em hotéis, é uma especialidade nordestina que pode ser grelhado, muitas vezes com uma pitada de orégano ou com sabor de molho de alho. No Sur, queijo coalho aparece como um aperitivo inovador com carpaccio, manjericão, azeitona, castanha de caju e tomates.

Fazendo jus ao elemento surreal de seu ofício, os chefs serviram um prato principal de um cachorro quente de lagosta. Com mostarda Dijon e um queijo parecido com Gouda, chamado Prima Donna, bem como palha de macaxeira, ou tiras fritas de mandioca, é uma criação que obrigatoriamente tem que ser servida a um Estádio Yankee inteiro (aos norte-americanos).

Uma sobremesa de tapioca inspirada em Miró. Cortesia do Instituto
Brasileiro de Turismo / André 
Maceira para o site do artigo.
Com um fundo trilha sonora de bossa nova e jazz tocando, os chefs entre os courses explicou seus conceitos sem preconceitos, e acrescentou que a influência peruana no jantar em Maceió apareceu no recente restaurante Wanchako (cujos chefs fecham aos domingos para surfarem). Um pouco mais além do Sur, na esquina da rua, os chefs Lacet e Jucá encostaram um caminhão de lanches tipo hambúrguer nos fins de semana que se provou tão popular que eles agora estão se expandindo rapidamente para o serviço diário.

Como grande parte do Nordeste, o estado de Alagoas, que tem mais ou menos o tamanho do estado norte-americano de Massachusetts, é talvez mais conhecido no estrangeiro pela produção de etanol, combustível que é derivado da cana de açúcar cultivada na região. Mas pode ter certeza, ele também tem uma abundância de belas praias.

A tapioca que conheço. Não precisa nada, nada, nadinha. Esta
tem queijo e nem precisava... lembrem-se, beleza não põe mesa.
Se você se achar lá em cima, em Alagoas, na sua próxima excursão pelo Brasil, não se preocupe com reservas no Sur; eles não reservam mesas. No andar de cima há um bar de espera, onde sugiro uma caipirinha de manga para começar esperando. Ela vai apagar completamente da sua mente qualquer outro drink de grife, exceto talvez a de maracujá. Desse jeito, qualquer espera vale à pena.

Fim do artigo.

Uma coisa puxa a outra e, ao procurar por exemplos de nomes exdrúxulos de comidas me deparei com um relato da Lola, de 2012. Esta figura, vez por outra, espouca na minha frente quando digito alguma palavra ou expressão no Google, mas nem sempre concordo com sua opinião.

http://escrevalolaescreva.blogspot.com.au/2012/06/o-cara-que-quis-impressionar-com-jantar.html

Neste post de seu blog ela menciona que um dos restaurantes mais chiques do universo, segundo certas figuras da sociedade brasileira, o Fasano, tem dois menus: um para o homem, outro para a mulher. Ela se diz feminista e "ingrata" com o patriarcado (não seria "indignada"?).

Isso deve ser intriga da oposição...
É muito difícil para mim acreditar em tal coisa, mas o menu do homem tem preços, o da mulher não. No caso da citação, um pobre coitado sem pai nem mãe pra lhe ensinar as coisas foi explorado por uma galinha despudorada da seguinte forma. O garçom errou, talvez de propósito, sabendo o tipo de cara que estava ali sentado com sua prática de atendimento, deu dois menus femininos para o casal, ou seja, sem preço. O rapaz, como era de se esperar, teve vergonha de pedir um com preço achando que aquilo era normal, pediu tudo o que a vaca-galinha quis comer, e quando foi pagar a conta, deu $8000 reais, $3500 dólares australianos, ou seja, um salário médio inteiro do mês de um profissional australiano jovem e formado em universidade (uma coisa rara). No caso ele era estudante de medicina.

Depois de vomitar no toalete, ele pagou com cheque sem fundo, e no outro dia voltou lá para dividir o pagamento em 4 prestações de $2000 reais. Mas que mulher manjar dos deuses, hein? Será que ele pelo menos comeu a sobremesa? 

