domingo, 9 de abril de 2017

Bandeira Branca Amor

O frango no espelho. O pior é que, como ex-publicitário, sou
apaixonado pela arte da mídia alternativa ou não, e me sinto muito
mal quando tenho que amassar uma embalagem (assim como matar
uma barata que é um ser vivo), e atirá-la no lixo, principalmente
porque tenho noção de quantas horas foram necessárias para os
artistas bolarem aquela peça e o quanto se gastou para veiculá-la.
É a arte descartável do mundo moderno, similar ao graffiti das ruas
que esmaece com o tempo. Foto publicada no site do
curso de mídia alternativa da Escola de Propaganda e Marketing.
Desde que descobri e selecionei minhas fontes favoritas da mídia alternativa (cujos links estão aí do lado aqui no nosso blog) que tenho estado cada dia mais pasmo com o que está acontecendo no Brasil de verdade, já que não dá pra acreditar em quase nada que a mídia mainstream bilionária fala aí no Brasil e também a do mundo inteiro. Voltei a me envergonhar de ser brasileiro e parei de dar exemplos nossos aos australianos, mas só há uma verdade para mim em tudo o que está acontecendo: agora o povo daqui reconhece e acredita mesmo que vim do terceiro mundo e que comi o pão que o diabo amassou, porque havia quem pensasse que eu mentia durante a gloriosa era Lula.

Mas veja bem, acabo de descobrir que o termo "mídia alternativa" está sendo desvirtuado para significar outros tipos de meios publicitários, como a mídia de banheiros públicos. Isso serve ao propósito de axincalhar com a real mídia alternativa que anda causando graves danos à mídia mainstream bilionária. Numa guerra, vale tudo, e é justamente a tal mídia mainstream que tem o poder de trocar o significado das coisas para o que ela quer e bem entende, fazendo muita gente cair como uma patinha.

Uma destas coisas horríveis é sobre o racismo nas escolas, só para separar um setor do resto do Brasil inteiro, mas a reação de certos pais e professores não é menos pior, como exemplificada neste artigo do blog Pragmatismo Político, As Denúncias Mais Escabrosas do Meu Professor Racista:

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/04/as-denuncias-mais-escabrosas-do-meuprofessorracista.html

Um primo me enviou um vídeo repassado pelo WhatsApp de uma mulher reclamando da escola da filha, e eu achei na internet quem era ela, Maria Inez Medeiros, do subúrbio de Brás de Pina, bairro da Zona Norte do Rio, e onde foi que ela foi falar, na Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 4 de abril de 2017, sobre sua filha estudante do Colégio Pedro II, a terceira maior escola pública federal depois do Ginásio Pernambucano e do Atheneu Norte-Riograndense.

Ele me perguntou qual era minha opinião, em sequência da outra opinião que dei sobre a novela atual da Globo, A Força do Querer, que deve mostrar a vida de uma garota transgênera que falei no post Boicote à Globo, se não modificarem o enredo por causa de certa comoção social, pois até isso é manipulado.

Sobre esta mulher, ela começou tão bem, mas acabou arrasada pelo preconceito, generalizando todas as mazelas do país como sendo provenientes do PT, o que é de uma extrema estupidez e ausência de consciência histórica, mas também vejo isso no meio da nossa família extendida quando uma parente publicou recentemente fotos da inauguração da transposição do São Francisco no famigerado Facebook dizendo que Lula agradava a seus eleitores burros, o que chocou nossa filha que ficou sem entender, e tivemos que explicar porque a parente estava pensando daquele jeito, e aproveitando para lembrar-lhe das últimas "aventuras" da mesma em sua degeneração moral, total e irrestrita ao longo dos últimos anos.

Meu Deus, o que diria uma mulher destas se morasse na Austrália e visse os documentários que passam em profusão nas duas TVs do governo, SBS e ABC? Ela se suicidaria...

A atitude desta mãe, da nossa parente e de muitos de nós é descrita neste artigo do mesmo blog, O Gigante Voltou a Dormir ou Jamais Soube o que Estava Fazendo:

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2017/04/gigante-voltou-dormir-jamais-soube-fazendo.html

Veja a Veja aqui a reportar sobre Maria Inez Medeiros, senhora celebridade que se considera branca e diz ter uma filha "loira" e outra negra, sem falar dos pais, discursando contra doutrinação nas escolas em 4/4/2017, com transcrição de sua fala:

http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/mae-de-aluna-do-pedro-ii-detona-doutrinacao-esquerdista/

Aqui o vídeo na internet, Mãe de Aluna Detona Esquerdistas ao Defender a Filha Contra a Doutrinação nas Escolas, 6 min:


Solução imediata foi dada pela minha mulher em cima da bucha: matricula a filha numa escola privada.

