terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Espiritismo Sangrento

Estava lendo uma reportagem do Forbes Índia sobre as religiões africanas-brasileiras e fiquei curioso quando foi citado que a Umbanda foi trazida por Allan Kardec da França. Ora, que eu saiba, isso não aconteceu, mas então preciso saber até onde vai a ligação da Umbanda com o Espiritismo Kardecista. 

O chamado boneco de vudu. Acredito que o que funciona mais aí
é a vontade ou ódio ferrenho do "inimigo", acompanhados do ódio
dos espíritos que lhe acompanham por afinidade, e não propriamente
alguma magia no boneco, pois afinal, enquanto você está dando uma
alfinetada, está concentrando seu ódio na vítima por determinado
tempo. Mas é perda de tempo se a vítima faz suas orações
regulares e mantém contato com seus espíritos guardiães... e merece
ser protegida.
Enquanto o autor indiano Sachin Bhandary diz que a Umbanda é associada com sacrifícios de animais, eu jamais vi nenhum sacrifício em toda a minha vida no Espiritismo Kardecista, portanto Espiritismo não é a mesma coisa que Umbanda, onde cheguei a ver ou saber que galinhas são comumente sacrificadas em rituais de "trabalhos" espirituais principalmente visando vingança de alguém que roga praga nos outros, incluindo "despachos" nas "encruzilhadas". Já vi muitos despachos assim nos arrabaldes pobres e descampados da periferia das cidades grandes.

Há quem diga ter o "corpo fechado" de modo que nenhum despacho "pega" na pessoa, o que seria um corpo protegido ou acompanhado espiritualmente pela bondade cujo poder proteje a pessoa da maldade, menos poderosa, mas para os mortais comuns, trabalhos do tipo enfiar alfinetes em bonecos representando eles podem lhes causar alfinetadas ou coisa pior. Mas isso não é Espiritismo, definitivamente.

A Alma da África no Brasil, em Inglês:

http://www.forbesindia.com/article/live/the-soul-of-africa-in-brazil/45405/1

Na árvore genealógica das religiões africanas, Macumba é uma forma variante do Candomblé que existe só no Rio de Janeiro.

Em seguida achei esta página da internet que se propõe a desvendar a diferença entre Umbanda e Espiritismo:

http://www.ceismael.com.br/tema/umbanda-e-espiritismo.htm

De Sérgio Biagi Gregório

Umbanda
Diz-se, com frequência, que Umbanda e Espiritismo são a mesma coisa, com uma ou outra variante. Os que assim pensam não refletiram o suficiente sobre os fundamentos de cada doutrina. 

Uma análise mais acurada nos mostrará que há, entre essas duas correntes espiritualistas, pontos concordantes e discordantes. 

Vejamos as opiniões concordantes: 
  • A Umbanda é espiritualista; o Espiritismo também o é.
  • A Umbanda rende culto a Deus; o Espiritismo também.
  • Nas práticas de Umbanda ocorrem fenômenos mediúnicos; no Espiritismo também.
  • A Umbanda aceita a reencarnação; o Espiritismo também. 
  • Na Umbanda se faz caridade; no Espiritismo também. 
Um tipo de reunião Espírita Kardecista
Vejamos os pontos discordantes: 
  • O Espiritismo NÃO tem culto material; a Umbanda TEM.
  • O Espiritismo NÃO prescreve qualquer forma de paramento nem comporta o formalismo de funções sacerdotais; a Umbanda TEM "pais" de terreiro com vestimenta e prerrogativas equivalentes ao exercício de funções sacerdotais.
  • O Espiritismo NÃO admite uso de imagens; a Umbanda TEM imagens e altares. 
  • O Espiritismo NÃO têm sinais cabalísticos nem símbolos; a Umbanda TEM sinais, "pontos riscados" etc. 
  • O Espiritismo rege-se por um corpo de doutrina homogênea codificada por Allan Kardec; a Umbanda não se rege pela doutrina codificada por Allan Kardec
O professor J. H. Pires, no capítulo VI - O Mediunismo - de seu livro Mediunidade trata a Umbanda como uma forma de mediunismo. 

Outra reunião Espírita mais ou menos do tipo que conheço, na
Fraternidade Espírita Irmão Glaucus
A sua explicação baseia-se na noção de que mediunismo - definição dada pelo Espírito Emmanuel - designa as formas primitivas de Mediunidade. 

Assim, ele discorre sobre a construção racional da Mediunidade através dos ensinamentos de Allan Kardec. A Umbanda, sendo apenas a prática do fenômeno mediúnico, não consegue abarcar o grau de positivação alcançado pela Doutrina dos Espíritos. Esta é a grande diferença. 

Fontes:

  • AMORIM, Deolindo. O Espiritismo e as Doutrinas Espiritualistas, publicado pelo C. E. Léon Denis
  • PIRES, José Herculano. Mediunidade: Vida e Comunicação, publicado pela Edicel

Quadro oferecido por Laurindo Francisco Diana, adepto da Umbanda.

SINOPSE COMPARATIVAESPIRITISMOUMBANDA
País de origemFrançaBrasil
Data de surgimento18.04.185715.11.1908
CodificadorAllan Kardec-----------
Fundador-----------Zélio F.de Morais orientado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas
Adereços e caracterizaçõesNãoSim
Altar e/ou oratórioNãoSim
Autonomia das associaçõesSimSim
Cânticos (pontos) cantadosNãoSim
Classificação dos espíritos em categoriasSimNão
Comidas, bebidas, fumo, etc.NãoSim
Cultos exterioresNãoSim
DogmasNãoSim
DoutrinaSimEm formação
Ervas e banhosNãoSim
RacionalEmocional Devocional
Jogos premonitóriosNãoSim
MediunidadeSimSim
Mediunismo e/ou animismoSimSim
MessiânicaNãoNão
MétodoSimSim
Oferendas materiaisNãoSim
ReveladaSimNão
Literatura básicaAs obras (5) de Allan Kardec---------------
Rituais e cerimoniaisNãoSim
Roupas especiais e/ou paramentosNãoSim
SacerdotesNãoSim
SacramentosNãoSim
Símbolos (pontos) riscadosNãoSim
SincretismoNãoSim
Sistema organizacionalFederativoFederativo
Tipificações espirituaisNãoSim
Tradição oralNãoSim
Velas, flores, defumações, etc.NãoSim
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAISESPIRITISMOUMBANDA
Crença em Deus únicoSimSim
Comunicabilidade recíproca com os espíritosSimSim
Crença nos elementaisNãoSim
Evolução progressiva dos espíritosSimSim
Existência dos espíritos que sobrevivem à morte do corpoSimSim
Influência dos espíritos sobre as pessoasSimSim
Lei de causa efeitoSimSim
Pluralidade dos mundos habitadosSimSim
Prática da caridadeSimSim
Reencarnações sucessivasSimSim

Classificação dos Espíritos em Categorias

Posso estar totalmente errado, que me perdõem a ignorância, mas um particular sobre o quadro acima se refere à classificação dos espíritos em categoria. Suponho que isso se refira ao fato de que, para cada grau de evolução ou cada condição de um espírito, é preciso um preparo diferente para conduzir a comunicação com ele, sempre visando ajudá-lo nos centros espíritas kardecistas. Nos centros de Umbanda, Candomblé ou Evangélicos, não me parece haver este tipo de triagem, e por isso se assiste a cenas deprimentes, violentas e até coletivas, num verdadeiro caos. Suponho que isso é o que quer dizer que Umbanda não classifica os espíritos por categoria. A meu ver, esta falta de cuidado não parece muito eficaz, nem em ajudar ao espírito agressor ou obsessor, nem à vítima, caso seja verdade que ela está possuída, porque naquele ambiente caótico, acredito que muita gente tem compulsão de tentar alguma coisa para aliviar a angústia que sempre todo mundo tem dentro de si, principalmente aqueles que buscam religiões que lhes entendam e ajudem nas vicissitudes da vida. 

Dogma, filme de 1999 com Ben Affleck e Matt Damon são
personagens excêntricos, loquazes e de sagacidade ácida,
especialidade do diretor/escritor Kevin Smith. Será que foi aí que
nasceu o bromance mais famoso do mundo entre estes dois
excelente atores de Holywood?
Dogmas

Sobre dogmas, sistema de crenças, o Espiritismo tem seus livros baseados na racionalidade, mas a Umbanda tem crenças sem estudo científico, ao que me consta, como se fosse um Espiritismo primitivo, em começo de carreira, intuitivo, sem orientação.



Acredito que nas religiões cristãs, você é obrigado a ter fé em Deus, e se não tem ou titubeia, é criticado e olhado de viés, como se ser ateu fosse "pecado". A fé no Espiritismo nasce do racionalismo, da lógica, ou melhor, da falta de explicações convincentes ao contrário. Exemplo, tem que existir algo superior a nós, senão o homem seria capaz de explicar tudo, e não é, consequentemente eu acredito em algo superior, que pode ser traduzido como "fé em Deus". Sinceramente, nunca gostei desta palavra fé, que me perdoem. Ela parece coisa cega...

Premonições do babalorixá Eduardo d'Oxossi nos búzios
Jogos Premonitórios

O Espiritismo não favorece, mas isso não quer dizer que fazer premonições seja balela. Há teorias científicas hoje que admitem o presente convivendo com o passado e o futuro sem linha do tempo. Apenas não podemos entender o conceito da inexistência do tempo, pois nossa existência material é baseada no ritmo musical, na batida do tempo.

Isso dá uma noção de que o futuro existe e pode ser captado por alguém mais sensível, entretanto o problema com o futuro é que ele se modifica o tempo inteiro conforme as decisões de livre arbítrio de todos nós, envolvidos nele. Então, se você prevê um futuro hoje, amanhã ele pode já não ser o mesmo. Por outro lado, espíritos desencarnados sabem sobre o futuro mas não podem dizer aos encarnados, senão acabaria a graça... bem, não é isso, é que eles são proibidos de interferirem na linha do tempo da evolução dos encarnados. Eles assim não podem fazer delações premiadas nem divulgar informações privilegiadas, assim como dinheiro de propina não serve pra nada para eles, portanto nem tente.

Sincretismo Religioso na Umbanda, Orixás, arte naif de José Luiz S.
Sincretismo

Este ponto é polêmico porque significa a união de doutrinas gerando um resultado. Em meu pensamento, o Espiritismo Kardecista veio com princípios firmes de modo a evitar a dúvida, mas ele é o resultado de muitos outros movimentos anteriores e atuais. Suponho que a codificação do Espiritismo é uma resposta às pessoas que precisam de pontos estabelecidos ou referência a fim de acreditarem em algo, porque a tendência de todo mundo é confundir-se e desistir de deduzir o que é certo do errado, desviando sua concentração. Não adiantou comigo, fui fazer minhas pesquisas fora, duvidando da doutrina Espírita, e só retornei quando me convenci de que tem lógica, a melhor lógica de todas as religiões ou movimentos filosóficos. Sim, comecei por Jean Paul Sartre na adolescência, a essência do ateísmo e também do pessimismo árido, depressivo e devastador. Ele quase me mata...

