sexta-feira, 11 de março de 2016

Napalm

Se você é facilmente impressionável e não se sente bem vendo os problemas físicos dos outros, cai fora, digo, pule para o próximo post.

Cantora Viktoria Modesta da Letônia e suas desejáveis
próteses. Google "prosthetics" imagens para ver que
maravilha de tecnologia.
O "cai fora" não foi assim casual, é porque realmente, você, como eu, deve encarar o problema a fim de poder entender e ajudar as pessoas que mais precisam, as que mais sofrem, e um dos maiores motivos de sofrimento humano são problemas físicos. Temos que fazer isso juntamente com o apoio aos gays e a rejeição a todo tipo de preconceito e discriminação, pois estes são os sinais do tempo...

Principalmente se não convivemos com algum deficiente e nossa tendência seja ignorar os problemas das pessoas que não vemos no nosso cotidiano.

Todo dia levante as mãos para o céu e dê graças a Deus não ter deficiência você próprio, e nem ser vítima de preconceitos e discriminações, mas não tome isso como um presente de graça. Faça por onde continuar merecendo. E um dos meios de continuar merecendo é dedicando atenção àqueles que precisam de ajuda, mesmo que eles não precisem de você, mas procurando fazer algo por tanta gente sofredora que existe no planeta, como pelo menos fazer doações a projetos de "caridade". 

Caridade está entre aspas porque eu, sinceramente, não gosto desta palavra pois ela lembra o pobre coitadinho miserável e indefeso. Quem sofre não é coitadinho e tudo o que ele quer é ser tratado em condições de igualdade, que seus problemas sejam superados, e que as pessoas os ajudem a superá-los, tornando-os úteis, queridos e desejados, como todo mundo.

Evolução Espiritual

Nunca é demais lembrar que você "merge" (mistura) o que aprendeu na vida com o resto do seu conhecimento adormecido de toda a eternidade, evoluindo, quando deixa esta vida, pois nós somos espíritos eternos, lembram? Não acreditam? Então das duas, uma, perdoem o doido aqui ou esperem só pra ver.

A famosa foto da garotinha Kim sobre perversidade, a qual correu o
mundo, a foto de Nick Ut, fotógrafo da AP, não a garotinha
Em um sonho recente, o cara vinha na minha direção, eu estava dirigindo bem rápido na avenida, indo para algum lugar, e tirando fotos com uma câmera, não com o celular que é proibido, tudo ao mesmo tempo, depois que eu havia passado por uma manobra complexa e deixado outros carros do mesmo top atrás de mim. Ele parecia uma chaga inteira, caminhando na rua, e me disse que era Napalm. Sim, lembre-se daquela famosa foto da garotinha Kim Phuc vítima de Napalm jogado no Vietnã pelos norte-americanos em 1972. 

Tive ganas de parar o carro para ouví-lo, mas ele ia me atrasar ainda mais, tive medo que me atacasse, e ainda tive mais receio de não ser tão forte para ouvir sua história sem me afetar profundamente. Ademais, não me passou pela cabeça como eu poderia diminuir-lhe as dores, e como eu não podia fazer nada, acelerei o carro o máximo que pude a fim dele não me alcançar, mas o carro não parecia ser capaz de correr muito mais, apesar da distância aumentando. Para mim eu não iria me livrar tão fácil, mas daí acordei, me livrei e fiquei pensando... 

A garotinha Kim sobreviveu e está assim hoje, 40 anos depois
Como é bom saber disso, não é?
Ontem vi na TV que, se fosse maçon, teria que parar para ajudar. Talvez esta seja uma boa razão para ser maçon.

Pensei que poderia ter sido um sonho espiritual porque foi no início da manhã e acordei imediatamente. Poderia ter sido uma alma querendo consolo, e eu devia ter feito meu trabalho, ao invés de ter fugido, entregando-lhe algumas palavras. Pois então se era assim, nesse caso me senti sozinho para arcar com a responsabilidade toda em cima de mim. Se tivesse alguém a me ajudar, a dividir a carga, seria muito mais fácil, quando eu tiver um grupo de estudo que dê suporte. Que outra desculpa mais eu posso inventar?

