segunda-feira, 21 de julho de 2014

Pós-Copa

Achei uns artigos interessantes na net sobre o Brasil após a Copa, então, na linha de divulgar o que se fala do nosso país aqui fora dele, vamos desenhar um extrato do que consegui achar hoje.

Tchau Brasil, Obrigado pelas Memórias, Jamais Esqueceremos - Barney Ronay, The Guardian

http://www.theguardian.com/football/blog/2014/jul/14/brazil-world-cup-memories-legacy-2014

Este artigo do The Guardian não parece ter sido escrito por um brasileiro, então pode ser que mereça um pouquinho de crédito. Vamos a ele.

Anjo guardião, de Clyde Caldwell
http://www.clydecaldwell.com/
Viemos esperando protestos e caos. O que obtivemos foi a reciclagem do futebol mundial como o máximo do esporte e um novo time maravilha para a Alemanha.

A Copa de Futebol no Brasil foi uma das melhores na memória viva das pessoas. Depois de 32 dias, 64 jogos, 171 gols, 182 cartões amarelos, 48.706 passes, $4 bilhões de lucro para a FIFA, uma tsuname de opiniões públicas e uma montanha de pastéis de queijo, a Copa acabou.

Primeira vez que uma nação européia vence os latinos na casa deles. A Alemanha chegou mais perto da Itália a desafiarem a hegemonia brasileira. Os estrangeiros consideram que estiveram no Brasil no verão.

Nunca houveram tantas lágrimas de atletas nos vídeos de alta definição, nem tantos sabores pungentes à disposição dos turistas que amaram vagar pelo país imenso, classificando esta Copa também como a mais sensual. 

Pela primeira vez a América Latina viajou em peso para visitar o Brasil em seu próprio continente. Até os sisudos inglêses dançaram pelas ruas de Manaus durante o calor da noite brasileira. A contenda foi tão quente que os primeiros 14 jogos produziram 44 gols. Os próximos 14 jogos produziram menos, 31 gols.

Palavras portuguêsas agora estão na boca dos estrangeiros, como "jogo coletivo" que existiu e "frango" que não existiu nesta Copa. O padrão do futebol foi alto.

Frango que não teve
Há quem desculpe a lavagem da Inglaterra por ter jogado o primeiro jogo numa caçarola quente, Manaus. O artigo também critica os brasileiros por não serem jogadores domésticos, mas importados dos países que os compraram, muito diferente dos alemães. 17 dos 22 brasileiros foram importados, enquanto 7 dos alemães jogam no Bayern de Munique, e todo o restante joga dentro da própria Alemanha, enquanto Costa Rica, Holanda, Bélgica e Argentina eram todos domésticos também.

O artigo também menciona que em todas as copas, os ingressos são vendidos para as coleções de pessoas ricas. Apenas 400.000 ingressos dos 3.3 milhões foram vendidos a pessoas pobres no Brasil, mas mesmo assim, foram.

O resto foi a distilar o veneno da crítica. Pelo menos desta vez não foi escrito por um brasileiro como estava se tornando de praxe. 

E Então, Quem Quer Ir para o Brasil? Jane E Fraser, Sunday Morning Herald

http://www.smh.com.au/travel/so-who-wants-to-go-to-brazil-20140714-3bw1m.html

Os belos corpos em Copacabana e Ipanema não causaram nenhum dano à imagem calorosa do Brasil.

No mês passado, o Brasil foi uma dádiva para as câmeras de televisão do mundo, com imagens eletrizantes tais como o sol nascendo em frente ao Cristo Redentor e percorrendo a floresta Amazônica.

O sol nascendo no Cristo Redentor, Rio
E agora, você está a fim de ir no Brasil por sua conta?

Agências de viagem e reserva online dizem que tem havido uma onda de interesse em viagens para o Brasil, pelo menos mais 32% com relação ao ano passado.

A Expedia monta em 87% o aumento das pesquisas sobre o Brasil enquanto o Flight Centre agora inclui o Brasil nas promoções de volta-ao-mundo.

O diretor de um centro de viagens em Melbourne diz que as propagandas da Copa foram fantásticas para venderem novas destinações menos conhecidas dentro do Brasil, saindo para além do eixo Rio e Amazonas.