A morte é uma viagem para um lugar quase incomunicável com
quem não foi convidado.
O Aspecto Espiritual da Cozinha

Se você não gosta de falar sobre o assunto morte, pule pro próximo post.

Um dos treinos que recebi espiritualmente através de sonhos mediúnicos foi o de me alimentar. Quando morremos, não precisamos mais comer, nem fazer as necessidades físicas. Também não precisamos mais de dinheiro e algumas outras coisas materiais.

Não se preocupem, fui eu mesmo quem resolveu eleger um sonho como treinamento...

Mas muitas vezes não sabemos que morremos, ou não descobrimos ainda, ou estamos em fase de adaptação à morte, ou somos extremamente apegados aos nossos hábitos físicos, então, quanto maiores os nossos vícios na vida, maiores as dificuldades de esquecê-los, abrir mão deles, ou nos libertarmos.

O vício da terra você não vai conseguir aplacar de uma hora para a
outra só porque morreu. Prepare-se para sofrer.
Isso quer dizer que, se você viveu sua vida para comer, vai sofrer para desistir disso quando morrer. O que vai acontecer é que seu apetite vai continuar, mas você vai comer e comer as comidas dos deuses que aparecerão para você, porém jamais irá se satisfazer, o que pode lhe deixar louco por um bom tempo. Uma vez que sua vontade é psicológica e não física, não vai ter como aplacá-la com imagens de comidas que não vão alimentar um físico que você já não tem mais.

Porém, mortos a gente ainda tem um corpo menos denso. Será que precisamos alimentar esse corpo de forma semelhante ao corpo físico? Bem, faço a pergunta aqui mas suponho que daqui a um tempo acharei a resposta em algum lugar, em algum livro, ou alguém irá me dizer. E assim todas as perguntas serão respondidas.

Eu passei por isso, estava com fome e comidas apareciam nos sonhos. Ou eu comia e comia e continuava com fome, ou eu simplesmente não conseguia chegar até a comida. Ou chegava atrasado nos banquetes, ou por mais que comesse, era como se não tivesse comido nada. Comecei a ficar aflito e ligeiramente paranóico mas acho que aprendi a lição. Muitas vezes a fome é verdadeira, física, mas você está dormindo e sonhando, então tenta se alimentar lá mesmo no sonho, mas não consegue passar a fome. Se você está lendo isso provavelmente não sabe o que é passar fome, graças a Deus... e a Alá.

Viciados em sexo pensam que podem ir até o osso...
Se você tinha vício de sexo, quando morrer pode continuar viciado, e como também não vai conseguir se satisfazer por lá, pode ser que passe a obsidiar os vivos para induzí-los a fazerem sexo desenfreado porque assim você pode ter uma sensação de que está se satisfazendo junto com eles, mas não vai estar, e sua ânsia tende a aumentar tanto que você vai acabar louco se não resolver dar um jeito nele.

E assim são os vícios materiais do plano físico, você não leva a satisfa
ção deles consigo quando morre, e quanto mais você tiver, mais vai sofrer. Quanto mais agarrado às coisas materiais, mais dificuldade vai ter a se adaptar a um mundo sem posses, cujos vícios não mais atendem às suas necessidades, e você tende a enlouquecer de ódio, de cegueira, e isso é o que eu chamaria de purgatório, inferno, umbrais, lugar das sombras, trevas. Um lugar em que você quer mas num pode, meu fio.

Obrigado a tirar a máscara, olha que inferno...
Pior do que isso, li que lá você não pode esconder sua personalidade, ou seja, a pior coisa que possa acontecer para quem mente ou vive de enganar os outros é viver exposto. De repente, todo mundo pode ver quem é você. Tem coisa mais pavorosa para aqueles que tem muito a esconder? Isso também seria (ou será) o inferno para eles. O Brasil, por exemplo, já está se transformando num inferno ao expor os corruptos pela primeira vez em sua história. Inferno para eles.

Enquanto estas pessoas não se desapegarem de seus vícios e maus costumes, elas não sairão daquele inferno. Um inferno causado por elas próprias. É fácil sair dali: é só se arrepender. Mas tem que ser arrependimento real, sentido. Nada de enroladas pois elas são todas escancaradas.

