sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Adicionado num Círculo

De repente me dei conta de que fui "adicionado a um círculo". Não sei exatamente o que isso significa, em meio à ignorância total deste caipira do nordeste avesso às novidades tecnológicas com o objetivo de preservar sua sanidade mental, o qual costumeiramente acaba sendo introduzido nas mesmas pela pressão da família, das sobrinhas, dos amigos, todos chegando antes e apesar de eu ser profissional de informática, ou talvez por isso mesmo. Resolvi então dar uma olhadinha no que era aquilo, e para minha imensa surpresa fui parar numa conta de uma mulher chamada Guidi Vieira.

Guidi Vieira
Minha primeira conclusão foi a de que, de alguma forma, devo estar agradando as mulheres. Ora, qual não seja tal surpresa pois nasci, como todos os homens, para agradar as mulheres, pois não? Porém, pouquíssimas consegui agradar de verdade, pois a maioria sempre desprezou meus métodos pouco ortodoxos e antes agressivos mesmo, de soltar porta na cara quando elas não merecem. Portanto esta foi a minha primeira surpresa.

A segunda surpresa foi decobrir que trata-se de uma figura pública, uma artista, uma cantora, vejam só onde fui parar! Dobrou o prazer de ter capturado de alguma forma o interesse de uma mulher famosa, pelo que demonstrou minha exploração pelo Youtube.

A terceira surpresa veio com tanto prazer que cheguei a me emocionar cá com meus botões, que minha mulher não me veja (e ela nunca vê quando me emociono porque até hoje não me acostumei a chorar em público, mesmo desta idade em que tudo começa a ser permitido pois ninguém presta mais atenção a quem passou dos ...enta anos - veja bem, não tenho vergonha da minha idade, muito pelo contrário, tenho imenso orgulho principalmente depois das realizações pessoais, mas procuro evitar a rejeição da humanidade procurando não escancará-la sem necessidade, assim, quem sabe, ainda posso ter "ouvidos" para minhas ideias que têm se provado tão úteis a certas pessoas, mas completamente desprezadas pela maioria, que o mundo é assim mesmo).

Cena do vídeo "Chão de Ninguém" com Caio Márcio ao Violão
A terceira grande surpresa aconteceu porque resolvi ouvir o que a Guidi cantava. Preparado para mais uma decepção, acabei me surpreendendo. Apesar de não ser o tipo de música que eu curto (remixes e house music), trata-se de um acústico de extremo bom gosto e afinado com sua vozinha feminina calma, tranquila e aconchegante.

Calma, vírgula. A mulher é um furacão! Através de sua simplicidade ela denuncia a plutocracia oligárquica do sistema patriarcal, coronelista e machista brasileiro com uma sutileza característica da mulher brasileira, que é justamente o que constrasta com o confrontamento da mulher australiana que, de tanto querer suplantar o machismo daqui, acabou por perder todas as suas mais finas qualidades femininas que, dentre elas, são a meiguice e a feminilidade. 

Mais ou menos assim, se bem que estas ainda apresentam
remelexo...
Até no andar elas demonstram isso... você notaria? Pois nós, acostumados com o andar da brasileira, notamos...

Vingança

Na música Chão de Ninguém, apesar de eu ser contra a ideia de "vingança", convenhamos, dá pra entender sua letra e perdoar por espalhar esta ideia entre as mulheres contra os homens. Sempre digo para todo mundo, não é preciso você perder tempo com vingança, que costuma lhe corroer por dentro e cuja execução sempre lhe deixará com um sabor amargo na boca, sabor de quem realizou o sonho mas não se satisfez, e dali em diante sempre acompanhará a impressão de que não valeu à pena e que o propósito da vida acabou. 

A vingança das vacas...
Não é preciso se vingar porque a pessoa mesmo cava sua sepultura quando trai ou faz algo errado. 

A vida se encarrega de puní-la, e quem chega pra mim indignado e diz, que a vida coisa nenhuma, fulano morreu bilionário depois de pisar em milhares de pessoas e construir centenas de inimigos, eu digo que um dos meus motes, "aqui se faz, aqui se paga" não quer dizer que a pessoa tenha que pagar pelos seus erros aqui e agora, nesta vida. 

Existem outras vidas e tal... aí é quando as pessoas me crucificam e viram as costas dizendo, ah, isso nem eu acredito e nem eu quero saber, tem que ser aqui e agora... 

Vingança é um prato que se come frio, ou seja, depois de muito se esperar, portanto, se você quer vingança, instale-se num telão lá no céu, quando você já tiver embarcado desta para melhor, a fim de assistir o que vai acontecer com o objeto da sua vingança em suas próximas vidas como um ser encarnado através da reencarnação. 

Ah, eu não posso esperar, eu quero é agora. Das duas uma, ou você assassina a pessoa, ou estoura de ódio pelas costas. As duas possibilidades lhes são prejudiciais, portanto, exercite o perdão.

Perdão

Com o perdão, você se isenta, e a coisa preta e viscosa sai de você, liberando-o para curtir as belezas e prazeres da vida, para amar e descobrir quem está à sua volta que não se enquadra naquele perfil de gerador de ódio. 

O perdão é benéfico para você. Mas para perdoar, é preciso erradicar a sensação de que você perdeu a batalha e se acovardou, coisa que homem, principalmente, odeia sequer pensar na hipótese, e hoje em dia as mulheres de fibra também (ou será que as de todos os tempos, mesmo as Amélias de antigamente? Afinal, quantos homens importantes não morreram envenenados por elas?).

Pois bem, Guidi Vieira canta a mulher consciente, a nova mulher, que mantém a meiguice, a feminilidade, sem agredir, sem comparar-se com os homens, apenas mantendo a sanidade e a consciência que todos os brasileiros estão loucamente necessitando principalmente nesta época atual de governo ilegítimo e anti-democrático.

Então chegou a minha vez de prestar homenagem a esta surpreendente descoberta por um meio dos mais estrambóticos na minha concepção. Suponho que tenha sido bom a Guidi me "adicionar a um círculo". Se não foi bom, pelo menos serviu para ela angariar mais um fã do outro lado do mundo. Ficarei atento ao seu trabalho, e até me adaptarei ao seu estilo sublime de música.

Veja que primor, Chão de Ninguém, de Walter Fernandes com violão de Caio Márcio e produção de Marcelo Roriz, imagens e edição de Alex Frechette, gravado em 02/12/2013 (e eu não sabia):


Infelizmente nunca posso clicar "gostei" pra ninguém, com raríssimas excessões, porque não tenho conta no Facebook...

Neste momento adorei descobrir mais esta preciosidade pela internet. Assisti a alguns vídeos e gostei de suas parcerias com cantores para mim desconhecidos e da escolha de músicos de classe. Veja esta onde Guidi Vieira canta Incinero com Mauro Aguiar, canção dele próprio e Zé Paulo Becker no show de lançamento de seu CD "Temperos" no Espaço Cultural Sérgio Porto, no Rio de Janeiro, em 16/06 2014, imagens de Alex Frechette, Cláudia Severo, Silnei Andrade, edição de Alex Frechette:


Aqui o CD "Temperos" completo, sem imagens, de uma branca que canta a negritude com forte gosto de nordeste. Guidi está me fazendo as pazes com a música popular brasileira que sempre achei machista demais para meu gosto de homem que respeita mulheres decentes:


Enquanto escrevia este post, resolvi colocar nas caixas de som o CD "Temperos" inteiro para mostrar à minha mulher. Resultado: ele conquistou o direito de povoar meu MP3 no centro de espetáculos do carro em minhas viagens, com muito bom gosto.

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