Preços caindo
Perguntam-se até quando esta onda vai continuar. Agora os preços de hotéis estão caindo na faixa de 50%, o mesmo que acontece em toda parte do mundo, mas ainda estão caros porque muitos turistas ficaram para explorar mais o país depois da Copa. Para os novos turistas, é bom estar sabendo que muitas pousadas já estão reservadas até 10 meses adiante.

O Sucesso do Brasil como Anfitrião da Copa do Mundo Pegou Bem para as Olimpíadas - David Biller, Bloomberg

http://www.bloomberg.com/news/2014-07-14/brazil-success-hosting-world-cup-bodes-well-for-olympics.html

A um mês atrás, dizia-se que o Brasil ganharia a Copa do mundo em meio a escândalos de estádios incompletos, violência e tráfego caótico. As coisas mudaram.

Fãs de futebol arrasados saíram às ruas pedindo para a presidenta Dilma reconstruir o time de futebol brasileiro.

Mas a derrota fragorosa do time brasileiro contrasta com o sucesso da organizacão do maior evento esportivo do mundo o qual transcorreu sem maiores dramas depois de meses de crítica pública sobre estádios paralisados, greves de trabalhadores e protestos em massa. Os resultados pegam bem para o crédito de que as Olimpíadas de 2016 também acompanhem este sucesso.

Olimpíadas Brasil 2016
Foi uma completa mudança de expectativas porque as pessoas estavam prevendo a tragédia, mas a tragédia aconteceu dentro de campo e não fora dele, disse Carlos Langoni, ex-presidente do Banco Central e membro do Flamengo Futebol Clube. Ele também lembrou que atrasos nas decisões são endêmicos no país, citando que as escolas de samba do Rio, que parecem desorganizadas até o momento em que entram na passarela.

O secretário geral da FIFA, Jerome Walcke, criou um incidente diplomático em 2012 ao dizer que o Brasil precisava de um chute na bunda a fim de andar com seus preparativos para a Copa, enquanto o jogador legendário Ronaldo abriu a boca pra falar que estava decepcionado com seu país e sua falta de planejamento depois de ter gasto $11 bilhões para sediar o torneio.

Uma semana depois da abertura dos jogos, o presidente da FIFA, Sepp Blatter, disse que a primeira rodada foi a melhor do mundo. Ele deu nota 9.25 de 10 dizendo que "perfeição não existe". Este tipo de reviravolta vai pegar muito bem para os preparativos das Olimpíadas de 2016, disse Thomas Trebat, diretor do Centro Global da Universidade de Columbia no Rio.

Sucesso Tremendo

Trebat disse que a FIFA deve desculpas ao Brasil por ter feito críticas pesadas e comentários amargos durante meses e agora estão dizendo que foi o maior sucesso. A desculpa da FIFA hoje é a de que eles precisavam exercer certa pressão para tudo sair a contento e que isso é normal. 

Agora as críticas ao Rio como anfitrião das Olimpíadas rarearam. 

Nem tudo foi perfeito. Um viaduto caiu em Belo Horizonte, vôos domésticos no Rio foram atrasados, chuvas torrenciais em Recife alagaram tudo, e o tráfego pesado do Rio atrasou Pelé tentando chegar no estádio Corínthians para ver Brazil contra México.

A extensão dos preparativos incluiu feriados nas cidades onde haveria jogos, alteração nos horários escolares, e pesada segurança para neutralizar protestos de rua.

Aqui também lá vem as críticas à economia e também famosos comentários sobre grandes estádios em cidades sem times, salientando que os turistas não trouxeram o bastante para cobrir os gastos, mas já vi reportagem dizendo que tais retornos já superaram os gastos.

Na Austrália não tem isso...
O torneio injetou $30 bilhões de reais na economia e criou 710.000 trabalhos permanentes, escreveu Dilma no Facebook, dados extraídos do Ministério do Turismo e Fipe.

De 48%, subiu para 68% aqueles que deram apoio à Copa de abril para julho mas antes da derrota do Brasil. O Globo publicou Vergonha, Desgraça, Humilhação em letras garrafais na primeira página, a fim de insuflar a ira da população contra o governo, como se ele fosse o culpado. Seria isso o que você diria a seu filho? Ela devia ter publicado Terminamos Entre os 4 Maiores do Mundo, A Copa Foi um Sucesso, em letras garrafais. Isso é o que eu diria ao meu filho.

