terça-feira, 17 de novembro de 2015

Gorjeio Decente

Ontem decidi procurar definitivamente por um cantor brasileiro na internet que cantasse direito com gorjeios decentes, pois não era possível não existir, e consegui descobrir pelo menos duas virtuoses: Renato Vianna e Leonardo Gonçalves. 

Renato Viana cantando João de Barro, e é só um garoto
https://www.youtube.com/watch?v=oGAGC4irCVk

O sublime Leonardo Gonçalves cantando Sublime
https://www.youtube.com/watch?v=8-KGd77URxo

Todos dois são religiosos. Foi uma decepção para mim descobrir que só existe cantor de valor agora no meio religioso, enquanto a sociedade brasileira charfuda no lodaçal da ignorância e da baixaria. 

Nem por isso vou me tornar religioso, mas, se já há anos atrás eu admirava certos corais evangélicos pelas excelências artísticas (cujas músicas haviam sido enviadas por um conhecido), não seria agora que eu ia desprezar caras como estes. Afinal, eles tem as melhores intenções quando cantam louvores ao Senhor. O problema é que, fora dali, costumam ser piores do que os cafajestes das ruas, mas como costumam dizer, pelo menos eles tentam melhorar frequentando uma igreja. Isso mesmo, qualquer tipo de contato com o superior vale à pena, então igreja serve para alguma coisa também. Sim, não estou caçoando, isso é sério.

Brainstorm, chuva de cérebros ou dar tratos à bola para resolver um
problema em discussão em comum
É por falta de igreja que o povo australiano me fez uma desfeita ontem por volta da hora do almoço. 

Silêncio

Estava eu em "brainstorm" com uma funcionária quando ouvimos um toque militar. Uma corneta começou a tocar lá embaixo do hall do prédio, todo mundo achou estranho e parou de trabalhar. Foi quando "realizamos" (descobrimos) que tinha a ver com o "minuto de silêncio" em respeito aos veteranos de guerra no "remembrance day" (dia da lembrança) que foi ontem, dia 11 de novembro, apesar de não ter sido feriado. Ou seja, outra forma de nos impor o militarismo goela abaixo. Foi a primeira vez que aconteceu tal coisa em 15 anos de Austrália, parecia os alto-falantes públicos dos países islâmicos.

Fiquei em silêncio até que a corneta parou, e recomecei nosso debate quando minha colega fez, shush, é um minuto de silêncio. Eu disse baixinho, mas um minuto já passou. Ela disse não, eu disse sim, o cara havia começado a tocar um minuto antes das 11 horas que eu estava olhando o relógio do computador naquele exato momento (para onde mais eu ia olhar?), e todo mundo tinha ficado em silêncio, não se ouvia uma teclada sequer nos computadores. Ovelhas bem comportadas...

Minuto de silêncio no Dia de Anzac, ginásio masculino Santo Pio 10
(St Pius X College), em Chastwood, Sydney
http://www.spx.nsw.edu.au/
Daí ela disse que o minuto era após aquele toque de corneta. Ora, mas ninguém me disse isso antes, como eu podia advinhar? Quando o minuto acabou, perguntei, e agora, posso falar? Não. A corneta começou a tocar de novo. Mas isso já são 3 minutos, assim já é demais, isso é judiação. 

Seria muito melhor ficar em silêncio escutando uma bela música do que ficar parado com cara de tacho depois dela. Como se pode ser tão obtuso?

Fiquei irado com a tal da imposição da cultura dos mortos, enfesado mesmo, e falei um monte de coisas pra minha colega, coitada, quem mandou ela estar ali na minha frente? Fui parar nos motivos pelos quais anda recrudescento o racismo no sul dos Estados Unidos. Ante a cara de espanto dela que parecia nunca ter ouvido falar em tal coisa, mencionei os dois programas que assistira no fim de semana sobre racismo naquele país em franca decadência moral, a volta do "white power" confrontado pelo "black power" nas ruas. E o que tinha a ver uma coisa com a outra? Esses tipos de imposição fazem as pessoas tornarem-se intolerantes umas com as outras, com quem não faz o que elas querem, desrespeitando a cultura dos outros e causando outra guerra mundial.

