sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Yô-rô-lêi, i-tí

A música é uma das coisas mais belas do mundo. Através da música, doentes podem se curar, se a teoria das cordas fosse aplicada na medicina. A música atrai, acalma, realiza, satisfaz. Cure-se imediatamente escutando músicas do Senhor dos Anéis tocadas pelas belas gêmeas idênticas norte-americanas Camille and Kennerly. Camille and Kennerly Kitt são atrizes e hapistas elétricas e acústicas que compõem, arranjam e performam como The Harp Twins (As Gêmeas da Harpa). Se isso não for celestial, nada mais o é. Em Inglês, Camile e Kennerly Kitthttps://en.wikipedia.org/wiki/Camille_and_Kennerly_Kitt


Ao procurar pela música dos anjos para ilustrar este post, encontrei estes dois rapazes portuguêses surpreendentes que formam um grupo chamado Anjos. Era o que eu gostaria de ver no Brasil, algo assim como um Victor e Leo mais urbano. Curta os Anjos cantando Há-de Haver Onde Começar, uma bonita balada do álbum Segredos, lançado em 2003. Eles não parecem religiosos e espero que não sejam, não precisam:


Este post sobre voz nasceu da minha vontade de explicar, até para mim mesmo, o que faltava nos cantores e cantoras brasileiros que eu acho tanto no exterior anglo, o que me levou a vários conceitos e palavras novas. Ao mesmo tempo coloco aqui material para minha própria ilustração posterior, disponível para vocês também.

Mais difícil foi achar o palavreado correto para exprimir um jeitinho que hoje em dia é muito difundido em que o cantor escorrega na nota, como se sua voz falhasse e ele desse uma desmunhecada, saindo uma nota falsa no meio de duas outras. Como explicar isso?

"Quando você olha para o lado mal, cuidado você o tenha... 
porque o lado mal também olha pra você." Yoda.
Acabei achando o termo certo, "yodel", que não tem nada a ver com Mestre Yoda de Guerra nas Estrelas (Star Wars) e vem do jeito como gentes de várias partes do mundo cantam músicas folclóricas encaixando "yô-rô-lêi, yô-rô-lêi, i-tí", que é uma mistura de voz de peito com falsetto, parecendo que a pessoa está acometida de soluços. Os índígenas latino americanos dos Andes cantam assim com suas flautas, bem como os cowboys do interior dos Estados Unidos, os tirolêses austríacos e os suiços.

Tanto fiz que descobri.

Acabei me empolgando e encontrando também a palavra para designar o tremor na voz em longas notas, que é chamado vibratto. Então resolvi colocar todos os conceitos aprendidos em ordem alfabética que vem a seguir, e "yodel" vem no final da lista, no post seguinte.

Alcance da Voz (Range)

É a faixa de todas as notas que um cantor pode alcançar - incluindo a nota mais alta, a nota mais baixa, e todas as notas intermediárias. Os cantores iniciantes começam geralmente com um alcance mais curto do que cantores mais avançados porque as notas altas ou baixas tornam-se mais fortes com a prática. Ao você praticar exercícios, sua gama se expande se você é um novato ou mesmo um cantor avançado. Roberto Carlos e Caetano Veloso são exemplos de como suas vozes melhoraram na maturidade depois do treino forçado dos palcos.

Conhecer a gama ajuda a pessoa a descobrir seu tipo de voz, porque um baixo pode cantar mais alto do que um tenor, e uma soprano pode cantar mais baixo do que uma mezzo. Os fatores que mais afetam o modo de determinar o tipo de voz são o intervalo no qual parte de faixa da pessoa é mais confortável para ela cantar, dominando as transições.

Da página do Gizmodo citada abaixo, o título original deste gráfico ao lado é As Escalas Vocais dos Maiores Cantores do Mundo. Se você está confuso sobre o porquê de Axl Rose do grupo Guns and Roses estar no topo da tabela de vozes como a de Freddie Mercury ou por que diabos Lana del Rey e Lady Gaga estão nesta lista, não se preocupe, tudo tem uma explicação.

A explicação é que estes não são os maiores cantores do mundo. Alguns deles são, é claro. Mas os outros não estão só porque tenham uma ampla faixa vocal, o que não tem muita importância quando se trata de um cantor realmente incrível.

Por definição, alcance vocal é "a medida da amplitude dos arremessos de como uma voz humana pode soar." Mas enquanto você pode bater todas as notas, existem muitos outros fatores que separam as Lana del Reys e Ladies Gagas deste mundo dos maiores cantores reais de todos os tempos.