Como todo racista, ela finaliza dando uma de ufanista ao dizer “a minha bandeira é verde, amarela, azul e branca e jamais será vermelha.” Pra que? Não era necessário, a frase arrasou com seu discurso que estava até razoável.

Bom Senso

O grande problema é o bom senso das pessoas, ou a falta dele. Lembro que a disciplina que eu mais gostava na escola secundária era a que um padre progressivo nos ensinava sobre sexo. Se eu fosse meus filhos hoje em dia, não precisaria de nenhum tipo de lição sobre sexo porque eles sempre conversam conosco, seus pais, livremente, então sempre souberam o que era certo desde a infância porque já naquela idade os provemos com o livro ilustrado da hoje traidora do PT, Marta Suplicy, Papai, Mamãe e Eu.

Se as crianças recebem informação na escola sobre a atualidade dos acontecimentos sociais e não encontram contra-partida em casa em termos de abordagem e diálogo, elas podem ser tomadas como "ameaças à família tradicional" por obviamente contestarem o status quo, portanto não são as crianças que estão erradas, e muito menos o ensino brasileiro, e sim os pais que têm mania de se fazerem de inocentes e vítimas quando na realidade são pais responsáveis por todas as mazelas das crianças. Esta mulher com certeza é homofóbica e provavelmente impõe uma religião inócua a uma filha cuja cabeça está sendo aberta pelo conhecimento e sabedoria. A mulher, logicamente, está estribuxando, como demonstra a sua ira e a sua exacerbada insanidade e falta de censo crítico, social e cívico.

A falha é dos pais e de todos os adultos preconceituosos que tentam se interpor ao avanço da humanidade, refletido no direito que a criança tem de decidir por si própria qual religião seguir, ou nenhuma, por pura falta de fé nas mentiras propagadas, e não é sem razão, como também confrontar seus pais com relação a respeito aos direitos humanos, quebrando finalmente esta cultura asquerosa, arraigada no patriarcalismo, machismo e coronelismo medieval brasileiro.

Tome Semancol pra você se mancar...
Falo em causa própria porque ainda temos o ranço desta cultura deprimente, e nossa filha faz questão de nos confrontar frequentemente diante do que ela vê e vive na "moderna e sofisticada" sociedade australiana em que está inserida. O fato de grande parte dos homossexuais serem imaturos não pode ser generalizado como temos tendência a fazer para simplificar o raciocínio, e isso não é aceito por eles que, com ou sem suas deficiências de qualquer tipo, têm que e devem ser tratados com respeito, dignidade e igualdade. Um truque simples é olharmos para os diferentes sem pensarmos no que e como eles fazem, mas como pessoas humanas iguais a nós, com direito a seus próprios esqueletos no armário.

O que eu vejo no discurso desta senhora bestializada é a distância intelectual entre ela, sua geração e aqueles que lhe apóiam, da geração de sua filha, e dos jovens em geral que, mesmo muitas vezes entendendo mal as mensagens do ensino moderno, ainda assim estão no caminho certo da evolução da humanidade, em contra-partida à posição da mãe que é retrógrada, intolerante, ultrapassada e agarrada a "valores" do passado.

"Tu, cano, que nariz enorme! Isso significa alguma coisa?",
pergunta o cardeal.
Cabe ao jovem saber selecionar as mensagens que recebe e também tolerar seus pais enquanto tenta lhes ensinar a saírem do marasmo, pois pra velho é difícil a adaptação ao novo, e eles precisam muito mais de compreensão do que os jovens. Cabe ao jovem saber se o que está presenciando realmente tem valor ou se não está sendo manipulado por uma agenda repleta de mentiras como tem sido toda a história da humanidade até hoje. Além disso, cabe a eles embalarem e empacotarem a mensagem num belo papel de presente com lacinho de fita e cartão, que assim fica mais fácil dos pais aceitarem o presente de grego, ao invés de confrontá-los traumaticamente.

