quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Tampa

Não se trata do bairro brasileiro na Flórida que tem um parque paradisíaco para onde todos vão passear como enxames de abelhas.

Toalete iPoo (se pronuncia áipú) da Apple, na concepção do artista
Milos Paripovic, só para quem tem iPhone (se pronuncia áifón),
para quem não é bem dotado.
Quando nos mudamos para um prédio novo no trabalho, o mictório público para homens é do tipo coletivo, ou seja, não é como aqueles que são louças separadas, uma para cada mijão. Ele é do tipo uma canaleta de 5 metros pra todo mundo junto, o paraíso dos bem dotados. Por conta disso, a urina respinga pra todo lado e, no meu caso, estava sujando meus sapatinhos de minúsculos pingos, me obrigando a limpá-los de vez em quando.

Ora, detesto limpar sapatos e quando eles se sujam, jogo fora (brincadeirinha). Furioso com este tipo de toalete barato e ridiculo que me obrigava a olhar pro meu sapato, resolvi que só tiraria água do joelho nos vasos sanitários dos boxes, e foi isso o que passei a fazer e nunca mais tive que limpar meus sapatos. 

Toalete masculino estilo bibelô que não respinga e você pode até
evitar maus olhados...
Sei que provavelmente gasto mais água porque dou a descarga individualmente, enquanto a descarga que limpa a canaleta é automática e jorra água quando quer, mas não sou eu quem pago a conta da água, ela deve ser reciclada, tem descarga curta e descarga longa e assumo que se eventualmente eles pagam mais, é porque economizaram nos mictórios, então é bem feito. O outro tipo de mictório estilo bibelô não respinga, é individual e bem mais privado, mesmo não tendo separações entre si, que seria o ideal, só para evitar o que todo homem conhece... os espiões constrangedores da NSA, ou melhor, da GLBT...

Novos banheiros para todos os gêneros
Afinal, não existem toaletes para gays, e também as mulheres não deixam os homens usarem seus banheiros só porque eles se dizem gays, e se não forem? Por outro lado é um constrangimento para eles e para nós, utilizarmos o mesmo banheiro. 

Eles deviam ter seus próprios banheiros... pensando bem, ia ser pior... então vi na internet uma novidade chamada banheiros mixtos, ou seja, pra todo mundo. Maravilha, se ficávamos constrangidos com os alienígenas no nosso banheiro quando detectávamos suas presenças (porque tem muitos que são indetectáveis, então não tem problema), agora ficaremos ainda mais constrangidos ao sermos misturados com mulheres. Não nessas horas das merdas feitas...

Enfim, o motivo deste post era bem mais simples, mas minha prolixidade me fez aumentar o texto que não acaba mais.

O motivo era a tampa da privada.

Isso porque, desta vez em que fui ao toalete, lembrei-me de novo da minha atitude com relação à tal malfadada tampa. Como descarrego o líquido no vaso sanitário do banheiro público masculino, me aproveito para não fazer nada com a tal maldita tampa da privada. Faço questão de deixá-la arregaçada, embora quase sempre a encontre coberta. Ora, arregaçada porque? Não somos mulheres.

Atualmente existe uma verdadeira guerra entre os sexos por causa da maldita tampa da privada, fora os outros milhares de motivos que todo mundo inventa por aí. Mas este tal motivo da tampa é o que mais me deixa indignado. Ora, porquê temos que baixar a tal da tampa só por causa das mulheres na casa? Elas não têm mão? Não podem baixar quando quiserem não? E porque não exigimos que elas levantem a tampa para nós? O que elas tem de melhor do que nós (psicologicamente falando)? Este assunto tem até feito casais se separarem na Austrália, vocês acreditam?

O sonho das mulheres frívolas
Na minha casa resolvi topar a baixada da tampa, mas meu motivo é simplesmente estético e não para satisfazer as pessoas do sexo feminino. Por acaso eu as satisfaço como efeito colateral. Para uma visita, é melhor ver tudo arrumadinho do que enxergar logo aquele buraco cheio d'água, mesmo que esteja limpinho, este é meu motivo.

Mas num banheiro público masculino me recuso a fazer isso para os outros machos. Afinal eles são machos ou não? Diz-se que costume de casa vai à praça, então nesse caso seria o costume da praça vai à casa, mas não foi. Para os machos é muito mais fácil urinar na boca aberta da privada pois geralmente é larga o bastante para quase todos os tipos de esquichos, então já deixo preparada para o próximo ocupante.