De novo me lembrei que tenho que "treinar" saber quando estou sonhando para perder o medo de ser atacado fisicamente e resolver fazer alguma coisa ao invés de fugir. Fugir tem sido minha decisão para preservar-me a fim de cumprir minha missão nesta vida, mas como tenho a impressão de que ela já foi cumprida (criando meus filhos), devo mudar de perspectivas e decisões para enfrentar outros desafios. Blá, blá, blá, e vamos ver até que ponto estou falando sério mesmo. No momento estou a utilizar minha capacidade de escrever aqui neste espaço democrático mundial, sem leitores, contudo. Enfim, é como publicar um livro, você nunca sabe se as pessoas vão comprar ou gostar, e espera que gostem.

Veja a história de Alex Minsky, aqui fotografado
por Michael Stokes:
http://razoesparaacreditar.com/saude/incrivel-
historia-de-alex-minsky-um-ex-fuzileiro-naval-que-
se-tornou-modelo/
Se for por isso, o sonho de hoje praticamente me empurrou para colocar uma bolsa de doações via PayPal aqui no meu blog. Ora mas que coisa! Seria isso possível, ou não passa de outro sonho doido? Enfim, isso agora está em pauta. Daí vieram as velhas preocupações, o que fazer com o dinheiro. Verdade que preciso de um pouco, mas e se um doido depositasse um milhão de dólares que não preciso, o que eu ia fazer? E fiquei pensando, bem, eu iria me desculpar mas era muito, perdoe, identifique-se que eu devolvo. Que tal dar para o Cunha, que ele precisa?

Depois fiquei pensando no que faria. Bem, iria comprar uma Ferrari... of course not, compraria uma Masserati... talvez um Porsche Cayene... também não (quem precisa disso?), mas iria levar mais tempo do que eu gostaria, a fim de bolar um belo plano de ajuda e filantropia. Poderia fazer uma lista para distribuir em doações, mas isso o doador provavelmente já teria feito. Poderia patrocinar dezenas de crianças pobres através da World Vision... enfim, já comecei com as dores de cabeça do que fazer com o dinheiro antes mesmo sequer de passar a cestinha... de todo jeito, acho que é muito cedo pra isso, que meus anjos da guarda que me passam estas dicas esperem, tenham paciência e parem de me azucrinar. Ou teria sido tentação do diabo?

Voltando ao outro sonho do Napalm, seria aquele uma dica para alguma coisa, para eu tomar alguma atitude? Então resolvi que faria um post para os necessitados, assim poderei tratar de alguma coisa que lhes aflige e quem sabe dar-lhes algum alento, pois tem gente que nem sonha com o que tem por trás de um sofrimento sob a ótica do Espiritismo. 

Daí veio na minha cabeça, como dar alento a alguém que não vai acreditar nas coisas que vou dizer-lhe? E uma coisa puxa a outra, lembrei que sempre pensei em fazer trabalho voluntário de atender às pessoas necessitadas, que aqui na Austrália é por intermédio de ligações telefônicas, assim ninguém apanha ou leva bolachas, mas tem muitos senões. 

Próteses avançadas como as lâminas de fibra de carbono usadas
pelo velocista olímpico Oscar Pistorius estão ligadas ao corpo com
punhos e correias que podem causar desconforto ou pior. Mas

atleta é assim mesmo, você conhece algum sem nenhuma sequela?
David Eulitt, Kansas City
Um dos senões é que não sou especialista em coisa nenhuma da área ligada a pessoas humanas, exceto que, como líder de times, tenho liderado bastante gente diferente e me saído quase tão bem quanto tendo liderado nossos filhos. Eu digo "quase" porque os membros das equipes não foram liderados desde que nasceram como nossos filhos, então não se pode exigir tanto, ou antes, não exigir mas obter-se os melhores resultados se pode. Não que os resultados não foram bons, longe disso, mas poderiam ter sido melhores se alguns dos liderados na época tivessem mais especialização e experiência através do estudo. Como é isso? Por exemplo, certa vez liderei um camarada que não sabia nada e que eu também não escolhi. Minha conclusão foi a de que ele não havia sido bem treinado por outros líderes à minha volta, e ficou difícil para mim reiniciar seu treinamento do zero, quando já se esperava dele conhecimento bastante para realizar suas funções. O homem me deu um trabalho danado. Eu já havia observado que, quando ele não sabia uma coisa, a sua chefa anterior simplesmente fazia por ele ao invés de ensinar. Eu ensinaria, e com isso levaria mais tempo, mas em compensação ele aprenderia, e a médio prazo estaria produzindo muito mais e com muito maior velocidade.