Bem, nessa vida eu nunca morri, então tudo o que falo aqui é projeção do que tenho ouvido ou lido sobre o assunto por outras pessoas, outros espíritos, se é que eles existem mesmo e que têm realmente transmitido o conhecimento deles através dos livros psicografados e atualmente até através da inspiração a profissionais leigos em todas as esferas do conhecimento da humanidade, conforme mencionado no livro A Marca da Besta. Além da minha "intuição", que é algo muito pouco tangível e difícil de ser provado, tudo o que tem escrito aqui é cópia ou pura perda de tempo, não leve a sério... apenas divirta-se e expanda a sua mente criativa.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Polina Gagarina

No post passado dei um toque sobre o Eurovision 2015, que este ano foi na Áustria, mas a Rússia, nossa parceira no BRICS, merece um destaque tão grande que tive que escrever este post exclusivamente para ela.

Trata-se da música que deveria ganhar o festival, sobre a esperança da igualdade humanitária, mas os capitalistas não deixaram. Ela estava liderando os votos populares até a metade das contagens quando passaram a receber os resultados dos países do norte da Europa e Inglaterra. Obviamente que jamais eles votariam na Rússia de jeito nenhum, principalmente depois dos Estados Unidos (que manda neles) haverem promovido um bloqueio econômico mundial contra uma Rússia que eles resolveram que havia derrubado um avião inocente na Ucrânia, e quem ganhou no final foi a Suécia com uma boa tecnologia mas uma mensagem bem inferior e menos humanitária, sobre os jovens de hoje se acharem heróis mas conviverem com seus demônios em suas cabeças (metanfetaminas, Facebook, etc).

Veja a modelo angelical de voz extraordinária que tentou unir o mundo e passou raspando por causa dos britânicos, Polina Gagarina cantando Um Milhão de Vozes. Dizem que a Rússia tem as mulheres mais bonitas do mundo... depois das brasileiras...

RUSSIA "A Million Voices" Polina Gagarina (Lyrics) [Eurovision 2015] HD

Update: Tiraram o vídeo acima do ar. Achei este, sem letras:


Mas eu confesso que tenho uma grande queda por rock e estes caras também não ficaram atrás na minha concepção, o Litesound, com Alex Cochinha...

Litesound - A Million Voices featuring Alex Kolchin (Polina Gagarina Eurovision 2015 Cover)

Como ficamos sem a letra, aqui vai a tradução:

Um Milhão de Vozes

Canta Polina Gagarina

Por Gabriel Alares, Joakim Björnberg, Katrina Noorbergen, Leonid Gutkin e Vladimir Matetsky

Somos o mundo das gentes
Diferentes mas iguais
Mas acreditamos
Acreditamos num sonho

Orando pela paz e pela cura
Espero que possamos começar outra vez
Pois acreditamos
Acreditamos num sonho

Se você uma vez sentiu que o amor está desaparecendo
Juntos como as estrelas no céu
Nós podemos cantar
Nós podemos brilhar

Refrão:

Quando ouvir o chamado das nossas vozes
Você não se sentirá mais sozinho
Um milhão de vozes
E seu coração vai parecer um tambor batendo
Queimando e mais brilhante que o sol
Junto com um milhão de vozes

Agora que o mundo está escutando
A partir das cidades e dos satélites
Nós acreditamos
Acreditamos num sonho

Se você uma vez sentiu que o amor está desaparecendo
Juntos como as estrelas no céu
Nós podemos cantar
Nós podemos brilhar

Refrão:

Quando ouvir o chamado das nossas vozes
Você não se sentirá mais sozinho
Um milhão de vozes
E seu coração vai parecer um tambor batendo
Queimando e mais brilhante que o sol
Junto com um milhão de vozes

Ponte:

Quando eu olho para estes rostos ao meu redor
Eu enxergo as estrelas no céu
E nós iremos cantar
E iremos brilhar

Cantando
Cantando
Ooh
Cantando
Cantando
Ooh
Cantando
Em um milhão de vozes


Para mim e tanta gente esta música foi a ganhadora do festival e ponto final.