O artigo finaliza dizendo que Dilma declarou que teria sido muito ruim se o Brasil tivesse perdido a Copa por falta de organização, claramente se referindo ao fato de que, se o time perdeu, isso não tem nada a ver com o governo, é claro, mas a organização, sim.

Memórias da Copa, Daniel Taylor, The Guardian

http://www.theguardian.com/football/blog/2014/jul/14/world-cup-2014-guardian-writers-best-moments-brazil

Os repórteres do Guardian falaram sobre os pontos altos da Copa. Fora o que todo mundo já sabe sobre todos os jogadores e todos os jogos, refiro-me aos lances normais da vida de um turista no Brasil.

Memórias da copa
Daniel Taylor. Por onde começar? A visão de Copacabana pela manhã, as cervejas no Bar do Gomez em Santa Teresa, ver a vida passar na Avenida Atlântica, os bons momentos na Marina da Glória, foram os pontos altos. E mais a histeria e o barulho nos jogos do Brasil e o jeito como os brasileiros cantaram o hino nacional.

Barney Ronay ficou intrigado porque os voluntários estavam revistando todas as bolsas saindo do estádio do Corinthians porque uma garrafa de whisky havia desaparecido, amarrando-o numa fila interminável às 10 da noite. Uma garrafa de whisky?

Paolo Bandini passou maus bocados ao descobrir que o assento mencionado em seu ingresso para o jogo na arena de Dunas, em Natal, não existia. O jeitinho brasileiro entrou em cena e resolveram o problema dele e de outros repórteres na mesma situação. Outro sufoco ele passou quando o motorista de táxi em Natal tirou as mãos do volante para comemorar um gol assistido numa TV pregada no painel do carro, desembestado numa área residencial há mais de 90km/h, dizendo que o mais importante foi que ele sobreviveu àquela insanidade. Os estrangeiros não estão acostumados à expontaneidade.

Nostalgia
Dominic Fifield adorou ser rodeado de estudantes de Inglês na favela de Pavão-Pavãozinho no Rio de Janeiro a fim de treinarem o Inglês deles sem lhe dar chances de treinar o seu Português macarrônico. Perdeu o celular duas vezes dentro de táxis que lhe deixaram nos hotéis, tendo recuperado as duas vezes, porém seu óculos de sol ficaram mesmo lá no fundo do oceano em Copacabana. Isso foi incrível.

Amy Lawrence, que passou por uma feroz situação estomacal por ser vegetariana no Brasil, ficou empolgada com o vigor emocional da celebração dos argentinos em Copacabana, coisa que não existe na Europa. Ficou marcada para sempre pela cena deles cantando e correndo como lunáticos dentro do mar sob uma lua cheia nascendo no horizonte. Mais expontaneidade.

Loucos de Copacabana
Stuart James esperava por um pesadelo fora dos estádios, o qual não se materializou, levou um sermão porque estava fumando em lugar proibido e teve que mudar de lugar por causa dos segurancas. Pensava que estava na casa de Noca? O que gostou mais do Brasil foi ter a companhia de quatro fãs dos Los Cafeteros à noite no bar Fogo de Chão em Brasília que não admitiram ver o inglês solitário numa mesa reservada só para um, achando-os companhias brilhantes. Inacreditável!

Hadley Freeman ficou 13 horas no aeroporto de São Paulo por causa de problemas com o visto e uma noite sem-teto porque seu hotel deu seu quarto para fãs de futebol inglêses. Amou as tigelas de açaí, a coisa mais gostosa que já comeu na vida.

Owen Gibson, tirando a cantiga da lua má argentina de sua cabeça, achou que este foi o torneio que ele mais gostou de irradiar. Mesmo preso num tráfego por vezes interminável, havia sempre uma TV à disposição no aeroporto, no ônibus ou no táxi a fim de não perder nenhum lance. Exceto que, quando tal TV estava sendo assistida por um motorista de táxi a 90km/h no meio do tráfego de São Paulo, deu calafrios. O que mais o impressionou foi a atmosfera temerosa da invasão latino americana no Brasil sendo, no entanto, recebida em boas graças pelos brasileiros e sua famosa hospitalidade. Como seus times, os bandos de chilenos, costa riquenhos, colombianos e americanos foram um bafo de ar fresco. E ainda ter a chance de jogar com Cafu no estádio do Fluminense o qual hospedou o primeiro jogo internacional, não foi mal. Mais expontaneidade.

