quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Dessa Mata Não Espirra Coelho

De vez em quando me lembro dos ditados em Português, guardados lá no fundo da minha cachola. A nossa língua é muito rica nesse sentido, o que torna o Português muito difícil de ser assimilado pelos estrangeiros com perfeição.

Mas o propósito deste post é falar sobre preconceitos tradicionais.

Controvertido outdoor, mas não por causa da expressão carinhosa...
Tal como a fobia da homofobia atual, junto com ela tem vindo os preconceitos contra negros e pobres, principalmente no que se refere às quotas governamentais para as universidades e agora para os concursos públicos reservadas para as minorias em desvantagem social, os negros e... e o quê? Os pobres? Os estudantes de escolas públicas?

Diga-se de passagem que aparentemente ninguém (da classe média) que conheço aceita tais quotas, mas também dizem que nem os negros aceitam-nas por se acharem "discriminados". Brasileiro não tem jeito mesmo, apesar de tanta religião, quase ninguém é humilde como tais religiões pregam e prefere perder as quotas do que ferir o orgulho arrogante dele! Ainda bem que estes são minoria, e que as quotas estão funcionando, e muita gente está aproveitando sua oportunidade, obrigado.

O governo da Austrália que não é considerado corrupto pelos
brasileiros divide a população entre brancos e aborígines ou nascidos
nas ilhas do estreito como o personagem Jonah
Quanto aos classe média e rica que conheço, estes chegam ao cúmulo de abrirem a boca pra dizerem que, devido a tais quotas, seus filhos que sempre estudaram em escolas privadas privilegiadas e caríssimas, tem menos chances de pegar uma vaga nas tais universidades públicas, se esquecendo que elas são o último lugar do mundo onde eles deveriam estar.

Sei não, é muito difícil conversar com as pessoas hoje em dia, elas não conseguem raciocinar direito...

Mas o que eu queria salientar aqui não tem nada a ver com estes problemas endêmicos de preconceitos entre classes sociais que reinam no Brasil. Pois no Brasil não existia discriminação racial até pouco tempo atrás, o que sempre existiu foi discriminação contra pobre.

Jonah, from Tonga, nativo das ilhas do estreito, personagem da série
de TV de Chris Lilley, sátiro muito esperto da sociedade australiana
É que eu estava pensando como é que se pode distorcer expressões que a gente usa desde que nasceu e as usa com grande carinho apenas pra se bancar o inteligente e o avançado, imitando o primeiro mundo. De repente alguém pode se levantar e dizer "você está sendo preconceituoso, processo você!" sem ter o menor sentido.

Veja só quantas expressões exclusivamente relacionadas a negros nós temos no nosso vocabulário do dia-a-dia. De repente, ser proibido de dizê-las me parece totalmente insano. Parte do folclore do Português vai ser perdido ao longo do tempo.

Vamos lá enumerar algumas delas agora.
Necãozinho

"Meu nego". Quem já não se referiu a pessoas ou até animais por "meu nego", "meu neguinho"? É tão carinhoso, não é? A gente fala assim até para os brancos porque não há conotação de cor mesmo em tal expressão. A muito que a conotação desapareceu.

"Upa neguinho na estrada", tem verso mais carinhoso do que este na música popular brasileira? Apesar da letra de Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri ser uma crítica social pesada, ela deixa as pessoas cheias de carinho pelas crianças pobres e sem recursos.

"Nego bom", um bombom super amado por todos, hiper-gostoso, feito de banana e da cor marrom escura.

Docinho Nego Bom, feito de banana, açúcar e limão, delícia
"Neguinho gosta de comer", expressão que generaliza todo mundo carinhosamente pra dizer que qualquer um gosta de comer.

"Nego véio" é como todo homem se refere a um amigo muito íntimo e querido.

"Nêga", "minha nêga", é um termo usado para qualquer mulher, negra ou branca, carinhosamente também. Com frequência os brancos chamam suas mulheres brancas de "venha cá minha nêga".