Ou então entendi tudo errado sobre esse tal de sincretismo...

Tipificações Espirituais, Tradição Oral, Crença nos Elementais

Não sei o que estes items significam. Pensando bem, elementais devem significar o poder dos 4 elementos, água, terra, ar e fogo, mas também pode ser consoante com os princípios platônicos da Metempsicose, em que a evolução material humana começa no reino mineral, passa para o vegetal, animal e homem. A psicose do mentecápito (brincadeirinha).

Se fosse Demiurge contra Cristo, ele não seria tão feio e asqueroso.
Umbanda Versus Espiritismo

Os espíritas não gostam de serem associados aos umbandistas, mas o contrário é verdadeiro, os umbandistas gostam de se considerarem espíritas. Existe aí alguma conotação de superioridade? Afinal, só queremos parecer com quem é melhor, não é? De onde parte o preconceito? Mais tarde se explica que, para sobreviverem às perseguições, os escravos adaptaram suas crenças e rituais ao cristianismo, assumindo santos e provavelmente depois associando-se ao Espiritismo Kardecista, do mesmo jeito que os judeus se cristianizaram para escaparem da Inquisição européia.

A meu ver, a principal fonte da "desavença" é que o Espiritismo não admite nada que distraia a atenção dos seguidores de suas obrigações morais e espirituais, e como a Umbanda utiliza fetiches, isso é considerado dispersivo, de baixo nível intelectual e evolutivo e portanto fonte de preconceito, discriminação, desprezo e repulsa. 

Não é uma discriminação negativa de querer-se acabar com a concorrência, mas uma discriminação que não quer permitir que tais fetiches contaminem o puro ensinamento dos espíritos. Naturalmente que qualquer tipo de ritual associa o homem ao seu primitivismo, à sua falta de intelectualidade, ao nível de sua ignorância. O homem evoluído não precisa de rituais para lhe lembrarem e obrigarem a seguir sua linha moral. Obrigações servem para espíritos rebeldes, jovens, que precisam ser contidos e subjugados a fim de não causarem danos à coletividade. Mas espíritos maduros e adultos prescindem deste tipo de contrição.

Sacrifício humano no filme Apocalypto de Mel Gibson
Basta assistir ao filme de Mel Gibson, Apocalypto, se tiver nervo pra aguentar os sacrifícios demonstrados pelas religiões primitivas dos nossos ancestrais mexicanos e latino-americanos.

A seguir, as valiosas contribuições de pessoas comentando neste site acima mencionado.

Contribuição do Núcleo de Estudos Umbandistas

Tive a oportunidade de ler em seu site o breve artigo abordando a questão da suposta dicotomia entre Umbanda e Espiritismo. Confesso que fiquei bastante feliz por perceber que os irmãos trataram o tema de forma objetiva, clara e respeitosa, sem desferir ataques - ainda que velados - à Umbanda. Cumprimento-os por isso.

Contudo, gostaria de fazer alguns reparos quanto ao que foi dito:

  • Primeiramente o artigo afirma que a Umbanda não se rege pela doutrina codificada por Allan Kardec. Isso não é inteiramente verdade. Todo o contexto de cunho filosófico abarcado pelo pentateuco é abraçado pelos Umbandistas. O que ocorre é que a Umbanda não adota orientações de caráter prático, as quais foram inclusive bem enumeradas no artigo, como o uso de imagens, entre outras.
  • Em segundo lugar, o artigo faz alusão à função sacerdotal. Quanto a isso, vale dizer que a Umbanda propriamente dita não tem sacerdotes. A função de direção dos trabalhos é conferida a pessoas de evidente ascendência intelectual e moral e com notórios conhecimentos dos fundamentos da religião, além, é claro, de capacidade de liderança sobre o grupo. 
Vale ainda informar que, em consonância com a orientação do plano espiritual, a Umbanda em seu segundo século de existência começou a passar por um processo de renovação tendente a orientá-la no sentido de um corpo de doutrina próprio e mais homogêneo, abolindo práticas que nunca foram típicas dos mentores que compõem a Corrente Astral de Umbanda. Nesse momento, por todo o país, inúmeros grupos já se organizam nesse sentido.

De resto, não há dúvidas de são religiões diferentes e acho mesmo desejável que assim o seja. Os umbandistas, no entanto, insistem em se afirmarem espíritas e entendo que o somos latu sensu. Seria importante que os espíritas de orientação kardekiana entendessem essa tendência como um apelo a uma convivência fraterna e construtiva que, entendo, pode e deve existir.

Contribuição de Rafael Pires

Após ler no site Temas Diversos, Umbanda versus Espiritismo, venho contribuir como umbandista e irmão de fé, em alguns detalhes que denigrem a religião de Umbanda.
  • A religião de Umbanda não tem dogmas (dogma é uma crença ou doutrina estabelecida de uma religião, ideologia ou qualquer tipo de organização, considerada um ponto fundamental e indiscutível de uma crença), tudo é livre para ser falado e discutido;
  • A Umbanda possui doutrina ou teologia;
  • A fé de Umbanda não é emotiva devocional, e sim racional
  • A Umbanda não faz jogos premonitórios, isso é da religião do Candomblé;
  • A Umbanda foi anunciada e revelada (codificador) pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, e fundada em 15 de novembro de 1908 pelo médium Zélio Fernandino de Moraes.
Espiritismo e Umbanda

http://www.espiritoimortal.com.br/espiritismo-e-umbanda/

As pessoas com quem me relaciono sabem da minha condição de espírita, e muitas vezes fazem confusão com Umbanda ou Batuque. Batuque é como se chama aqui no Sul a religião de nação africana. O Candomblé não é muito comum por aqui.

Batuque dos Orixás
Muitos pensam que espírita larga despacho nas encruzilhadas, que acende vela, que toca tambor, que faz trabalho no cemitério. 

Frequentei Umbanda e Batuque na infância e na adolescência. Conheci terreiros totalmente diferentes uns dos outros. Desde humildes cômodos de madeira caiada até grandes salões. Desde a chamada Umbanda Branca, com cânticos sem o uso de tambores, até sessão de Exu, de uma energia pesada e de um barulho infernal.

Mencionei há pouco a Umbanda Branca. É um modo de distinguí-la da Umbanda misturada com nação, coisa muito comum por aqui. Acontece o mesmo com o Espiritismo, que às vezes é denominado de Espiritismo Kardecista para diferenciá-lo da Umbanda e de religiões africanas. E aqui chegamos num ponto sensível, pois nem os Espíritas gostam de ser chamados de Kardecistas, nem os Umbandistas gostam que se diga Umbanda Branca. Os espíritas explicam que o termo “espírita” foi criado por Allan Kardec. Os umbandistas dizem que só existe uma Umbanda.

Despacho na encruzilhada sem sacrifício animal
O fato é que o conteúdo filosófico legado por Allan Kardec é seguido pela Umbanda. As diferenças entre Espiritismo e Umbanda estão na forma exterior, já que a Umbanda adota o uso de imagens, símbolos, pontos cantados e riscados, práticas que são evitadas no Espiritismo.

Há anos venho lendo e sendo informado de que a Umbanda vem passando por um profundo processo de mudança. Conheci um terreiro no início deste ano que segue as novas orientações do plano espiritual e pude notar o esforço em adotar uma doutrina própria. Talvez você não saiba, mas a Umbanda teve início no Espiritismo. E passou a denominar seus templos de “Centro Espírita” no tempo em que as religiões africanas ainda eram perseguidas pela polícia. Para evitar problemas, adotaram o nome de “Centro Espírita” ou “Centro Espírita de Umbanda”. Nem sempre houve liberdade religiosa no Brasil…

A espiritualidade responsável pela nossa orientação aqui na Terra certamente não faz essas distinções. O sectarismo é típico de mentes primárias, que ainda precisam se apegar ferrenhamente a algum rótulo ou título que lhe empreste alguma distinção. Você acha que um espírito superior a nós, empenhado em esclarecer e fazer o bem, vai dar alguma importância pra denominação religiosa? Vai perguntar se você é espírita, umbandista, católico, protestante, budista, muçulmano? Claro que não!

Uma das definições de Allan Kardec dizia que “espírita é aquele que crê nas manifestações dos espíritos”.

Questão de nível. O menino vê as coisas de um
nível baixo...
Questão de "Nível"

Bem, o fato de se perguntar se uma pessoa é espírita ou umbandista se prente a que, conforme a resposta, tem-se uma visão do estágio em que a pessoa se encontra em termos de sua evolução espiritual. 

Ora, obviamente que os considerados atrasados ainda utilizam rituais, mas eles não gostam de serem considerados atrasados. Então, de acordo com a resposta da pessoa, sabe-se em que estágio deve-se tratar os assuntos com ela, a fim de não ferir-lhe os ânimos. 

É muito bonito o discurso do não-preconceito, porém perguntar e classificar não é preconceito embora pareça, trata-se do que o inglês chama de "assessment", acessar o grau de experiência da pessoa com as coisas espirituais. 

Se para ela as coisas espirituais são corriqueiras e não lhe modificam a vida normal, então ela é evoluída. É assim que os espíritas querem que seus adeptos sejam e é assim que a doutrina Espírita é repassada às pessoas, sem ídolos, sem rituais, sem sacerdotes, sem santos nem imagens, apenas a vida normal. Isso é bem diferente da Umbanda, então tudo é uma questão de "nível" ou "estágio" de desenvolvimento.

Tudo obedece a uma lógica única. Para você evoluir espiritualmente, é preciso de despojar das coisas materiais. Ora, rituais e imagens são coisas materiais assim como templos, cânticos e vestimentas de sacerdote. Usando esta lógica, o Espiritismo é a mais evoluída das religiões. Ele é tão evoluído que nem sequer de religião deve ser chamado, trata-se de um conjunto de princípios morais e racionais (que chamam de "doutrina", palavra defamada pelas doutrinações nazistas) que são guias para fazer um homem melhor, fazê-lo evoluir.

Como não sou nenhum estudioso especialista e sou mais um aplicante do conhecimento na vida real, através destes textos aproveitei para depurar meu conhecimento e evoluir um pouco mais, identificando pontos de importância para nós todos, além de definir como podemos eliminar os preconceitos e desavenças.

O espírito permanece, a alma fica, o corpo se vai
Espírito Imortal

Esta página muito ilustrativa do site Espírito Imortal que pertence ao Morel Felipe Wilkon tem uma longa trilha de comentários e adições do autor da página, e destes recolhi esta série de textos interessantes.

Fabio diz "no Espiritismo, nada é imposto, você age do jeito que lhe é conveniente, e para toda ação, há uma reação." 

Basta saber isso, eu diria, ou seja, você é responsável pelas consequências ou reações dos seus atos.