A primeira é a tessitura, que é "onde a voz se encontra mais confortável para cantar." Enquanto Axl Rose pode bater mais oitavas do que Freddie Mercury, isso não significa que Axl Rose é capaz de manter essas notas ou atingí-las facilmente. Mercury, por outro lado, era conhecido por sua incrível flexibilidade.

A pessoa com boa voz mal abre a boca, dizia minha mãe
Mas talvez a coisa mais importante é o som da voz - o timbre - o que distingue uma voz rica e cheia de personalidade das vozes pop esganiçadas que povoam as paradas. Para mim, por exemplo, Milton Nascimento é dono de uma incrível voz cristalina e ontem, ao assistir o filme Ó Pai, Ó descobri que o timbre de voz do Lázaro Ramos também me agrada muito, mesmo que ele não tenha desenvolvido o vibratto naquele filme, ou seja, vibratto não é essencial, mas para mim, extremamente desejável, principalmente quando o sujeito dá uma longa nota e no final a colore com um vibratto ao invés da nota ser fastidiosamente igual.

É por isso que a maioria das bandas e cantores de hoje soam mais ou menos o mesmo, especialmente através de cada categoria. Exemplo: todos os os despretenciosos e reclamadores cantores indie produzem o mesmo som. Pessoas como Freddie Mercury, David Bowie, Elvis Presley, Nina Simone, Aretha Franklin, Johnny Cash, Van Morrison, Marvin Gaye ou Tom Waits - para citar apenas alguns da lista - têm uma personalidade distinta que têm pouco a ver com suas gamas vocais, mesmo quando seus intervalos vocais permitam fazer certas coisas. Cash pode não ser capaz de bater as notas altas de Christina Aguilera, mas aquela voz enraivecida estava anos-luz à frente em textura e personalidade. Em Inglês, O Alcance Volcal dos Mais Famosos Cantores do Mundo:

http://www.gizmodo.com.au/2014/10/the-vocal-range-of-the-worlds-most-famous-singers/

Este vídeo é moderno e apresenta um casal dançando ao som da voz de Connie Francis cantando Besame Mucho, para mim uma das vozes femininas cristalinas mais belas do universo, que fez sucesso nos anos 50. Para mim esta voz era o símbolo da feminilidade.


Aqui você encontra até as músicas em que os cantores citados conseguem as notas mais altas e mais baixas, em Inglês, Maiores Alcances Vocais do Mundo:

http://www.concerthotels.com/worlds-greatest-vocal-ranges

Aqui outro vídeo moderno ilustrando a música cubana Siboney, clássica de 1929 por Ernesto Lecuona, cantada pela brilhante Connie Francis, cuja voz comparo à de Julie Andrews. Esta música, cantada por um homem, fazia parte da coleção fonográfica do meu pai, discos de 78 rotações por minuto que eu, aos 4 anos de idade e em cima de uma cadeira, já manipulava na radiola sem quebrar, pois afinal, era uma música por lado de disco e exigia muita mão-de-obra ouvir música gravada naquela época:


Aqui o ranking das vozes mais baixas e mais altas do mundo, em Português, Voz Absoluta:


Análise Vocal

Aqui sobre o alcance de Xororó, Elevador Musical:


Este site é bem especializado, uma descoberta agradável, Contraltos, Mostrando o Seu Valor:


Alimentação

É importante para uma boa voz, principalmente frutas cítricas, maçã, água.

As frutas, principalmente as cítricas, podem ajudar bastante na melhoria da voz, pois possuem ação adstringente, limpando e afinando a saliva da laringe. A maçã, mais especificamente, ajuda a evitar também o pigarro (irritação na garganta) que machuca as cordas vocais. A maçã, por sinal, é um alimento tão precioso que possui até um ditado próprio, "an apple a day keeps the doctor away" (uma maçã todo dia mantém o médico na Turquia - adaptação minha!). Conheço uma pessoa que curou-se de calos nas cordas vocais que a deixavam rouca apenas mascando maçãs em exercícios descritos por uma fono-audióloga, o que a fez escapar de uma cirurgia iminente nas cordas vocais prescritas por um otorrino-laringologista mercenário.

Beber bastante água em temperatura ambiente é fundamental para a lubrificação das cordas vocais, o que também facilita a chegada ao tom de voz mais agradável da pessoa.