Também tenho uma queda por covers. Tem sempre gente que faz as mesmas coisas que outras, porém bem melhor e mais ao gosto de outro público. 

Nesta categoria recái o Lord aí embaixo. Tentem não prestar atenção no vídeo bizarro e apenas oiçam o som que é uma versão masculina da música On a Night Like This da famosíssima e imortal australiana Kylie Minogue, uma das grandes musas gays internacionais.

LORD - On A Night Like This (Kylie Minogue cover)

Aqui o original, não muito original, mas um show com a velhusca Kylie em pessoa.

Kylie Minogue - On A Night Like This (Showgirl)

Aqui outro cover com uma voz de arrombar, o Melophilus, resolveu mostrar que faz tanto quanto a Rona Nishliu, da Albânia, forte contestante do Eurovision 2012.

Cover: Rona Nishliu - Suus

Aqui a original Rona Nishliu com seu cabelo rasta-fari.

Rona Nishliu - Suus (Albania) Eurovision Song Contest Official Preview Video

E já que estou fazendo a homenagem atrasada ao melhor Eurovision que assisti, de 2012, aqui vai a ganhadora que realmente mereceu, também da Suécia, Loreen.

Loreen - Euphoria (Sweden) 2012 Eurovision Song Contest Official Preview

Tudo isso de graça, só na internet, Youtube... aproveitem enquanto é de graça, tudo o que é bom dura pouco.

Alemão Dominado

Se eu chorasse, teria chorado pra caralho depois de ter assistido ao filme Alemão e escutado o rap do Mc Marechal - É a Guerra Neguin no final. Sozinho, no meu laptop, encontrei este filme inteiro no Youtube, imagem terrível mas deu pra assistir e entrar inteiramente no clima.

Desculpem o palavrão, mas depois de ter escutado tantos em tão pouco tempo, eles ficaram encrustrados no meu ser neste momento.

Aquele não é o meu Brasil, não fui criado em favela, não falo aquele linguajar, mas aquele é meu povo, por mais diferente que eu seja, todos somos brasileiros. O filme é tensão do princípio ao fim, mas é filme de macho para macho. 

Cauã Reymond na favela do Alemão é Playboy, o drug lord da maior
e mais perigosa favela do Rio de Janeiro
Me deixou exaurido, como se tivesse levado uma surra, cá no silêncio do meu quarto, escutando através de headfones, na tela maior acoplada, panorâmica, para ver a desgraça, balas, tiroteios, palavrões o tempo inteiro, uns em cima dos outros, e verdades cruas, vidas expostas, heróis camuflados. Quase dava para sentir o cheiro do suor dos malandros.

O filme é sobre o processo de tomada da polícia e do exército ao morro do Alemão no Rio de Janeiro pelas tropas brasileiras. Uma polícia corrupta que quando subia ao morro era para extorquir, provando que nem todo mundo é corrupto neste país abençoado por Deus.

O filme é tido como ficção, mas é baseado em pesquisas, relatos e matérias jornalísticas. A operação iniciou em 2007 como a retomada das favelas cariocas através da ação militar do Estado. Já vi outros documentários que passaram na TV australiana, inclusive mostrando assistentes sociais hoje em dia que foram ex-traficantes, como se tal coisa pudesse acontecer. Pois é, aconteceu, e tudo é possível nesta pátria do Evangelho.

Um thriller de verdade, nas suas portas
Quando eu vivia no Brasil já sabia que vivíamos uma guerra civil, mas eu não conseguia sequer citar estas palavras porque as pessoas da minha classe eram todas alienadas. Para elas era como se favelas não existissem. Podíamos viver nossas vidas inteiras em luxo sem sequer tomar conhecimento delas. Para gente de nossa classe média, as favelas eram apenas um quadro colorido de decoração do Rio de Janeiro, enquanto circulávamos lá embaixo nos lugares sofisticados e cercados de gente bonita. Viveríamos a vida sem colocar os pés ali.