Aparentemente, alguns espíritas rejeitam o sub-rótulo de kardecistas por alguma razão exdrúxula. Ora, se foi Kardec quem iniciou o Espiritismo no mundo, porque raios alguém vai ter a prepotência de tentar dissociá-lo de seu fundador, depois de todo o trabalho que ele teve? Não é justo e é ingrato, contra o próprio espírito do Espiritismo.

Rogério Batista diz "Buda não era budista, Cristo não era cristão e nem Maomé era muçulmano. Eram todos mestres que ensinavam o amor."

Quem inventou as religiões veio depois e os elegeram ídolos, mas o Espiritismo era espírita desde o início e, no entanto, Allan Kardec não foi eleito ídolo.

Anônimo acrescenta que o Espiritismo possui "objetividade no estudo do evangelho, viés científico, estímulo ao trabalho social e simplicidade das práticas mediúnicas".

Típico de terreiro de galinhas na roça do vovô
Existe também uma diferença em que a Umbanda é praticada em "terreiros" enquanto o Espiritismo é praticado em centros construídos ou até nas casas de famílias. Terreiros é como são conhecidas áreas vazias ou terrenos baldios encontrados nas periferias das cidades brasileiras que é geralmente onde o povo pobre reside porque não tem condições financeiras de arcar com uma propriedade num subúrbio ou bairro servido pelas comodidades da civilização. Consequentemente, Umbanda é associdada ao povo pobre, ou seja, sem educação, e portanto, com menos alcance intelectual o qual não pôde ser desenvolvido pela falta de recursos, pessoas que precisam de rituais.

Oilson Israel fala que "o mundo espiritual é habitado pelos espíritos, seres inteligentes da criação, imateriais, que mantêm sua individualidade e assim têm formas de pensar diferentes, formando então, grupos de afins."

Desse modo não há nenhuma razão para existir preconceito de nenhuma das partes umas com as outras. Trata-se apenas de estágios do mesmo desenvolvimento intelectual humano, mas os preceitos são os mesmos, evoluir espiritualmente através da purificação dos sentimentos e emoções.

Oxalá ilê oxum ademum raçanã, de bará a oxalá, seja lá o que está
escrito aqui. Como Oxalá é negro, este seria o Jesus versão negra,
pois sim?
Na Umbanda, Jesus é chamado de “Oxalá”.

Na minha prática no Espiritismo, já vi membros quererem introduzir cânticos em nossas reuniões. Fui radicalmente contra principalmente porque tais cânticos eram de muito baixo nível como as músicas sertanejas brasileiras (que me perdoem seus fãs, e eu até gosto do Lucas Lucco, com bastante restrições). O Espiritismo cultua o ser humano e promove a sua evolução espiritual, então se houvesse de adotar cânticos, que fossem baseados nos clássicos dos grandes mestres, no que há de melhor, de "superior" a fim de inspirar as pessoas e não maltratá-las com sons primitivos que geram repulsa dos de mente mais elaborada e de maior alcance. Esta é mais uma razão para deixar-se os cânticos de fora até porque gera menos polêmica e discussão inútil.

Superior Versus Inferior

Minha conduta me ensinou que nós podemos ser inferiores ou superiores, mas isso não denigre a nossa personalidade e o nosso ser. Apenas somos assim, e assim devemos nos considerar, nos adaptar e nos enquadrarmos. 

Se somos inferiores, não é vergonha assumir-se e admirar-se os superiores. Somos inferiores porque ainda não tivemos a oportunidade de sermos superiores, mas um dia teremos. E se somos superiores, não é nada superior discriminar os inferiores, muito pelo contrário. Cabe aos superiores tornar os inferiores iguais a eles, que é uma questão de justiça (superior).

Ninguém é superior ou inferior; ninguém é igual também não.
Cada um é único e incomparável. Osho.
Isso quer dizer que a associação que os leigos fazem de que o Espiritismo sacrifica animais é por culpa da Umbanda (ou ao Candomblé) que se apregoa Espiritismo também, querendo ascender na cultura popular, já que o Espiritismo é associado às elites intelectualizadas. Enfim, são os ignorantes defamando as religiões dos outros contanto que as deles sejam as melhores, o que denota comportamento justamente de gente atrasada e não evoluída. O mesmo se dá com os espíritas kardecistas que porventura se considerem superior a qualquer outro ser humano, o que denota justamente a inferioridade deles. 

A sabedoria e superioridade verdadeira torna a pessoa humilde diante da grandiosidade do universo.

O dono do site diz que na incorporação o espírito não "entra" no corpo do médium, mas eu tenho cá minhas dúvidas. Nas poucas sessões que presenciei, tais médiuns mudam completamente de personalidade, o que é uma grande indicação de que é o espírito que está ali falando e agindo, enquanto o médium ele próprio, seu espírito, descansa em algum lugar, esperando sua vez de retornar ao seu corpo. Ou então aqueles médiuns são grandes atores e mentirosos, mas quando você conhece tais médiuns e sabe que são figuras distintas, decentes e honestas, você não pode nem sonhar com tal charlatanice insana. Quando eles retornam podem não estar conscientes do que aconteceu ou do que fizeram, porque há os conscientes e os inconscientes.

A melhor representação do Espiritismo no cinema tem sido no filme Ghost, simplesmente perfeito. Sendo que no caso a atriz Whoopi Goldberg foi extraordinária, não só ao representar sua própria charlatanice, como ainda nos convencer da verdade fazendo uso de sua fenomenal atuação que lhe garantiria um Oscar de charlatanice.

Morel, dono do site, adiciona que "os conceitos defendidos pelo Espiritismo – como a reencarnação, defendida também pelo budismo e por dois terços da população mundial – tendem a se tornarem de domínio público, sem que as pessoas se tornem, necessariamente, seguidoras do Espiritismo. Como disse León Denis, o Espiritismo não é a religião do futuro, mas é o futuro da religião."

Algumas pessoas falam da Umbanda sem nunca terem ido a um terreiro. Eu fui a alguns quando era jovem, levado pela minha mãe e as amigas dela, mais como companhia masculina do que propriamente para me tornar umbandista. Na época minha mãe estava sendo influenciada por uma amiga. Ambas eram kardecistas, mas esta amiga estava a fim de fazer algum trabalho mais "poderoso" para dar um jeito em sua vida que estava se deteriorando. 

Foi assim que fui testemunha de um sujeito que desenhou um anagrama na areia do terreiro, hipnoticamente como quando a gente presencia um artista trabalhando, encheu ele de cores e velas e mais um tanto de coisas coloridas que não me lembro, talvez pólvora causando combustão repentina, e tal. Não chegou a matar galinha na minha frente, mas talvez tenha colocado alguma garrafa de aguardente em algum lugar. Depois ele se contorceu e fez uns gestos que, se eu estivesse sozinho, teria saído dalí espavorido para nunca mais voltar, coisa parecida com rituais de indígenas primitivos. 

Rinha de briga de galos, apesar de repulsiva e proibida, muito 
cultuada no meio masculino de certas periferias nacionais
Aquele era um terreiro de verdade pois até o chão era mesmo feito de terra batida e não de calçamento. A construção era feita de caules de árbustos e a cobertura estilo choupana, de palha de coqueiro, bem rústica e primitiva, como as ocas dos índios ou casas de pescadores humildes. No centro havia algo como uma arquibancada ao redor do que parecia uma rinha de briga de galos, esta é a visão que ficou marcada na minha mente de garoto pre-adolescente.

Uma segunda exposição ao que considero ser Umbanda, pois era assim que minha mãe se referia quando íamos a estes lugares, e que eu me lembre, fomos só duas vezes, desta vez o "terreiro" era dentro de uma casa velha estilo colonial num bairro afastado e de classe média baixa. A casa branca e bem cuidada era até vistosa, mas lá dentro, na sala, havia um altar cheio de estátuas negras e indígenas, e mais uma parafernália de coisas que nem sei como identificar. Diante deste altar absolutamente primitivo, algumas pessoas se deitavam de bruços no chão, sem sapatos, e vestidas com roupas brancas, num ritual bastante incômodo, um verdadeiro sacrifício para aquelas mais velhas. Naquele "terreiro" não lembro de ter visto ou ouvido baianas a rodarem sob o batuque de tambores.

Babalorixás em Manaus
Depois disso, suponho que fiquei lá fora, embaixo da cobertura de um pátio, e quando dou por mim, salta um sujeito que devia estar sem camisa, com calça folgada branca amarrada na cintura, sem sapatos, como um lutador de capoeira, que passa rodopiando pelo pátio com os olhos injetados e uma faca na mão, apontando-a para cada um de nós, como se tivesse intenção de nos cortar. Aquilo me ficou gravado na mente como talvez a maior ameaça física pela qual passei na vida, pois eu acreditava que era tudo verdade nos primeiros minutos. Nos segundos minutos, mudei de opinião e passei a achar tudo muito ridículo. Estava claro que o cara estava fazendo uma perfórmance teatral, que não tinha intenção nenhuma de ferir ninguém nem transformar aquele templo numa cena de crime, e que tudo não passava de uma tentativa de impressionar os visitantes, mas me impressionou muito mal a tal perfórmance do cara muito mais do que se casualmente fosse mesmo verdade que um espírito do mal quizesse mesmo fazer mal aos outros alí assistindo.

Ogum, homem vestido de mulher e rodando a baiana
Uma terceira exposição aconteceu em outra cidade muito mais avançada, num subúrbio popular, onde havia este "terreiro" montado no primeiro andar de um sobrado, e fui conhecê-lo acompanhando alguns amigos. Ao chegarmos lá, dei de cara com uma sala grande cheia de janelas abertas ao redor, totalmente branca, e repleta de pessoas vestidas como se fossem as baianas tradicionais da Bahia, o que incluia os homens. Bem, homens vestidos de saia branca rodada, com adereços nos cabelos e o que me marcou mais, pulseiras de caramujos e conchinhas brancas nos bíceps morenos, "rodavam a baiana", expressão que provavelmente nasceu deste ritual deles em que as pessoas ficam rodando sobre si mesmas, e também numa ciranda ao redor da sala e em torno de um centro vazio, numa dança sob tambores e falando palavras africanas. Na cabeça da sala também havia o mesmo altar repleto de esculturas de santos negros e indígenas e mais outras coisas não identificadas, e também lá algumas pessoas se extendiam no chão, de bruços, como que a render graças ao tal altar, menos higiênico do que se elas se ajoelhassem.

Se o que assisti nestas três visitas a "terreiros" foi Candomblé ou Umbanda, sinceramente não sei responder, até porque se você Googlear estes termos em imagens vai ficar confuso com a semelhança. Suponho que o ritual do gráfico de pontos riscados no chão (ou mandalas) tenha sido Umbanda enquanto os outros com altares tenham sido Candomblé. Umbanda também parece estar associado a oferendas a Yemanjá no mar e na festa de reveillon de fim de ano. Alguns sites também associam a influência dos ciganos armênios.