Que time é teu?
Barry Glendenning impressionou-se com a magnitude da visão de 50.000 colombianos todos de amarelo cantando o hino nacional deles no Estádio Mineirão antes do jogo contra a Grécia. Também chocou-se quando lhe mandaram tirar a pulseira de ouro do braço quando foi numa farmácia à noite em Cuiabá, dizendo que ela estava arriscada de ser roubada na volta ao hotel. Fora esta, todas as estórias escabrosas ouvidas antes da Copa não aconteceram. Barry também impressionou-se com a paixão dos brasileiros pelo seu time e seu hino nacional. Todo mundo, desde homens de negócio até senhoras e crianças, pareciam estar usando amarelo e verde, mas o entusiasmo deles não estava presente só nos jogos do Brasil. O país parecia parar para celebrar cada jogo.

David Hytner apaixonou-se pelo Estádio Mineirão dizendo que foi o melhor que viu no Brasil, um assalto aos sentidos justamente por ter sido palco do jogo mais tenso, traumático e selvagem que ele já cobriu na vida, ao ganhar para o Chile no pênalty. Saiu de lá com os ouvidos zunindo. Exasperou-se por quase perder uma conexão de vôo para Fortaleza porque não conseguia achar o portão 14D em São Paulo, só os 15-27, depois de passar duas horas para desembaraçar seu visto. Salvou-se por causa de um atendente que falava Inglês dizendo, o portão 14D é logo depois do portão 17. Fez sentido. Entusiasmou-se porque podia assistir a jogos pela TV dentro dos aviões, entendendo porque o torneio alcançava todo mundo no país inteiro, com o avião quase vindo abaixo quando saia um gol argentino contra o Irã.

Hino Nacional na abertura da Copa 2014. O hino tem duas partes, 
mas a música parou na primeira. Os jogadores e o povo continuou 
cantando até o fim... os australianos não sabem o hino da Austrália 
assim tão bem, além de ser bem mais curto.

Sid Lowe gostou das musiquinhas adaptadas pelos argentinos, dos fãs chilenos no Rio, e deles cantando o hino nacional também. Confirmou que Salvador era examente o que ele achava que Brasil era ao ponto de exclamar para si mesmo, uau, estou cobrindo a Copa no Brasil! Problemas com conexões e cancelamentos de vôos, mas achou normal. Apavorou-se com a manada desembestada de chilenos atacando o centro de mídia no Rio, mas disse que os piores pesadelos passados em aeroportos não foi no Brasil, mas na Europa. Nenhuma das estórias cabeludas contadas sobre os brasileiros se concretizou. Me dêem um aeroporto brasileiro todo dia que estou satisfeito. Atochar-se num elevador no meio de 8 jogadores australianos lhe deixou cabreiro porque os caras eram todos bem altos. Adorou assistir a jogos dentro dos aviões das Linhas Aéreas Azul. 

Elevador lotado
Paul Wilson desapontou-se com o agente de imigracão que achava que, por ser Inglês, tinha que conhecer a escritora Robekah Brooks. Chegou a achar que ele estava mentindo, não que não conhecesse a escritora, mas que fosse realmente um jornalista Inglês. 

Teve o azar de ser pego dentro de um ônibus quando as pesadas chuvas caíram em Recife, demorando 3 horas para cobrir 30km até o estádio, quando Alemanha mandou Estados Unidos embora da Copa. Imaginou que ia enfrentar o mesmo problema na volta, e realmente ficou preso no mesmo cruzamento durante uma hora. 

Ônibus na água
Deliciou-se com os jovens voluntários que queriam descer para irem à pé, mas o motorista não deixava dizendo que eram as regras da FIFA, então eles começaram a cantar músicas dos Beatles para alegrar os passageiros. Depois de outra hora parado, o motorista abriu as portas para os adolescentes sairem, o que deixou o resto dos passageiros embatucados sobre o que decidir. Descer com eles e molhar-se, perdendo-se na vizinhança estranha, tarde da noite, ou permanecer no ônibus e esperar. 