Casa de shows Bataclan Hall, em Paris cujo nome foi imortalizado na
obra de Jorge Amado, Gabriela, Cravo e Canela e seu cabaré em
Ilhéus, sertão da Bahia em 1925. 
Ela ficou com ar de idiota, e tive que explicar que é por causa destas imposições e falta de respeito às culturas dos outros que certas pessoas acabam querendo matar os negros ou árabes, ou vão se juntar a eles para nos matarem como acaba de acontecer na França. Mesmo que isso seja parte da cultura beligerante e imperialista australiana, inglesa e norte-americana (Canadá incluido), em sua marcha de dominação planetária a fim de justificarem a próxima guerra mundial e o povo aterrorizado apoiar sem parar pra pensar.

Aproveitei para exemplificar pra ela também que, certa vez, nosso filho foi punido em Inglês na escola pública australiana porque não sabia que se tomava chocolate quente no inverno ou porque não sentia nada quando via uma parada militar no dia de Anzac, pois não temos estes tipos de condicionamentos no Brasil. 

A professora preconceituosa disfarçada estava medindo seu Inglês pelos aspectos culturais claramente racistas e abusivos, uma vez que praticamente metade da população da Austrália é asiática, ou seja, não conhece tais condicionamentos e acredita pelo menos em reencarnação e karma para engolir celebrações a mortos, o que fazia com que provavelmente metade de seus alunos se sairia mal em Inglês, tornando os australianinhos brancos e atrasados os ídolos de sua disciplina. 10 em Inglês por comer chocolate.

Ora, se até uma professora, vice-diretora, podia errar desse jeito, imagina parte da população com menos qualificações do que ela?

Porém, ela própria foi obrigada a entregar os prêmios em Inglês que nosso filho conseguiu quando mudou pra outra escola, para a qual ela também foi nomeada como vice-diretora. A briga que tivemos com ela para defender nosso filho que só teve "B" na disciplina dela, sendo "A" em todas as outras, denunciando como sua mentalidade tendenciosa, parcial e injusta de avaliação de Inglês havia sido prepotente e evidente, serviu para ela ter que engolir que nosso filho era realmente excelente, entregar-lhe seus "awards" (prêmios) e ainda vir conversar com a gente toda cheia de simpatia (por falsidade, que a nós não enganou).

Nada como um dia atrás do outro...

Fiquei pensando o que faria para modificar mais esta agressão da corneta e torná-la uma virtude, e resolvi que, no ano que vem, naquele momento de silêncio, farei uma oração em silêncio para os mortos nas guerras deles, e de quebra, para todos os mortos. O tal dia foi dia, foi dia, foi dia 11 de novembro.

Não sei porque eles acharam de serem diferentes de comemorarem os mortos em outro dia que não 2 de novembro, dia dos mortos no Brasil (e na Itália também, segundo uma colega). Aqui não tem este dia, mas tem muitos outros em comemoração aos mortos na guerra, somente, durante o ano inteiro que é pra você não esfriar a cabeça e não esquecer um minuto que a guerra está arraigada na cultura australiana.

Desculpe o palavrão, mas ele é intrínseco à cultura do rock. Disse o
grande filósofo intelectual Kurt Cobain. Não era bem essa mensagem
que eu queria passar quando escrevi "ninguém morre", e também não

era essa personalidade "de caráter" que eu queria dar de exemplo, 
mas vá lá que seja, vocês me entenderam.
Proibido Morrer

Minha conclusão foi a de que tal ato foi um acinte à minha personalidade e cultura porque, como os asiáticos, não acredito na morte, ninguém morre, então não devemos fazer momento de silêncio por coisa triste, porque na realidade a pessoa se saiu "desta para melhor", literalmente. Em geral os mortos estão melhores do que estavam em vida, pelo menos na hora perto de morrer, pois muitos morreram depois de longas doenças ou resultados de acidentes, sofrendo muito, quando morrer é um alívio.

Esta cultura dos mortos é essencialmente capitalista e atéia, falsidade para dizer que as pessoas estão sentidas e respeitam quem lutou pelo bem estar delas. Uma forma de dizer que, vá meu filho, mate e volte destruído emocionalmente, descompensado psiquicamente, que nós lhes faremos as honras quando você morrer.