Não chore, baixo astral, as coisas vão melhorar...
Comparando estas visitas à dos centros e reuniões espíritas kardecistas em que estive presente várias vezes na minha vida jovem até a adolescência, e depois na maturidade, existia uma imensa diferença de ambiente e astral. As reuniões Espíritas Kardecistas em centros ou nas casas transmitiam uma imensa paz, mesmo que alguns médiuns incorporassem raivosos espíritos necessidando "doutrinação" e apaziguamento, a paz e o controle era capaz de acalmar até adolescentes. Talvez isso se devesse às preces tranquilizadoras do início e fim das sessões, que exigiam preparo, concentração, silêncio e pensamentos elevados. 

Já os terreiros me deixavam em ponto de bala, apreensivo, amedrontado, em estado de tensão e pronto para revidar, para a guerra. Os batuques e as danças não ajudavam em nada no relaxamento ou na elevação do espírito pois eram mais enervantes e nervosos do que tranquilizadores. Afinal, como se pode relaxar rodando feito um pião ou peru tonto, como se a pessoa estivesse sob a influência de drogas? E que paz pode se adquirir sob o barulho de tambores ritimados que serviam mais para incitar os ânimos dos soldados nas guerras medievais?

Além disso, quem é que pode se sentir bem em meio a garrafas de cachaça e eventualmente sangue de galinha degolada ou ante à presença de lanças indígenas de estátuas de guerreiros claramente endereçadas às matanças nas batalhas?

Convenhamos.

Parede de combogós do elevador panorâmico de Olinda, estado de
Pernambuco, baratos, vazados, ventilados e seguros
No Espiritismo Kardecista não tem nada disso, nada nas salas, nada nas paredes, chegava a um ponto em que eu, criança meio adolescente, passava a detestar tanto despojamento que eu considerava frieza. Eu ansiava por quadros de obras de arte nas paredes nuas, por simples cortinas nas paredes e tapetes artísticos no chão sobre os ladrilhos lisos e bem lavados, por cadeiras estofadas no lugar das lúgubres e rústicas cadeiras dobráveis de auditório descartáveis, prédios com arquitetura de design no lugar de meras construções práticas, frias e sem atrativos constando do meramente necessário com materiais os mais baratos e rústicos possíveis como janelas basculantes e combogós. Eu não entendia que o despojamento das coisas materiais podia ser tão frio. Ora, merecíamos muito mais se pretendíamos desenvolver nosso espírito, o que seria por meio das artes além do conhecimento.

Janelas basculantes rústicas, simples, seguras e já vem com grades
embutidas, feias mas práticas.
Passeando pela espiritualidade em sonho, meu pai me mostrou coisas belíssimas e realmente inspiracionais, tanto em termos de arquitetura, quando em termos de ambiente de lá, onde ele está, tecnologia e artes como as musicais. Este passeio deve ter sido para eu não esquecer que, verdade que devemos nos despojar das necessidades materiais, mas não devemos desprezar os produtos deslumbrantes da criatividade, da arte e da ciência humana.

Eduardo Cruz fala "a Umbanda lida com magia, desfaz energias deletérias, combate orgulho e vaidade por meio de guias humildes e caridosos, representados nas figuras dos pretos velhos e caboclos."

Que eu saiba, pretos velhos também se incorporavam em médiuns nas reuniões espíritas kardecistas das quais participei. Eu sabia que não havia hierarquia, pois também incorporavam médicos e espíritos de alto nível, mas havia um tratamento e preparo diferente, sendo que os de baixo nível estavam ali justamente para serem ajudados pela equipe, que depois de uma conversa, o conseguiam convencer a partir daquela para melhor, sendo guiados por espíritos do bem através do "facho de luz". Afinal, o que um criminoso mais não quer do que ser ouvido, compreendido e ajudado?

Capa da revista Carrozziere Italiano mostrando o
primeiro carro conceito brasileiro, o Aruanda, em
1965
Eduardo acrescenta, "por ter nascido na Europa e ter conteúdo altamente filosófico, com a solidez da base espírita codificada por Allan Kardec, o Espiritismo Kardecista não atende às camadas mais simples da população."

Endosso o comentário acima, e esta é então a diferença fundamental entre o Espiritismo e a Umbanda, esta atende às camadas mais simples da população, ou seja, as menos cultas, que precisam de fetiches e estímulos outros do que suas próprias mentes, o que não denigre ninguém.

E continua, "a Umbanda já trabalha para libertar seus adeptos do culto exterior, orientando-os a se focar nas energias e não no materialismo simbólico", atendendo a um chamado espiritual dos últimos anos.

Júlio César lembra o outro nome do "Nosso Lar" que é "Aruanda".

Rótulos de Pai e Mestre

Marco Aurélio Marini Teixeira lembra que "Jesus, que afirmou, onde dois ou mais se reunirem em seu nome, ali estaria." Recuso-me a copiar aqui o adendo que diz "nosso mestre". Falar assim de Jesus o separa de nós próprios, como se ele fosse o superior, e nós os meros servidores. Para mim somos todos iguais, incluindo Jesus Cristo, e por quê não? Se eu fosse ele, costumo dizer a todos, eu não gostaria de ser tratado diferentemente como "mestre". Nem mesmo meus filhos me chamam de pai. Eles resolveram por si próprios como me chamariam desde bebês, e me chamam pelo meu nome até hoje. Quando eles mencionam "pai" ou "mãe", a gente pergunta, ih, o que você está querendo, coisa boa não é, e geralmente tudo é acompanhado de boas risadas.

Coexistência e tolerância são lógicas
Igualdade das Religiões

Tem comentários que dizem que todas as religiões são iguais, mas eu não concordo. O que vejo é que todas tendem a irem na mesma direção, mas umas estão mais avançadas do que outras. 

Por exemplo, o budismo não acredita em Deus, mas acredita em Gaia, o espírito da Terra. Quando morremos para ele, nossa alma se junta à de Gaia. O Espiritismo nos ensina que temos alma e espírito, e que nossa alma ou perespírito se une a Gaia e permanece no entorno do planeta, enquanto nosso Espírito se liberta para outras paragens "superiores". Ou qualquer coisa assim que o valha, me corrijam se entendi errado.

Religiões asiáticas acreditam em karma enquanto o Espiritismo acredita em reencarnação. Existe uma diferença entre os dois conceitos embora no fundo eles signifiquem a mesma coisa, a lei de causa e efeito, ou seja, o que se faz aqui, aqui se paga, significando que se uma pessoa faz um mal, deverá responder pelo mal que fez de alguma maneira, o que enquadra o conceito de reencarnação como novas chances de redenção do espírito, além de englobar sua evolução pelo aprendizado. O karma não abraça este conceito de evolução, apenas do pagamento pelo que se faz de errado. Pelo menos é o que eu sinto quando converso com asiáticos autênticos, pois afinal estou na Ásia.

Conforme o descrito acima, me parece que o Espiritismo foi o único que chegou mais longe.

Demiurge de William Blake, 1794, em O Mais
Velho dos Dias (The Ancient of Days)
O Gnosticismo, por exemplo, que a meu ver e pelo pouco que conheço sobre seus mistérios e segredos, parece ser o que mais se aproxima do Espiritismo, tem uma diferença fundamental. Por ser mais baseado na lógica material, para ele a humanidade é escrava do Demiurge, que seria um Jesus Cristo ao contrário, um druída maçônico ou o Deus do Velho Testamento, do mal. Seria ele o responsável por nos manter cativos em sucessivas reencarnações. Para mim este é o ponto de vista negativo. O ponto de vista positivo, e portanto, mais evoluído, é que a reencarnação faz parte das leis de Deus com o propósito de nos fazer evoluir enquanto espíritos, e não nos fazer escravos deste mecanismo.

Digamos que ambos tenham razão, e que realmente as forças do mal tenham sido capazes de sequestrarem este mecanismo de reencarnação com o objetivo de perpetuarem os escravos a sempre trabalharem para as elites dominantes durante séculos e mais séculos, daí eu posso levar em consideração e ambos estariam certos. Porém, em comparação, a base do Espiritismo ganha em profundidade e alcance além da maldade localizada de um ser ou vários que se encontram em compartimentos da vida ou de um planeta. O Espiritismo de novo vai mais adiante e engloba o universo, a verdade universal, todos os mundos, a inteligência suprema e não seriam todos os mundos que seriam escravizados cada um pelo seu próprio Demiurge de estimação.

Culto evangélico no Sindicato dos Motoristas de São Paulo.
A comunhão é bela, amor e louvor se as pessoas saíssem dalí e

continuassem do mesmo jeito.
Se nos metermos a comparar o Espiritismo com as novas religiões protestantes do Brasil, eu diria que aqueles escândalos nos palcos com várias pessoas se debatendo como se estivessem possessas, surtadas e tresloucadas, recebendo espíritos do mal em obsessões malditas coletivamente, rodeadas de pastores a derrubá-las no chão ou a segurá-las com pulsos firmes, para conter a agressividade delas seriam um fenômeno em cadeia do que acontece nas reuniões espíritas um a um, de cada vez, acompanhados por vários médiuns em corrente de bondade e orações, sem aquelas cenas dantescas de pessoas se submetendo a situações degradantes e vexaminosas. Em comparação, ninguém vai dizer que tais escândalos são mais evoluídos do que as quietas sessões espíritas que servem ao mesmo propósito, porém individualmente e não coletivamente.

Digamos que as religiões evangélicas atendem a mais pessoas ao mesmo tempo devido à grande crise de obsessões e o atendimento em massa, então eu diria que, se realmente funcionasse, estaria tudo bem. Mas o que vejo são pessoas colocarem todas as suas angústias pra fora, agindo com histeria, sem medo de represálias nem criticismo, porque estão no ambiente adequado para elas fingirem-se de doidas e possuídas do jeito melhor que bem entenderem, se quiserem, pois tem vários tipos de manifestações medonhas.

Suponho que haja alguém que tire algum proveito em externar sua histeria, aliviar-se e depois ir para casa se sentindo bem. Seria o mesmo que ir para uma praia deserta e gritar a plenos pulmões até cansar, ou quebrar tudo em algum lugar a fim de botar pra fora sua violência e ódio contidos sem prejudicar ninguém. Ou então surtar.

Quando eu era jovem, costumava passar na frente de pequenos templos evangélicos quando visitava conhecidos muito pobres que moravam em subúrbios bastante humildes e sem calçamento, e me assustava com os uivos lancinantes saídos de lá de dentro a portas fechadas.

Documentários na Austrália mostram como crianças são criadas nas escolas muçulmanas, obrigadas a recitarem o livro sagrado, sob pena física e de expulsão da escola se não o fizerem. Algumas crianças recitam sem saber o que estão dizendo, apenas fazendo os sons, e quando são descobertas, sofrem castigos físicos até falarem direito. Elas crescem fazendo movimentos de pêndulo enquanto recitam e se tornam adultos assim.