A maioria ficou no ônibus, incluindo um cara que reclamava muito que ia chegar atrasado no aeroporto e pegar um avião que partiria depois da meia-noite. O jogo havia começado a 1 da tarde, e àquelas alturas já era 10 da noite, e todo mundo ainda no ônibus. Finalmente o ônibus fez meia volta ilegalmente e partiu na direção oposta, quando o motorista anunciou que não tinha GPS e nem conhecia a redondeza porque havia acabado de chegar do Rio de Janeiro. 

De alguma forma ele acabou dando de cara com a avenida beira-mar e conseguiu chegar ao terminal. Foram quase 5 horas para cobrir 30km e todo mundo devia estar furioso, mas sempre tem alguém mais raivoso do que você. Nós estávamos no ônibus das 5:30 da tarde. Quando descemos, o ônibus das 3:30 da tarde chegou atrás.

Tem gente que fala muito do Brasil, e este repórter continuou dizendo que amou os restaurantes do tipo mukeka baiana com seus excelentes peixes e tempêro africano. Ele já não aguentava mais os churrascos sangrando. 

Fraldinha (mente poluída!)
Comer fora era sempre um desafio no Brasil, mas os garçons também eram sempre amigáveis. Todo mundo foi sempre educado e cortês, até os motoristas no meio dos tráfegos pesados frequentes. O Brasil apresentou-se muito mais amigável e seguro do que ele imaginava, embora as diferenças cruéis de classes sejam evidentes. Os estrangeiros estavam sempre com um nó na garganta imaginando que o slogan "as festas nos estádios não valiam as lágrimas das favelas", achando que era verdade.

Aaron Timms não conseguiu fazer o chuveiro do hotel funcionar em Curitiba pouco antes de ter que sair para cobrir o jogo Austrália-Espanha. Achou tocante quando pessoas na farmácia lhe ofereceram algodão de graça porque ele não conseguia achar dinheiro para comprar e tirar o esmalte cor-de-rosa colocado em suas unhas numa noite de bebedeira do dia anterior causado por um programa de TV da SBS. Pequenos gestos como estes lhe fizeram concluir que o Brasil é o país mais grandioso dos mercados emergentes, e que está pensando em transformar sua viagem de cobertura da Copa num livro que provavelmente não será lido por ninguém.

Todos chocados com a surpreendente vitória estonteante da Alemanha sobre o Brasil. Os gols foram tão em cima um do outro que deixou todo mundo todo e se perguntando, "what the hell is happening?" (que diabos está acontecendo?).

Fora estes todos, havia outros que não falaram nada pessoal sobre o Brasil, limitando-se a dar suas impressões sobre jogos e jogadores.

The Wall Street Journal: O Brasil Recebe 1 Milhão de Turistas na Copa do Mundo

http://blogs.wsj.com/dailyfix/2014/07/15/brazil-welcomes-one-million-world-cup-tourists/

Este número excedeu os 600.000 esperados pelo Departamento de Turismo do Brasil, sendo que 60% deles estavam visitando o Brasil pela primeira vez.

Em comparação, só 310.000 turistas foram à África do Sul na Copa de 2010, enquanto a Alemanha recebeu 2 milhões na Copa de 2006. 95% destes turistas declararam que pretendem retornar ao Brasil.

Turistas deslumbrados
Em 2014, o Brasil deve receber cerca de 6,4 milhões de turistas ao todo, o que deve subir para 14,2 milhões em 2024.

O Brasil recebe hoje uma média de 5 milhões de turistas, mesmo com suas praias paradisíacas, vibrante cena musical e cultural e cidades desafiantes como a vasta selva amazônica. Em comparação, os Estados Unidos recebem 67 milhões de turistas anualmente.

É claro que o Wall Street é conhecido por sua arrogância bem norte-americana e adora menosprezar países como o Brasil, mesmo diante de tanto sucesso esmagador, como ele mesmo menciona que tem sido as críticas ao redor do planeta após esta Copa do Mundo de 2014. Ele diz que cantar vitória em termos de turismo é "prematuro". Está com medo dos Estados Unidos perderem uma fatia de tal bolo de turistas para o grande concorrente do sul.