Olha o charme deste toalete individual caseiro
O problema é que o próximo ocupante pode querer fazer outra coisa dentro daquele cubículo, então ele vai se enfezar de encontrar tudo levantado (as tampas!). Mas se enfezar porquê? Que abaixe as tampas e tudo mais. 

Certa vez encontrei um bilhetinho muito cretino e arrogante na porta do banheiro dizendo mais ou menos assim: Pare de fazer pipi na privada porque você já está crescidinho e está deixando uma sujeira medonha pros outros. Você sabe quem voce é, seu cachorro mal lavado, portanto vê se adquire hábidos de gente decente e pára de esculhambar com a vida dos outros. Você está deixando tudo pingado e o chão todo melado e grudento, as paredes e a própria bacia, com tampa e tudo, tudo mijado. Tome jeito seu cabra.

Não sei a quem se endereçava e nem quem havia escrito a grosseria, mas me senti ofendido mesmo tendo imaginado que fosse reclamando de alguém que tinha o hábito de sujar tudo, que não sou eu. Ora, nunca sabemos quando vamos sujar mais do que o normal, todo homem sabe disso. O troço lá embaixo costuma ter vida própria e não só pensar por si próprio, agir por si próprio, como também direcionar pra onde ele achar que deve sem nos perguntar. 

Pior ainda se o cara é gordo que nem sequer consegue enxergar o que está fazendo, fico imaginando pois com a minha barriguinha de chopp já chego a ter estes problemas de invisibilidade crônica, imagina se pesasse 150 quilos? Suponho que também muita gente deva ter problemas de design, desvios, estilo, envergadura, capuchinhos, quem pode imaginar? Estas pessoas então seriam as melhores candidatas a utilizarem o quartinho, sem falar nos gays cuja preferência é universal por óbvias razões de auto-proteção ou auto-controle evitando se arriscarem a sairem do toalete com o nariz quebrado e o dente sangrando.

Mictório de bois, no mundo perfeito, todos são iguais e não se
constrangem uns com os outros; aperta aí que cabe mais um.
Imagina um gordinho que tem que procurar a ferramenta no tato, certamente que ele não gosta da parada dos dotados.

Os velhos flácidos que não urinam mais tão uniformemente também podem ter motivo pra se esconderem, além daqueles com doenças, em tratamento com urinas coloridas, jatos intermitentes, ou com problemas fisiológicos. E o que mais eu não posso imaginar aqui, sem sequer falar nos desabilitados fisicamente, pois estes felizardos por um lado, tem seus próprios banheiros geralmente em toda parte de um país civilizado.

Resolvi colocar uma resposta na parede, e disse, tá reclamando do quê? Você é pago pra limpar então cala boca. Você sabe se o usuário não tem algum problema? Respeite-o.

No outro dia tinha outro bilhetinho dizendo, não sou faxineiro, sou usuário como você, e no terceiro dia o cara se mancou e retirou tudo, ou a polícia.

E por falar em país civilizado, tem país que não é civilizado o bastante e mesmo o sendo, ainda pode guardar muitas coisas tradicionais do passado de suas culturas. Uma destas coisas é o tal mictório de cócoras, como os dos asiáticos. Jamais passei pela experiência pois banheiros de hotéis são estilo ocidental, mas já andei estudando como fazê-lo quando chegar este dia, se chegar. Como fazer igual aos asiáticos? Este é um problema sério, só para quem tem pernas finas.

O chuveirinho das nuvens
Eles têm que se agacharem sobre um buraco no chão. 

Fácil para as mulheres de saias, mas os homens tem que abaixar as calças e se acocorarem ainda com as calças, caso contrário têm que tirar tudo e pendurar em algum lugar, o que toma muito tempo e é bem diferente do que simplesmente abrir aquela janelinha e deixar o animal olhar o mundo, uma das invenções mais bem boladas do mundo e que não têm nenhuma conotação sexual...

E daí que tudo é feito de cócoras como sapo, tudinho. Em outras culturas usa-se um chuveirinho estilo bidê de antigamente para as mulheres a fim de limpar as partes. Ora, nunca usei tal coisa e fico imaginando o que sentiria a partir daquela cosquinha (de cócegas) lá embaixo... Talvez aquilo vicie...