"Negão" é como todos se referem à imagem de um homem grande, forte e assustador, aquilo que todos gostariam de ser.

"Negona" é como todos se referem a uma sambista gostosa e, garanto, com um olho bem gordo de desejo, ou de inveja, no caso das mulheres.

Banda Nego Bom, baiana
De repente agora tudo isso está arriscado de ser considerado discriminação. Será que não estamos exagerando não?

Bem, eu não sou negão, então não sei como seria se alguém me chamasse de negão, se eu fosse mesmo. Não tenho a menor idéia se me ofenderia. Tenho a impressão que não. Afinal, chamar-me de negão significaria que eu era grande e forte, e isso seria um elogio para qualquer homem. Além disso, estariam me diferenciando da maioria, o que também me soaria bem.

Até mesmo as piadas relacionadas com negões também não deveriam me enfezar, porque perguntar se um branco e um negro que caem de um prédio, quem chega primeiro no chão é o branco porque o negão sai quebrando janelas, vidraças, toldos e plantas no meio do caminho é mais engraçado do que propriamente preconceituoso, e se rivaliza com a famosa piada do japonês, em que tudo igual é um caminhão de japonês.

O careca Bruce Willis
Não sou careca, não sou varapau, não sou gordinho, não sou viado (ops, homo), não sou feio, não sou deficiente, não sou cegeta, não sou surdo, não sou baixinho, mas mesmo assim sempre acharam um jeito de fazer piadas comigo no Brasil, como com relação a algum detalhe físico, ou com trocadilhos com meu nome ou sobrenome, não falta jeito de se fazer graça com alguém, e enquanto quando eu era pequeno me enfezava com isso, quando cresci reconheci que o número de gracinhas era diretamente  proporcional ao quanto os caras gostavam de mim ou me notavam no meio da multidão, pois muitas vezes o amor dos homens é traduzido ao contrário, por piadas para não dar o braço a torcer e ficar bem longe do estereótipo de homens que gostam de homens.

Se um dia levei a mal as piadas que fizeram comigo, é porque eu não passava de um garoto imaturo, que simplesmente não deveria ter levado a sério e, ao contrário, deveria ter interpretado como uma regalia e ter entendido melhor a psicologia dos homens. Portanto, aqueles que tentam criminalizar tais expressões como fobias não passam de crianças imaturas e sedentas de atenção.

Danny Trejo, terror mexicano no filme Machete... o que a gente faz
para um filho ser macho? Ou melhor, o que a gente não faz para
um filho não ser macho...
Suponho que criei meu filho bem porque ao invés de se enfezar com o bullying dos colegas da escola por ser um brasileiro na Austrália e considerado machão, ele assumiu o personagem latino machista e até o utilizou para eleger-se embaixador da universidade, além de ter interpretado dois personagens italianos mafiosos na peça escolar anual, quando até tirou fotos com o imenso sombrero mexicano que lhe presentearam. O machão pode ser desprezado pela mulher australiana, mas pelo jeito é venerado pelos homens.

Vocês sabem, brasileiro não gosta de ser confundido com o resto da América Latina espanhola, mas o que fazer se esta ainda é a impressão que todo mundo no exterior tem do nosso sub-continente, melhor aderir e divertir-se. Depois da Copa Mundial de Futebol de 2014, boa parte destes estrangeiros agora sabe que o brasileiro fala Português, e finalmente o Brasil hoje valoriza muito mais seus vizinhos e por eles também tem sido valorizado... é incrível como as últimas gangues descobertas no Brasil tem sido de outros países latino-americanos... e com a eleição de Marina isso tudo vai acabar pois vamos voltar a lamber o chão dos norte-americanos.