Sua crítica fala que os estádios só ficaram prontos na última hora, e que a indústria está cortando gastos, acrescentando que nem todos os trens e metrôs ficaram todos prontos para a Copa, salientando, é claro, a queda do viaduto em Belo Horizonte.

Como o Brasil Silenciou seus Críticos

http://www.bbc.com/news/world-latin-america-28322375

Wyre Davies

Tiro o chapéu em respeito ao Brasil, assim como muita gente devia tirar também por tê-lo subestimado, duvidando que fosse capaz de levar a cabo a maior Copa do Mundo de todos os tempos.

Todos aqueles estádios perigosos, custosos e dados a acidentes acabaram se saindo tudo bem, pelo menos em termos de controle de multidões, ingressos e experiências de jogos. Lembrem-se que, certos estádios estavam tão atrasados que não houve tempo para fazer um teste geral antes que a Copa começasse.

Apesar do Galeão, no Rio, se constituir numa vergonha de aeroporto, a maioria dos outros aeroportos manipulou muito bem a carga de vôos e número de passageiros.

Aeroporto de Recife, eleito o melhor do Brasil na Copa
E então havia aqueles protestos que todo mundo temia. Aparte o fato de alguns episódios violentos em São Paulo no dia da abertura dos jogos, ficou claro que a maioria dos brasileiros não apoiava que movimentos anti-governo e anti-Copa perturbassem o torneio.

O governo brasileiro deixou claro que protestadores não seriam permitidos chegarem nem perto das zonas de exclusão próximas aos estádios. Diante da força policial, os protestadores só conseguiram uns gatos pingados a 12km do estádio de São Paulo.

Eu vi de perto o poderio das forças policiais excessivas, mas funcionou. Até o dia final da Copa, nenhum protesto civil teve a coragem de aparecer.

Este artigo menciona o fato do "pré-crime" acontecendo no Brasil. Achei formidável porque "Minority Report" é um dos meus filmes prediletos, que trata de uma polícia do futuro que prende criminosos antes deles cometerem os crimes porque estes são preditos por seres videntes. Pois o Brasil se colocou na fronteira do futuro ao realizar tal façanha, prendendo pessoas apenas pela ameaça que elas representavam à comunidade. Mas claro que a oposição anda ridicularizando esta atitude inimaginável.

Minority Report, relatório das minorias, o FBI brasileiro do futuro,
desbaratando quadrilhas internacionais de cambistas
de ingressos que atuavam há mais de 16 anos por 4 copas e 

prendendo vilões antes que eles pepetrem os crimes, se seus
cúmplices deixassem...
Os poucos protestos que se atreveram a se organizar foram rapidamente desbaratados pelo esquema policial. Para quem não se lembra da ditadura militar, e que tanto almeja por seu retorno, bastou olhar em volta durante a Copa pra conhecer o que é intimidação e força militar. Só que desta vez o objetivo era outro completamente diferente, o de proteger os brasileiros deles próprios, e não proteger as elites dos intelectuais revolucionários que defendia o povo.

Este artigo fala que a polícia batia sem diferenciar o que era jornalista do que era protestador. Ora, quem não sabe que certos jornalistas se aproveitam muito bem disso?

Do meio deste artigo em diante, já estou com a sensação de que quem está escrevendo isso é um brasileiro, apesar de ser para a BBC de Londres. Está me parecendo que o correspondente brasileiro dela, que trabalha no Brasil, já está contaminado também pelas direitas oposicionistas e pelos "coxinhas" das classes médias ricas.

Mas vamos adiante. Este jornalista então dá o dom da graça ao afirmar que todos os movimentos de rua foram muito menores do que os pessimistas divulgavam mundialmente, senão inexistentes.

Torcida barras bravas argentina, olha do que o Brasil escapou
graças ao FBI/Interpol brasileiros
A violência mais turbulenta não aconteceu no Brasil, mas na Argentina, quando gangs "barras bravas" se atracaram em batalhas em Buenos Aires depois que levaram uma surra da Alemanha.

Claro que os manifestantes brasileiros saíram às ruas de novo imediatamente após a derrota do Brasil pela Alemanha, em marcha pelas ruas do Rio de Janeiro.

Pessoas predisseram que os distúrbios sociais aconteceriam caso o Brasil saísse da Copa prematuramente uma vez que o povo perderia seu interesse. O jornalista desce o sarrafo na seleção pífia que se arrastou até as semi-finais de um jeito ou de outro.