Água abaixo e Zica guarda-chuva
Além disso, seus filhos não fogem, quer dizer, empregados mudam de emprego, mas filhos não mudam de pais assim, com a mesma facilidade. Isso quebra a equipe e nosso treinamento que deveria durar anos como a criação dos nossos filhos acaba indo por água abaixo.

Outro senão é que fico imaginando como é que uma pessoa lida com o problema ou trauma do outro sem se envolver, sem sofrer. Bem, sofrer talvez não seja algo a se fugir, suponho que pode-se ser forte quando o problema não é com a gente, pois falar é fácil, mas não tenho muita experiência em lidar com o problema dos outros, já que os dos nossos filhos não chegam aos pés dos traumas de tanta gente. Contudo devo raciocinar mais e talvez enfrentar desafios para por à prova meu conhecimento e minhas intenções de ajudar de verdade, parar de ficar só falando, escrevendo e passar a agir também. Por à prova a coragem e a segurança de ser inabalável.

O terceiro senão tem sido a língua. Afinal cheguei na Austrália já adulto e pai de família, não poderia esperar aprender a cultura e a língua como nossos filhos aprenderam, por mais que cachorro velho ainda consiga aprender novos truques. Em minhas conversas diárias com os australianos, me pego com frequência ignorando expressões que eles dizem, bem como quando as vejo escritas. Mas que raios isso quer dizer? Ontem foi a palavra overdraft na conta bancária. Minha querida, o que diabos quer dizer esta palavra neste questionário? Ela disse, falência, se sua conta está ligada à sua falência financeira. Ah, sim, meu bem, okay, obrigado. Daí ela disse, se você não sabe uma palavra, jogue no Google. Mas isso não serve muito bem para expressões, embora eu até tenha tido sucesso ultimamente. Joguei no Google pra ver se a senhora estava dizendo a verdade e a palavra significa que você gastou mais do que tinha fundos. E "encumbered assets"? Significa coisas que você tem mas que foram tomadas ou podem ser tomadas pelo credor ou fiador.

Vai ver que esse foi o recado do sonho, ajudar mais aos outros, por isso resolvi começar a escrever o post aqui mesmo, no trabalho, caso contrário posso esquecer.

No caso da vítima de Napalm, senti-me envergonhado de, ao invés de ter parado para tentar ajudá-la, estava tirando prosáicas fotos com uma câmera.

Aqui na Austrália tem centenas de iniciativas de ajuda aos outros. Se elas são eficazes, prefiro não interferir no mérito, mas só a criação delas para mim já é um alento. O problema é que nunca consegui me decidir sobre qual juntar-me a ela. Algumas destas iniciativas referem-se a ser pai por aí, para jovens sem pais, durante um período, inclusive pais machos para meninos machos. Já pensamos muito seriamente nesse tipo de ajuda a oferecer à comunidade, mas antes de enfrentar, pesquisamos, e o que descobrimos não é nada agradável. O governo interfere demais e acaba destruindo sua privacidade e sua vida, além de deixá-lo indignado, ultrajado e com ódio dele, impedindo seu trabalho e infernizando a vida da "vítima". Então é melhor não arriscar, infelizmente, não tem quem consiga ser pai desse jeito.

Mas o fato é que, quando acordei, achei que devia fazer um post sobre os disabled (deficientes), então aqui vai um. 

No dia seguinte dois programas foram mostrados na TV ABC 2 Kids (para crianças(!)) do governo australiano e jogados no meu nariz: é assim que Deus conecta as coisas e Lhe dá as dicas, mas é você quem tem que identificá-las e ligar os pontos. Diga-se de passagem que esta TV para crianças deixa de sê-lo no meio da noite e passa a ser exatamente o contrário.