E onde havia pobres, desviávamos do caminho cotidianamente, porque alí com certeza haviam crimes. Aquele Brasil nós não conhecíamos e talvez jamais viéssemos a conhecer, apesar da insistência de muitos cineastas que teimavam em mostrar apenas aquele lado de nossa sociedade, como se o Brasil fosse inteiramente uma favela analfabeta, violenta e miserável. 

Tanque brasileiro no Alemão
Mas eles estavam certos, aquele Brasil não só existia como era o mais evidente e chocante, o mais inadmissível e absurdo, o que mais chocava os estrangeiros. Se fôssemos azarados podíamos ser acertados pelas famosas balas perdidas das guerras do narcotráfico, bem ao alcance das piscinas dos prédios ricos das orlas marítimas, onde mora a fina flor da sociedade aristocrata que dos morros só compra drogas e talvez se atreva a ir a um baile funk só pela paixão pelo perigo exótico como um esporte radical regado a adrenalina.

As coisas mudaram como ninguém nunca jamais esperaria que mudassem. Mudar como? Haveria de existir heróis que se sacrificassem para salvar a maioria das garras da dominação dos traficantes de drogas sempre muito bem armados, os donos do pedaço, os donos da vida e da morte.

Comboios com centenas de policiais libertadores do Alemão
E estes heróis apareceram, com o apoio de um governo onde a honestidade e decência estavam na frente, libertaram o Alemão e outras tantas favelas igualmente dominadas pelos marginais, pelo demônio, e hoje aqueles lugares são subúrbios onde as famílias que alí moravam podem voltar a viver como todo mundo, normalmente. As favelas viraram atração turística, e o próprio Alemão recebeu um bondinho suspenso que por si só já é a própria atração turística.

O que eu tenho a ver com aquele drama? Mesmo sendo das classes abastadas, eu sofria. Eu via aquilo acontecendo e não podia esquecer, estava dentro da minha alma. Cada notícia ruim que saia daquele ambiente me chocava, me prostrava, me fazia me perguntar, meu Deus, como é que vamos dar um jeito nisso? Parecia não haver mais jeito. Foi quando o partido dos trabalhadores ganhou o poder através do povo, e tudo mudou. Levou um tempão, mas 3 mandatos foram capazes de mostrar que o Brasil tinha jeito, e tudo de ruim que lhe acontecera por tantas décadas podia ser revertido.

O choro de amargura de viver num país daquele jeito, guardado
a sete chaves, pois homem não chora, homem quebra as coisas,
dá gritos e porrada...
A reviravolta começou justamente quando eu deixei o Brasil. Todo este tempo, todos estes anos, e eu longe, assistindo de camarote, sem participar.

O objetivo do governo do Rio de Janeiro, sintonizado com o governo federal nos objetivos, foi pacificar as comunidades dominadas pelo tráfico, e implementar a política das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora).

O complexo do Alemão era considerado o lugar mais difícil de ser ocupado devido à extensão do território e da superpopulação. O Serviço de Inteligência do Estado então decidiu colocar policiais infiltrados, espalhados pelo Complexo.

Com Caio Blat, Gabriel Brasa Nunes, Marcelo Melo Jr., Milhem Cortaz, Otávio Müller, Mariana Nunes, Jefferson Brasil, Antônio Fagundes e Cauã Reymond, produtor associado, o playboy líder que acabou deixando o morro em paz, com roteiro de Gabriel Martins, ideia e produção de Rodrigo Teixeira, produção executiva de Raphael Mesquita e Ângelo Defanti e direção de José Eduardo Belmonte.

 Os heróis, futuros veteranos da guerra do Alemão
Mas, e os nomes dos heróis de verdade? Estão numa parede lá no alto do morro? Se fosse aqui na Austrália, eles seriam lembrados para sempre em um monumento reverenciado todo ano. Tais lutadores mereciam muito mais respeito pela guerra ser dentro de casa, e não no Iraque.