Apogiatura

Ou appoggiatura ou non-harmonic tone são tons intermediários não harmônicos, que saem fora da harmonia normal, ou seja, distoantes, dissonantes, mas admitidos como charme no meio da melodia.

Apogiatura é um termo musical que se refere a uma nota utilizada para ornamentar a melodia principal da música, a qual é secundária e pode estar abaixo ou acima da nota principal mas deve ser uma nota vizinha. Vendo a grosso modo parece que apogiatura e melisma são a mesma coisa, mas isso não é verdade.

Dentro do melisma podem e existem diversas apogiaturas, mas a apogiatura por si só não é um melisma.

A apogiatura não é utilizada apenas na voz, mas sim em todos instrumentos musicais quando executam melodias para dar um toque a mais e posicionar a personalidade do músico que está interpretando.

No canto, a apogiatura é uma técnica que abre um leque enorme de possibilidades para o cantor, e o próprio melisma não seria nada sem a apogiatura. Um grande exemplo de utilização de apogiatura é o da cantora Lauryn Hill.

Ela usa perfeitamente essa técnica, e praticamente todos os seus improvisos são trabalhados em cima de uma boa apogiatura e um vibrato forte. Veja aqui no blog de Caio Sampaio, em Português, sobre Apogiatura:

http://cantarbem.com/apogiatura/

O que são apogiaturas? Veja aqui, num dos podcasts (apenas som sem imagem, usando o piano) de Duane Shinn, em Inglês, Apogiaturas, o Que São?:

https://www.youtube.com/watch?v=NJHrvdjtMuc 

Aquecimento

Antes da perfórmance, para não escorregar nem pigarrear, a pessoa deve fazer um aquecimento vocal.

Para fazer o aquecimento, a pessoa deve cantar primeiro as notas que estão no meio da sua extensão vocal, indo depois para as notas mais baixas de sua extensão e depois voltando para o meio. Fazer o mesmo com as notas mais agudas, tudo com o auxílio de um instrumento musical. Praticar por pelo menos uns 10 minutos em cada região de notas e não forçar a voz caso não consiga alcançar uma determinada nota. Apenas deve-se relaxar e tentar novamente que acaba entrando... no tom.

Aulas de Canto

Na cultura anglo, as notas não são como cantadas por Julie Andrews no filme A Noviça Rebelde, Dó, Ré, Mi, elas são representadas por letras, o que remove toda a graça da coisa, mas isso é bem típico dos materialistas, transformar sonhos em matemática. 

Preliminares sobre Canto: Como Funcionam as Cordas Vocais? (Ep.9: Singing Basics: How do Vocal Cords Work?), em Inglês:

https://www.youtube.com/watch?v=P2pLJfWUjc8 

Descubra seu Tipo de Voz Aqui com um Teste Simples e Revelador! (Discover your Vocal Type Here with a Revealing but Simple Test!), em Inglês:

http://www.powertosing.com/

Canal de Chuck Gilmore no Youtube, Força no Canto, Cante Mais Alto com Mais Beleza, Mais Confiança e Mais Poder (Power to Sing, Sing higher with beauty, confidence and power) com dezenas de lições sobre como cantar melhor:

https://www.youtube.com/channel/UCa3n5OOxDUt-NX_uX0hYtng

Muitos estudantes acham que cantar é um grande mistério. Eles não entendem como suas vozes trabalham, porque elas trabalham do jeito que trabalham, nem o que está envolvido no ato de cantar.

Exercícios de Canto

Falar em vários tons:
  • New, new, new, new, new, new, new, new, new (pronuncia-se "níu")
  • Dó,  Ré,  Mi,  Fá,  Sol, Fá , Mi,  Ré, Dó
  • Nay, nay, nay, nay, nay, nay, nay, nay, nay (fala-se "nêi", esta vogal força mais)
Dicas do site Como CantarHowtoSing.com

Como Se Tornar um Cantor Melhor: Dicas (How To Become A Better Singer: Tips), em Inglês:


Como SUA VOZ Soa para os Outros? (What Does YOUR VOICE Sound Like To Others?), do instrutor vocal Chris Beatty em vocalcoach.com & blog.vocalcoach.com, em Inglês (as orelhas de elefante):


Os quatro tipos de vozes mais comuns são soprano, meio-soprano (chamada mezzo), tenor e baixo ou barítono. Na internet existem ilimitados recursos para se treinar canto.