Segundo a novela de TV Home and Away (Em Casa em Bem Longe), essa tal comemoração de reconhecimento aos mortos nas guerras é invenção dos parentes dos atacantes tornados vítimas. Foram eles que lutaram por algum reconhecimento, quando o que acontece na realidade é descaso total com os problemas herdados nestes conflitos para aqueles que conseguem voltar pra casa vivos. Em revolta contra isso, os parentes fizeram campanha e instauraram todas estas festividades, sendo que, depois de certo ponto, aquilo passou a ser bem útil à campanha imperialista de dominação através de ataques militares. Isso porque valorizar os veteranos significa dar orgulho para os jovens alistados, o que é útil para garantir a dominação nas guerras que em geral são engenheiradas por motivos de poder e ganância, ao invés de serem por defesa da liberdade e dos altos valores morais da civilização, infelizmente.

Que seria de nós sem aplicativos de celular?
Mas se não fossem os soldados australianos que lutaram para preservarem nossa sociedade do jeito que é, o que seria de nós hoje em dia? 

Bem, quanto a mim, eu não estaria aqui, então esse "nós" não me inclui propriamente. Entretando, digamos que eu nasci cidadão australiano, então poderíamos hoje viver sob o tacão do islamismo, ou até mesmo ter-nos tornado escravos japoneses. Os japoneses vieram com tudo sobre a Austrália na Segunda Grande Guerra e invadiram Darwin lá no norte da Austrália, e japonês é conhecido como dos piores racistas. Até crianças nascidas no Japão de pais estrangeiros não são consideradas cidadãs japonesas, e eles olham atravessado pra qualquer pessoa que não tenha os olhos atravessados. Certa vez nosso filho nos disse que, para os japoneses, os estrangeiros não sabem de nada, ao ter feito um estágio numa empresa naquele país.

Depois de umas boas cervejas, estou vendo 8 virgens aqui... bloco
carnavalesco tradicional das Virgens de Olinda. Como se diz por lá,
pode ter certeza de que todas são virgens de verdade.
O que tem o islamismo que atrai tanta gente? Diz um amigo que é porque promete 7 virgens quando a pessoa morre como bomba suicida. Só que tem mulher fazendo esse papel também, será que elas recebem 7 homens virgens? Isso é impossível naquela cultura, ela deve levar é 7 pedradas por sequer pensar nisso. Ou será que não é assim? 

O que mais me irrita é ouvir aqueles lamentos em alto-falantes no meio da rua com péssima qualidade de som, quando fazem documentário na TV. Me lembra uma vez quando uma nêga maluca (perdão da palavra preconceituosa) resolveu acordar todo mundo no bairro lá em Brasília fazendo sua pregação matinal e cantando hinos de louvor a Cristo pelas calçadas... munida de um megafone! 

A mulher passou a nos acordar todos os dias às 6 da manhã, para só conseguirmos dormir depois de meia hora, quando ela atravessava a calçada inteira, nos deixando pregados pro resto do dia. Descobrimos que havia sido o padre da igreja local que havia presenteado a mulher com o megafone porque ela não funcionava muito bem da cabeça, e daquele jeito ela se entretinha. Não sei o que a fez parar, mas não durou muito. Vai ver alguém lhe deu algumas pedradas... 

Se é uma coisa que ninguém pode dizer que se espantou é com o absurdo religioso que reina na capital nacional do Brasil. Religião alí é um assunto estupidamente exagerado, insano e impensável se você não vive lá pra saber. É o fim do mundo... ou seria a salvação do mundo? Todas as facções religiosas estão representadas naquela capital que era para ser moderna. Há quem diga que a necessidade de salvacão, perdão e orações ali é extremamente necessária para o povo tentar se proteger da vizinhança mais poderosa do que Deus no céu.

Não é à toa que o presidente do senado patenteou, ou melhor, registrou 288 domínios da internet envolvendo o nome de seu compadre Jesus Cristo, veja aqui Como Eduardo Cunha Loteou Jesus na Internet:

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/como-eduardo-cunha-loteou-jesus-na-internet/

Foi com boa intenção para os pilantras não fazerem mal uso do nome de Jesus e pode ficar certo de que ele perdoa.

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