Exorcismo evangélico pode resultar em agressões, fraturas e
processos
Qualquer religião que obrigue o ser humano a agir como possesso, que o deixe constrangido ou que o exponha ao ridículo não pode ser adotada por quem tem bom senso.

Fotos de cultos evangélicos mostram pessoas em transe, todas dadas as mãos, ou com os braços extendidos para o alto, mas como todos fazem, ninguém acha que tem alguma coisa errada. Aquilo pode até ser considerado um programa, uma sessão de psicoterapia de grupo, de sintonia social onde tudo é permitido porque é em nome de Deus. Quer dizer, nem tudo... histeria tem limites. Ao dizerem que amam-se uns aos outros com facilidade e frequência, isso cria "amigos" e o membro se sente apoiado. Mesmo que seja tudo ilusão, pois não é um apoio de amor incondicional, é só enquanto você faz o que a igreja aprova. Mas é assim que elas se sentem aceitas na sociedade, se sentem como pertencendo a um grupo, então tem uma função.

Culto evangélico barulhento em Honduras em novembro de 2015
Em certa parte da cidade, a certa época no passado, as pessoas não podiam dormir tal era o barulho de uma imensa igreja evangélica. O governo teve que intervir, como aconteceu em Honduras, a fim de garantir o silêncio da comunidade ao redor.

Algumas páginas na net falam de discriminação e demonização dos cultos evangélicos, principalmente quando comparados à Umbanda e Candomblé que seriam autênticos movimentos espirituais. Mas temos que valorizar o aspecto psicológico sanativo destes movimentos emocionais em massa pois eles são muito eficazes, promovem o amor e a aceitação das pessoas carentes de religiosidade. É inegável a influência da religião na recuperação de presos em penitenciárias ao redor do mundo inteiro. Se o problema é servir como ópio e substituir os pensamentos civis por explosões momentâneas e regulares de êxtase, apesar disso é uma terapia positiva que reduz o mal que as pessoas fariam se não pudessem externar suas angústias.

Siga a trilha do dinheiro para entender mais coisas rapidamente
Trilha do Dinheiro

Ah, como pude esquecer o ponto principal de todas estas religiões? O Espiritismo não tem dízimos e é de graça, vivendo de doações expontâneas de quem pode contribuir, que eu saiba, ou até mesmo da venda de livros. Não precisamos citar os milhões dos pastores responsáveis por cada vez maior número de sub-religiões parecidas mas diferentes.

Meditação

O budismo considera a meditação, assim como outras religiões asiáticas. O que é a meditação? Para mim, que nunca consegui meditar porque caio no sono, meditação é outro nome para um estágio de vigília em que nos encontramos meio acordados, meio dormindo, o que considero um estágio em que podemos ter comunicação espiritual, de acordo com a minha própria experiência, e nos lembrarmos delas, ao contrários dos sonhos. 

É nestes estágios "alfa", por exemplo, em que podemos ser induzidos a vivenciar vidas passadas, ou seja, estamos alí, acordados, podemos nos levantar a qualquer momento e ir embora, mas decidimos ficar e sermos orientados para seguir adiante aceitando as cenas e sentimentos que resolverem aparecer numa espécie de hipnotismo consciente. Eu diria que este tipo de "meditação" não me leva a dormir porque tem um objetivo claro e ao qual estou comprometido, ou seja, tenho interesse. 

Meditar por meditar me dá sono porque não tem nenhum objetivo. Portanto, mais uma vez, que eu saiba o budismo não encoraja a meditação como meio de se comunicar com as esferas mais elevadas do universo. Ele apenas recomenda porque nos acalmamos e ficamos mais tranquilos, baixando nossas tensões. Ou então estou completamente errado. Tive amigos e amigas que entendiam mais sobre budismo, e foi isso o que conseguiram me repassar, através da minha própria interpretação do que eles queriam dizer com tanto esforço e não conseguiam.

Vozes na minha cabeça, Raiva, Medo, Alegria, Nojo, Tristeza na
animação chamada Divertida Mente da Pixar
Comunicação Astral

Me parece muito claro o porque da "superioridade" do Espiritismo: afinal, ele nos foi comunicado pelos próprios espíritos "desencarnados". Que eu saiba nenhuma outra religião foi comunicada por espíritos, todas são produto dos humanos, a não ser que eu esteja totalmente errado. Além disso, o Espiritismo foi comunicado através de médiuns humanos, porém espalhados em todo o planeta numa época em que não existia rede social digital e nem internet. Foi preciso Allan Kardec viajar para os lugares pra saber.

Deve caber aqui eu reforçar que não sou espírita por decisão minha, fui criado dentro do Espiritismo, e tudo o que vi nele tem lógica bastante para ele continuar me seduzindo. Depois da minha adolescência, passei a estudar muitas outras religiões, nunca profundamente por pura falta de interesse diante das limitações grosseiras imediatamente identificadas, de modo a poder falar, argumentar e comparar. Caso tivesse encontrado algo melhor, hoje eu seria budista, ou escafandrista, ou ateu, ou cientologista, ou profano, cigano, judeu, qualquer coisa. Quando nasci provavelmente já estava pre-destinado a avançar neste esquema pelos pais que a espiritualidade escolheu para me criarem. Afinal, cabeçudo e obstinado do jeito que eu sou, ia perder um tempo danado até chegar a esta conclusão, e talvez não chegasse nesta vida. Foi um pontapé no traseiro que recebi, e por isso tenho que fazer alguma coisa boa pra ajudar na sua divulgação.

A Verdade É uma Só

Muita gente argumenta que a verdade depende do ponto de vista de cada um, ou seja, não existe uma verdade suprema. Contra-argumento dizendo que a verdade é uma só, ela está lá, no canto dela, porém cada um a interpreta de um jeito pessoal. Cabe a cada um de nós se despir de nossos preconceitos, prismas, filtros a fim de identificá-la imparcialmente, exatamente como mandam os preceitos do direito jurídico hoje em dia, o que dá uma noção do quanto avançada a humanidade realmente está no ponto em que nos encontramos.

Leonardo contribui com "a realidade extrafisica é una, regida por leis imutáveis. O resto são divisões didáticas, permitidas pelo plano espiritual, a fim de facilitar a compreensão e mesmo a fé de determinados grupos, com certo passado cármico. Assim, dificilmente espíritos de linhagem racionalista aceitariam todas as verdades universais, incluindo as abstratas e arquetípicas, num mesmo pacote." 

"Como abordá-los? Como sinalizar a eles um caminho de redenção? O jeito foi buscar o foco racional, instruído, usando a prosa das cátedras, o discurso dos vencedores da razão, utilizando da filosofia acadêmica. Eis o Espiritismo – maravilhoso e lúcido – organizado por Kardec."

Ah é, né? Então tá. Agora tou sabendo. Mas que idiota que eu era...
agora você não me faz de bôbo mais não, agora já sei, estou livre.
"Por outro lado, como revelar a verdade a quem se cansou do falatório dos sapientes? A quem tem o coração ferido e sofrido, em razão do subjugo dos homens, e que se dispõe a acreditar com o coração, mesmo que a mente ainda não entenda (ou já entendeu e agora só quer sentir) os caminhos de Deus?"

"Alguns não precisam entender perfeitamente todos os mecanismos de manipulação da energia, mas acreditam em seu poder. Eis a maravilha arquetípica e carinhosa da Umbanda. A energia manipulada em um templo umbandista também é manipulada em um centro espírita, ou budista, ou pelos praticantes do reiki…"

"A energia das plantas que purifica as auras dos necessitados é a mesma em ambos os lugares, os quatro elementos, os pontos cardeais, a malha magnética da Terra. Apenas os “recortes” da Grande Verdade foram feitos de forma a acomodar a nossa fé!"

"Enquanto nossa fé ainda for sectária, estaremos um tanto distantes da Grande Verdade. Porque no fundo, ocidente e oriente, kardecismo e Umbanda, meditação e ação, são elementos que se completam. O “não-pensar” buscado pela meditação não é calar a mente, no sentido de embotar a lógica, mas apenas aquietá-la, calar as neuroses e pensamentos recorrentes, para que o coração, o “sentir”, possa projetar a energia de Deus."

Seicho-No-Ie, em Português Casa do Crescimento, é uma nova
religião sincrética e monoteísta do Novo Pensamento japonês que
se espalhou desde o fim da II Guerra Mundial. Ela enfatiza gratidão
pela natureza, a família, antepassados ​​e, acima de tudo, a fé
religiosa em um Deus universal. Seicho-No-Ie é o maior grupo do
Novo Pensamento do mundo. Até o final de 2010, tinha cerca de
1,6 milhões de seguidores e 442 instalações, a maioria localizada
no Japão.
Seicho-No-Ie

Morel, dono do blog, indica que "a Umbanda é uma religião exclusivamente brasileira que não existia antes na África. Já a Quimbanda é religião de origem africana, não tem nada a ver com Espiritismo; e a Seicho-no-ie tem base xintoísta e é uma filosofia de vida, não tem nada a ver com Espiritismo."

Stefany retruca, "existem 4 tipos de Espiritismo: Kardecista, Umbanda, Quimbanda e Seicho-no-ie. Os quatro são diferentes, mas todos são tipos de Espiritismo."

Sergio Alberto Rivera Jimenez diz, "a doutrina espírita está baseada no pentateuco kardecista, é um monumento e base de uma ciência. A Filosofia e a Religião tentam explicá-las. A Umbanda, criada pelo médium espírita Zelio de Moraes, 15-11-1908, é a única religião de origem brasileira. Foi criada para atender o povo mais humilde, pois naquela época o Espiritismo brasileiro dava prioridade às elites da sociedade. A Umbanda aceita o Espiritismo codificado por Kardec, e está evoluindo muito."

Avatar Descamisado

Um incrível Alexandre sem camisa em seu avatar fala como um idoso assim, "sim, sou espírita, não “estou espírita”. Ser espírita é viver ou melhor, é saber que somos imortais. O nosso espírito é imortal. Somos criaturas filhas de Deus, portanto, somos perfectíveis. Eu não creio, eu sei que existe a lei da reencarnação. Eu sei que os espíritos podem se comunicar. Eu sei que há a pluralidade dos mundos habitados."

Immortel, ad Vitam, 2004, filme francês sobre
mortais e imortais convivendo em New York em 2095
Bem, concordo com o ponto de vista acima do Alexandre. Não tenho dúvidas de que somos imortais, e por isso nada sinto com relação à morte, e se advir a saudade, ela se desfaz quando nossos entes queridos se comunicam conosco através dos sonhos, nos apaziguando a saudade que vai se esvaindo. Não tenho dúvidas de que os reencontrarei todos quando chegar a minha vez. Esta certeza foi se fortificando através das coisas que tenho observado na vida e nos sonhos. Se partimos deste princípio, tudo vai se encaixando.

"Se reconhece um espírita pelo esforço que faz para sua transformação moral e para vencer suas más tendências."