Colatura, Coloratura, Coloração ou Cor

O termo coloratura significava, na origem, "virtuosismo" e se aplicava a todas as vozes. Hoje, aplica-se a um tipo de soprano dotado de grande extensão no registro agudo, capaz de efeitos velozes e brilhantes.

Cantoras celtas
Similar a vocalizes, colorações são vocalizes ou sequências de notas com prática envolvendo apogiatura que é quando a voz muda de nota e joga outra no meio, mais alta ou mais baixa, ou envolvendo melisma quando se utiliza várias notas.

É interessante ver Adam Lambert falar sobre o uso da cor em sua voz. A cor vocal depende do tipo de voz que você tem naturalmente - vozes mais graves são naturalmente mais escuras, por exemplo.

Isso fica um pouco complicado quando alguma cor é realmente adicionada através de mudanças minuciosas nas ressonâncias em sua garganta e boca - mas, ele faz isso com sua mente, ao invés de embarcar numa luta livre com seu próprio corpo.

Metrônomo mecânico que mede compassos
Compasso, Batida, Ritmo, Tempo

Para entender compasso, é preciso entender ritmo (rythm), batida (beat), tempo e compasso (measure).

Ritmo é um padrão de pulsos regulares ou irregulares. A coisa mais básica para alguém se esforçar numa música é entrar em seu ritmo. O ritmo é o coração da música.

Batida é uma posição no tempo, por exemplo, marcada pelo ponteiro dos segundos num relógio.

Tempo é a marcação da velocidade das batidas, por exemplo, por minuto. 1 minuto tem 60 segundos, ou 60 batidas, analogamente.

Compasso é conjunto de batidas agrupadas ao longo da música, por exemplo, um compasso tem 4 batidas ordenadas. No metrômetro o compasso é definido por um tempo forte e os outros fracos.

Veja em Teoria musical - Batida, tempo e compassos | Music Theory - Beat, Tempo and Measures por Ricardo Frade (Portugal):

https://www.youtube.com/watch?v=8Oxh3tTJ40c 

Dina e João, a dança também requer altíssimo grau de ritmo
Na notação musical, um compasso é uma forma de dividir quantitativamente em grupos os sons de uma composição musical, com base em pulsos e repousos. Muitos estilos musicais tradicionais já presumem um determinado compasso, como a valsa, por exemplo, que tem o compasso 3/4 (diz-se 3 por 4) e o rock tipicamente usa os compassos 4/4,12/8 ou 3/4.

Os compassos facilitam a execução musical, ao definirem a unidade de tempo, o pulso e o ritmo da composição ou de partes dela. Os compassos são divididos na partitura a partir de linhas verticais desenhadas sobre a pauta. A soma dos valores temporais das notas e pausas dentro de um compasso deve ser igual à duração e definida pela fórmula de compasso.

Museu do Amanhã, na praça Mauá, Rio de Janeiro, do arquiteto
espanhol Santiago Calatrava, cujas aletas móvies geradoras de
energia se parecem com a representação gráfica do ritmo (grandes
estruturas de aço, que se movimentam como asas, e servem de
base para placas de captação de energia solar
)
http://museudoamanha.org.br/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Museu_do_Amanh%C3%A3
É comum a pessoa que pretende cantar sair fora do compasso e também o cantor iniciante bater o pé ou seguir o compasso com as mãos ou com a cabeça a fim de entrosar-se nele e saber quando começar a cantar, mantendo o ritmo. Ter ritmo não é algo para todo mundo, e cantar basicamente significa dominar o ritmo e a afinação, ou seja, cantar sem destoar do resto dos instrumentos ou corais, emitindo as notas certas e na sequência e ritimo adequados. Muitos cantores novatos não têm paciência de esperar os quatro tempos, por exemplo, antes de entrar com uma harmonia, enquanto outros não entram na deixa da orquestra ou da banda, tendo que esperar os quatro tempos seguintes para conseguirem entrar de novo. Mais difícil ainda é quando o cantor tem que cantar sozinho, sem acompanhamento. O ritmo tem que estar dentro de si, em seu coração, que por sinal, também pulsa ritmicamente. Se você olhar em volta, tudo tem ritmo, e quando não tem, é caótico e você se sente mal, não consegue se encaixar.

Muitas pessoas já nascem com esta capacidade de entrosar todos os detalhes que formam a arte de cantar, mas algumas pessoas simplesmente não conseguem, e por isso acham que as outras nasceram com um "dom". O mesmo acontece com os pintores e qualquer outro tipo de artista.