Na minha opinião de total ignorante em termos de futebol, simplesmente faltou à seleção brasileira um plano "B", caso faltassem alguns de seus jogadores mais fortes, mas tem muita coisas envolvida, principalmente o fato de só juntarem os estrangeiros contratados por outros países para jogarem juntos por um período curto, ao contrário dos alemães, por exemplo, que jogam todos no mesmo país. É o preço da celebridade, perder a Copa porque se perdeu o sentido de comunidade nacional em troca de sucesso, dinheiro e status de celebridade. Eu seria totalmente contra isso se alguns destes jogadores milionários não investissem no Brasil formando novos profissionais e contribuindo para a educação e até tomando conta de algumas localidades direitinho.

Ronaldo Gaúcho com o pé no mundo
Sinceramente, este repórter parece um brasileiro de baixo nível escrevendo para a BBC.

O autor prossegue dizendo que o que viu nacionalmente foi um futebol de classe média, ao contrário do futebol milionário da Europa, cujos times tem ações na bolsa de valores e os jogadores recebem salários milionários, distantes do trabalhador de classe média.

Não havia sanduíches de camarão e caviar para vender nos bares licenciados pela FIFA nem nos estádios, mas o humor era bem comportado.

A transmissão internacional foi impecável e de altíssima qualidade para atender a todos os gostos do planeta.

Ele notou que, apesar da maioria da população de Salvador ser negra, a maioria dos torcedores dentro do estádio era branca e rica, e achou que a mídia se esbaldando ao mostrar os rostos enormes e em alta definição dos brasileiros chorosos e humilhados na TV foi desrespeitoso para com o povo, mas nós sabemos qual é o motivo, não é? Insultar a população de modo a que ela torne-se ainda mais descontente e saia nas ruas para protestar e jogar sua ira nos outros, aproveitando para vandalizar as propriedades alheias, que esse é o objetivo da mídia milionária atual brasileira, desestabilizar este governo que foi capaz de fazer muito mais do que seus ídolos conservadores dos governos anteriores.

Este brasileiro disfarçado com nome Inglês menciona de propósito o pensamento de um certo treinador de Belo Horizonte que a estas alturas já acho que ele está mentindo de propósito, que disse que, para os seus rapazes, a Copa tanto fazia ser no Brasil como em qualquer outro lugar, querendo dizer que assistiram pela TV, como se fosse a mesma coisa ser em qualquer país, quando todo mundo sabe que ninguém jamais pensa tal coisa ao assistir uma Copa no Brasil, estando no Brasil ou não, existe muitíssima diferença entre ser no Brasil ou não. Quer enganar a quem?

O artigo já está degringolando para o deboche bem ao gosto brasileiro, e muito pouco à altura de uma BBC. A BBC pensa que está acertando, mas está sendo boicotada, coitada.

Não haveria a menor condição de colocar toda a população brasileira dentro de estádios, Brasil não é Noruega, com poucos milhares de habitantes. O povo tinha mesmo que assistir pela TV, o que aliás é preferível, pois não se pode ver os lances em detalhes como na TV. Mas é lógico que, antes de dizer esta asneira, este repórter mencionou que quem curtiu realmente a Copa foi quem estava dentro dos estádios. Possível mas não fundamental nesta nossa era tecnológica.

A estas alturas, seus comentários já se assemelham a gozações de inveja e despeito, ao dizer que os oficiais da FIFA estão de volta à Suiça deliciados por terem presidido à maior Copa da atualidade. Isto é sátira e sátira é a expressão da inveja.

Em seguida ele fala que o legado do Brasil é questionável. Já não era de se esperar que falasse isso?

Passou a repetir o que o Wall Street Journal escreveu, sobre os estádios que se tornarão elefantes brancos e blá-blá-blá.

Antes mesmo da Arena de Pernambuco ficar pronta, já recebeu shows com renda. Ao invés de agourar o Brasil dizendo que não tem produzido time sensacional nos últimos anos, deveria chamar a atenção para o fato de que os outros países estão aprendendo, estão se desenvolvendo, estão adquirindo novas técnicas, novas adaptações de cultura, sem falar de que aqueles que compram os tais jogadores excelentes brasileiros na realidade estão chupando ao máximo o sangue deles a fim de que os coloquem no topo do mundo. Simplesmente a competição tornou-se mais acirrada, e a técnica está mostrando seu lugar contra os artistas da bola que nascem com o dom de jogar sem ser preciso estudar ou entender muito de trabalho em equipe.