Eduardo, El Macho, em Meu Malvado Favorito 2, em Espanhól

O preconceito existe, mas também não é assim. É uma coisa muito sutil saber diferenciar quando se trata de preconceito verdadeiro do que sejam apenas piadas carinhosas e culturais. Não se deve tentar imitar os estrangeiros e seus problemas seriíssimos de comunicação e afeto, porque o brasileiro é caloroso e considerado o povo mais feliz do mundo, mesmo com o papel ridículo destes manifestantes de Facebook de hoje em dia. O brasileiro não protagoniza crimes de racismo como em Belfast, capital da Irlanda do Norte, de reputação intolerante, quebrando os vidros das casas dos imigrantes ou estudantes chineses ou negros, os atacando verbal e fisicamente e zombando de seus sotaques e nomes nas ruas.

Uma das coisas mais difíceis do brasileiro fazer é conseguir diferenciar quando se trata de preconceito contra ele ou não por uma questão de falta de alcance intelectual herdado por uma educação precária administrada nos anos antes destes últimos governos de tendências esquerdistas. Colocar leis que protejam as pessoas no meio de gente que não sabe interpretá-las é como largar uma bomba para crianças de jardim de infância brincarem com ela.

Porque as teclas brancas são maiores? (Como nasce o preconceito...)
Vivendo no exterior a uma pá de tempo, tenho saudades dos apelidos carinhosos que todos recebemos tão facilmente mal conhecemos alguém no Brasil. Aqui não se pode fazer tal coisa porque as pessoas se ofendem até com a sua respiração, principalmente se for no cangote... é um tal de ofensa pra cá, ofensa pra lá, todo mundo ofendidinho. Quando cheguei aqui queria saber porque esta palavra, mal conhecida do brasileiro, era tão usada por aqui. É que qualquer coisa ofende quem é intolerante.

No Brasil a gente não deveria se ofender com apelidos, sabe por quê? Porque aqui a gente é praticamente obrigado a decorar o nome da pessoa. Como o brasileiro nunca foi bom nisso, ele prefere identificar a pessoa por algum pormenor que lhe chamou atenção, o que é bem mais fácil, e com o tempo ele aprende o nome da pessoa. Mas aqui nesta terra "perfeita" não se pode se divertir desse jeito porque tudo ofende. 

Pianumano
Então o que acontece comigo é que eu esqueço o nome da pessoa a quem acabei de ser apresentado em dois minutos. Mas não tenho papas na língua pra pedir pra dizer o nome de novo, assim eu precise. Ah, porque isso para eles é "embaraçoso"? Que vão se danar com seus embaraços, "eu sou normal"!

Veja como os apelidos fazem parte da vida do brasileiro aqui:

http://www.cenariomt.com.br/noticia/321862/torcedores-abusam-de-homofobia-em-apelidos-para-times-de-futebol-no-brasil.html

Para quem gosta de carros, apelidos dos carros nacionais aqui:

http://bestcars.uol.com.br/bc/divirta-se/curiosidades/apelidos-a-sabedoria-popular-aplicada-ao-automovel/

Apelidos de carros da Fiat
Projeto Defesa das Causas das Pessoas... eu falei "Causas"...

O advogado dos funcionários
Aliás, diga-se de passagem, faço parte de uma equipe que advoga a participação ativa dos funcionários da empresa, promovendo o tal engajamento. Como eu queria deixar a equipe, recebi apelos para continuar porque minha visão de cultura diferente tem trazido muitas idéias de valor que tem sido implementadas ao longo do tempo. Foi a primeira vez que vi alguém valorizar claramente a minha cultura brasileira que se exprime através da minha personalidade questionadora de todos e quaisquer procedimentos estanques os quais costumo colocar em cheque seguidamente.

E por isso eu sei o quanto o brasileiro tem o que ensinar a este mundo desenvolvido.