Toalete com música pra você não sair mais e ficar paciente. Por isso
é comum no Japão haver filas pacientes para toaletes... é
conspiração dos médicos para os clientes pacientes desenvolverem
hemorróidas e eles terem mais pacientes...
Pesquisando sobre este assunto meio escatológico, descobri um monte de coisas que não interessam, mas algumas foram curiosas.

Como os aparelhos sanitários japoneses cheios de eletrônica e botões para tudo, até para ouvir música.

Também descobri alguns toaletes de design arrojado e moderníssimo.

Do Japão, achei até descrição em Português.

O primeiro botão, com o desenho de um quadrado (止), não é para você fazer popô quadrado, significa Pare, ou seja, serve para interromper qualquer função que tenha acionado, mas não suas próprias funções, não se preocupe. 

Toalete eletrônico; este não tem música
O segundo, cujo desenho lembra uns seios mas na realidade são nádegas (おしり) direciona o jato de água para trás, e o Bidet (ビデ) com a mulher flutuando é usado com mais frequência por elas mesmas, já que o jato de água é direcionado para a parte frontal, evitando que a mulher se contamine a si própria, sempre de frente pra trás, segundo ouvi falar...

Já os botões de + e – ou escritos com caracteres japoneses não é para enlarguecer o toalete para pessoas gordas, ou estreitá-lo para pessoas finas (como diz meu filho, pessoas "thin", magras), servem para definir a pressão do fluxo da água que vai lhe lavar por baixo. Quanto mais forte, mais agradável, suponho.

Às pessoas gordas não é aconselhado visitar a Ásia...
Em alguns ainda tem o botão Dry, que quando apertado, solta um jato de ar frio, para a secagem rápida das partes íntimas, que também deve servir para torar aço. 

Mas uma das melhores características dessas privadas e que chamam muita a atenção dos estrangeiros, são os seus assentos que se aquecem no inverno.

Dizem que são facilmente encontrados em shoppings, restaurantes, estabelecimentos gerais e até em casas japonesas.

Que figura é essa, meu? Homem ou mulher? E a tampa fica batendo,
abrindo e fechando, abrindo e fechando, com o toalete em curto
circuito, esquichando pra todo lado. Toalete, de uma figa, isso é
assédio sexual, resolva-se, olha aqui pra você, enxergou?
Que calor sente-se aqui, vem, senta aqui, quem não gosta de sentar no quentinho, dizem estes toaletes...

E agora, para resolver os problemas dos casais, inventaram algo importantíssimo: o toalete que identifica homens e mulheres e abre ou fecha sua própria tampa de acordo. Quem criou deve ter sido um católico cansado de tanta separação conjugal...

Mas como nada é perfeito, tais toaletes não identificam travestis porque a identificação é pela aparência externa e não interna. É uma pessoa volumosa, é homem.

Por favor, não deixem o toalete louquinho, vistam-se direito e nos conformes. Se o toalete tem música, pode se conectar com a internet. Conectado com a internet ele pode ser hackeado como andam hackeando aparelhos eletrônicos de hospitais. Toaletes podem matá-lo no futuro.

E se o menino ficar curioso?

Bem, este mictório mais baixo é para homens baixinhos. O que aconteceria se um menino ficasse curioso, como você reagiria? Ele pode lhe processar, faz que não vê e sai de fininho que não vai dar pra fazer o que você pretendia fazer... urinar, mentes poluídas.

E onde está a espiritualidade neste post?

Bem, casais que se separam por causa de tampas de toalete não se amam. Mulheres podem exigir dos homens levantarem alguma coisa mas não as tampas de aparelhos sanitários. Elas não têm mais direitos do que os homens e mesmo nas catástrofes elas acham que é discriminação a frase "mulheres primeiro". E quanto ao preconceito, este está sendo herdado pelos "smart" toaletes na hora de identificarem os gêneros dos usuários.

2 comentários:

  1. Na minha opinião o mictório ainda tem muito o que evoluir

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    1. Olá, Mictório, parabéns por sua invenção de anunciar aqui. Para quem não sacou, click na palavra "mictório" para conhecer a sessão paraíso dos mictórios. Fico imaginando que evolução seria essa... fraudas?

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