segunda-feira, 4 de abril de 2016

Seu Fonseca

Eu queria tanto, sonhava com o saneamento da raça humana, mas não pensei que fosse presenciar o que está acontecendo no mundo agora enquanto eu estivesse vivo. Achei que tudo isso jamais aconteceria, esta investigação minuciosa sobre os desvios ilegais de dinheiro para os bolsos dos poucos bilionários que desprezam a situação dos milhões de pobres que vivem no mesmo planeta. E agora o movimento é mundial, e não só no Brasil.

O incrível Panamá e seu prédio parafuso para screw (aparafusar que
também significa sacanear) todo mundo
A moda pegou, e se não foi lançada pelo Brasil com sua influência internacional nos últimos anos, com certeza ele deu uma forte contribuição e impulso.

Acaba de vazar documentos de uma organização no Panamá os quais implicam meio mundo numa verdadeira orgia de corrupção mundial, inclusive envolvendo 800 empresas australianas. Um balde de água fria nos brasileiros partidários do golpe sendo executado hoje para tomada do governo no Brasil pelas elites nacionais e internacionais.

Isso serve para mostrar que corrupção não existe só no Brasil, e que, antes, o Brasil é apenas uma pequena filial obscura no grande circuito mundial, e podemos considerar que aqueles envolvidos nesta imensa rede altamente sofisticada são verdadeiros heróis internacionais... para o lado mal. Heróis porque, sinceramente, é preciso muito jogo de cintura como o do presidente da Câmara dos Deputados em Brasília, muita coragem, uma coragem que eu não tenho. É preciso muita cara de pau.

E eu que pensava que cara de pau tinham só aqueles que cantavam mulheres, levavam um fora, mas tornavam a cantar e cantar até conseguí-las, quanta ingenuidade.

Para quem está bom no Inglês, leia esta reportagem do Irish Times com muitos detalhes desta operação subsidiária da Lava Jato, talvez até pagando royalts aos políticos e juristas brasileiros, Who Are Mossack Fonseca (Quem É Mossack Fonseca):

http://www.irishtimes.com/business/financial-services/who-are-mossack-fonseca-1.2593760

Nesta página tem um vídeo do site Panama Papers (http://panamapapers.icij.org/) dos heróis magnânimos do ICIJ, International Consortium of Investigative Journalists (Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos), o antônimo do jornalismo praticado no Brasil pela Globo e o resto da mídia bilionária brasileira, com raras excessões.

Em seguida veja como o imbróglio anda afetando a Austrália nesta reportagem do The Sydney Morning Herald, Panama Papers, ATO Investigating More than 800 Australian Clients of Mossack Fonseca (Documentos do Panamá, o ATO Investigando Mais de 800 Clientes Australianos de Mossack Fonseca):

http://www.smh.com.au/business/banking-and-finance/panama-papers-ato-investigating-more-than-800-australian-clients-of-mossack-fonseca-20160403-gnxgu8.html

Neste site tem um vídeo divulgado pela rede ABC News 24 de televisão australiana (24 horas no ar) mencionando que o vazamento supera outros, inclusive do WikiLeaks, Offshore Leaks, Luxemburgo Leaks e Swiss Leaks todos juntos, perfazendo 2,6 terabytes de informação. 

Este vídeo é instrutivo e explica como o dinheiro é escondido e escamoteado pelos clientes.

Mas se seu Inglês é afiado mesmo, o melhor é ver e ouvir o vídeo do programa 4 Corners (4 Cantos) da televisão ABC do governo australiano aqui, The Panama Papers - Secrets of the Super Rich (Os Documentos do Panamá - Segredos dos Super Ricos):

http://www.abc.net.au/4corners/stories/2016/04/04/4434529.htm

Como não poderia deixar de ser, certas facções da mídia internacional estão tentando ajudar a implicar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, através de seus "associados" bem como a famíla do presidente da China, Xi Jinping, assim como tem perseguido através de outros meios os últimos 2 presidentes do Brasil e agora até o primeiro ministro da África do Sul envolvido em escândalo, todos do BRICS. Falta atacarem o "I" do BRICS. O objetivo é destruir este bloco, o único capaz de polarizar o domínio mundial unilateral no futuro, desafiando os planos da New World Order (Nova Ordem Mundial).