Então porque aqueles lugares tem muita gente feia, mal vestida, pobre, mal educada, grosseira, fora de forma fisicamente, aqueles lugares não prestam? Sempre tive consciência de que tudo se dá por mera falta de dinheiro. Se as pessoas pudessem viver normalmente, elas haveriam de se cuidarem, e todos os seres humanos se tornariam bonitos e felizes como os anjos. Tal como as novas classes médias que vejo nos aviões hoje em dia. As mesmas novas classes médias que infelizmente estão se deixando influenciar pelos seus ídolos de classe média alta, e tomando partido contra o governo que lhe deu poder. É assim, só tem cachorro no mundo... mas o que é teu tá guardado...

Alemão, o filme
No meu período de vida ainda fui presenteado de ver tal coisa acontecendo, o Brasil renascendo das cinzas, da destruição, dos roubos, das falcatruas e da corrupção, pois esta guerra contra a corrupção nacional já deveria ter acontecido desde que nasci, mas só pode acontecer com o PT no poder, quem mais

O Brasil em que eu vivia, o Brasil de antes do PT, eu não queria ver, não queria fazer parte, me envergonhava de ser brasileiro. Hoje eu me orgulho de ter nascido no Brasil e de jamais ter perdido minha brasilidade, a qual nem mesmo eu tinha consciência de que ela existia. 

Foi vivendo na Austrália enquando o Brasil arrumava a cama que me descobri brasileiro demais, como jamais viria a supor se não tivesse saído daí. Foi observando esse povo daqui, esta sociedade tida como avançada, que comecei a dar valor ao que deixei pra trás, aonde ainda tinha ficado todas as minhas raízes, minha família, meus amigos, as famílias e os amigos dos amigos. E como tem gente boa no Brasil.

Mas também tem muita gente ruim. O momento atual é justamente dessa separação do joio do trigo, e ela está acontecendo mundialmente.

Trailer do filme Alemão

Novembro de 2010

Cinco policiais trabalham infiltrados no Complexo do Alemão, uma área que reúne diversas favelas e é considerada um dos locais mais perigosos do Rio de Janeiro. 

Desmascarados pelos traficantes, eles agora estão presos e aguardam que ou sejam executados ou resgatados pelas forças policiais, o que significaria na divulgação de uma missão clandestina realizada pela polícia militar. É uma tensão filha da puta...

Eu tinha vergonha de ser brasileiro quando saí daí em 1999
Eu acho que sou gay. Muita gente pensava que eu era gay quando era jovem. Não sei se quebraram a cara, mas sei que não me tornei gay como quanta gente queria. Este preâmbulo é para misturar aqui o quanto os homens podem fazer de coisas boas quando eles se amam, sejam eles gays ou não, pois homens não-gays também se amam. 

Uma prova está no pai, um delegado de verdade, que perdeu o filho que foi um dos infiltrados na favela do Alemão. Um filho de quem ele vai ser orgulhar a vida inteira, mesmo que não tenha recebido as honrarias como se fosse um veterano de guerra num país de cultura inglêsa que cultua os seus soldados. Verdade que não deixei meu filho ser soldado pra não passar por uma destas...

Eurovision 2015

A mistura que quero fazer é com o festival de música européia chamado Eurovision deste ano, 2015, que aconteceu a cerca de um mês atrás, e do qual participou a Austrália, que é asiática mas tem sangue ocidental e deu um jeito de se infiltrar assim como Israel e até o Canadá já participou com uma cidadã francesa. O festival é uma casa de Noca.

Nadav Guedj - Golden Boy (Israel) - LIVE at Eurovision 2015 Grand Final

O festival este ano me impressionou mais do que nos anos anteriores, exceto por 2012 que para mim foi o melhor que já assisti (acho que só assisti a uns 3 ou 4). Uma das músicas que mais me chamou atenção foi a dos israelenses. Com batida muçulmana, típica do oriente médio, e misturando danças masculinas com certos trejeitos femininos, a música se chamou Golden Boy com um carinha de 16 anos que mais parecia ter mais de 30, Nadav Guedj, vencedor de um concurso ao estilo do Australian Idol, American Idol, X-Factor, estas coisas, lá de Israel. O cara arrumou três dançarinos que criaram certos passos que até os soldados na caserna gravaram e postaram no Youtube, sendo penalizados por isso. Gostei tanto que até esqueci momentaneamente que existem muros da vergonha na faixa de Gaza...