A Reação Masculinista

Atualmente o que mais preocupa o brasileiro é a escalada do movimento gay querendo impor as suas verdades ao resto da população despreparada para aceitar tal tipo de coisa. Se os militantes não fossem radicais, tudo seria obtido na normalidade, mas é do feitio gay ser escandaloso e exagerado, o que provoca ainda mais rejeição, e isso porque eles tendem a não serem maduros o bastante para evitarem confrontos, ou seja, cutucam as bestas com vara curta.

O resultado é o que está acontecendo no mundo inteiro, uma reação contrária a quem milita pelos tais "direitos" caracterizada pelo "retorno do racismo" nas sociedades modernas. Está havendo um retorno ao conservadorismo radical, aquele que realmente valoriza os preconceitos e discriminações, o que se mostra através das perseguições, proibições e execuções de pessoas, a tal vingança, o tal revanchismo. Eles aproveitam para se auto-proclamarem masculinistas. Nem homem você pode ser mais hoje em dia porque isso significa que você é um troglodita nazista.

 Os Barbados

Os barbados modernos
Formas brandas desta reação são as barbas grandes que os homens resolveram cultuar atualmente, em clara direção contrária ao visual bombado e limpo dos metrossexuais pouco masculinos e dos gays que se apoderaram de suas formas físicas musculares exuberantes. O homem hoje é feio por opção, usando bermudas enormes, contanto que sejam diferenciados. Será que isso já aconteceu no século 19 quando era moda usar barbas e bigodes enrolados?

Dizem que barba não atrai mulheres. Bem, uso barba desde os 25 anos a pedido da minha mulher.

Violência Doméstica

Suspeito que outra forma de vingança contra o sistema atual de leis que privilegiam as mulheres nos países afluentes está sendo o aumento da violência doméstica que resulta em assassinato das mesmas acompanhados de suicídio, levando as crianças produtos da relação junto. Tal reação parece dizer, como você sempre ganha qualquer parada por causa da lei, não conseguirá ganhar da minha reação violenta, até porque eu vou junto e tudo se acaba aqui mesmo. Como se fosse...

Suicídio

Tem muitas coisas que acontecem aqui na Austrália, por exemplo, e também nos outros países abastados, as quais algumas pessoas suspeitam que não são bem explicadas pela mídia. Por exemplo, desde que cheguei aqui neste país que noto que os acidentes de veículos nas estradas costumam ser muito mais violentos do que os do Brasil. Não consegui explicar até pouco tempo atrás, uma vez que as estradas estão sempre em perfeitas condições e com sinalização impecável. Além disso os veículos costumam ser novos e com todos os requesitos de segurança exigidos por lei, sendo que todos os motoristas em geral também mantém os carros em condições de tráfego e cumprem as exigências do tipo usar cintos de segurança porque a polícia está sempre de olho e fazendo blitz. Até o fato de dirigir embriagado, utilizar o telefone celular enquanto dirige e dormir no volante é pouco provável dado o número de áreas para descanso encontradas na beira das estradas, ora com churrasqueiras, ora com toaletes, ora até com iluminação noturna para se parar e descansar.

Batidas de frente, muito comuns na Austrália, suicídio criativo
Certa vez alguém ventilou que a única explicação para tantas batidas de frente nas estradas só podia ser explicada se a pessoa desejasse se matar, então ela causaria um acidente em que não poderia escapar, jogando o carro de frente com um caminhão. Como o número de suicídios está sempre aumentando neste país e nos outros semelhantes, esta hipótese é altamente plausível, mesmo com isso ameaçando a vida dos outros. Só isso explica tantos carros absurdamente destruídos mesmo com todos estes dispositivos de segurança modernos como cortinas (air bags) laterais, muitas vezes matando toda a família de uma vez só, o que cada dia se torna mais comum neste país.

Mas bater de frente? Pra um brasileiro isso soa como o cúmulo da burrice. Um motorista brasileiro tem muito mais agilidade para tirar o carro da pancada frontal. Ele vai bater de lado, mas dificilmente de frente. Mas ou o povo australiano quer mesmo se matar, ou ele não tem reação nenhuma, nenhum jeitinho brasileiro pra se safar de uma emergência, ficando estático, paralisado.