Baseado no conhecimento espírita, Alexandre elocubra "quando eu era um espírito livre da carne, eu pensava como um espírito imortal; eu agia como um ser sem fim; eu projetava minhas realizações no futuro com a certeza da possibilidade de quando encarnado superaria todas as expectativas dos amigos conselheiros espirituais. Que eu seria capaz de suportar tudo isso com maestria. No entanto, quando me tornei homem, em carne, passei a pensar como um mortal, agir como um ser com um final. Trazendo comigo estados ainda não resolvidos: o medo, “pensamentos e ações impuras”, orgulho, ódio, mágoa, culpa entre outras dezenas de defeitos."

E continua, "Para onde foi o meu alvo? Para alguém que não consegue enxergar, não consegue ouvir, e não consegue sentir o que está à sua volta e o que há dentro de si, qualquer local que se atire um dardo é o correto."

"Eu olhava para o céu e pedia respostas para a minha vida. Anos e anos se passaram, envolto num mar de solidão, incerteza, repetição e fracasso. Anos dormindo, um vagabundo ignorante e sonhador que pensava atingir apenas nos sonhos e não nas ações a chave da caixa de pandora que não só me recompensaria com conhecimentos, como também com uma reviravolta na trama da vida. Como se alguém aparecesse pra mim e revelasse o segredo. Insensato. Pena eu não ter ouvido aquele pensamento, que até então não conhecia e não acreditava: Alexandre, “o mundo não gira ao seu redor”, é claro, de uma maneira muito mais bonita e poética."

"Foi então que surgiu o Espiritismo, após o desencarne de um ente querido: minha mãe. Infelizmente, só aí pude ver o mundo com outros olhos. Um puxão de orelha daqueles, que fazem até o homem mais sem chão, revitalizar a coragem e a chama que estava extinta no coração."

Forma de tornar-se imortal
"O céu me trouxe e me traz respostas, através de missionários encarnados e desencarnados, no cotidiano, no mundo cibernético, nos livros, nas palestras e nos sonhos. Que trazem o consolo e o abraço para quem mais precisa. Então, me pergunto, qual será o desfecho desse “romance”?"

Apesar de tratar-se por "velho" tantas vezes reencarnado, seu avatar é de um jovem bem contemporâneo até na ausência de camisa.

"Agora busco não falar com meu Ego, tento falar através do meu Eu Superior, aquele velho sonhador, que já reencarnou tantas vezes e toda vez que desencarna diz: “Dessa vez eu faço diferente”. Esse “velho”, ainda não desistiu de si, dessa vez eu gostaria de surpreendê-lo. Sim, surpreender a mim mesmo. Na verdade, eu digo que não devo me preocupar, pelo menos nessa encarnação com frivolidades, denominações, não, chega! Basta! Não quero mais…"

"Fico com a ideia de que sou espírita, um ser criado por Deus, em constante mudança e sempre evoluindo. Se o Espiritismo é religião. Se a Umbanda se diz espírita, deixo para os “Doutos”, com Pós Doutorado em Espiritismo resolverem esse problema, sendo assim, que eles decretem o veredito final em suas infinitas cruzadas do ego. Até quando continuaremos criando barreiras e procurando pelo em ovo? Até quando nos importaremos se fulano ou ciclano se diz cristão, espírita ou qualquer outra coisa? Isso é realmente necessário? "

Representação do arcanjo Miguel, autor
desconhecido
"Eu sou uma metamorfose ambulante. Sou um homem bem melhor do que eu era antes, e tão aquém do arcanjo celestial que serei um dia. Pensando assim, chego a conclusão que já possuo muito carma acumulado, para quê criar mais um? Através de debates intermináveis por questões tão banais? Trazendo problemas na vida de outros, na pré concepção de que estou fazendo um bem para eles e em mim. Que bem é esse que cria lide, conflitos, ódio, discussões intermináveis, injúrias e guerra?"

O Retorno

Alex fala sobre a volta de Kardec para completar sua obra, do mesmo jeito que muita gente religiosa anseia pela volta de Jesus Cristo. Ora, já não basta o trabalho que eles tiveram? Para mim basta, através do conhecimento deles, conforme divulgado, já é o bastante para orientar-me, não preciso de que ninguém volte e se submeta a esta vida de horrores e dores físicas lancinantes só para me pajearem.

Igualdade

Outros comentários falam que somos todos iguais perante Deus. Sim, somos, mas nossos estágios evolutivos são diferentes. Enfim, somo iguais ou diferentes? Bem, somos iguais no nosso arcabouço mas diferentes nas nossas embalagens. Ou seja, nossas embalagens são passageiras mas nossa essência é nosso arcabouço. Associemos isso com a ideia de que somos iguais nos nossos corpos e diferentes nas nossas roupas. Que temos a mesma estrutura, mas podemos orná-las de milhares de formas diferentes.

Manoel Martins menciona que "Vários Espíritos de alta envergadura evolutiva e moral não passaram necessariamente por uma senzala ou coisa do tipo". 

Sendo rotulado
Rótulos

Outras pessoas comentam que pouco importa os rótulos religiosos, mas para mim, pelo menos, isso é fundamental. Ao ponto de que, se alguém me diz que é evangélico, eu corto imediatamente a amizade. Bem, esta é a minha vontade porque em geral é perda de tempo tentar argumentar com evangélicos, mas eu tenho amigos evangélicos. Ora, como é que pode ser isso? Porque todos se respeitam e ouvem o que cada um tem a dizer, desde que ninguém se proponha a guerrear ou ganhar uma batalha. São apenas meras opiniões. Quando alguém quer impor alguma coisa, então é ora de descartá-lo ou descartá-la.

Para mim, no topo da "cadeia alimentícia" religiosa 😋, é importante saber em que estágio se encontra cada pessoa que encontro. Se ela é atéia, sei que não adianta falar sobre certos assuntos, mas mesmo assim eu falo, he, he. Se ela é budista ou de qualquer religião asiática, sei que posso argumentar sobre suicídio pois eles pensam como nós, brasileiros, de quaisquer religião, que acreditam que a morte não acaba com o sofrimento e a vida não se acaba com a morte. A religião, ou a posição das pessoas com relação à religião, é fundamental para conhecer suas personalidades e entendê-las melhor e com mais velocidade.

Desculpa, com tanta coisa séria, eu não aguento, tem que relaxar
Natal do Ateu

Espiritismo não é religião, mas quando alguém especula porque eu ajudo aos outros no trabalho tornando a vida deles mais fácil e melhor enquanto não chamo a atenção para mim próprio e para as eventuais promoções que eu obteria se fizesse isso, como eles não entenderiam o fator espiritualidade, eu abrevio dizendo que é por causa da minha "religião". Lembrem-se de que estou na Austrália onde a maioria das pessoas é atéia mesmo que o país se promova como cristão e todos comemorem Natal e Páscoa sem saberem exatamente o que estão fazendo. Mesmo os ateus se confraternizam no Natal, e isso é o que importa.

Como convivo com muito asiático que são quase quarenta por cento da população australiana numa verdadeira invasão calada de imigrantes de vários países, e me dou bem com todos eles, fica mais fácil tratar de certos assuntos porque todos acreditam em karma.

Só não consigo entender o islamismo, mas deixa pra lá, melhor não mexer com o que está quieto, por enquanto.

Espiritualismo

Aqui na Austrália existe um termo que engloba todas as religiões, o qual é "espiritualismo". No Brasil as pessoas brigam pela posse do termo "Espiritismo" quando na realidade deviam fazer uso desta palavra "Espiritualismo" pois ela abrange todo mundo sem brigas. Assim, "Espiritismo" é Kardecista, e "Espiritualismo" é tudo o mais, incluindo as piores seitas, desde que se proponham a melhorar a humanidade e fazê-la evoluir.

Os livros de Zibia Gaspareto, por exemplo, considero como extensões do Espiritismo de Kardec, obras que vieram depois e que extenderam os conceitos da "doutrina", portanto este conhecimento nunca parou de evoluir e ser interpretado por diferentes seres humanos, justamente como devia ser, inspirados naquele conjunto de leis kardecistas que simplesmente resumem o sentimento humano no que há de mais puro.

Galinhas Mortas

Em grande parte dos comentários muito ilustrativos, ninguém fala em galinhas mortas. Vai ver que não se fazem estes sacrifícios na Umbanda, ou então eles não sejam considerados sacrifícios pois, afinal, mata-se milhões de galinhas no mundo diariamente para se comer.

Não fui lá na África comprovar, mas ouvi falar que mesmo hoje em dia os rituais religiosos africanos incluem sacrifícios de animais, chamados de vudus. Também em Cuba, religiões africanas são chamadas de santeria. Para mim toda religião que usa fetiches é primitiva, o que inclui o rico Catolicismo, com seus senta-levanta, cálices de vinhos, óstias consagradas, batizados, casamentos, Latin, velas. 

Pensando assim, o que se sobressairia sobre tudo isso? As portentosas igrejas anglicanas que são belas em seus vitrais multi-coloridos e seus portais curvos, e os evangélicos que também professam suas crenças entre paredes pobres e nuas? Portanto, acho que não se pode medir a espiritualidade de alguém ou de alguma religião pela quantidade de adereços. 

Os anglicanos seriam uma evolução do Catolicismo em que se livraram das imagens de adoração e permitiram seus sacerdotes casarem como homens e mulheres normais, se bem que ainda não chegaram ao estágio de elegerem mulheres pastoras. 

Corais

Já os evangélicos são conhecidos por seus corais celestiais de músicas sublimes sobre vozes que, de outra forma, não conseguiriam se impor no mercado musical de países como o Brasil, que propaga a mediocridade. Sou fã dos corais evangélicos e tenho lugar de honra na minha discoteca para alguns álbuns selecionados, doados por um amigo evangélico.

Extendendo este conceito, os corais dos evangélicos negros norte-americanos parecem ser fontes perfeitas de artistas fenomenais, festejados por filmes como aqueles da freira negra Whoopi Goldberg, Mudança de Hábito 1 e 2. Com uma música daquelas, qualquer um se converte.

Planta protetora chamada comigo-ninguém-pode
Despachos

Um outro comentário fala sobre despachos. Minha mãe nos ensinou que sal grosso é bom para remover más influências de nossas casas, se espalhados nos cantos, e porque não? Afinal, trata-se do poder dos cristais. 

Por outro lado ela também acreditava que certas plantas tinham poder contra o mal-olhado, como uma que se chama "comigo ninguém pode" e que estava sempre plantada em nossos jardins. 

Sobre as curas promovidas por plantas e raízes, do domínio dos Índios brasileiros e vendidas nos mercados para chás e poções, o que é isso senão a cura através do poder da natureza que inspira os médicos naturopatas e homeopatas através da purificação do espírito? Está tudo interligado ou não? 