Adriano "mineirinho" de Souza, campeão mundial World Surf
League 
masculino 2015, nasceu com o "dom" do surf
Na minha opinião de ter nascido com vários "dons" nunca utilizados nesta vida em que Deus me empurrou para a tecnologia robótica, eu diria que tudo relacionado às artes é coisa que se aprende com muito treino, repetição e determinação, e isso é o que aborrece muita gente que desiste facilmente decretando que não podem ir adiante e que estão perdendo tempo. Verdade, eu diria, que para umas pessoas é mais fácil treinar, enquanto que para outras parece algo como remover montanhas. Tudo depende muito de cada um, de cada corpo físico no caso de cantar, pois o simples fato de uma pessoa não conseguir se afinar pode se dever ao tipo de conformação craniana dela que não reflete o som que ela está produzindo externamente de forma correta internamente. Coordenação motora, por exemplo, é necessária para desenvolver-se na arte da pintura, além do domínio das cores (complicado para daltônicos), e paciência é muiro requerida para aprender-se a tocar um instrumento lendo-se partituras. Tudo requer o emprego de muito tempo solitário, que também não é algo a que todo tipo de personalidade se ajuste com facilidade.

A música Fairground com o Simply Red tem um compasso bem difícil que eu chamaria de 5 por 4 em sua maior parte. É um compasso forçado e não natural, mas que funciona e não confunde seu intérprete que é especialista em ousar com muita experiência.


O compasso define e se ajusta às vibrações que regulam nossa vida material. Não sei como música transcende ao mundo espiritual se lá a vida não é regulada pelo tempo ou pelo espaço, ambos produtos de compasso, ritmo e vibração. Porque nos sentimos tão bem e embriagados quando expostos às batidas nas baladas? Porque somos praticamente feitos de harmonias e ritmos dentro da gente. Nossa vida material começa a vibrar quando nossos elétrons vão se concentrando nos nossos átomos que formam nosso corpo material. Dalí em diante jamais deixaremos de vibrar até a morte. Provavelmente nossa vida após a morte (ou antes) também é regulada pelas vibrações do universo. E vibração é música. A vida é vibrante!

Cordas Vocais

Tudo começa com as cordas vocais. Especialistas olham para suas cordas vocais sob um escopo flexível ou rígido. No âmbito flexível é usado um pequeno cabo com uma câmara no final do mesmo. É inserido pelo nariz e estende-se pela garganta para ver as cordas vocais. O escopo rígido é como um grande caneta com uma câmera na extremidade. É usado para olhar dentro da boca e da garganta.

Ambas as imagens se assemelham. Isso pode ser confuso porque as cordas vocais são horizontais na garganta. Mas quando o escopo vê as cordas e as projeta no monitor, elas parecem que estão na vertical (ou para cima e para baixo).

Atenção: isso são apenas cordas vocais e não o que vocês estão
pensando...
As cordas vocais às vezes são chamadas de pregas vocais e estão localizadas na porção média do pescoço, a meio caminho entre a parte superior e inferior do pescoço. Há duas cordas vocais, elas estão conectadas na frente de seu pescoço e abrem e fecham na parte de trás do seu pescoço. 

Elas estão localizadas no interior da "caixa de voz", ou laringe e se assentam no topo de sua traquéia por onde passa o ar. 

No homem, suas cordas vocais estão exatamente atrás do pomo de Adão. As mulheres podem às vezes sentirem seu pomo de Adão colocando o dedo debaixo de seu queixo e escorregando para baixo até o meio do seu pescoço como se arrastasse o dedo para baixo em direção ao seu peito. No meio do caminho do seu pescoço elas podem sentir um pequeno solavanco. Isso é seu mini-pomo de Adão e suas cordas vocais estão logo atrás. 

O pomo de Adão que esconde a caixa de voz do homem
No nascimento, as nossas cordas vocais são do mesmo comprimento, cerca de 2 mm. Aos 20 anos, as cordas vocais das mulheres medem cerca de 10 milímetros sendo 16 milímetros para os homens. A mudança da voz nos homens é muito maior e isso faz um aprofundamento do conhecimento da voz mais desejável para poder fazê-la cantar durante e depois desta mudança vocal. A minha modificação, por exemplo, foi desastrosa. De repente, eu não podia mais dar meus trinados e tive que abandonar a carreira...