Katie e dois convidados
Bodyshockers

O primeiro foi uma série de TV com várias temporadas e episódios chamada Bodyshockers, Nips, Tucks and Tattoos (Corpos Chocantes, Afilamentos, Esticamentos e Tatuagens) feita pelo Canal 4 (o britânico Channel Four) e apresentado pela ex-modelo Katie Piper, nascida em Andover, Hampshire, Inglaterra, autora, filantropa, ativista, casada, com uma filha, e sobrevivente de ataque de violência com ácido sulfúrico jogado pelo seu ex -namorado Danny Lynch e levado a cabo pelo cúmplice Stefan Sylvestre; ambos os homens foram presos e estão servindo sentenças de prisão perpétua com possibilidade de liberdade condicional na prisão. O ataque lhe deixou sem visão num olho e destruiu seu rosto e sua pele, mas não foi o bastante para destruí-la. Ao contrário, ela acabou mais famosa do que era quando "perfeita".

O ataque aconteceu no norte de Londres e Katie foi tratada no hospital Chelsea e Westminster, onde os cirurgiões removeram toda a pele do rosto antes de reconstruí-lo com um substituto de pele e, em seguida, um enxerto de pele. O procedimento foi o primeiro de seu tipo a ser concluído em uma única operação. Katie também fez um transplante e enxerto de células tronco Ex-vivo (Ex-vivo limbal stem cell allograft transplantation - EVSCALT) no Centro de Visão (Center for Sight) para restaurar sua visão. 

Nem terminou e o cara já se arrependeu da baixaria...
Em 2009, Katie escolheu desistir de seu anonimato a fim de aumentar a consciência sobre vítimas de queimaduras. 

documentário do Channel 4, Katie, My Beautiful Face (Katie, Minha Bela Face) foi exibido pela primeira vez em 29 de outubro de 2009 como parte da série Cutting Edge (Tecnologia de Ponta); posteriormente foi repetido em várias ocasiões, disponibilizado para acesso on-line on-demand e vendido internacionalmente.

Mais recentemente, Katie já apareceu em séries de follow-up para o Channel 4, lançou uma autobiografia best-seller, e teve uma coluna regular em revistas semanais. Ela também apresenta a série de televisão Bodyshockers sobre os membros do público que se submetem a procedimentos de alteração do corpo e aqueles que lamentam os procedimentos a que se submeteram. No entanto, ela trabalha principalmente para sua organização beneficente, a Katie Piper Foundation

Começa assim, então, evitar o começo é a primeira medida
(perdoem os tatuadores do mundo, autores de verdadeiras

obras de arte, eu sou fã de belas tatuagens, mas jamais 
colocaria uma em mim...)
Este programa nos mostra as coisas mais chocantes que as pessoas fazem com seus corpos elas próprias e muitas vezes depois se arrependem. Uma pessoa leiga jamais irá imaginar até onde elas vão, sabe-se lá porque razões que elas aleguem. É de arrepiar e por vezes nos deixa enojados e tontos, que nem aguentamos olhar.

Dos casos mais chocantes de arrependimento estão aqueles em que homens se arrependem de haverem retirado seus orgãos sexuais, e mulheres de tê-los colocado artificialmente. Pouco se fala sobre isso, os transexuais arrependidos, mas eles existe em número bastante considerável.

Tenho visto muito disso na internet, em minha busca por fotos, mas sempre, nestes casos, fico chocado com o que vejo. Entre as coisas mostradas estão tatuagens, piercings, e modificações corporais em excesso e ao extremo. As tais modificações envolvem inserir objetos sob a pele como chifres, estrelas, caveiras, nas mãos, na testa, que aparecem em relevo. Não vou colocar fotos aqui porque, realmente, passo mal e não quero que vocês leiam meu blog e desmaiem. Se quiserem ver, a internet tem de tudo, estejam à vontade, Google neles.

Ideia de girico, tatuar um aspirador de pó sem mangueira... que
mulher quer ser "aspirada" depois da risada? Lógico que está 

arrependido.
O programa também mostra silicone que as pessoas colocam em toda parte como os homens criando peitorais, e entre as tatuagens, elas chegam aos absurdos de pintarem as córneas dos olhos de vermelho ou preto. As modificações corporais envolvem repartir a língua no meio como a de uma cobra, cujas extremidades têm vida própria e se movem sozinhas (...), tatuar o corpo inteiro sem deixar nenhuma nesga sem tinta, fazer orelhas pontudas, abrir grandes buracos na bochecha e arrombar o lóbulo das orelhas com argolas estilo índios Waura, Caiapós e Botocudos, conforme a lenda de Kamukuaká, se é que se pode confiar na pesquisa desta menina chamada Natália Noriko sobre a origem dos alargadores de orelhas, porque seu Português é muito pobre...