Difícil é reclamar de um ensino como este a seguir, que não foi obra do PT, mas foi do PDT, o qual tem fortes ligações ideológicas. Veja as condições atuais do que já foi um modelo de educação assistindo ao vídeo feito pela Mídia Independente com os próprios alunos da escola neste artigo, Vive les enfants du ‘Brizolon’! Vive les Jeunes du Brésil! (Viva os Filhos do 'Brizolão'! Viva a Juventude do Brasil!). Veja se você teria raça pra enfrentar suas dificuldades:

http://www.tijolaco.com.br/blog/vive-lenfants-du-brizolon-vive-le-jeunes-du-bresil/

Positivismo

Na linha do positivismo deste blog, é ruim reclamar da situação geral do país hoje em dia, mas é bom quando vemos estudantes politizados e conscientes assim, capazes de expressarem-se, algo que, se fosse na Austrália, haveria vários programas de televisão para divulgar seus problemas como A Current Affair (Nine Network, 30 minutos às 19 horas diariamente), Lateline (ABC, 30 minutos, às 21:30 diariamente), 60 Minutes (Nine Network, uma hora às 19 horas do sábado), Four Corners (ABC, 1 hora às 20 horas dos sábados), 7:30 (ABC, 30 minutos às 19:30, diário), Dateline (SBS, meia hora às 21:30 da terça-feira) e 48 Hours (canal One, 1 hora às 19:30 da terça-feira) - links na nova área de links deste blog.

O discurso do ensino pela doutrinação ideológica marxista tem estado nas bocas das direitas nacionais, não só para difamar o Partido dos Trabalhadores, com medo de perderem as rédeas dos filhos, como se eles ainda as tivessem em suas mãos, assim como o medo da "desagregação" familiar é uma mentira para encobrir o pavor de que logo mais venham a ter seus filhos, parentes, ou até amigos resolvendo assumirem serem gays para a vergonha deles, que é o que eles não querem passar de jeito nenhum, terem que engolir suas palavras e preconceitos publicamente diante destes fatos que andam acontecendo diariamente. 

Barry Manilow

Esta semana, por exemplo, o cantor Barry Manilow (aquele que canta o hino "Copacabana") resolveu sair do armário de declarar-se gay aos 73 anos de idade, revelando que tem caso com o empresário Garry Kief a mais de 40 anos.

http://www.huffingtonpost.com.au/entry/barry-manilow-coming-out-reactions_us_58e65593e4b06a4cb30fe596

Eu acho ótimo quando um ícone insuspeitável destes dá uma tremenda rasteira nos homofóbicos do mundo.

Entenda um pouco de como funciona a sociedade brasileira secular ouvindo Ariano Suassuna, dramaturgo, romancista, poeta e membro da Academia Brasileira de Letras, apresentada no Tribunal Superior do Trabalho, no dia 18 de abril de 2012, na inauguração do auditório Ministro Mozart Victor Russomano. Você foi a Disney?


Ariano virou meu ídolo pela sua simplicidade e palhaçada. Será que sou assim? 

Aborto de peixes, pode? Vulgo "caviar".
Gafes e Micos

Bem, eu tento. Até porque passei por uma "vergonha" destas que ele passa com frequência quando estive presente na inauguração da academia de ginástica de um amigo, e ele me ofereceu salgadinhos, sendo que um deles era feito de caviar vermelho. Ao dar-lhe uma dentada, falei pra ele que era um pecado misturar caviar com manteiga. Ele virou-se pra mim e disse que não era manteiga (seu cafuçu), mas um preparado especial para acompanhar caviar. 

Verdade ou não, o fato é que eu ficaria com a cara no chão pagando mico por ter tentado dar uma de sofisticado e ter acabado no limbo, mas não fiquei. Bem que podia ser manteiga mesmo... 

E é óbvio que não sou familiarizado com ovas de peixe das quais tenho nojo mas pelo menos sei identificá-las pela aparência. Para mim caviar é como a diferença entre os vinhos, tão sutil que não dá pra perceber o gosto, exceto que tem a ver com peixe. 

Como cuspir um Chardonay com classe e não se embebedar...
Outra gafe eu passaria se tivesse me atrevido a aceitar participar de uma seção de degustamento de vinhos que acompanharia um almoço da empresa numa vinícula. Para minha surpresa, as pessoas tomavam um gole e vomitavam ou cospiam num balde. Achei aquilo de um nojo tremendo, e tratei de entabular uma conversa animada com a vizinha a fim de não prestar atenção naquele costume bizarro e nojento que parecia tão comum ao resto dos participantes, principalmente certas esposas de certos colegas que me transmitiram a terrível sensação de esnobismo e arrogância típicas das australianas. 

Odiei o almoço, a não ser quando fui examinar um lizzard (lagarto) que os meninos acharam circulando pela pradaria, o que me levou pra longe daquela mesa de esnobes junto com os outros rapazes inadaptados àquela situação de coisa de mulher. Que me desculpem os amantes de vinhos, mas sou mesmo assim, tão simples como Ariano Suassuna, só que pra minha desgraça e diferença, nós fomos a Disney e moramos no exterior...

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Comentários são moderados para evitar a destilacão de ódio que assola as redes sociais, desculpem.