Este site seguinte menciona o primeiro-ministro britânico David Cameron, a Rainha da Inglaterra, outros 11 líderes mundiais atuais ou antigos, grandes bancos (incluindo RBS e HSBC) e o influente sistema dos "territórios ultramarinos" da Grã-Bretanha que estão todos ligados ao sistema de paraísos fiscais que acumula pelo menos £ 13 trilhões (de libras esterlinas) de riqueza global, Global Elite Exposed by Panamapapers in Mossack Fonseca Tax Haven Scandal (Elite Global Exposta pelos Papéis do Panamá no Escândalo dos Paraísos Fiscais da Mossack Fonseca):

https://www.commonspace.scot/articles/3782/global-elite-exposed-by-panamapapers-in-mossack-fonseca-tax-haven-scandal

Para quem sabe Espanhól, as implicações na Espanha que envolvem até o cineasta Pedro Almodóvar e seu "hermano" Agustín, Los Papeles de Panamá: Pilar de Borbón, Messi y Almodóvar, entre los investigados (Os Papéis do Panamá: Pilar de Borbón, Messi e Almodóvar, Entre os Investigados)

http://www.elespanol.com/espana/20160403/114488656_0.html

Excertos

A Receita Federal australiana (Australian Taxation Office, ATO) tem estado investigando mais de 800 clientes australianos desta empresa de advocacia panamenha no que se configura o maior vazamento de registros sobre paraísos fiscais jamais tornados públicos e sem precedentes. Mais de 11,5 milhões de documentos têm sido analisados por parceiros como a BBC de Londres, o jornal The Guardian britânico e o programa 4 Corners da ABC australiana, cobrindo um período de quase 40 anos, desde 1977 até dezembro passado. A mais de um ano os grupos de mídia investigam, liderados pelo ICIJ de Washington, USA.

Escritórios refletindo um prédio sui-generis na cidade de Panamá
Prestigiosos bilionários de Hong Kong estão no centro do escrutínio, envolvendo a China dese modo também. A Mossack Fonseca opera em 21 paraísos fiscais no mundo e é um dos 5 maiores escritórios do ramo trabalhando com mais de 214.000 empresas, trusts e fundações, prestando serviços de legitimação das empresas e investidores. 

Os papéis do Panamá podem representar o maior vazamento de documentos classificados do mundo nunca visto. A Mossack Fonseca vende empresas "de bandeja" ao redor do mundo, potencialmente permitindo que os indivíduos possam esconder suas operações de negócios aos olhos escrutinadores dos governos e do público.

Os papéis primeiro vazaram para o jornal alemão Süddeutsche Zeitung. O jornal então contratou o Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos para ajudar a coordenar a apresentação de relatórios e pesquisas sobre os documentos. O ICIJ então envolveu outros meios de comunicação, incluindo o The Australian Financial Review da Fairfax Media que publica o jornal The Sydney Morning Herald.

Não há nada necessariamente errado com o uso de uma empresa off-shore. Mas o uso de tais empresas tem sido associado a tentativas de ocultar rendimentos tributáveis​​, ou de lavagem de dinheiro. O vazamento também expõe os mecanismos utilizados por alguns indivíduos ricos para estruturar seus negócios.

Ilhas Virgens Britânicas, nas bordas do Caribe
Trata-se do mundo sombrio e secreto das finanças internacionais e da evasão fiscal.

"O que estamos vendo aqui é realmente um universo paralelo."

Esta investigação do Four Corners revela como os ricos e poderosos se aproveitam do sistema.

"O que isso realmente nos diz é muito sobre o próprio sistema, como o sistema é, como quebrou e como a coisa toda é insana."

Nossa repórter Marian Wilkinson seguiu o rasto do dinheiro no montante de trilhões de dólares. "Eu estava na sua lista negra da imigração, mas conseguimos entrar (no Panamá)", disse a repórter.