Mas o objetivo do programa não é chocar os espectadores, é mostrar que nem todos sempre ficam felizes com suas decisões radicais de modificarem seus corpos. E quando estas pessoas se arrependem, elas passam por diversas vias crucis. O programa trata mais de tentar dissuadí-los ou remediá-los num processo de recuperação ou até disfarce do que já foi feito, incluindo a mostra dos procedimentos cirúrgicos, pois se você ainda não desmaiou, prepare as almofadas. Por conta das cirurgias sem maquiagem, muita gente candidata acaba desistindo ou pelo menos reduzindo suas expectativas, como no caso de uma mulher que queria ter seios imensos mas resolveu diminuir suas expectativas depois de assistir à cirurgia de retirada dos silicones de outra que havia desistido, o que lhe pareceu traumatizante.

Naquele episódio, apareceu uma mulher alemã com seios infláveis com solução salina. Seu nome é Martina, 27 anos, e seu objetivo é atingir 5 quilos por seio para serem os maiores de sua comunidade. Para isso ela se submete a sessões de inflação, digo, inflagem periódicas com os médicos. Mas que médicos são estes, pergunta minha mulher, que permitem uma coisa destas, não discutem nem dissuadem a pessoa de tal objetivo descabido e perigoso?

Um outro cara queria retirar 3 tatuagens: uma delas era de um pênis estilo graffiti numa das nádegas, e as outras duas eram uma em cada joelho, com palavras que não consegui ver o que eram, já que estava assistindo ao programa por tabela, enquanto escrevia no computador, sem prestar muita atenção. Ele acaba cobrindo as tatuagens com outras maiores.

Tanto tatuar quanto retirar tatuagens são processos dolorosos, mas estas pessoas gostam e provocam, são masoquistas de verdade...

Interessante lembrarmo-nos que, quando chegamos "lá no céu", temos que recuperar o que profanamos. Se sofremos um acidente, ou tivemos doenças com sequelas, temos que ir para um hospital para nos reconstituirmos. Quer ver como é? Assista ao filme Nosso Lar. Lá recuperamos nosso corpo etérico, já que deixamos o corpo material aqui mesmo. Isso inclui a recuperação dos deficientes, como se fosse ficção científica mesmo. Mas você não vai acreditar nisso, lógico.

A Cara Feia do Crime de Ódio Contra a Deficiência

Adam Pearson assumiu a missão de explorar os crimes de ódio relativos à deficiência física a fim de descobrir por que eles têm sido semi-ignorados, semi-registrados e fora do radar das pessoas na Inglaterra. Neste documentário, Adam desafia as pessoas a questionarem suas atitudes em relação à deficiência e à desfiguração alheia, a fim de descobrir as raízes do problema.

Adam tem neurofibromatose tipo 1, uma condição que causa tumores benignos que crescem em terminações nervosas - no caso dele, em seu rosto. Ele é desfigurado e deficiente, e tem experimentado crime de ódio em primeira mão contra sua deficiência, bem como certo número de seus amigos, alguns dos quais se encontram com ele no filme. Suas histórias podem ser diferentes, mas a deficiência deles como o fator motivador dos ataques é constante.

O sexy "piercing janela" é um disco de plexiglas embutido no lábio
inferior e na bochecha para que se possa ver o interior da boca
e a linha da gengiva. Durante o b..., pode sair por ali...
A apenas alguns dias do início de sua investigação, Adam se tornou alvo de discursos de ódio on-line, grosseiramente ofensivos. Embora isso não seja incomum para ele, pela primeira vez Adam decide agir e relatá-lo à polícia - com alguns resultados inesperados.

Acobertadas pela anonimidade, as pessoas mostram mesmo a cara que têm, podendo ser sinceras, doa a quem doer. E o resultado é cruel. Mas quem não se lembra da crueldade dos coleguinhas da escola primária? Eu me lembro muito bem, e durou até a juventude.

