domingo, 28 de junho de 2015

Jeitinho Brasileiro Exportação

Para quem não sabe, o "jeitinho brasileiro" é muito respeitado pelo mundo afora. É só o brasileiro mesmo quem goza com ele porque muitos não dão valor ao que têm e possuem complexo de inferioridade. 

Este complexo de inferioridade parece ser algo herdado dos portugueses. Concluimos isso depois de ter convivido com portugueses aqui na Austrália que também têm mania de falar mal do adorável país deles.

Contudo, nós, brasileiros, somos conhecidos profissionalmente no exterior por resolvermos qualquer problema, justamente por causa do nosso "jeitinho brasileiro", coisa que os estrangeiros não se atrevem a fazer por morrerem de medo dos chefes, de suas censuras e rataliações, e principalmente do julgamento e críticas das mulheres, enquanto resolver problemas e entregar resultados é o que interessa para todos eles, no frigir dos ovos.


Foi escrevendo este blog que descobri como o Português 
é rico em expressões. Esta conversa aí é coisa de doido,
de acordo com o jovem aprendiz.
Vocês já ouviram falar que o "jeitinho brasileiro" tem sido um forte produto de exportação nacional? Claro que não, ninguém conta, ninguém se orgulha, ninguém sabe, ninguém viu.

Vocês estão lendo os escritos de alguém que é o "jeitinho brasileiro" personificado, um profissional que tem sido capaz de provar que tal jeitinho dá resultados extraordinários quando miscigenado com os "métodos, processos e procedimentos" anglo-saxões, ou seja, respectivo respeito mútuo.

Porém o "meu" jeitinho brasileiro não compromete o senso de moral, honestidade e sinceridade. Ele serve para ajudar na criatividade de encontrar soluções, identificar falhas e resolvê-las.

Ao contrário de ser um defeito, o "jeitinho brasileiro" é uma vantagem quando não é usado para burlar as leis de um país anfitrião, ou do nosso próprio país. Estou falando grego?

Mas vamos dar valor a quem tem. Com menos "jeitinho brasileiro" é possível montar-se uma sociedade mais organizada como essa daqui, o que não a isenta de corrupção. Com mais "jeitinho brasileiro", tal sociedade pode ser mais amigável e confortável de se viver, como a brasileira, o que não lhe isenta de criminalidade.

Aqui você vive com medo e pisa em ovos. No Brasil você pode se soltar, se divertir, ser expontâneo, que tudo tem jeito. Ou pelo menos tinha antes do povo começar a querer ser igual ao estrangeiro. Ultimamente o povo brasileiro anda amordaçado por leis exageradas, copiadas cegamente do estrangeiro sem adaptá-las à cultura brasileira.

Que cultura é melhor? 

Não sei, todo dia me pergunto isso. Não posso comparar minha vida na Austrália com minha pré-vida no Brasil porque, quando eu estava lá, pensava do mesmo jeito que estas classes médias selvagens e obtusas. Eu também não enxergava as coisas boas, só os defeitos e problemas, e reclamava de tudo o tempo inteiro. A grande diferença é que eu vivia embaixo de governos militares e de direita, ou seja, minhas reclamações não eram inventadas.

Aqui vivi por um tempo deslumbrado, até quando finalmente acordei para a realidade, e ela não parece nada bonita.

O jeito foi usar o "jeitinho brasileiro" para me adaptar sem deixar de valorizar o que temos de bom, adaptando nosso "jeitinho brasileiro" ao "jeitinho australiano", misturando os dois, pois defendo a ideia de que a melhor forma de viver é misturando as duas culturas e tirando o melhor que ambas têm a oferecer. Sem falar no melhor das outras culturas também.

O famoso jeitinho masculino
Só tenho a acrescentar que, porque sempre fui Espírita mesmo quando não queria ser, meu "jeitinho brasileiro" esteve subjugado à estrita moral cristã, ou seja, quando o jeitinho exigia enganar, mentir e passar por cima dos outros, eu parava por aí. Por isso não foi muito difícil acostumar-me com uma sociedade mais restrita e menos tolerante a jeitinhos. Meu "jeitinho brasileiro" então se transformou numa capacidade mais aguçada de observação e livre pensamento para bolar soluções não ortodóxas, ou seja, "out of the box" (fora do comum).

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