As cordas vocais são de tecido e tri-dimensionais. Isso significa que elas têm comprimento, largura e profundidade. Assim como outros tecidos de nosso corpo, existem diferentes camadas de tecido. As cordas vocais tem 3 camadas primárias, músculos, ligamentos e mucosa. Essa é a camada externa e lisa da corda vocal.

As cordas vocais se abrem durante a respiração, se juntam quando fazemos barulho com nossas vozes, e se cobrem quando engolimos. Um tipo de tampa, chamada epiglote, se fecha sobre as cordas vocais quando engolimos. Às vezes, fluido entra através dela e tossimos para limpá-la.

Quando o ar passa através de nossas cordas vocais ao estarmos a falar ou cantar, ele cria uma série de ondas sonoras que podem ser ouvidas. A esta série de ondas sonoras chamamos de vibração. As cordas vocais criam as vibrações iniciais que são os tons iniciais que ouvimos e que começam o som que fazemos quando falamos e cantamos. Elas acontecem milhares de vezes por segundo, diferente do vibratto que é controlado e produzido na garganta.

Você conhece o seu tipo vocal? Não nos referimos se você é um soprano, alto, tenor ou baixo. O seu tipo vocal ajuda a entender o que suas cordas vocais tendem a fazer quando você canta. Por exemplo, se você tem uma voz de peito leve ou nenhuma, isso significa que suas cordas vocais não fecham tão firme quanto seria necessário para cantar.

De acordo com cada tipo vocal, suas cordas vocais tendem a fazer coisas específicas quando você canta.

Depois de saber o seu tipo vocal você pode começar a eliminar os pontos fracos em sua voz e obter aquela que você deseja. Estes tipos de estudos ou treinos eu não fiz quando mudei a voz. Não existia internet naquela época...

Visite PowerToSing.com, em Inglês. Faça o PowerTest e responda às perguntas. Imediatamente você vai descobrir o seu tipo vocal. Explore o Knowledge Center on Power to Sing (Centro de Conhecimento sobre o Poder de Cantar). Saiba mais sobre o tipo de local e os exercícios que lhe ajudarão a melhorar a sua voz única.

Dicas de Chuck Gilmore do Power to Sing (Poder de Cantar). Você pode cantar com maior beleza, confiança e poder.

Dinâmica

Trata-se de mais volume ou mais suavidade na voz.

A dinâmica pode dar vida às suas interpretações. Escolha um tom confortável e comece crescendo a voz para um volume mais alto. Depois decresça para uma voz mais suave, menos intensa.

Escalas (Scale)

Escalas são sequências de notas de Dó a Si maior ou pentatônicas.

Denominam-se escalas pentatônicas, em música, ao conjunto de todas as escalas formadas por 5 notas ou tons, ao contrário das escalas diatônicas de 7 notas.

As mais usadas são as pentatônicas menores e as maiores, que podem ser ouvidas em estilos musicais como o blues, o rock e a música popular. 

C D E G A (ou Dó Ré Mi Sol La) ⇒ repare que as as notas F (Fá) e B (Si) da escala maior natural foram suprimidas por se assemelharem ao bemol. Observe que entre E (Mi) e F (Fá) não existe tecla preta bemol no teclado do piano bem como entre o B(Si) e o próximo C (Dó).

As escalas pentatônicas maiores e menores são as escalas mais estáveis pois não possuem intervalos de semitom e por isso são facilmente reproduzidas vocalmente, podendo ser cantadas.

As escalas pentatônicas são mais ambíguas do que as escalas diatônicas de 7 notas e por isso são boas opções para o improviso, assim para um mesmo acorde podemos escolher várias pentas que soarão bem com ele.

Invertendo as notas desta mesma escala pentatônica maior temos outras quatro escalas pentatônicas. Assim a escala penta maior de C começada na nota A formará a escala penta menor de A.

Na guitarra ou violão podemos memorizar facilmente os 5 padrões ou shapes formados por cada inversão da escala pentatônica e usá-los para o improviso.

No blues é comum usarmos a pentatônica menor para improvisar sobre um acorde dominante maior. Por exemplo, podemos improvisar com a penta menor de Lá (A) no acorde A7 (lá maior dominante).

https://pt.wikipedia.org/wiki/Escala_pentat%C3%B4nica

Extensão

Mesmo que altura ou alcance tipo tenor, barítono e baixo, contralto, mezzo soprano e soprano, todas as notas que um cantor consegue cantar fisicamente formam a sua extensão vocal.