Do site de Paleonerd Gascó ilustrando artigo O Ódio Cordial
Brasileiro
Onde Nasce o Ódio

Para mim é tudo uma coisa só, e é aí onde entram os interesses corporativos das seletas elites mundiais em suas ganâncias por mais poder, mais riqueza e mais acumulação em detrimento da maioria miserával do planeta. Tudo o que for de encontro aos seus lucros, elas tentam destruir, e isso já vem acontecendo a muitos séculos, assim como aconteceu recentemente no Brasil com o impeachment de uma presidenta e a perseguição de um popular ex-presidente que se preocupavam com os pobres, confrontando as elites.

Comunicação e Realidade

Entre eu e meus amigos evangélicos teve que ser construído um pacto. Porque gostávamos muito das nossas amizades, e entrávamos muito em guerra por motivos religiosos, resolvemos esfriar e não tratar desses assuntos. 

Contudo, com o tempo eles foram dando ouvidos a outros espíritas na família ou ao redor deles, com o "sentido" deles atinado em mim, e de vez em quando vinham com exemplos obtidos deles, o que muito me orgulhava. E foi assim que muitos conceitos acabaram por serem absorvidos por eles, levados em consideração de coração, mesmo que eles tenham continuado com seus hábitos e costumes de suas próprias religiões, e isso foi muito bonito, esta troca de experiências montadas no respeito e no amor à nossa amizade acima de tudo, e incondicional. 

Consciência cria realidade
Eles entram em choque com outro ex-amigo de infância que reencontrei pela internet e depois que trocamos figurinhas e matarmos nossa saudade, em que ele disse que a gente jamais deveria se separar de novo, ao saber que eu era espírita, simplesmente desapareceu sem pedir licença e nem se despedir nem dar explicação alguma. Curioso, pesquisei na internet e descobri que ele havia se tornado pastor Batista, e então tudo ficou explicado, porque os Batistas consideram o Espiritismo como sendo a religião do diabo, do demônio, do sacrifício sangrento de animais, eles são ignorantes a esse ponto. Sua amizade não era incondicional, e na realidade não valia uma titica de galinha, foi melhor ele desaparecer mesmo.

Como outro amigo meu me disse, é melhor que uma pessoa seja religiosa, de qualquer religião, do que não ser. Em qualquer estágio em que ela se encontre, ela está buscando suas melhoras espirituais. Sobre a expressão que um dia uma amiga minha me disse quando lhe questionei que ela nem sempre cumpria na vida o que havia aprendido na "doutrina" Espírita, ela me respondeu que pelo menos "estava tentando". Bem, não fiquei satisfeito com aquela resposta, mas depois, pensando bem, é melhor daquele jeito do que de jeito nenhum. Aprendi a ser mais tolerante e não exigir das pessoas o que elas não estão preparadas pra dar com consentimento.

Rituais indígenas brasileiros
Juliano contribui de forma clara, "É sempre bom estudarmos e refletirmos sobre o significado de cada crença, para evitarmos pré-julgamentos. Frequentei a Umbanda por 26 anos e há 10 sou adepto do kardecismo, atuando com médium. A Umbanda é maravilhosa, é uma religião poderosa e foi minha entrada nos conhecimentos espirituais, mas acredito que o kardecismo seria um passo a mais no caminho da espiritualidade maior. A Umbanda ainda é filha de uma cultura que valoriza muitas práticas exteriores, com seus vários rituais, vestimentas e expressões corporais próprias. Kardec nos ensina que à medida que o ser humano se espiritualiza os rituais desaparecem em prol da simplicidade, da disciplina, do estudo e da prática da caridade. "

Nessas horas me pergunto se não é bom preservar nossa cultura popular e folclore como hoje em dia praticamente todos os povos do planeta fazem. Bem, contanto que eles não mais guiem a nossa vida e façam parte dela só para constar, entender e nos orgulharmos de nossas origens, está tudo certo.

Caboclo

"Fui médium na Umbanda por algum tempo. Depois de um alguns anos comecei a frequentar centros que seguiam a doutrina dos espíritos codificada por Kardec. Atualmente faço parte da equipe de médiuns de uma casa Kardecista. Nesta mesma casa, em uma das primeiras reuniões mediúnicas que participei, senti a presença de um caboclo com quem trabalhava na Umbanda. Ele não pode falar como os outros espíritos que se manifestaram naquela noite. No final da reunião, perguntei ao dirigente o motivo de não permitirem o caboclo deixar sua mensagem. Tive a seguinte resposta: “ele poderia ter falado, mas não da maneira que ele queria.” Esta era uma referência à maneira característica da fala destes espíritos. Não questionei nada na época. Mas hoje me pergunto: o espírito foi impedido de transmitir a mensagem devido à sua maneira de falar, que segundo alguns kardecistas, é “enfadonha”, cheia de erros gramaticais, etc, etc… "

Tradicionais caboclinhos no carnaval
Suponho que isso não tenha sido muito bem explicado. O que deve ter impedido o caboclo de se manifestar teria sido que ele não estava no nível para aquele ambiente, e provavelmente ele queria forçar sua entrada e perturbar, o que não é permitido e nesse caso se ele tenta usar de toda a sua força, ele não consegue suplantar a força da equipe que orienta a reunião espiritual. Não tem nada a ver com palavreado e muito menos com enfado, pois já presenciei espíritos falando do jeito que eles aprenderam, grosseiramente, pretos-velhos usando "vosmicê, meu fio", porém suponho que na ocasião lhe foi concedida a permissão porque ele se comportou e aceitou as condições e as regras, ao contrário do mencionado caboclo.

Um outro amigo de muitos anos era Evangélico, e sempre nos colocou à disposição sua igreja e as pessoas que a dirigiam ou apoiavam, sem exigir que nos convertêssemos. Foi assim que durante vários anos nos beneficiamos da ajuda e apoio de suas comunidades em várias cidades, sem fazermos parte da congregação de membros, enquanto assistíamos à sua ascensão a pastor de sua igreja. Éramos convidados de honra em suas festas comemorativas, e nos permitíamos assistir a algumas missas e curtir a música de excelente nível, chegando a contribuir com instrumentos musicais para a banda. Isso é amor incondicional, isso é amizade verdadeira, isso é espiritualidade. Ninguém daquela congregação sequer nos perguntou se queríamos aderir a ela, ninguém cobrou por ter nos convidado para tantos eventos sem que fôssemos membros de suas igrejas, um verdadeiro exemplo de religião. Era uma facção dos Evangélicos que não sei denominar.

Na mesma época outras pessoas tentaram conquistar nossas amizades, mas quando nos levaram às suas religiões e não retornamos, eles também não retornaram a amizade. Só se nos dobrássemos às religiões deles.

O Poder da Água

Outro comentário lembra a utilização da água fluídica. Ora, para mim trata-se da mesma água benta dos Católicos, e das águas mágicas da Homeopatia que, com mínimas partículas de certas substâncias, fazem milagres e curam doenças e males pela força da natureza. Embora muita gente não acredite e entronxe a cara, a Homeopatia funciona para muitos daqueles que dela fizeram bom uso. Sim, utilizei a Homeopatia por muito tempo e conheci profissionais no Brasil até imigrarmos para a Austrália, onde esta prática, além de rara, é mais associada com charlatanismo, infelizmente.

Medo

Outra pessoa fala que os kardecistas temem adentrar um terreiro de Umbanda por vários motivos, mas eu diria que o ambiente do terreiro é bem diferente do ambiente das reuniões Espíritas, e é realmente amedrontador. Naquelas, a gente se sente relaxado, calmo, sem receio, desde o princípio, e desde a primeira vez. Então porque é que ficamos receiosos quando vamos à reuniões de Umbanda ou Candomblé? Parece nem sequer se tratar simplesmente de uma questão de nível, mas também porque alí concentram-se espíritos e pessoas raivosas, com sentimentos de vingança, enquanto nas reuniões Espíritas isso não é estimulado, mas apenas o perdão e a tolerância.

Estátua de Geraldo Sem Pavor em Valverde,
Portugal, na entrada da feira de S. João em Évora,
um dos personagens da libertação de Portugal das
mãos dos mouros
Confesso que muita gente pode ter preconceitos contra pretos-velhos, caboclos ou Exús. A razão deve ser porque a imagem que temos é de um velho sofrido que vive numa favela decrépita e anti-higiênica, aquela figura negra escondida nos cantos escuros, fumando um charuto ou cachimbo medonho, falando e falando sem sequer se mexer. Caboclos são mistura de índios com negros, figuras folclóricas do nordeste do Brasil e por isso menosprezados como pobres e sem educação. E Exús eu não sei o que são, mas deve ser outra denominação dos mesmos.

Preto-Velho e Caboclo

Estas pessoas não sabem que provavelmente num caboclo autêntico mora a ingenuidade indígena, a pureza da Natureza, a essência de ser-se brasileiro com toda a cultura riquíssima das florestas do nosso país, enquanto pretos-velhos acumulam muitos anos de experiência de vida sob pesado sofrimento, humilhação e desprezo, que lhes garantem uma extrema sabedoria da vida, agindo quase como os pajés indígenas em suas comunidades, e amados pelos seus iguais e descendentes, apesar da vida dura e da violência de gente sem educação nem princípios morais fortes, que respondem a terem sido expezinhadas, exploradas e violentadas a vida inteira pela sociedade. A simplicidade e humildade destas pessoas lhes garantem lugar de proeminência na espiritualidade, e não é por isso que elas abandonam suas formas terrenas ao se apresentarem nas reuniões mediúnicas. Elas se orgulham de serem pretos-velhos ou caboclos, e fazem questão de esfregar isso na cara dos arrogantes, de modo a quebrar-lhes o orgulho.

Preto velho pai Benedito
Pessoas da sociedade branca que se supõem "superiores" não só intelectualmente têm tendência a torcerem o nariz para estas figuras folclóricas da nossa cultura nacional. Afinal, negros e índios costumavam ser escravos das famílias brancas tradicionais e ricas desde o descobrimento do Brasil, é difícil desarraigar esta percepção de suas culturas através das gerações.

Não me considero uma pessoa preconceituosa, principalmente diante do que já escrevi até aqui, mas sinceramente, não tenho a menor intenção de pôr meus pés jamais em outro terreiro de Umbanda ou casa de Candomblé.

E a Macumba, onde fica nessa? E qual é a diferença entre Espiritismo e Candomblé? Vamos pesquisar, porque o número de comentários nesta página não acaba mais, vamos parando por aqui, em detrimento das preciosidades que provavelmente se desenrolam lá embaixo desta página. Afinal, não atingi sequer metade da página, macho!

Só pra saber, cheguei só até o comentário de Ari em 13 de janeiro de 2014 às 09:02.

Macumba Lê-lê

https://www.significados.com.br/macumba/

Macumba é uma variação genérica atribuída aos cultos afro-brasileiros, sincretizados com influências da religião católica, do ocultismo, de cultos ameríndios e do Espiritismo. Na "árvore genealógica" das religiões afro-brasileiras, a Macumba é uma ramificação do Candomblé​.