Para mim, é uma prova de que excesso de leis pode resultar nas pessoas não quererem mais viver e só viverem até quando atingirem seus próprios limites que não são os mesmos  das leis, não se importando de se matarem e ainda levarem outras pessoas junto, contanto que se livrem do que não podem lutar por justiça por causa dos preconceitos. Preconceitos de uma justiça, por exemplo, que atualmente considera o homem sempre culpado em qualquer altercação com uma mulher. O mesmo será quando tal lei partir do princípio de que o discriminado sempre terá razão como ponto de partida, antes mesmo de ouvir a história do outro envolvido no quiprocó. Imagine este tal poder nas mãos de pessoas irresponsáveis como tem se mostrado os brasileiros, principalmente atualmente, ou seja, em época de eleição presidencial.

Gays Convictos

Reconheço, apesar de tudo, que as palavras aparentemente negativas endereçadas aos negros não são as mesmas endereçadas aos gays, mas isso tem uma razão impregnada na cultura masculina de não querer por hipótese nenhuma ser confundida com a cultura gay, por uma questão de afirmação, pois se os homens não se afirmam desse modo, eles podem tender a engrossar as falanges gays. Negar os gays é simplesmente algo afirmativo da cultura masculina, e não tem como ser diferente. Eles não tem problemas em serem confundidos com os negões, por exemplo, desde que estes também sejam homens heterossexuais.

Ministro da Educação australiano em 2008, Andrew Barr com
parceiro gay Anthony Toms ("Todos os relacionamentos
compromissados com o amor merecem ser iguais e celebrados"
a propósito da legalização do casamento gay na Austrália, 

que foi revogado - não é permitido)
Aqui na Austrália, por exemplo, acredita-se que a cerveja esteja ligada fortemente à cultura dos "blokes" (rapazes, se fala "blôques"). Uma das propagandas de cerveja mostra uma linha de montagem do que seriam veículos, mas na realidade é uma fábrica de cerveja, onde os produtos que entram na linha é tudo o que pertence ao universo masculino clássico e tradicional. Quando aparece uma bolsinha cor-de-rosa, a linha de montagem pára e faz-se o silêncio. Ela tem que ser retirada de lá para a fábrica continuar trabalhando alegremente. Epa, "alegremente" não...

No Brasil não existe preconceito. Todo branco tem amigo negro, todo negro tem amigo branco, até porque dificilmente se pode classificar alguém como tal, devido à miscigenação que faz com que, numa mesma família, existam todas as nuances de "morenos", ou seja, raças misturadas. O sul do Brasil tende a ser mais preconceituoso porque tem menos negros vivendo lá, os escravos lá eram brancos, além deles terem herdado a cultura européia com mais consistência, cultura essa que não se mistura. E hoje em dia dificilmente alguém pode dizer que não tem gay na família ou no meio social em que vive. Além disso todo mundo tem seus ídolos no meio artístico que quase sempre são no mínimo abertos sexualmente, portanto, dificilmente o brasileiro tem preconceitos raciais ou de gênero. Mas tem...

Porém, quanto mais se hasteia a bandeira da imposição, isso provoca reações de antipatia no mundo inteiro, e não só no Brasil, pelo simples fato de querer-se impor opiniões aos outros sob pena de rebordosas. Ninguém gosta de imposições. Negociações diplomáticas respeitosas são muito mais eficazes e daí foi que nasceu a ciência política, a ciência da negociação a fim de promover a convivência dos opostos em paz... vejam como as negociações americanas com o Iraque e Afeganistão têm funcionado direitinho...