Como é bem típico dos brasileiros, este repórter começou o artigo de um jeito surpreendente que prometia uma redenção de verdade da comunidade que andou falando mal do Brasil antes da Copa, mas ele acaba seu artigo arrasando com tudo o que se propôs a propagar, que era uma desculpa ao Brasil por tê-lo julgado mal. Pede desculpas e depois quebra o pau?

No final do artigo, ele se lembra porque foi mesmo que começou a escrever e diz, pois é, apesar de tudo isso o Brasil entregou uma grande Copa. Depois de tanta granada atirada nos pés dos leitores? 

E agora a cereja final no topo da sobremesa: ele diz que este artigo serve para silenciar os críticos como ele próprio que já estão começando a se munir das sabotagens preparadas para agourar as Olimpíadas de 2016.

Gostaram desta reportagem da BBC que agora tem escritório no Brasil? Desse jeito? São News para América Latina e Caribe, ou seja, quem é que vai ler mesmo?

A BBC produz documentários e séries de TV de altíssima qualidade. Não quer dizer que acerte todas.

Brazil Hospedará a Copa Mundial dos Robôs

http://zeenews.india.com/sports/others/brazil-to-host-world-cup-for-robots_791706.html

Esta vem da Índia. Tal façanha acontecerá logo depois da Copa, e trará ao Brasil milhares de estudantes universitários de uma dúzia de países do mundo para João Pessoa, de 19 a 25 de julho. O nome da Copa é RoboCup 2014. Serão 3.000 universitários de 45 países em 400 times, atraindo 60.000 pessoas como espectadoras.

Esta competição foi criada em 1997 no Japão com a intenção de desenvolver humanóides capazes de ganhar uma Copa do Mundo da FIFA no futuro.

Rio, Eu Te Amo, Se Apaixone pelo Rio 10 Vezes

http://blogs.indiewire.com/theplaylist/watch-visit-brazil-with-2-international-trailers-for-onmnibus-rio-i-love-you-with-vincent-cassel-harvey-keitel-more-20140715

Artigo sobre uma experiência cinematográfica reunindo muitos diretores e artistas famosos em busca de representar histórias de amor encenadas no Brasil a serem lançadas depois da Copa, em setembro de 2014. Vamos ver no que vai dar esta mistura de Fernando Meirelles, Carlos Saldanha, José Padilha, John Turturro, Im Sang-soo, Stephan Elliott, Paolo Sorrentino, Guillermo Arriaga, Andrucha Waddington and Nadine Labaki com atores como Vincent Cassel, Rodrigo Santoro, Jason Isaacs, Ryan Kwanten, Emily Mortimer e Harvey Keitel.

O que Impressionou os Estrangeiros

http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-hoje/t/edicoes/v/turistas-elogiam-simpatia-e-receptividade-dos-brasileiros/3498850/

Beber em público, churrasco na rua, fartura do rodízio, afeto em público, abraços, abertos, simpáticos, receptivos, na Argentina só apertam as mãos dos desconhecidos, no Brasil são dois beijinhos, receber troco do motorista (não em Taiwan), paciência com turistas, olhar o mar ao invés do sol (já olhamos o mar demais), água de côco...

Mídia Cachorra

http://tudo-em-cima.blogspot.com.au/2013_06_01_archive.html

“Na imprensa do Brasil, ninguém vai saber o que aconteceu no Brasil com o meu governo. O futuro leitor tem que ler as revistas inglesas, francesas, os jornais alemães, e, acima de tudo, vocês, a internet”.

- Presidente Lula, aos Blogueiros

"Com o tempo, uma imprensa cínica, mercenária, demagógica e corrupta formará um público tão vil como ela mesma"

- Joseph Pulitzer

Quer Se Emocionar?

http://globotv.globo.com/rede-globo/fantastico/t/edicoes/v/medico-traz-menino-africano-com-tumor-para-se-tratar-em-sao-paulo/3495070/

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