Ironia do destino, gari pai de santo recolhendo as oferendas a
Yemanjá recusadas pela deusa do mar
Antes de ser associada a um tipo de religião, a palavra "macumba" descrevia um instrumento de percussão de origem africana, semelhante ao atual reco-reco. Um "macumbeiro" era o indivíduo que tocava este instrumento.

A Macumba também pode estar relacionada diretamente com os rituais que são praticados em alguns cultos afro-brasileiros, característicos pela manifestação mediúnica.


Alguns autores consideram como Macumba todo tipo de prática que envolva o trabalho de curandeiros, "pais de santo" ou mesmo charlatões, que abusam da fé das pessoas para extorquir dinheiro, dizendo serem capazes de se "comunicar com os espíritos" e fazer feitiços que beneficie ou atrapalhe a vida de determinado indivíduo. Um exemplo de charlatanismo é a promessa de "macumba online", que muitos sites na internet oferecem para os usuários interessados.


Etimologicamente, a palavra Macumba possui uma origem questionável, no entanto, algumas fontes citam que talvez tenha se originado do quimbundo - língua africana falada principalmente no noroeste de Angola - ma'kumba.


Comumente, a prática da Macumba é erroneamente associada com rituais satânicos ou de magia negra. Esta ideia preconceituosa surgiu e se intensificou em meados da década de 1920, quando as igrejas cristãs do país começaram a propagar discursos negativos sobre a Macumba, considerando-a profana às leis de Deus.


Candomblé

https://www.significados.com.br/candomble/

Candomblé é um culto ou religião de origem africana que foi trazida para o Brasil pelos escravos.

Alguns historiadores indicam que o Candomblé foi trazido por escravos oriundos de países atualmente conhecidos como Nigéria e República do Benim.

Os seguidores do Candomblé prestam culto e adoram os orixás, que são deuses ou divindades africanas que representam as forças da Natureza.


A designação Candomblé é mais popular na Bahia, em outros locais do Brasil é conhecida como Macumba (no Rio de Janeiro) e Xangô (no Recife). Apesar disso, a definição "macumba" normalmente não é adotada pelos seguidores do Camdomblé, porque muitas vezes tem uma conotação pejorativa.


Rituais do Candomblé


Os rituais do Candomblé são liderados pela mãe-de-santo ou pai-de-santo, sendo que existe uma hierarquia definida.

Muitas vezes os rituais são caracterizados por danças em adoração ao orixá, que encarnam no filho ou filha de santo.


Altar de Candomblé?
As manifestações ocorrem nas casas ou terreiros, onde existem altares. Cada orixá tem um dia específico e mesmo alimentos próprios, que alguns seguidores evitam comer alguns que são considerados proibidos ou não aconselhados.

Nos dias de hoje, os rituais do Candomblé fazem parte da cultura brasileira, sendo um elemento importante do folclore e estando em presente em várias tradições.


Candomblé e Umbanda

O Candomblé e Umbanda são duas denominações diferentes e fazem parte de correntes religiosas de origem africana. Por algumas pessoas são vistos como a mesma coisa, mas existem diferenças entre os dois. Existem diferenças nas práticas de culto, nas designações de líderes religiosos  e natureza das entidades espirituais.

Alguns autores afirmam que o Candomblé é mais procurado por pessoas porque oferece serviços e soluções a problemas mediante pagamento, não presumindo o envolvimento da pessoa na religião.


É pra ter medo de Orixá ou não? Um sujeito mal encarado portanto
um machado e uma figura coberta e sem rosto? Mãe, me salve...
Tanto no Candomblé como na Umbanda existem Orixás, que são considerados forças da natureza. No entanto, são duas religiões distintas.

Aquela que é considerada a maior diferença é a crença nas entidades e influência destas. Existem entidades da Umbanda cujas origens e funções não são reconhecidas pelo Candomblé. No Candomblé apenas os Orixás podem incorporar nas pessoas, enquanto na Umbanda qualquer entidade por fazer a incorporação.


Xangô

Xangô é Candoblé no Recife.

Conclusão

E então fui liderado a descobrir nesta página da net o fechamento e a síntese mais nobre sobre a polêmica do assunto: Umbanda e Candomblé não podem ser confundidos com o Espiritismo. Vamos ver então as razões?

Qual a Diferença entre Umbanda, Candomblé e Espiritismo?

https://espiritistas.wordpress.com/qual-a-diferenca-entre-umbanda-candomble-e-espiritismo/

UMBANDA é uma religião nascida em 1908 pelo médium Zélio de Moraes. Une elementos do Catolicismo, do Espiritismo e religiões afro-brasileiras. Segue o princípio da fraternidade e da caridade sob as leis da Natureza e do plano espiritual.

CANDOMBLÉ é uma religião musical e culturalmente rica, trazida pelos escravos da África no final do século XVI. Segue as leis da Natureza, que tem como divindade os Orixás. Estes que cuidam e equilibram as energias da nossa existência.

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ESPIRITISMO deve ser entendido como a Doutrina surgida na França no século XIX mais precisamente em 1857, cujos ensinamentos foram trazidos pelos espíritos e organizados por Allan Kardec nos 5 livros: “O Livro dos Espíritos”, “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, “O Livro dos Médiuns”, “A Gênese” e “O Céu e o Inferno”. Conparando, o Espiritismo nasceu em 1857 enquanto a Bíblia começou a ser escrita por Moisés em 1437 a.C. e terminou com João em 98 d.C.

O Espiritismo não tem: dogmas, rituais, vestes especiais, cálice com vinho ou qualquer bebida alcoólica, incenso, mirra, fumo, altares, imagens, andores, velas, procissões, trabalhos espirituais, talismãs, amuletos, sacrifício animal, santinho, horóscopo, cartomancia, quiromancia, astrologia, numerologia, pagamento de promessas, despachos, riscos de cruzes e pontos, não tem curas espirituais milagrosas, fórmulas mágicas para resolver problemas sentimentais ou financeiros, etc.

Adiciono que o Espiritismo tem reuniões elucidativas e de estudo, reuniões de mediunidade, preces ou orações, doutrinação de espíritos necessitados, passes energéticos e magnéticos, água fluídica, curas e terapias remotas, psicografia, lida com capacidades extra-sensoriais e tipos de mediunidade.

A poderosa água fluídica ou magnetizada. Se tua casa tem bons
fluidos, deixa-te um copo d'água a dormir que no outro dia ela está
magnetizada, mas não pense que ao bebê-la, tu vai sentir alguma
coisa. Nada, nadica de nada. Tudo é tão sutil que é imperceptível.
Se tu se sente bem, nem vai se lembrar porque.
Mas, no sentido de trabalho espiritual, precisamos esclarecer que mediunidade não é propriedade dos espíritas. Há médiuns espíritas e médiuns que não são espíritas, são espiritualistas. Esse tipo de “trabalho” não se encontra nas Casas Espíritas, e sim em algumas casas espiritualistas. Seria incoerente falarmos de Jesus que ensinou a perdoar, amar o próximo e o inimigo, etc. e prejudicarmos alguém. Lembrando que, espíritos que pedem sacrifícios animais ou humanos, bebida alcoólica, charutos, comida, oferendas de flores, que participam de trabalhos de vingança ou outra maldade qualquer, precisam de esclarecimento cristão. Eles ainda estão apegados a coisas materiais e sentimentos inferiores. Os que buscam os que intermediam o espírito que aceita tal trabalho estão contrariando a Lei de Deus. Respeitamos o livre arbítrio de cada um, mas, devemos advertir que não é uma prática espírita.

Se espíritos resolvessem problemas, Chico Xavier, que foi muito mais merecedor que muitos de nós, não teria sofrido com doenças e problemas, já que vivia em contato direto com eles. Então, sigamos o conselho do apóstolo Paulo: “Não creiais em todos os espíritos, mas examinai se eles são de Deus” (João 4:1). Examinemos se seus conselhos e pedidos agradariam a Deus. Então, Umbanda e Candomblé não são práticas espíritas e sim espiritualistas. Elas não derivam do Espiritismo, embora algumas utilizem alguns livros da doutrina espírita. Então, não forme sua opinião utilizando como base a opinião dos outros, principalmente a dos falsos profetas que pregam aos seus fiéis a mentira, o preconceito, a inimizade e até o desrespeito que, muitas vezes, chega à violência. Isto não é cristão. Busque conhecer para não confundir e julgar.

FONTE: Grupo de Estudos Allan Kardec

Fuja do ódio!

Criança

Quando eu era pequeno, tinha muito medo dos rituais de Umbanda ou Candomblé, mas não sentia nada quando era levado para reuniões espíritas onde eu ficava brincando ou desenhando para passar o tempo, enquanto as palavas fluiam por dentro dos meus ouvidos, retidas no meu subconsciente, provavelmente, pois jamais as esqueci. (Foi lavagem cerebral?). Com relação aos outros rituais eu tinha rejeição profunda e muito medo. Se uma crianças não têm medo do Espiritismo mas têm da Umbanda ou Candomblé, acho que isso é o bastante para explicar o que está acontecendo por trás dos panos.

Ninguém ri melhor do que teu futuro presidente Aecim
E agora para relaxar, vamos rir.

Sermão do Padre Alemão

Meus carríssimos irmons:

Quem criou o mundo fo Deus e ontem fo dia Santo, fo dia de alegria, fo dia de satisfaçon. 

A semana que vem terremos uma proceçon, mas non serrá como a de ano passado, que os molherres se menstruravam aos homens. Ela serrá dividida em trreis filas: uma combosta de homens, uma combosta de molherres e outra combosta de crianças.

Os molherres deverron vir com vestidos brrancos e se non tiverrem, poderron vir cu da mãe, cu da tia ou cu da vó. Os molherres também deverron trrazer velas. As casadas já têm experriências de levarrem velas na frrente. Os solteiras, que nunca levarram velas, levarron atrrás e os velhinhas, coitadinhas, que já levarram muitas velas na vida, atrrás e na frrente, non prrecisam mais levarr. 

Os homens que vierrem de cavalos, non deverron amarrar seus animais na pau em frrente de igrreja, porrque aquela pau non é de igrreja, aquela pau é meu. 

Um aviso aos vaqueirros: non deverron entrrar no igrreja com esporras, porrque esporra aqui, esporra ali, acabam esporrando toda gente. 

Terremos também uma campanha parra o porton de cemitérrio; parra os cavalos non entrrarrem porrque senon piça aqui, piça ali e quando vocês morrerrem piçam vocês também. 

No fim de prroceçon terremos uma chupada na frrente do igrreja acompanhada de uma brrincadeirra que serrá da seguinte maneirra: em cada punta vamos colocarr um parril de chupp, ficando do lado dirreito os homens e do lado esquerrdo os molherres. Quando eu contarr até trreis, corram todos e vão parra punta do parril. Quem chegarr prrimeirro serrá o vencedorr.

Parra qualquer informaçon estarrei a disposiçon na putarria do convento das frreirras.

http://www.aeiou.pt/humor/anedota/2963

Assista o mencionado filme francês Immortel aqui, 1:27 horas, em Inglês:

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