Estilo de Música

Agora que você já sabe em qual altura você consegue cantar, escolha um estilo de música que você goste para praticar. Existem muitos detalhes e “firulas” típicos de cada estilo musical, por isso é interessante você observar como os cantores exploram as técnicas vocais no seu estilo, com o objetivo de treinar e aprimorar essas técnicas depois.

Qual a voz ideal para cada estilo? Diana Goulart responde.

Seresta – Pede vozes mais próximas à estética lírica. Uso constante do vibrato (aquele “tremido” na voz). Valoriza-se o “vozeirão”, os arroubos na interpretação. Os finais devem causar impacto, como por exemplo terminar a última frase com uma nota bem longa e bem aguda. Seresta é grandiosa.

Bossa-nova – É o oposto: procura-se um naturalismo absoluto, vozes coloquiais como numa conversa íntima, às vezes sussurrantes. Bossa-nova é minimalista.

Jazz – Não há um padrão vocal definido. As vozes podem ser límpidas ou soprosas, roucas ou cristalinas, com muita ou com pouca intensidade. Uso controlado do vibrato para dar expressividade a alguns trechos. É fundamental ter domínio do texto musical – compreensão rítmica, melódica e harmônica (ainda que intuitiva). Também é importante ter capacidade de improvisação. O Jazz é polivalente.

Aulas de canto em Brisbane: 
http://sonomusic.com.au/singing-lessons/
Blues – A voz deve ser mais rouca, passando um sentimento de tristeza, um lamento; usa-se muito portamento (o cantor “arrasta” uma nota para cima ou para baixo), e é comum usar vibrato nos finais de frases. Blues é arrastado.

Samba
  1. Samba-Enredo: Voz potente, energética, com ataques bruscos (“grito de guerra”), geralmente com algum tipo de rouquidão ou aspereza.
  2. Samba Urbano: Não precisa ser tão energético, mas deve ter vitalidade. Geralmente evita-se uma voz excessivamente “limpa”, cristalina.
  3. Samba-Canção: Pode ter diversas leituras, mais próxima à seresta ou ao jazz. Depende da opção do intérprete e do tipo de arranjo usado.
Samba é vivo.

Bolero – Também depende muito da proposta estética de cada cantor; admite ampla escolha de recursos vocais, mas há uma tendência a favor das vozes mais “cheias”. Há uma valorização das regiões mais graves femininas e mais agudas masculinas, sempre com uso do vibrato. Bolero é sensual.

Sertanejo – Valorização dos sons agudos, que geralmente são emitidos com bastante volume. A sonoridade da voz pode ser anasalada, metálica. O vibrato é feito com esforço muscular, havendo movimentação visível de pescoço e cabeça. Sertanejo é exagerado.

Pop/Rock Suave – Abrange toda a gama imaginável de tipos vocais. Distingue-se muito mais pela postura estética, pela atitude no palco e pelos arranjos do que por características vocais. Pop/Rock é criativo.

Heavy Metal – Atitude é fundamental. A voz deve ser agressiva, transgressora, gritada. Ao mesmo tempo e paradoxalmente, existe uma valorização dos cantores de rock com treinamento lírico, que atingem notas muito agudas com grande potência e clareza. Heavy Metal é absurdo.

http://musicaeadoracao.com.br/25773/pergunta-17-qual-a-voz-ideal-para-cada-estilo/

O barquinho vai, a tardinha cai... bossa nova não requer voz...
Extensão Vocal

Altura, tenor, barítono e baixo, contralto, mezzo soprano e soprano (todas as notas que um cantor consegue cantar fisicamente).

Antes de tudo, é importante saber em qual altura que você se sente mais confortável para cantar. Uma altura difícil e inadequada pode fazer sua voz perder força e potência, além de prejudicar seu timbre e estressar suas cordas vocais.

Mas o que define a altura mais adequada para o seu canto? O principal fator é tamanho e o formato da sua laringe. Calma, você não precisa pegar uma fita métrica para descobrir sua extensão vocal. Basta fazer um teste simples, pois existe uma classificação básica para a voz masculina e para a voz feminina. 

Na voz masculina temos o tenor, o barítono e o baixo. Na voz feminina, temos contralto, mezzo soprano e soprano. Para entender o que significam esses nomes, é importante você conhecer o conceito de oitava

Quando dissermos aqui, por exemplo, Dó 3, Dó 4, Dó 5, entre outros, o número à direita da nota indica qual oitava estamos falando. O Dó 4 está uma oitava acima do Dó 3 e uma oitava abaixo do Dó 5. Para você se localizar, saiba que o Dó 2 é aquele localizado na 5ª corda de baixo para cima para pessoas destras (não canhotas), 3ª casa do violão.

