sábado, 9 de abril de 2016

Austrileiro

Mistura de brasileiro com australiano é o que eu sou, mais brasileiro do que australiano.

Presunção de Inocência

Quando eu era criança, era um presumido inocente e não entendia de nada, mas gravava as músicas populares brasileiras na cabeça, sem mesmo saber o que significavam as letras. Mas hoje, é quase chorando que compreendo o que se passava em plena ditadura militar ao rever estes vídeos. Não me lembrava que tinha havido tantos choques nas ruas, e tudo aquilo aconteceu depois de 64 por anos a fio até culminar com as Diretas Já. Esse parece ser nosso futuro de novo, de perseguições e tortura, um retorno medieval, se as levas de espíritos bons não interferirem neste imbróglio desta nação, como disse Chico Xavier lá do outro mundo.

Mas quanta diferença do que acontece hoje. É mesmo como diz Geraldo Vandré em sua entrevista abaixo que descobri cascavilhando a internet e o Youtube, o Brasil tornou-se massificado num processo de emburrecimento e imoralidade geral.

Querem saber como era? Acessem estes vídeos através do Youtube que vai ver uma porção de outros na lista de sugestões à direita. 

Como criança presumidamente inocente eu pensava, porque esta música chama o ladrão ao invés da polícia? Hoje, aquele jovem teenager hippie de boutique alienado político brasileiro divulga obras como Chico Buarque - Acorda Amor (com cenas da época da ditadura militar)


Geraldo Vandré - Pra Não Dizer que Não Falei das Flores (1968) (com cenas da época da ditadura militar):


Sergio Sampaio - Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua (com cenas da época da ditadura militar):


50 minutos, Publicado em 19 de novembro de 2012, a versão do artista Geraldo Vandré é totalmente diferente da apresentada pela mídia. Quem manipulou? Quem foi manipulado? E, por que? Reportagem da Globo News - Dossiê em 2010, Geraldo Vandré Quebra o Silêncio Após 37 Anos e Fala da Ditadura:


Transcrição da entrevista completa aqui: http://g1.globo.com/platb/geneton/2010/09/21/geraldo-vandre-especial-tudo-o-que-o-grande-mudo-da-mpb-disse-na-primeira-gravacao-que-faz-para-uma-tv-depois-de-decadas-hoje-ele-garantenao-existe-nada-mais-subversivo-do-que-um-subdesenvolvi/

Sim, a Globo tem seus momentos...

Agora, adulto, vivendo no exterior, livre da manipulação social no Brasil, num país que encoraja o cidadão a assumir posições, entendo melhor as coisas, principalmente diante do quadro nacional brasileiro atual, tendo uma melhor noção de como este Brasil deveria ser, e qual caminho a seguir para conseguí-lo, exatamente o caminho atual em vias de ser detonado de novo.

Aqui na Austrália fiz as pases com os militares diante de homens e mulheres com integridade (aparente). Reatei minha simpatia à primeira profissão do meu pai na Marinha Brasileira, e vejo Polícia e Exército com outros olhos parecidos com os do Geraldo Vandré de 2010, mais decepcionado com a sociedade.

Indiciamento e o Princípio da Presunção de Inocência:

http://canalcienciascriminais.com.br/artigo/indiciamento-e-o-principio-da-presuncao-de-inocencia/

Como um espécimen, sim, eu sou intimidante! O presunçoso Gastão,
da Bela e a Fera, animação de Disney
E você, presunçoso, tem capacidade de entender a letra a seguir? Naqueles anos 60 haviam muitos artistas politizados, dezenas deles como Chico Buarque de Holanda e a turma do movimento MPB (Música Popular Brasileira).

Da letra abaixo de Geraldo Vandré, saliento as importantíssimas frases "somos todos iguais, braços dados ou não", "há soldados armados, amados ou não, quase todos perdidos de armas na mão, nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição, de morrer pela pátria e viver sem razão", "somos todos soldados, armados ou não".

Letra de Caminando e Cantando

Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Nas escolas nas ruas, campos, construções
Caminhando e cantando e seguindo a canção

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer

Pelos campos há fome em grandes plantações
Pelas ruas marchando indecisos cordões
Ainda fazem da flor seu mais forte refrão
E acreditam nas flores vencendo o canhão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Há soldados armados, amados ou não
Quase todos perdidos de armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam uma antiga lição
De morrer pela pátria e viver sem razão

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Nas escolas, nas ruas, campos, construções
Somos todos soldados, armados ou não
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Somos todos iguais braços dados ou não
Os amores na mente, as flores no chão
A certeza na frente, a história na mão
Caminhando e cantando e seguindo a canção
Aprendendo e ensinando uma nova lição

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,
Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

Vem, vamos embora, que esperar não é saber,

Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.

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