Implacável, ele procura entender as leis específicas relativas ao crime de ódio relacionado a deficiência, e descobre que trata-se de uma mistura de ignorância com desigualdade, o que significa que esses crimes muitas vezes não são levados para os tribunais, ou são condenados menos severamente do que outros crimes de ódio, quando são condenados.

Adam procura descobrir quais atitudes e influências podem estar causando as pessoas a cometerem crimes de ódio relativos a deficiências, em primeiro lugar, questionando se é a imagem de desfiguração e incapacidade nos meios de comunicação, por exemplo, que podem estar a nos levar a associá-los com os seres "do mal".

Com a ajuda de Miles Hewstone, professor de psicologia social na Universidade de Oxford, Adam realiza um experimento para medir o preconceito inato das pessoas com relação à desfiguração, o que lhe dá alguns resultados chocantes, e o leva a questionar se a única coisa que pode fazer é ter esperança de uma mudança - e se for sim, como provocá-la?

Vídeo The Ugly Face Of Disability Hate Crime, BBC Documentary 2015, em Inglês, 57 minutos: 

Enquanto procede com seu documentário, Adam circula pela Inglaterra com sua aparência de homem elefante capaz de nos impressionar e até, quem sabe, nos dar pesadelos.

Contudo, através do seu programa e observando-o direitinho, acabamos por perder a rejeição e passamos a encará-lo normalmente, pois atrás daquela aparência, ele é um sujeito normal, inteligente, engraçado e tudo o que se possa esperar de uma pessoa legal. Um dos corolários de sua pesquisa é as pessoas realmente perderem o medo e a rejeição depois de assistirem a palestras e debates com ele. E até lhe darem abraços...

Conclusão

Mas, o que faz as pessoas sofrerem assim? 

No caso do último documentário, o protagonista é uma das "vítimas" de um defeito físico. No caso do primeiro programa, as pessoas, elas próprias, lhes infligem "defeitos" físicos permitindo seus corpos serem vítimas de diversos tipos de agressões, invasões, apesar da apresentadora não ter provocado as suas e ter sido vítima de um destes crimes que mais chocam a Austrália hoje em dia, de violência doméstica. Neste fim de semana, por exemplo, um vizinho atirou ácido num pai que pulava com a filha num trampolim em seu jardim em Bondi, Sydney, porque estava lhe perturbando. Mas que vizinho é esse?

Algum pecado estou pagando...
O Espiritismo nos ensina que, quando nascemos com deficiência, é porque Deus não quer nos perder de vista... desculpem, este é o dito popular, o que ele ensina é que estamos pagando nossos pecados. Claro que também não, o Espiritismo não usa a palavra "pecado". Estaríamos pagando o que fizemos de mal nas outras vidas passadas. Afinal, trata-se de justiça divina, transcendental, trans-encarnações.

Como mostrado no filme Nosso Lar, antes de nascermos fazemos um trato. Concordamos em nascer com a deficiência sabendo o porque delas e o que temos que aprender através delas. Mas quando nascemos, obviamente nos esquecemos disso. Se concordamos na espiritualidade, tendemos a ser felizes mesmo assim, aceitando tudo, inconscientemente. É assim com uma amiga nossa européia que sofreu vários tipos de golpes físicos desde jovem mas continua com seu eterno bom humor e dinâmica de trabalho, um verdadeiro exemplo de vida e simpatia.

Gente costuma ver estas coisas e se perguntar, como é que uma pessoa assim pode ser tão feliz e contagiante? Sim, porque elas toparam a prova que tinham que passar sabendo que iriam se redimir do que fizeram de errado nas vidas passadas, e nasceram com aquilo no subconsciente.

Mas mesmo os espíritas têm suas dúvidas na hora H, como ilustrado neste novo vídeo do Canal Amigos da Luz, Reencarnar É Precioso:


Disse minha mulher, eu não aceito que as pessoas sofram assim, sem motivo, isso é uma injustiça. E eu, "mas você não acredita em Deus e sabe que Ele faz as coisas bem feitas"? E ela "eu acredito em Deus, mas acho injusto". E eu, "pois bem, a única explicação vem do Espiritismo". E ela, "mas eu não acredito no Espiritismo". Fim de papo.