Como dançar como um golden boy israelense

Ontem recolhi algumas músicas para meu MP3 de alguns discos que tenho em CDs, e algumas do Eurovision deste ano, incluindo remixes que são meus preferidos, e então revi a dança dos Golden Boy. Acabei descobrindo a identidade deles, e também que o mais simpático, Dor Raybi, é um bailarino de vanguarda que tem um vídeo próprio no Youtube. O que parecem rapazes comuns na verdade são dançarinos com prática. Sim, eu gosto de balé por isso casei com uma bailarina... eu falei "bailarinaa"... e Dor Raybi não é dor no rabin...

Dor Raybi "Still In Motion" videodance by Nimrod Peled & Alon Shafransky

Isso é para contrabalançar a barra pesada do filme Alemão. Não recomendo ninguém assistir a este filme sem antes se preparar psicologicamente e despojar-se de todos os preconceitos que possa ter na vida. É um filme muito realidade demais, muito bem trabalhado, onde os machos convencem...

Olha que eu não gosto de rap, mas esta Guerra Neguim do Mc Marechal me tocou profundamente como o grito que sempre esteve preso dentro da minha alma e que nunca botei pra fora. O grito de viver num país em que existia tal coisa sem que eu conseguisse sequer sensibilizar quem estava à minha volta.

Parte do elenco de Alemão, a bela miscigenação brasileira
Praia do Futuro

E por falar em gays, também comecei a assistir ao filme Praia do Futuro com meu ídolo Wagner Moura. Ora, pois não é que me decepcionei com o meu ídolo? 

Valeu seu esforço, mas infelizmente não consegui nem chegar ao meio do filme. Ele é extremamente devagar, e não aguentei. Tentei avançar um pouco, mas desisti. Não me pareceu ter muito pé nem cabeça. E só me lembrei dele agora porque também tem um alemão na jogada. 

Me parece que Wagner é gay no filme, pelo menos ele faz muito bem uma cena de sexo "por baixo" em matéria de sons. Assim, do meio do nada, transa-se como se fosse dar uma mijada. Faltou contexto completamente, além de que de gay ele parece não demonstrar quase nada, exceto por uma maneira levemente afetada e uma voz suave de adolescente. Salva-vida não é exatamente uma profissão adequada...

De repente já estão lá na Alemanha. Como? Porque? Bem, desisti de querer saber. Detestei a fotografia muito cheia de closes feios e extremamente demorados. Me desculpem, não deu pra aguentar. Tem uma dica: ele não conseguiu salvar um alemão de morrer afogado, e acabou se enrabichando pelo namorado do alemão, outro alemão. Será que Warger queria se vingar por ser o herói brasileiro da série Tropa de Elite mas não ter participado das tropas no filme Alemão? Não funcionou, ele deu um gay muito pífio...

Wagner faz um gay totalmente fora do contexto, que tem "bond"
(ligação emocional) até com o irmãozinho mais novo. Suponho que
esse pessoal precisa estudar mais para parar de divulgar coisas
irrealistas... eu falei "irrealistas", não "israelitas"...
Como consolação posso dizer que também não aguentei assistir a mais uma pá de filmes na vida, como Thor, como o ator revelação australiano Chris Hemsworth, a série O Senhor dos Anéis, qualquer filme do Monty Python, a série Dr Who, e uma fieira de outros, etc. Até esqueci a série mais insuportável, Sex in the City, onde os homens não existem.

Até a paisagem mostrada no filme Praia do Futuro foi a pior possível e parecia mais uma praia sem futuro. Quando eles começaram a cantar uma música francesa que também detesto, com voz de tarágua rachada, aí foi que deu a gota serena e piorou tudo, e acelerou meu dedinho para adiantar o filme. Larguei o alemão da Praia do Futuro para assistir ao Alemão da favela que estava ali do lado, na prateleria virtual do Youtube. Sem a menor comparação. Me arrasei emocionalmente mas valeu, saí renovado, totalmente chorado. É a guerra neguin...

Mc Marechal, É a Guerra Neguin, com cenas do filme Alemão