Tenor

O tenor é aquele que se sente mais confortável ao cantar as oitavas compreendidas entre o Dó 2 e o Dó 4.

1º Tenor

Lá e Si 1, Dó 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, Lá e Si 2, Dó 4, no coral, é possível que chegem ao Dó 4 ou ao Si 3. 

2º Tenor

Sol, Lá, Si 1 e vai geralmente às suas 2 oitavas, Sol, Lá, Si 3. No coral, não creio que coloquem os 2º tenores para irem até o Si 3, mas em um solo é bem provável. 

Barítono

O barítono se localiza entre o Lá 1 e o Lá 3 (obs: a 5ª corda solta do violão é o Lá 1).

Começa Fá, Sol, Lá 1 e vai geralmente às suas 2 oitavas, Fá, Sol, Lá 3, no coral, não deve ultrapassar o Mi ou o Fá 3. 

Se não canta, toque...
Baixo

O baixo se localiza entre o Fá 1 e o Fá 3 (o Fá 1 corresponde à 6ª corda, 1ª casa do violão).

Se você é homem, faça esse teste junto com seu instrumento para ver quais dessas oitavas você alcança e em quais delas você se sente mais confortável para cantar. Assim você vai descobrir se é tenor, barítono ou baixo.

Ele começa geralmente no Mi, Fá ou Sol 1 (pode ser mais grave também) e, como a tessitura humana é de, geralmente, 2 oitavas ele deve ir ao Mi, Fá ou Sol 3. Mas a voz do baixo em um coral, raramente ultrapassa o ré 3.

Se você é mulher, faça o mesmo teste considerando as seguintes oitavas:

Coral
Soprano

Dó 3 – Dó 5.

1º Soprano

Lá e Si 2, Dó 3 e vai geralmente às suas 2 oitavas, Lá e Si 4, Dó 5. No coral, pode chegar ao Dó 5 ou mais. 

2º Soprano

Sol, Lá, Si 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, no coral, podem chegar ao Si ou ao Sol comumente. 

Mezzo Soprano

Lá 2 – Lá 4.

Contralto

Fá 2 – Fá 4. Existem ainda outras categorias, mas essas que mostramos são as mais comuns.

1º Contralto

Fá, Sol, Lá 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, Fá, Sol, Lá 4. No coral, também não devem passar do Mi 4. 

2º Contralto

Mi, Fá, Sol 2, e vai geralmente às suas 2 oitavas, Mi, Fá, Sol 4, no coral, raralmente chegam ao Ré 4. 

Extensão vocal refere-se ao conjunto de todas as notas que um cantor consegue articular, independente da qualidade dessa articulação. A extensão tem, portanto, uma abrangência maior que a tessitura. Enquanto que a extensão representa todas as notas fisicamente realizáveis, a tessitura refere-se às notas mais apropriadamente realizadas no que tange a qualidade da emissão. Sendo assim, um cantor poderá articular notas fora de sua tessitura mas jamais realizará notas fora de sua extensão vocal.

A frequência natural da voz humana é determinada pelo comprimento das pregas vocais. Assim mulheres que têm as pregas vocais mais curtas possuem voz mais aguda que os homens com pregas vocais mais longas. É por esse mesmo motivo que as vozes das crianças são mais agudas do que as dos adultos. A mudança de voz costuma ocorrer na puberdade que é provocada pela modificação das pregas vocais que de mais finas mudam para uma espessura mais grossa. Este fato é especialmente relevante nos indivíduos do sexo masculino. O comprimento e a espessura das cordas vocais determinam, tanto para o sexo masculino, como para o feminino, a extensão vocal, ou seja, o registro de alcance das notas produzidas vocalmente.

A laringe e as pregas vocais não são os únicos órgãos responsáveis pela fonação. Os lábios, a língua, os dentes, o véu palatino e a boca concorrem também para a formação dos sons.

http://extensaovocalvr.blogspot.com.au/2011/09/musica-do-dia_08.html

Aqui mais uma prova da excelência trabalhada da voz de Rosana Fiengo, fã de Elis Regina que também tinha um vozeirão, porém tosca e com pouco trabalho.

Como Nossos Pais, de Belchior, tocante homenagem a Elis Regina 
por Rosana Fiengo (1988) ao vivo com narração da própria no início

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