Este é o papo que tenho com uma pessoa dentro da minha casa com quem tenho convivido durante décadas, mas que veio da cultura de outra família. Ela sabe que tenho tido razão todo este tempo, mas o fato é que ela não acredita, com relação a muitas vidas. Ela ainda sofre quando as pessoas se vão, quando falecem, enquanto eu sei que elas estão lá, num lugar melhor, e que vão nos receber quando chegar a nossa vez. Aliás, eu prefiro acreditar nisso do que no contrário, ou seja, uma vida que morre aqui e acaba tudo, e depois de morrer, fica tudo preto? Não faz o menor sentido.

Aqui se faz, aqui se paga, é a lei do karma
Bem, o fato é que o Espiritismo dá uma razão para o sofrimento daqueles que passam por privações na vida. Minha mulher diz, e tanta gente ruim por aí que vive no bem bom e não merece, isso é justiça? Eu digo, "estas pessoas vão pagar aqui, agora, ou depois, em outras vidas, o que fizerem de errado". E ela, "em outras vidas? Eu quero aqui e agora. Em outras vidas não interessa." Mas, de fato, o que acontece é isso, quem não paga aqui e agora, paga no fiado. Daí aquele ditado, aqui se faz, aqui se paga. Mas pode não ser agora... deixa estar... tu vai ver só... 

Bem, se isso é verdade ou não, de novo, prefiro acreditar que seja, caso contrário de onde virá a noção de justiça divina? Do Demiurgo? (veja post anterior sobre Gnosticismo versus Espiritismo).

Acreditando, vivo melhor. E você, não quer viver melhor? É só adquirir Espiritismo nas melhores lojas do ramo do vudu. 

Pagar, pagar, pagar...
Acreditando, a gente aceita que as pessoas estão a sofrer porque merecem. Isso não quer dizer que a gente não se procupe em fazer alguma coisa para diminuir-lhes o sofrimento. A gente não deve dizer, tá sofrendo? Tu merece, cabra safado. Não, não, não, meu senhor. Assim a gente vai pagar pelo que disse...

E tantos especialistas fazendo tantas coisas tecnológicas hoje em dia provavelmente vão mudar este "castigo" para apenas mais outra experiência. Porque "castigo" seria se elas sofressem, mas do jeito que cada deficiente hoje em dia está encontrando seu jeito útil de viver, esta prova está ficando cada dia mais fácil de passar.

Logicamente estamos próximos do planeta sofrer um "upgrade" (passar de ano letivo), pois muitas coisas que nos rodeiam beiram um status espiritual. Onde foi que no passado da história da humanidade nós tivemos Jogos Paraolímpicos para os deficientes? Quando foi que pessoas albinas, sem membros ou com vitiligo posaram como modelos sofisticados e até sem roupa? Quando foi que os altistas conseguiram empregos e podem viver independentemente? Resposta: hoje em dia, na época em que você tem a sorte de estar vivendo. Agradeça aos céus não estar vivendo no tempo do Game of Thrones...

Fã num bar temático Guerra nas Estrelas
A coisa está de um jeito que eu mesmo invejo as próteses usadas por atletas sem pernas, as quais parecem ter uma excelente elasticidade e lembram meus vôos de sonho. Ponto para os filmes que inundaram o mundo vulgarizando os monstros décadas atrás para as crianças perderem o medo. Estavam nos preparando para a convivência com os alienígenas no futuro.

Então, na verdade vivemos talvez na melhor época da história da humanidade, conscientize-se disso para não ajudar a destruir. 

Meu sonho de hoje mandou matar alguém. Claro que não, mas se tivesse mandado, eu não faria por causa do meu bom senso, certo? Aliás, matar pra que? A pessoa não morre mesmo, e você ainda corre o risco de nascer filho daquela pessoa na próxima encarnação, e ela vai pintar o 7 com você. Eu disse, corre o risco, não acreditem em tudo o que eu digo.

Oscar Pistorius

O caso do sul-africano Oscar Pistorius, aquele atleta para-olímpico que tanto sucesso fez anos atrás, casado com a modelo Reeva Steenkamp pode ser ilustrado desta forma que, por favor, longe de ser a verdade, é apenas uma hipótese. A pessoa veio ao mundo com uma deficiência para reparar suas faltas em vidas passadas através do sofrimento que lhe obriga a pensar, mas toda esta tecnologia moderna está a reduzir as penas destas pessoas. Entretanto, se uma pena é reduzida, não fique com pena, pois outra pode aparecer e tomar o seu lugar. Aparentemente pode ter sido uma forma dele continuar a sofrer por determinação divina, que ninguém acredita, claro. Devaneios, e quem é cheio de penas, é um pato...