Teoria Gay Furada

Na seção "Two of Us" (Dois de Nós) da revista GoodWeekend (Bom Fim de Semana) de sábado 16 de agosto de 2014 do jornal The Sydney Morning Herald, "Amy McNeilage entrevista", que sempre descreve a relação entre duas pessoas, sejam elas pai e filho, mãe e filha, irmãos, casais ou amigos, desta vez descreveu a amizade entre Andrew "Fuzz" Purchas, 49 anos, fundador do Sydney Convicts (convictos são como chamam presidiários, os primeiros habitantes estrangeiros da Austrália), o primeiro time de rugby gay da Austrália e presidente da Copa Bingham de 2014 em Sydney e seu melhor amigo Richard "Fino" Finlayson, também 49 anos, diretor da TV ABC e primeira pessoa a quem Purchas falou sobre sua sexualidade. 

http://www.smh.com.au/lifestyle/two-of-us-20140811-3dhad.html
http://sydneyconvicts.org/

Convicts (presidiários) de Sydney, time de rugby gay
Nada demais senão por alguns aspectos interessantes. Purchas só assumiu sua homossexualidade aos 25 anos quando conheceu um certo cara com quem está a 22 anos. Quando ele contou para seu amigo Fino, este passou duas semanas olhando pros caras na cidade se perguntando se ele também gostava de homens, pois se seu amigo era gay, ele também deveria ser. Outro detalhe interessante é um deles falar que tinha um amigo que morreu no vôo 92, no atentado terrorista de 11 de setembro de 2001, o qual caiu na Pensilvânia. Ora, ao que me constava até agora, ninguém havia morrido nos aviões pois havia sido uma encenação. Seu amigo se chamava Mark Bingham cujo sobrenome hoje denomina a copa anual Bingham de rugby gay australiana.

Furou a minha idéia de que tudo o que um homem precisa é de outro para tornar-se um homem também. Pensando bem, trata-se de uma amizade australiana, ou seja, deve estar faltando algum componente aí nesta amizade, já que o amigo nem sonhava que o outro se questionava sexualmente. Amizades provavelmente superficiais...

Hummm, será que publico esse post?

2 comentários:

  1. Lazaro Ramos e bicha porque quer e nao deixa de ser viado por causa disso não

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    1. Minha nossa, eu nem falei no Lázaro Ramos aqui. Este comentário não é nem preconceituoso, é alguma raiva que o comentarista anônimo tem contra o coitado do ator negro brasileiro, por sinal, excelente ator. Qual é o problema se ele for gay? Talvez o problema seja porque ele deu um fora em quem comentou. Apesar de contra este tipo de disseminação de ódio, resolvi publicar este comentário pra representar o que vai na cabeça de muita gente. Não quero mal ao comentarista pois ele ressaltou minha defesa dos discriminados, mesmo enfatizando que ele próprio não mudou de opinião depois de ler meu post sobre negros e gays, e resolveu juntar os dois num só representante com quem, por alguma razão, ele tem rusgas. Gostaria de saber o motivo real pelo qual o comentarista escreveu isso. Não é preciso nem dizer que ninguém é bicha porque quer, que eu saiba, muito pelo contrário, só assume quem não tem outro jeito. Se bem que as coisas estão mudando, e hoje em dia o sujeito pode nem ser bicha, mas está começando a querer parecer uma delas por questões de moda, de descontração, de poder ficar mais perto das mulheres sem que elas o rejeitem ou tenham medo, de abrir o leque de opcões ou até obter mais intimidade emocional com os homens, mesmo que a maioria que se aproximar dele não vá ser exatamente os homens com quem ele quer ter tal tipo de intimidade. Aliás, recentemente compreendi o significado da palavra bicha: trata-se de uma corruptela do Inglês "bitch" pois bichas se comportam exatamente como as mulheres "bitch" estrangeiras (afetadas, escandalosas, ridículas e insuportáveis), ou seja, bicha é um tipo particular de gay, aquele que mais irrita, pois nem todos são assim e nem todos sequer querem se parecer com mulheres.

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