Os papéis do Panamá: Segredos dos super-ricos, relatados por Marian Wilkinson e apresentados por Sarah Ferguson, foi ao ar na segunda-feira 4 de abril de 2016 às 20:30 da noite. Foi repetido na terça-feira dia 5 de abril às 10:00 da manhã e quarta-feira dia 6 às 11 da manhã. Ele também pôde ser visto na ABC News 24 no sábado, às 20:00 da noite, no ABC iView (via internet) e pelo site abc.net.au/4corners. #PanamaPapers

Jornal do Sul da Alemanha, Süddeutsche Zeitung
Esta história foi produzida em colaboração com o jornal alemão Süddeutsche Zeitung e o Internacional Consortium of Investigative Journalists.

Hoje, Mossack Fonseca é considerado um dos cinco maiores atacadistas do mundo da maré de segredos. Tem mais de 500 funcionários e colaboradores em mais de 40 escritórios em todo o mundo, incluindo três na Suíça e oito na China.

Mossack nasceu na Alemanha em 1948. Ele se mudou para o Panamá com sua família na década de 1960, de acordo com o seu parceiro advogado. O pai de Mossack tinha sido um membro da Waffen-SS hitlerista, o braço armado notório do Partido Nazista durante a Segunda Guerra Mundial, de acordo com arquivos da inteligência do Exército dos EUA obtidos pelo ICIJ.

Hoje, as Ilhas Virgens Britânicas são o lar de cerca de 40 por cento do bolo de empresas offshore no mundo. Das empresas que aparecem nos arquivos de Mossack Fonseca, uma em cada duas empresas - mais do que 113.000 - foram incorporadas nas Ilhas Virgens Britânicas.

Mais de 300 jornalistas e mais de 100 parceiros de mídia colaboraram neste vazamento sobre como as finanças offshore auxiliam o mundo sobrio dos negócios mundiais.

O verdadeiro escritório offshore, projeto Blueseed de navio de
escritórios a ser ancorado na costa oeste dos Estados Unidos de
modo abrigar profissionais de informáticas impedidos de trabalharem
no Vale do Silício por falta de visto.
Os mais de 11 milhões de documentos obtidos pelo ICIJ - e-mails, contas bancárias e registros de clientes - representam o funcionamento interno da Mossack Fonseca por quase quarenta anos, a partir de 1977 até dezembro de 2015. Eles revelam as empresas holdings offshore de indivíduos em mais de 200 países e territórios.

Eles demonstram exemplos após exemplos de má conduta ética e legal por parte de alguns clientes e fornecem provas de uma empresa contente em atuar como uma gatekeeper (guarda-costas) dos segredos de seus clientes, mesmo aqueles que terminam por serem criminosos, membros da máfia, traficantes, políticos corruptos e sonegadores.

O site dos Documentos do Panamá (Panama Papers):

http://panamapapers.icij.org/

Site do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (The International Consortium of Investigative Journalists):

https://www.icij.org/

Site do Centro para a Integridade Pública (The Center for Public Integrity), ganhador do prêmio Pulitzer em 2014:

https://www.publicintegrity.org/

É a guerra neguin (música de MC Marechal)...

No Brasil, cuja participação se deu através do portal UOL, da Rede TV e do jornal Estado de São Paulo, foi divulgado pela Globo assim, Vazamento Revela 107 Empresas no Exterior Ligadas a Alvos da Lava Jato, em 3:47 minutos:

http://globoplay.globo.com/v/4931287/ 

Para finalizar este post, aqui vai um vídeo antigo de uma música que eu já não me lembrava mais, e que embalou minha mais tenra juventude no Brasil, a qual tropecei no espaço cibernético do Youtube, o que me deixou pensando que nossos filhos não vão ter estas lembranças do Brasil como nós tivemos, e guardarão para si lembranças da Austrália, de certo modo estranha à nossa cultura brasileira, mas que fazer, não é? Eu Quero É Botar meu Bloco na Rua, de Sérgio Sampaio:


E pasmem: os grandes transatlânticos do mundo, hotéis ambulantes, digo, flutuanes, são todos empresas registradas nas ilhas do Caribe onde as leis são relaxadas, ou seja, dentro do universo de um transatlântico é cada um por si, por isso tantos crimes insolúveis e a praga de viroses e doenças digestivas.

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