Brasileiro Alan Oliveira vence Oscar Pistorius nos 200 metros do
Paraolímpico de Londres, 2012, quando os invejáveis cyborgs se
congratulam. Nesta foto ele parece tão arrogante... mas olha que

pernas destes caras!
Algumas pessoas aceitam suas provas antes de nascerem, e passam a vida satisfeitas, mesmo dentro de suas limitações. Outras não aceitam, e por isso são empurradas pra vida e sofrem mais. Nesse caso tem toda a lógica a hipótese Gnóstica de que o Demiurge nos prende em nossos corpos como escravos, mas isso não seria uma coisa ruim em si. É uma forma da pessoa ser obrigada a prestar atenção no que deixou de dar valor no passado. Uma forma de ver e sentir o lado do outro, do espezinhado, desprezado, inferior. Cabe a ela justamente superar-se e recuperar seu orgulho a fim de sobreviver com dignidade e suportar sua pena até o fim, sem desesperar-se ou revoltar-se. Reconhecer, arrepender-se e ter remorso. Estas emoções são as que todos esperam dos culpados de crimes como sinais de recuperação.

Espero me lembrar disso caso venha a sofrer duras penas, porque, falar é fácil...

Para quem não se lembra da história, Oscar matou sua namorada em sua casa, dentro do banheiro fechado, pensando que estava matando um ladrão invasor, ao atirar através da porta sem olhar. Apesar de todo o seu remorso pelo acesso de machismo armado e cego, ele não livrou-se de acusações sobre acusações, levando-o ao cárcere e a uma longa via-crucis. Foi um preço caro para entender que, mesmo que fosse um criminoso dentro do banheiro, ele não tinha o direito de matá-lo sem sequer querer ver de quem se tratava.

Vingança? Nah... sou muito preguiçoso pra isso. Vou ficar aqui
 mesmo, sentadinho, e deixar o krama acabar com você, meu
querido.
Não é porque as pessoas mereçam sofrer que nós não as ajudemos a carregarem seus fardos. Afinal, se você ajudar muito, e a pessoa não merecer sua ajuda, Deus a presenteará com outro fardo diferente, de modo que você não consiga ajudá-la mais do que ela merece.

Costumo dizer que, para certas pessoas, é preciso sofrerem um grande acidente. Parece cruel, mas é só quando estas pessoas mudam de atitude, e nem sempre mudam, precisando de outro. Mas tudo isso é regulado do lado de fora da nossa vida vermelha, digo, encarnada, pois só assim conseguimos explicar e aceitar que as providências "divinas" são justas.

E até certos acidentes nem são endereçados às próprias pessoas, mas a seus filhos, parentes ou amigos, para eles sofrerem por seu intermédio. Nesse caso você é apenas um veículo, e você topou isso antes de nascer. A mecânica dos acidentes não acontece por acidente.

São os ossos do ofício...
Mas um bebê, coitadinho, o que ele fez para ter uma doença, sofrer e falecer quando ainda era uma criança inocente? Bem, antes de nascer, ele já sabia que sofreria tal doença, e que aquela prova que ele topou foi por amor a seus pais que, de alguma forma, necessitavam de uma lição muito séria na vida.

De modo que a mensagem é, nada acontece por acaso e não existem coincidências. Se você sofre, procure saber porque, que lá dentro, no silêncio da noite, na estágio de meditação ou durante o sono, vai perceber o que deve fazer e para que serve a sua prova. 

Esse approach (aprochegamento, forma de ver as coisas) serve para tudo que lhe deixa insatisfeito, pois tudo tem uma razão.

E para fechar o assunto, tenho dois amigos vietnamitas, e no churrasco desta semana no trabalho, conversei com uma colega vietnamita sobre nossas diferenças culturais. Foram mais dicas divinas sobre o mesmo assunto. Quem sabe eu escreva um post sobre isso brevemente, vietnamitas e dicas espirituais.

Desculpem, este post foi muito fraco. Prometo tentar melhorar.

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